Aula Teórica nº 25 LEM-2006/2007 Prof. responsável: Mário J. Pinheiro Equações Fundamentais do Campo Do que foi visto anteriormente conclui-se que as equações fundamentais do campo são: rotE e 0 divD E 2et E1et 0 D2n D1n Problema de aplicação: (Condensador esférico com um dieléctrico LHI de permitividade - Prob. 84 da colecção) [1] Considere-se um condensador esférico R1 r R2 com uma carga q 0 na armadura Se aplicarmos o Teorema de Gauss sobre uma superfície esférica de raio r, com q 0 na R1 r R2, no interior do dieléctrico, tem-se:interior (em R1 ) e uma carga superfície interior da armadura exterior [2] 0 1 (em R2 ). Se o dieléctrico for LHI e como não está electrizado em volume, r tem-se ' 0 , pelo que apenasexistem 1 0 do, cargas do de campo polarização superfícies A matéria ao polarizar-se provoca uma diminuição de umnasfactor r q ' 0 R1 ( dieléctrico, em verdadeira )q ee em 2 visto que este campo resulta agora das distribuições de carga –q e Rdas ' 0 última distribuições de carga de polarização –q’ e q’, com um efeito oposto à ( qesta ). primeira. A diferença de potencial e a capacidade do condensador será agora: [3] 0 C aumenta de um factor . 0 As densidades de carga de polarização podem calcular-se agora com facilidade: [4] q1' q2' Se calcularmos agora as cargas de polrização totais sobre as superfícies, tem-se: [5] q1' q2' Isto é, q1' q2' como já sabiamos, tendo-se logo feito q1' q ' e q2' q' . 95 Campo Magnético na presença de Materiais Magnéticos Compare-se a configuração das l. de f. do campo de indução magnética B criados por um solenoide ou por um íman cilindrico. [6] Este facto leva a assumir que no interior do íman existem pequenas correntes elementares, correntes de Ampère, e que as propriedades magnéticas exibidas pelo íman são devidas à acção destas correntes, tal como no solenoide. Assim, antes de continuar este estudo temos que começar por ver o que se passa com a acção de um campo magnético uniforme sobre uma espira percorrida por corrente: [7] Seja uma espira rectangular de lados a e b, percorrida por uma corrente i, com o sentido indicado na figura. Considere-se ainda o campo de indução magnético B representado, o qual vai actuar os quatro lados da espira com as forças: F1 , F2 , F3 e F4 . O sentido das forças é obtido a partir da lei de Laplace: dFi dsB. Consideremos a espira na posição indicada na figura de forma às forças F1 e F3 que actuam os lados a terem a mesma linha de acção, enquanto que as forças F2 e F4 não têm a mesma linha de acção e dão origem a um binário mecânico de momento: [8] É nula a resultante das forças que actuam os 4 lados da espira, mas há que contar com o binário mecânico (devido às forças F2 e F4 ) que faz rodar a espira no sentido assinalado. O módulo de qualquer destas forças é: [9] 96 Vamos definir agora o momento magnético de uma espira percorrida por corrente por Vamos definir agora o momento magnético de uma espira percorrida por corrente por m Error! m iSn n i Sendo S a área da espira, e n o vector unitário S perpendicular à superfície S e relacionado com o sentido da corrente através da “regra do sacarolhas”. Vê-se imediatamente que com esta definição de m o momento do binário mecânico N que actua a espira na presença de um campo magnético uniforme é dado por: N mB . [10] A espira roda assim no sentido indicado até que o momento magnético fique alinhado com o campo B , situação em que o binário mecânico se anula. [11] Considere-se agora as correntes elementares microscópicas (correntes de Ampère) no interior da matéria. Estas correntes elementares têm uma configuração do campo B tal como assinalado. Repare que para pontos muito afastados da espira, a B [12] configuração do campo B é semelhante à configuração do campo E e do dipolo eléctrico. No caso do dipolo eléctrico tinha-se visto que para r d : i p e E ( P ) 2 cos u sin u r 3 4 r 0 E poderíamos provar que o campo B em pontos afastados é do tipo: m 0 . B ( P ) 2 cos u sin u r 3 4 r 97 Este facto leva a que se chame dipolo magnético a uma espira elementar percorrida por corrente, e a m chama-se agora o momento do dipolo magnético: m isn Podemos perceber desde já o que se passa num íman permanente ou numa barra de Fe magnetizada. Num íman permanente parte dos dipolos magnéticos já têm uma mesmo orientação, pelo que o material exibe propriedades magnéticas resultantes da soma da acção dos dipolos magnéticos. [13] Numa barra de Fe magnetizada , esta não exibe propriedades magnéticas na ausência de um campo B exterior, mas quando se lhe aplica o campo B vamos fazer rodar os dipolos magnéticos orientando-os segundo o campo (magnetização induzida). [14] q0 98