Valor total : 2 PONTOS TRABALHO DIRIGIDO I Data de entrega: 13/04/09 TEXTO I: A importância do ato de ler Rara tem sido a vez, ao longo de tantos anos de prática pedagógica, por isso política, em que tenho me permitido a tarefa de abrir, de inaugurar ou de encerrar encontros ou congressos. Aceitei fazê-lo agora, de maneira, porém, menos formal possível. Aceitei vir aqui para falar um pouco da importância do ato de ler. Me parece indispensável, ao procurar falar de tal importância, dizer algo do momento mesmo em que me preparava para aqui estar hoje; dizer algo do processo em que me inseri enquanto ia escrevendo este texto que agora leio, processo que envolvia uma compreensão crítica do ato de ler, que não se esgota na descodificação pura da palavra escrita ou da linguagem escrita, mas que se antecipa e se alonga na inteligência do mundo. A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto. Ao ensaiar escrever sobre a importância do ato de ler, eu me senti levado - e até gostosamente - a 'reler" momentos fundamentais de minha prática, guardados na memória, desde as experiências mais remotas de minha infância, de minha adolescência, de minha mocidade, em que a compreensão crítica da importância do ato de ler se veio em mim construindo. Ao ir escrevendo este texto, ia "tomando distância" dos diferentes momentos em que o ato de ler se veio dando na minha experiência existencial. Primeiro, a "leitura" do mundo, do pequeno mundo em que me movia; depois, a leitura da palavra que nem sempre, ao longo de minha escola riza çã o, foi a leitura da "palavra mundo". A retomada da infância distante, buscando a compreensão do meu ato de "ler "o mundo particular em que me ouvia - e até onde não sou traída pela memória -, me é absolutamente significativa. Neste esforço a que me vou entregando, re-crio, re-vivo, no texto que escrevo, a experiência vivida no momento em que ainda não lia a palavra. Me vejo então na casa mediana em que nasci, no Recife, rodeada de árvores, algumas delas como se fossem gente, tal intimidade entre nós - à sua sombra brincava e em seus galhos mais dóceis à minha altura eu me experimentava em riscos menores que me preparavam para riscos e aventuras maiores. A velha casa, seus quartos, seu corredor, seu sótão, seu terraço - o sítio das avencas de minha mãe - , o quinta! amplo em que se achava, tudo isso foi meu primeiro mundo. Nele engatinhei, balbuciei, me pus de pé, andei, falei. Na verdade, aquele mundo especial se dava a mim como o mundo de minha atividade perceptiva,,por isso mesmo como o mundo de minhas primeiras leituras. Os "textos", as "palavras", as "letras" daquele contexto - em cuja percepção me experimentava e, quando mais o fazia, mais aumentava a capacidade de perceber se encarnavam numa série de coisas, de objetos, de sinais, cuja compreensão eu ia apreendendo no meu trato com eles, nas minhas relações com meus irmãos mais velhos e com meus pais. FREIRE, Paulo, A importância do ato de ler, 13a ed. São 01)Qual a idéia principal do texto I ? Retire do mesmo um trecho que justifique sua resposta: 02) "daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura conjuncional pode ser daquele." O elemento conector substituído, mantendo-se o mesmo sentido frasal, por: 03)Em "algumas delas como se fossem gente" Qual a classe Gramatical da palavra em destaque? 04)”...Me parece indispensável...”Na palavra em destaque pode se afirmar que ocorreu um processo de formação de palavras conhecido como: TEXTO II “(...) Viver E não ter a vergonha de ser feliz Cantar e cantar e cantar A beleza de ser um eterno aprendiz Eu sei Que a vida devia ser bem melhor E será Mas isso não impede que eu repita É bonita, é bonita e é bonita (...)” 5) (EEAR) Que tipo de sentimento pode-se dizer que o texto II expressa? Retire um trecho que justifique sua resposta : 6) “...A beleza de ser um eterno aprendiz ...”A classe gramatical do termo em destaque é: 7)( EEAR) ”... Mas isso não impede que eu repita...”A respeito do conectivo destacado pode se afirmar que: A) pode ser substituído por porém, pois é uma conjunção aditiva B) não pode ser substituída por outra conjunção adversativa exceto a conjunção : “logo” C) pode ser substituída coerentemente por qualquer conjunção adversativa D) conforme as normas Gramaticais Brasileiras , este conectivo não deve ser substituído 8) (EFOM) Leia a seguinte estrofe e responda qual o valor semântico das palavras destacadas: Eu não desanimei .Se Dom Quixote No Rocinante erguendo a larga espada Nunca voltou de medo.eu .mas valente. Fui mesmo sujo ver a namorada... TEXTO III Eros e Psique (...) CONTA A LENDA que dormia Uma Princesa encantada A quem só despertaria Um Infante, que viria De além do muro da estrada. Ele tinha que, tentado, Vencer o mal e o bem, Antes que, já libertado, Deixasse o caminho errado Por o que à Princesa vem. A Princesa Adormecida, Se espera, dormindo espera. Sonha em morte a sua vida, E orna-lhe a fronte esquecida, Verde, uma grinalda de hera. Longe o Infante, esforçado, Sem saber que intuito tem, Rompe o caminho fadado. Ele dela é ignorado. Ela para ele é ninguém. Mas cada um cumpre o Destino – Ela dormindo encantada, Ele buscando-a sem tino Pelo processo divino Que faz existir a estrada. E, se bem que seja obscuro Tudo pela estrada fora, E falso, ele vem seguro, E, vencendo estrada e muro, Chega onde em sono ela mora. E, inda tonto do que houvera, À cabeça, em maresia, Ergue a mão, e encontra hera, E vê que ele mesmo era A Princesa que dormia. (PESSOA, Fernando. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983.) Segundo o mito grego, Eros e Psique viviam apaixonados em um palácio encantado, mas, para que fossem felizes,Eros impunha a Psique uma única condição: que ela nunca tentasse conhecê-lo. Por isso, sempre se encontravam à noite. Pensando ter casado com um monstro, enquanto Eros dormia, Psique acendeu uma lamparina com a intenção de iluminá-lo e encantou-se com a beleza sem par do companheiro. Ao se inclinar, contudo, deixou uma gota de óleo quente da lamparina queimar o amado. Acordado pela dor, Eros percebeu-se traído e, com tristeza, despediu-se de Psique para não mais retornar. 9) (UERJ )Por o que à Princesa vem. (v. 10) O valor gramatical do vocábulo que, no verso acima, é o mesmo que ele apresenta na seguinte alternativa: (A) “Um infante, que viria” (v. 4) (B) “Antes que, já libertado,” (v. 8 ) (C) “E, se bem que seja obscuro” (v. 26) (D) “E vê que ele mesmo era” (v. 34) 10) (UERJ)Para estabelecer relações de coesão, todo texto apresenta uma série de mecanismos pelos quais se realiza a referência a termos anteriormente citados.Retire do texto dois vocábulos ou adjetivos que se refiram no decorrer do poema,ao eterno infante: