O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (PR/PE pronuncia o seguinte discurso) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados: A recente conferência internacional sobre aquecimento global, no início de abril último, alertou para as ameaças diretas ao planeta Terra e à própria sobrevivência da humanidade, se não forem adotadas pelos biodiversidade e, governos medidas simultaneamente, de contidos salvaguarda os da processos industriais destrutivos e poluentes. As ameaças se estendem do aumento da fome no mundo à extinção de até 30% das espécies animais e vegetais existentes no planeta. De acordo ao relatório do IPCC (sigla em inglês para “Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas”) essa ameaça de extinção pode começar a ocorrer quando a temperatura global aumentar 2°C acima da média registrada nos anos 1980 e 1990. As previsões são catastróficas: - áreas que atualmente sofrem com a falta de chuvas se tornarão ainda mais secas; - há ameaças de enchentes, tempestades e erosão em vários pontos do globo. Diz o relatório que a África será o continente mais atingido pela mudança climática. Até 2020, prevê o relatório, cerca de 250 milhões de pessoas poderão ser expostas à falta de água. Tempestades na América do Norte, ondas de calor e incêndios selvagens, enchentes e avalanches, com o derretimento das Mudança climática e biodiversidade(MA) geleiras do Himalaia e dos Alpes, e comprometimento da grande barreira de corais da Austrália – todo o cenário de desastres em ecossistemas terrestres é mostrado no relatório do IPCC, que nos alerta também para a situação do Brasil. Nosso país poderá vir a sofrer inundações, secas e aumento da desertificação que se observa, dramaticamente, em várias sub-regiões. O resumo desse relatório será apresentado na cúpula do G-8 (grupo dos países mais ricos) agora em junho, quando se espera que a União Européia venha a renovar seus apelos aos Estados Unidos no sentido de controlar as emissões de gases tóxicos que contribuem para o chamado “efeito estufa”. Naturalmente, há sempre o risco de que um relatório Técnico como esse do IPCC sirva para uso político de grupos interessados em denegrir, no caso do Brasil, os esforços que aqui desenvolvemos para um crescimento auto-sustentável. Já existe até mesmo a declaração exagerada do “Fundo Mundial para a Natureza” (WWF) de que parte da Amazônica pode virar savana. O “alerta” contra o aquecimento global do planeta feito no relatório do IPCC é válido, todavia, e deve servir de referência aos governos da União, dos Estados e Municípios no Brasil. O mundo tem tecnologia e dinheiro para limitar o aquecimento global, mas deve agir logo. Segundo cientistas que elaboraram o documento – diz o blog do IPCC – os próximos 20 a 30 anos serão decisivos na luta contra as mudanças climáticas. Entre 2015 e 2050, as emissões de CO2 precisam ser reduzidas entre 50% e 85% em relação ao nível registrado em 2000, diz o relatório. Mudança climática e biodiversidade(MA) Somente uma redução dessa ordem permitiria estabilizar o aquecimento global entre 2°C e 2,4°C. Os custos das medidas necessárias para tanto foram avaliados em 0,12% do PIB mundial. A União Européia definiu uma elevação de 2°C da temperatura mundial como limite máximo aceitável. Para alguns participantes da conferência, especialmente a China que se opôs à limitação das emissões de CO2, há o temor de que isso desacelere seu crescimento econômico. Há, portanto, motivos para preocupação dentro do cenário de catástrofe antes relatado, mas devemos acreditar que o bom senso vai prevalecer para ajudarmos a salvar o planeta Terra. Era o que tinha a dizer. Muito Obrigado! Sala das Sessões, 23 de maio de 2007 Deputado INOCÊNCIO OLIVEIRA Segundo-Vice-Presidente Mudança climática e biodiversidade(MA)