13/09/2006

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Condições de financiamento da dívida interna brasileira começam a
melhorar
Os juros bancários caíram ao menor nível desde fevereiro de 2005. No mês de
setembro, a taxa média de cheque especial ficou em 8,17%, e a de empréstimo
pessoal em 5,29% ao mês na capital paulista, segundo levantamento do Procon.
Outra taxa que caiu foi a de inadimplência entre os consumidores pessoas física,
também divulgada nesta quarta. No mês de agosto, o índice ficou em 5,1%,
divulgou a Serasa. Mas, segundo a entidade, a inadimplência em 2006 deve ser
maior que a de 2005.
E mais um dado importante da área econômica: o Tesouro Nacional e o Banco
Central divulgaram o valor da dívida do governo federal em títulos. A chamada
dívida pública interna cresceu R$ 26 bilhões em agosto, atingindo a total de R$
1,039 trilhão.
Não há uma explicação clara para o aumento da dívida, segundo o economista
Roberto Padovani, diretor da Tendências Consultoria.
"São variações pontuais. Isso tem a ver com rolagem da dívida", disse, em
entrevista a Rodrigo Flores no UOL News.
Para Padovani o grande problema da economia brasileira continua sendo "essa
dívida gigantesca". "Porque um governo muito endividado e com condições de
financiamento que não são as melhores, faz com que qualquer evento cause
turbulência", avaliou.
Segundo o economista o aumento da dívida em
supera o crescimento do PIB (Produto Interno
mês assustarem um pouco, se a gente olhar
veremos que a relação da dívida com proporção
sem muita alteração."
agosto não é significativo, pois não
Bruto). "Apesar de os números do
com uma perspectiva mais ampla
do PIB está mais ou menos parada,
Ele acredita que nos últimos meses tem havido uma mudança no perfil da dívida.
"A dívida é alta, porém as condições de financiamento começam lentamente a
melhorar. O Banco Central e principalmente o Tesouro, que é o gestor dessa dívida,
têm procurado sair de papéis indexados ao câmbio e à taxa de juros e têm
procurado colocar papéis indexados à inflação. Essa mudança faz com que o
tamanho gigantesco da dívida do setor público fique menos vulnerável a oscilações
de curto prazo", explicou.
Padovani afirmou que as decisões do Banco Central sobre taxas de juros não são
tomadas de olho na dívida interna. "Se fosse por isso, talvez o Banco Central
reduzisse rapidamente a taxa de juros, já que é o principal devedor do governo."
Na visão do economista a dívida interna brasileira está sob controle. "Desde 1999 o
governo passou a ter uma maior responsabilidade na gestão fiscal. Isso vem
permitindo amortizar lentamente essa dívida", disse.
Taxa de juros bancária
A taxa de juros bancária cobrada do tomador final no Brasil são absolutamente
elevadas, na opinião de Roberto Padovani.
Por causa das taxas salgadas, está havendo uma migração de crédito no país. "As
pessoas usam cada vez menos o cheque especial e fazem financiamentos de outras
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formas mais baratas como o crédito direto ao consumidor das financeiras, o crédito
consignado", contou.
Para que haja uma queda expressiva na taxa de juros, segundo o economista, é
necessária uma reforma mais ampla do sistema financeiro, com a revisão da
questão do compulsório, e o fim de alguns créditos direcionados que dão prejuízos
aos bancos. “Há muito que ser feito”, avaliou.
Inadimplência
A queda do índice de inadimplência em 5,1% no mês de agosto pode ser explicada
pelo forte ciclo de expansão de crédito que o país vive. "O crédito é a grande
novidade da economia brasileira. Retomamos a expansão do crédito porque há
mais estabilidade e isso leva a um aumento da inadimplência", explicou. "Mas esse
aumento não é nada desesperador."
Fonte
UOL NEWS. Condições de financiamento da dívida interna brasileira começam a
melhorar.
Disponível
em:
<http://noticias.uol.com.br/uolnews/economia/2006/09/13/ult2499u223.jhtm>.
Acesso em: 28 dez. 2007.
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