Condições de financiamento da dívida interna brasileira começam a melhorar Os juros bancários caíram ao menor nível desde fevereiro de 2005. No mês de setembro, a taxa média de cheque especial ficou em 8,17%, e a de empréstimo pessoal em 5,29% ao mês na capital paulista, segundo levantamento do Procon. Outra taxa que caiu foi a de inadimplência entre os consumidores pessoas física, também divulgada nesta quarta. No mês de agosto, o índice ficou em 5,1%, divulgou a Serasa. Mas, segundo a entidade, a inadimplência em 2006 deve ser maior que a de 2005. E mais um dado importante da área econômica: o Tesouro Nacional e o Banco Central divulgaram o valor da dívida do governo federal em títulos. A chamada dívida pública interna cresceu R$ 26 bilhões em agosto, atingindo a total de R$ 1,039 trilhão. Não há uma explicação clara para o aumento da dívida, segundo o economista Roberto Padovani, diretor da Tendências Consultoria. "São variações pontuais. Isso tem a ver com rolagem da dívida", disse, em entrevista a Rodrigo Flores no UOL News. Para Padovani o grande problema da economia brasileira continua sendo "essa dívida gigantesca". "Porque um governo muito endividado e com condições de financiamento que não são as melhores, faz com que qualquer evento cause turbulência", avaliou. Segundo o economista o aumento da dívida em supera o crescimento do PIB (Produto Interno mês assustarem um pouco, se a gente olhar veremos que a relação da dívida com proporção sem muita alteração." agosto não é significativo, pois não Bruto). "Apesar de os números do com uma perspectiva mais ampla do PIB está mais ou menos parada, Ele acredita que nos últimos meses tem havido uma mudança no perfil da dívida. "A dívida é alta, porém as condições de financiamento começam lentamente a melhorar. O Banco Central e principalmente o Tesouro, que é o gestor dessa dívida, têm procurado sair de papéis indexados ao câmbio e à taxa de juros e têm procurado colocar papéis indexados à inflação. Essa mudança faz com que o tamanho gigantesco da dívida do setor público fique menos vulnerável a oscilações de curto prazo", explicou. Padovani afirmou que as decisões do Banco Central sobre taxas de juros não são tomadas de olho na dívida interna. "Se fosse por isso, talvez o Banco Central reduzisse rapidamente a taxa de juros, já que é o principal devedor do governo." Na visão do economista a dívida interna brasileira está sob controle. "Desde 1999 o governo passou a ter uma maior responsabilidade na gestão fiscal. Isso vem permitindo amortizar lentamente essa dívida", disse. Taxa de juros bancária A taxa de juros bancária cobrada do tomador final no Brasil são absolutamente elevadas, na opinião de Roberto Padovani. Por causa das taxas salgadas, está havendo uma migração de crédito no país. "As pessoas usam cada vez menos o cheque especial e fazem financiamentos de outras 1 formas mais baratas como o crédito direto ao consumidor das financeiras, o crédito consignado", contou. Para que haja uma queda expressiva na taxa de juros, segundo o economista, é necessária uma reforma mais ampla do sistema financeiro, com a revisão da questão do compulsório, e o fim de alguns créditos direcionados que dão prejuízos aos bancos. “Há muito que ser feito”, avaliou. Inadimplência A queda do índice de inadimplência em 5,1% no mês de agosto pode ser explicada pelo forte ciclo de expansão de crédito que o país vive. "O crédito é a grande novidade da economia brasileira. Retomamos a expansão do crédito porque há mais estabilidade e isso leva a um aumento da inadimplência", explicou. "Mas esse aumento não é nada desesperador." Fonte UOL NEWS. Condições de financiamento da dívida interna brasileira começam a melhorar. Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/uolnews/economia/2006/09/13/ult2499u223.jhtm>. Acesso em: 28 dez. 2007. 2