A PRINCESA DESCOMBINADA, DE JANAINA MICHALSKI: UM MISTURA DE IDENTIDADE E MEMÓRIA. Maria Daíse de Oliveira Cardoso[1] Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar a representação da identidade e da memória em uma personagem na literatura infantil brasileira, considerando a trajetória histórico-literária do gênero no Brasil. A partir da leitura do conto “Princesa descombinada”, de Janaina Michalski, verifica-se a presença de uma menina que busca sua identidade e a reconstitui por meio das narrativas memorialísticas de sua mãe – um diálogo permeado de poeticidade e traços culturais africanos e indenitários. Percebe-se que, atualmente, os textos voltados para o público infanto-juvenil buscam romper com as representações que inferiorizam os negros e sua cultura. Nesse sentido, as obras literárias que abordam essa temática retratam situações comuns do cotidiano, com a presença de personagens que enfrentam preconceitos, reconstroem suas identidades e de uma escrita que valoriza as tradições religiosas, mitológicas e a oralidade africana. Assim, através da literatura infantil nacional contemporânea, fortemente ligada ao movimento negro, almeja-se eliminar os estereótipos do que é ser negro e o racismo. Por este motivo, lança mão de outras formas de representação, principalmente da relação de temporalidade. Nos meandros da memória, ocorrem em virtude da dinamicidade do tempo, das idas e vindas dos eventos mnemônicos. É necessário entender que o passado existe para preservar nossas vivências. Para tanto, foram utilizados autores que trabalham com a literatura africana, como também autores que discutem a relação entre a memória e a linguagem. Dentre eles, Bergson, Ricoeur, França. Palavras-chave: Princesa descombinada, literatura, memória.