Noruega procura parcerias nos recursos do mar

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ID: 44004000
01-10-2012
Tiragem: 44837
Pág: 20
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 10,70 x 30,48 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Noruega procura
parcerias nos
recursos do mar
Investimento estrangeiro
Inês Sequeira
Empresas vêm a Portugal
procurar oportunidades
nas áreas das energias
renováveis off-shore e dos
recursos marinhos
Portugal é hoje visto no resto da Europa como um dos países que recorreram à ajuda externa. Mas outro
olhar de além-fronteiras, mais favorável, identifica também os portugueses como donos da maior plataforma continental europeia, com
vastos recursos marinhos, e como
estando entre os pioneiros nas energias renováveis off-shore.
É esse um dos pontos de vista da
Noruega, dona da segunda maior
plataforma continental na Europa,
ultrapassada apenas pelos portugueses. “Tentamos ligar instituições de pesquisa e especialistas
dos dois países para procurarmos
oportunidades comerciais”, afirmou o embaixador da Noruega em
Portugal, Ove Thorsheim, num encontro recente com jornalistas em
Lisboa. Thorsheim acredita também
que haveria “possibilidades de cooperação na aquacultura”. “Vemos
muito pouca aquacultura em Portugal e gostávamos de saber porquê”,
considerou.
O país não está na União Europeia
mas faz parte do mercado comum.
E ao contrário de muitos países vizinhos, a economia norueguesa está a
expandir-se (em 2011 o PIB cresceu
1,4%, depois de aumentar 0,7% em
2010) e apresenta uma taxa de desemprego irrelevante: 2,7%. E uma
parte da riqueza deve-se às competências na economia do mar, que
representa cerca de 30% do PIB da
Noruega e 70% das exportações, alavancada fortemente pela exploração
de petróleo e gás, especialmente no
mar do Norte.
No entanto, a Noruega está também presente noutras áreas, como
o turismo ligado ao mar (15% da economia do mar norueguesa), a construção naval (7%) e o comércio de
peixe e marisco (7%). O país é hoje o
segundo maior exportador do mundo de comida do mar, a seguir à China, e apresenta-se como o campeão
mundial de aquacultura.
E para outros domínios, também
ligados aos oceanos, a Noruega olha
de forma cada vez mais ambiciosa:
casos da biotecnologia marinha e
das energias renováveis off-shore
Noruega está interessada em
projectos portugueses no mar
(a mais de 10 ou 20 quilómetros da
costa), tanto eólicas como relativas
às ondas, que hoje pesam cada uma
menos de 1% na economia norueguesa do mar.
Empresas vêm a Portugal
O WindFloat é um dos projectos que
chamaram a atenção dos noruegueses: uma turbina eólica flutuante,
com um protótipo à escala natural
que está a ser testado no alto mar,
frente à praia da Aguçadoura (Póvoa
de Varzim) desde Novembro de 2011.
No consórcio por trás do projecto
estão juntas várias empresas, entre
as quais a norte-americana Principle
Power e a EDP.
Este poderá ser um dos acontecimentos no próximo encontro anual do português Wavec-Centro de
Energia das Ondas, previsto para o
dias 26 de Novembro em Lisboa, e
que vai ser apoiado pela Embaixada
da Noruega. Durante a conferência,
está previsto que sejam apresentados projectos como o WindFloat e
o WaveRoller e também entidades
portuguesas que investigam na área
da energia das ondas, como o Instituto Superior Técnico e a empresa
Kymaner.
Outra conferência, organizada
pelo Governo português e pela Embaixada da Noruega, e ainda outras
entidades, será sobre a comercialização de biotecnologia marinha e
está prevista para 11 de Outubro, em
Faro. Neste encontro espera-se que
participem empresas portuguesas e
norueguesas nas áreas da alimentação, farmacêutica e ainda outras
que trabalham no aproveitamento
de novas descobertas para produtos
e serviços destinados à comercialização.
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