Resenha do artigo Transição epidemiológica e o estudo de carga de doença no Brasil; Autores:Joyce Mendes de Andrade Schramm, Andréia Ferreira de Oliveira, Iuri da Costa Leite,Joaquim Gonçalves Leite, Ângela Maria Jourdan Gadelha, Margareth Crisóstomo Portela Mônica Rodrigues Campos. Transição Epidemiológica é um conceito das mudanças ocorridas no tempo nos padrões de morte, morbidade e invalidez, que são característicos de uma população, ocorrendo concomitantemente com outras transformações demográficas, sociais e econômicas. No Brasil a transição epidemiológica não tem ocorrido de acordo com o modelo experimentado pela maioria dos países industrializados. Há uma superposição de etapas , nas quais predominam as doenças transmissíveis e crônico-degenerativas; a reintrodução de dengue e cólera ou o recrudescimento de doenças como malária, hanseníase, leishmaniose, indicam uma natureza não unidirecional denominada contratransição. Nesse processo situações epidemiológicas de diferentes regiões em um mesmo país tornam-se contrastantes (polarização epidemiológica). A partir de 1960 a população de idosos no Brasil começou a aumentar. O Estado ainda estava com a preocupação de controlar as doenças transmissíveis e a mortalidade infantil, e de repente se depara com uma demanda crescente de doenças crônicas – degenerativas semelhante a países industrializados. O conceito de transição epidemiológica tem merecido críticas pelo fato de a transformação dos padrões de saúde não obedecer aos mesmos parâmetros na seqüência, intensidade e velocidade em diferentes regiões. Outra falha do conceito teórico seria de enfatizar a tecnologia médica como principal alternativa de intervenção no curso da transição, desconsiderando o papel das condições sociais e econômicas neste processo. O presente trabalho analisado tem por objetivo analisar as diferenças existentes quanto ao padrão epidemiológico no Brasil e grandes regiões, utilizando como indicador o DALY( Disability Adjusted Life of Years- Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade). Os resultados apresentados nos mostra o quadro de transição epidemiológica pelo qual o Brasil passa. Doenças crônico-degenerativas 66, 3% da carga de doença no Brasil; doenças infecciosas 23,5%; causas externas 10.2%. Graças aos hábitos de vida não saudáveis , dieta hiper calórica, comida industrializada, sedentarismo, as causas cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer tem aumentado no mundo e no Brasil. O aumento das doenças crônico-degenerativas e o tratamento de suas complicações implicam em custos crescentes na saúde bem como os agravos incapacitantes(seqüelas de doenças cardiovasculares, violência , etc.)É um desafio para as políticas públicas promover práticas eficazes de saúde em um país com grandes diferenças regionais , convivem em um mesmo país vários perfis epidemiológicos.Pessoalmente acredito que mais do que investimentos tecnológicos uma política de saúde regionalizada responde mais as necessidades e tem resultados melhores . A estratégia da Saúde da Família pela minha experiência, responde a essas questões . A territorialização, a adscrição de clientela favorece uma maior penetração nas diferentes realidades brasileiras , considerando fatores sociais , econômicos , culturais permitindo uma melhor adequação das intervenções para promoção de saúde.