CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ Função Demanda e Oferta Demanda de um determinado bem é a quantidade desse bem que os consumidores pretendem adquirir num certo intervalo de tempo. A demanda de um bem é função de várias variáveis: preço por unidade do produto; renda do consumidor; preço dos bens substitutos; gosto entre outras Supondo que todas as variáveis mantenham-se constantes, exceto o preço unitário do próprio produto (p), verifica-se que o preço p relaciona-se com a quantidade demandada (x). Chama-se função demanda `a relação entre p e x, indicando por p = f(x). Normalmente, o gráfico de p em função de x (que chamamos de curva demanda é o de uma função decrescente), pois quanto maior o preço menor a quantidade demandada. Cada função de demanda depende dos valores em que foram fixadas as outras variáveis (renda do consumidor; preço dos bens substitutos; gosto entre outras). Sendo assim se for alterada a configuração dessas outras variáveis, teremos nova função de demanda. Oferta de um determinado bem é a quantidade do bem que os vendedores desejam oferecer no mercado. A oferta depende de várias variáveis: preço do bem; preços dos insumos utilizados na produção; tecnologia entre outros. Mantidas constantes todas as variáveis exceto o preço do próprio bem, Chama-se função oferta `a relação entre preço do bem (p) e a quantidade ofertada x e indicamos por p = g(x). Normalmente, o gráfico de p em função de x (que chamamos de curva de oferta é o de uma função crescente, pois quanto maior o preço maior será a quantidade ofertada. Função Custo, Receita e Lucro Seja, x a quantidade produzida de um produto. O custo total de produção ( ou simplesmente custo) depende de x, e a relação entre eles chamamos de função custo Total ou simplesmente função custo e a indicamos por C. Existem outros custos que não dependem de quantidade produzida, tais como aluguel, seguros e outros. A soma desses custos que não dependem da quantidade produzida chamamos de custo fixo e indicamos por Cf. a parcela do custo que depende de x chamamos de custo variável e indicamos por Cv. a parcela do custo que depende de x chamamos de custo variável, e indicamos por C = C f . + Cv Verificamos também que, para x variando dentro de certos limites (normalmente não muito grandes), o custo variável é geralmente igual a uma constante multiplicada por x . Essa constante é chamada de custo variável por unidade. Função Receita – Seja x a quantidade vendida de um produto, chamamos de função receita ao produto de x pelo preço de venda e a indicamos por R. Função Lucro – é definida como a diferença entre a função receita R e a função custo C. L(x) = R(x) – C(x) Depreciação Devido ao desgaste, obsolescência e outros fatores, o valor de um bem diminui com o tempo. Essa perda de valor ao longo do tempo chama-se de depreciação. Função consumo Suponha que uma família tenha uma renda disponível (renda menos impostos) variável mês a mês, e uma despesa fixa de R$ 1.200,00 por mês, suponha ainda que essa família gaste em consumo de bens e serviços 70% de sua renda disponível, além do valor fixo de R$ 1.200,00. Assim chamando de C o consumo e Y a renda disponível, teremos: C = 1200 + 0,7Y Observamos então que o consumo é função da renda disponível e tal função é chamada de função consumo. A diferença entre a renda disponível e o consumo é chamada de poupança e é indicada por S. Assim: S = Y – C, S = Y – (1.200 + 0,7Y) S = 0,3Y – 1.200 Portanto, a poupança também é função da renda disponível. O gasto fixo de R$ 1.200,00 é chamado de consumo autônomo (existe mesmo que a renda disponível seja nula, à custa de endividamento ou de uso do estoque de poupança). Notemos que a função poupança, se Y = 4.000, então S = 0, ou seja, $ 4.000,00 é a renda mínima para não haver endividamento (ou uso do estoque de poupança). De fato: Se Y = 4.000, então C = 1.200 + 0,7 (4.000) = 4.000. De modo geral, podemos escrever as funções consumo e poupança da seguinte forma: C= 𝐶0 + 𝑚 𝑌 e S= 𝑌 − 𝐶 = 𝐶0 + (1 − 𝑚)𝑌. A constante 𝐶0 é chamada de consumo autônomo; o coeficiente angular m da função consumo é chamado de propensão marginal a consumir, e o coeficiente angular da função poupança (1 – m) é chamado de propensão marginal a poupar. Observações 1) Verificar-se que a propensão marginal a consumir é sempre um número entre 0 e 1. 2) Admitimos, neste item, que a função consumo é do 1º grau da renda disponível. Contudo, dependendo das hipóteses feitas, ela pode ser de outra natureza. 3) No exemplo feito, vimos a função consumo e a função poupança para uma única família, mas a ideia pode ser estendida para um conjunto de famílias. Nesse caso, teremos as funções consumo e poupança agregadas. Morettin, P. A., Hazzan, S., & Bussab, W. d. (2012). Cálculo - Funções de uma e várias variaveis. São Paulo: Saraiva.