Correio Braziliense, pág. 23

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PARTIDO DA
REPÚBLICA
07 DE
FEVEREIRO
DE 2014
Debate vira baixaria
Correio Braziliense, pág. 23
Autor: Almiro Marcos
Políticos protagonizam bate-boca e troca de ofensas em sessão na Câmara Legislativa
para tratar de violência no Distrito Federal
Um debate sobre segurança pública, ontem à tarde, na Câmara Legislativa do Distrito
Federal (CLDF) tornou-se bate-boca, com tumulto e praticamente nenhuma proposta
concreta de solução para o problema que tem tirado o sono dos brasilienses. Deputados
distritais (Dr. Michel, do PP, Chico Vigilante, do PT, Patrício, do PT, e Wellington
Luiz, do PSDB), um parlamentar federal, Luiz Pittman (PMDB), e o secretário de
Segurança Pública, Sandro Avelar, trocaram farpas em momentos diferentes, e a
situação fugiu do controle várias vezes. Assim como já havia ocorrido na sessão na
Câmara dos Deputados, o debate eleitoral acabou ofuscando a questão principal.
A sessão transcorria com representantes de entidades e da sociedade civil, que
opinavam a respeito da questão. Entre os presentes, estava Ana Cleide Almeida, 55
anos, mãe do jovem Leonardo Almeida, 29, morto durante uma tentativa de assalto em
Águas Claras na semana passada. “Estamos vivendo um filme de terror. Quem lhe está
assistindo dorme. Quem o está vivendo não acorda do pesadelo”, disse, sobre o
sentimento da família no momento.
Convidado pela deputada distrital Celina Leão (PDT), que presidiu a mesa, Pittman foi
responsável por dar a primeira cutucada política no debate. Ele listou 13 pontos que
seriam responsáveis pela situação ruim vivida atualmente pelo DF. No entanto, acabou
falando de assuntos fora da segurança. Entre as perguntas que ele disse estarem sem
respostas, se encontravam os escândalos envolvendo as administrações regionais de
Águas Claras, onde foram gastos milhares de reais para produção de gibis em 2012;
Itapoã, que contratou o cantor Amado Batista por R$ 450 mil no ano passado; e Santa
Maria, onde também houve problema com gastos de emendas em 2012.
Constrangimento
No plenário, a poucos metros do deputado federal, estavam os distritais Olair Francisco
(PTdoB), Aylton Gomes (PR) e Rôney Nemer (PMDB), responsáveis respectivos pela
indicação das administrações na época das questões listadas. O constrangimento ficou
evidente. Além disso, o parlamentar tucano fez outras críticas ao GDF, do qual ele foi
Secretário de Obras antes de ir para a oposição. Chico Vigilante reagiu e pediu para
Pittman explicar fatos obscuros do passado, quando ele era componente de primeiro
escalão do governo do Acre, durante a morte do ex-governador Edmundo Pinto. Os dois
começaram a bater boca e o clima esquentou. “O senhor não vai fazer daqui um
poleiro”, disse Chico.
No fim da sessão, foi a vez de Patrício se desentender com Sandro Avelar. Depois da
fala do secretário, o petista fez menção de que o principal responsável pela crise da
segurança pública era Avelar. Sandro pegou um microfone e chamou o distrital de
“irresponsável e bobo da Corte”. O petista reagiu e chamou o secretário de “frouxo e
Rainha da Inglaterra”. A gritaria foi geral. Patrício se retirou do plenário e foi criticado,
em sequência, por Wellington, Michel e Rôney. Acusaram-no de irresponsabilidade e de
fazer do debate um palanque político. Por volta das 21h30, as discussões terminaram e a
sessão foi encerrada.
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