Visualização do documento Resumo de penemas.doc (54 KB) Baixar Resumo de penemas, carbapenemas e carbacefemas. 1ªAVD de DIP. Por João Paulo Barenco. INTRODUÇÃO: Os antibióticos do tipo penema são caracterizados por apresentar um anel pentaciclico não saturado, de conformação variável, ligado ao anel betalactamico. De acordo com a presença de um átomo de enxofre, oxigênio ou carbono, na posição 1 do anel pentaciclico, os penemas são divididos em sulfopenemas (penemas), oxapenemas e carbapenemas. Outra diferença com a penicilina é a substituição da cadeia lateral acilamino ligada ao carbono 6 do anel betalactamico, presente nas penicilinas, por uma cadeia de hidroxieltila. Com relação as cefalosporinas vale ressaltar que mudanças na sua estrutura pode gerar um novo grupo de drogas, o das carbacefemas. Sua estrutura normal é formada por um núcleo central (cefém), caracterizado por uma estrutura biciclica, constituída por azetidinona (anel betalactamico) e um hexaciclo não saturado (di-hidrotiazina), que contem um enxofre ligado a posição 1. Modificações no grupo cefem, como adição do radical metoxila no carbono 7 originam as cefamicinas, e alteração do enxofre no carbono 1 por oxigênio e carbono, geram oxacefemas e carbacefemas, respectivamente. PENEMAS: Se diferenciam das penicilinas por apresentarem um anel pentaciclico não saturado (as penicilinas tem um saturado). Anteriormente, esse grupo de drogas não era muito valorizado, por causa de sua atividade antibacteriana baixa, entretanto esse grupo de drogas passou a ter importancia quando foram feitas drogas com capacidade de resistir a beta-lactamase e apresentar um espectro de ação amplo e potente. A primeira droga foi o ritipenem. 1. Ritipenem: tem ação contra bactérias GRAM+, GRAM-, aeróbicas e anaeróbicas. Entretanto não possui ação contra Pseudomonas. É bastante estável, não sofrendo ação notória das beta-lactamases, incluindo as que hidrolisam as cefalosporinas de 3ª geração. CIM (concentração inibitória mínima): - Pseudômonas: 10 mcg/ml. - Enterococo: 2,5 mcg/ml. - GRAM+ : 1,0 mcg/ml. - Anaeróbicos: 0,5 mcg/ml. Esse medicamento não é absorvido por VO; seu uso deve ser por via parenteral (IV) de uma dose de 40 mg/kg atingindo concetração plasmática de 50 mcg/ml. Possui rápida reliminação (via renal; sofre ação de desidropeptidases). Existem pro-drogas, feitas com o objetivo de permitir a absorção VO desse fármaco, como o ritipenem acoxil (acetoximetil-ester). Essa droga possui biodisponibilidade de 30-50%, aumentando a sua disponibilidade se administrado junto com alimentos. Após o uso de um comprimido de 1g de titpenem acoxil, esse fármaco atinge a concentração de 6 mcg/ml no plasma, em 30 minutos e de 1 mcg/ml após 3 horas de adminstração. O ritipenem acoxil é indicado no uso de infecções respiratórias baixas, na dose de 500 mg/8hs; seus principais efeitos colaterais são diarréia, dor epigástrica, náusea, sensação de ardência na bexiga e uretra. 2. Faropenem, Sun 5555, Sun 208, cp 70429: elevada potencia antimicrobiana, agindo em GRAM+/-, agindo sobre os cocos e enterobacterias em concentrações plasmáticas menores que 1 mcg/ml. Cepas de pseudômonas, serratia marcescens e xanthomonas maltophilia são resistentes. Possuem ação contra bactéria anaeróbicas. Sun 208 é a prodroga do faropenem, tendo disponibilidade por VO 2 a 6 vezes maior que o faropenem. CARBAPENEMAS: São antibióticos naturais formados por diferentes espécies de sptreptomyces, na atualidade substancias dessa classe vêm sendo produzidas em laboratório. A presença de anel carbapenema permite a ação contra GRAM +/- e a presença de hidroxietila em transconfiguração permite uma virtual estabilidade contra beta-lactamase. A tienamicina é o representante da classe de carbapenemas que apresentou propriedades antimicrobianase inibidoras da beta-lactamase mais favoráveis para o uso clinico. 1. Tienamicina: derivado do Streptomyces cattleya, apresenta amplo espectro de ação contra GRAM+/-, inclusive Pseudômonas e Bacterioides fragilis. Possui resistência a beta-lactamase e ainda apresenta capacidade inibitória dessa enzima. Outra forma de tienamicina, a acetil-tienamicina, sensível a inativação metabólica e ausência de ação contra Pseudômonas. Esse fármaco é muito instável quimicamente, não sendo possível ter ação clinica (instabilidade se deve a as reações químicas entre as próprias moléculas do antibiótico, havendo ligação do anel beta-lactamico de outra molécula, formando um dímero inativo. O imipenem nada mais é do que esse fármaco estabilizado. 2. Imipenem: Características gerais: antibiótico sintético que apresenta todas as propriedades antimicrobianas da tienamicina, excercendo atividade bactericida (lise osmótica da bactéria, por causa da inibição da formação da parece celular). Esse fármaco atravessa de maneira mais rápida os envoltórios celulares bacterianos, pois passa pelos canais porinicos das bactérias. O imipenem possui efeito pós-antibiotico (mesmo em concentração menor que a CIM ele consegue ter algum efeito inibitório, inibindo a ploriferação bacterina de 2-4 hs. sua depuração é renal (ação de dipeptidase causa sua filtração glomerular e ação da hidropeptidase I no túbulo renal proximal causa inativação do carbapenema – a presença de metabolição dessa droga varia de pessoa para pessoa). A cilastatina pode diminuir a metabolização do imipenem (agindo por inibição competitiva com o imipenem na hidropeptidase I). a associação desses dois fármacos causa redução da nefrotoxicidade e eleva a sua concentração na urina. Espectro de ação: - Estafilococo, estreptococo, neisseria, listeria, hemofilo (CIM): 0,1 mcg/ml. - Acinetobacter calcoaceticus (CIM): 1 mcg/ml. - Enterococo (CIM): 0,8-2 mcg/ml – exceto o E. faecium e E. faecalis (resistentes). - Enterobacterias (klebsiela, salmonela, proteus, coliforme, citrobacter): 1 mcg/ml. - Pseudômonas (CIM): 1-6 mcg/ml. - Anaeróbicos (CIM): 0,25-1 mcg/ml; mais resistente é o C. difficile (2-12 mcg/ml). Resistência: - Naturalmente não possui efeito sobre: estafilococo MRSA, Xanthomas maltophilia, Flavobacterium, Mycobacterium, Enterococcus faecium; Campylobacter, Yersinia, Brucella, Nocardia (esses em vitro tem ação), clamídia e micoplasma . - Resistência adquirida no Pseudômonas (modificação do canal porinico D2). - Produção de beta-lactamases de origem cromossômica e carbapenemases: Pseudômonas cepacia, Aeromonas hidrophyla, Legionella, Bacteriodes fragilis; o proprio imipenem causa formação de betalactamases cromossômicas. Farmacocinética: - Absorção: não é absorvido por via oral devido a sua instabilidade no suco gástrico, também a cilastatina não é absorvida por via oral a associação do antibiótico com a cilastatina é administrada por via IV, sendo adminstrado sob forma IM em casos de infecção de moderada gravidade. Após a administração de 500 mg de imipenem e 500 mg de cilastatina por via IV em infusão de 20 minutos o pico sanguineo Maximo de imipenem situado entre 33 mcg/ml , tendo meia vida de cerca de 1 h, seu nível sérico cai rapidamente, situando-se em 6 mcg/ml após 2 hs de aplicação, mantendo-se em doses terapêuticas num periodo de 4 a 6 hs. é uma droga que se liga pouco as proteínas plasmáticas. - Difusão e metabolismo: a associação do imipenem com a cilastatina distribuise pelos liquidos e tecidos orgânicos, atingindo níveis terapêuticos em secreção gastroduodenal, liquido peritoneal, sedreção brônquica, pulmão, rim, humor aquoso, vesícula, músculos, pele. Atravessa a barreira hematoencefalica em pacientes com meningoencefalite. Atinge também o leite materno. Imipenem não penetra nos leucócitos, seu metabolitos gerados no rim não apresentam função antimicrobiana. - Eliminação: é eliminado via renal, assim como a cilastatina. Associação com a probenecida aumenta a sua concentração sérica e prolonga o tempo de sua circulação. Pacientes com clearance de creatinina de 20-50 ml/minuto tem o tempo entre as administrações aumentado para 6-12 hs, tendo como limite 1,5 g. com clearance abaixo de 20 ml/minuto o intervalo entre as doses é de 12hs e a administração de 1g no máximo. O farmaca deve ser retirado por meio de hemodiálise, sendo que após a diálise é indicado uma dose adicional. Interações: efeito sinérgico com aminoglicosideos e antagônico com uso de outros beta-lactamicos. Indicações clinicas: - Infecções respiratórias, urinárias, ginecológicas, osteoarticulares, intraabdominais, septicemias, meningoencefalites bacterianas (tem efeito sobre as bactérias no liquor porem causa convulsões). - Principal indicação: infecções hospitalares graves por microorganismos resistentes; infecções por acinetobacter. Doses: - Associação de imipenem/cilastatina por via IV: 500 mg/6 hs, diluído em 50 a 100 ml de solução glicosada ou salina, em infusão de 20 a 30 minutos. Casos de maior gravidade deve se utilizar no máximo 4 g. - Em crianças a dose máxima é de 50 mg/kg/dia, fracionada de 6/6 hs. - Cada 500 mg de imipenem aumenta em 1,5 mEq de sódio (35 mg). Efeitos colateriais: náusea e vomitos; hipotensão, tonteiras, febre, diarréia, manifestações alérgicas; convulsões, principalmente em idosos e pacientes predisponentes; aumento da resistência bacteriana (estimulação da produção de beta-lactamase). 3. Meropenem: - Carbapenema possuidor de radical hidroxietil no carbono 4, assim como o imipenem, sendo diferente estruturalmente por causa da presença de novas cadeias de carbono 2 e 3, as quais lhe conferem maior atividade contra GRAMe anaeróbicos; ademais a presença de metila no carbono 1 lhe confere excelente estabilidade perante as de-hidropeptidases renais, dispensando uso de inibidor dessas enzimas em conjunto. - Tem mesmo espectro de ação do imipenem, porem possui maior ação contra Pseudômonas. Sua CIM contra GRAM- habitualmente se encontra abaixo de 0,5 mcg/ml, entretanto Possi maior CIM do que o imipenem contra GRAM+. Sua ação contra hemofilo é 8-12x maior do a do imipenem. - Existe reação cruzada de resistência ao meropenem com o imipenem. - Esta droga tem ação sinérgica com a gentamicina e a vancomicina. Este fármaco também é indutor na produção de beta-lactamase de origem cromossômica. - Sua via de absorção é a IV, sendo que 1 g de meropenem administrada gera uma concentração plasmática de 23,6 mcg/dl na 1ª hora, e de 0,7 mcg/ml na 6ª hora. - Em pacientes com insuficiência renal sua dose deve ser de: leve: 500-1000 mg/12 hs; moderada: 250-500 mg/12 hs; grave: 250-500 mg/ 24 hs - Indicado na monoterapia de pacientes com septicemias e de infecções respiratórias, urinarias, ginecológicas, intra-abdominais, adquiridas em hospital, em imunocomprometidos. A dose utilizada é de 1g por via IV a cada 8 horas, por injeção lenta em 5 minutos, ou diluída gota a gota, por 30 minutos. Podem ser administrado cerca de 6 g/dia em casos graves. Em crianças o uso é de 10-20 mg/kg/8hs (em casos de meningite essa dose é aumentada para 40 mg/8hs). - Adminstração IV é bem tolerada, raramente causando diarréia, náuseas, vômitos, leucopenia, elevação de transaminases séricas, eosinofilia e reação alérgica; possui menor efeito epileptogenico que o imipenem. 4. Panipenem e biapenem: - Panipenem precisa ser administrado com betamipron, para reduzir a sua nefrotoxicidade; sofre ação das de-hidropeptidases; - Possui menor ação contra GRAM+, entretanto possui maior ação contra enterobacterias, Acinetobacter, Pseudômonas, B. fragilis (CIM = 0,03-1 mcg/ml contra esses microorganismos); não possui ação contra estafilococo MRSA, enterococo, Xanthonomas maltophilia. - Biapenem possui um radical metila na posição 1 do anel carbapenema, o que impede a ação de enzimas renais, impedindo o seu metabolismo renal. CARBAFECEMAS: Classe de antibiótico estruturalmente semelhante com a cefalosporina. Diferenciam-se dessa classe por apresentarem um átomo de carbono na posição 1 do anel cefem, substituindo o enxofre. Essa mudança aumenta a estabilidade da molécula, diferenciando o perfil farmacocinético e antimicrobiano dessa droga . 1. Loracarbef: - Apresenta espectro antimicrobiano semelhante ao das cefalosporinas de primeira geração, porem tem atividade contra o hemofilo. Outras bactérias são: estreptococo, estafilococo, Moraxella catarrhalis, E. coli, Providencia, Pseudômonas, serratia, Pseudômonas, B. fragilis, germes MRSA. - Possui resistência contra produtores de beta-lactamase de origem plasmidal. - CIM: estreptococo (1,0 mcg/ml); estafilococo (2mcg/ml; 4,0 mcg/ml em casos de MRSA); hemofilo (0,25 mcg/ml); enterobacterias (2-4 mcg/ml). - É um medicamento absorvido por VO, com biodisponibilidade de 80%; a administração com alimentos causa redução da velocidade da absorção. Após o uso de 400 mg em jejum o seu nível sérico alcança 19mcg/ml na 1ª hora e na 6ª hora possui concentração de 1 mcg/ml. Sua meia vida sérica é de 70 minutos. Tem baixa ligação protéica no sangue. - Insuficientes renais têm meia vida sérica aumentada: 2 horas (30-50 ml/minuto no CC – clearance de creatinica); 6 horas (10-30 ml/minuto no CC); 20-30 horas(CC abaixo de 10 ml/minuto). - Indicado nos casos de infecção pequena e moderada nos casos de microorganismos sensíveis a esse fármaco, situados em trato respiratório superior e inferior (dose de 200-400 mg/12 hs; em crianças doses de 15-30 mg/kg/12 hs); também é utilizado em infecções dermatológicas de estrepto/estafilococo MRSA; infecções urinarias não complicadas, causadas por enterobacterias (dose de 200 mg diário por 7 dias nas cistites e 400 mg/12 hs nas pielonefrites). - Tolerância a essa droga é boa, causando raramente náusea vomito, diarréia, dor abdominal, flatulência, tonteira, cefaléia, reações de hipersensibilidade. Arquivo da conta: hyppsea Outros arquivos desta pasta: MANUAL DE ANTIMICROBIANOS 2012 HCFMRP.pdf (1974 KB) Resumao Antibioticos.doc (121 KB) Resumo de penemas.doc (54 KB) Resumo de Inibidores de beta.docx (20 KB) RESUMO DE PENICILINAS.docx (19 KB) Outros arquivos desta conta: Anatomia Anestesio bioquímica cardiologia casos clinicos Relatar se os regulamentos foram violados Página inicial Contacta-nos Ajuda Opções Termos e condições Política de privacidade Reportar abuso Copyright © 2012 Minhateca.com.br