À Comissão de Processos Seletivos – COPESE do Instituto Federal

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À Comissão de Processos Seletivos – COPESE do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais.
Processo n0: 23223.000482/2015-73
RECURSO CONTRA DECISÃO RELATIVA DO
GABARITO AO CONCURSO Nº 01/2015, termos
do Processo nº 23223.000482/2015-73, com base na
Resolução nº16/2014 do CONSU, realizado para o
cargo efetivo de Professor de Ensino Básico, Técnico e
Tecnológico, na Classe e Nível Inicial do Quadro de
Pessoal, do Campus Barbacena, do IF Sudeste MG, na
Área de Conhecimento Agronomia e Área de Atuação
Fitotecnia e Fisiologia de Plantas Cultivadas.
Danielle Fabíola Pereira da Silva, portadora do documento de
identidade nº.: 8.336.040, inscrita no referido concurso sob o número 013, para
concorrer a uma vaga para o cargo efetivo de Professor de Ensino Básico, Técnico e
Tecnológico, na Classe e Nível Inicial do Quadro de Pessoal, Extensão e à Pesquisa
com Regime de trabalho de dedicação exclusiva. Concurso nº.: 01/2015 (Processo
23223.000482/2015-73), prestado para o Campus de Barbacena, inconformada, data
maxima venia, vem respeitosamente à presença dessa Comissão Examinadora, por esta
e melhor forma de direito, interpor RECURSO, junto a Comissão de Processos
Seletivos, pelas razões de fato e de direito a seguir:
O recurso é tempestivo, eis que o resultado foi publicado em 28/09/2015 e
computando-se o prazo de dois dias conclui-se que o prazo fatal seria dia 30/09/2015.
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I – DO GABARITO DIVULGADO:
Questão 01- A planta necessita, ao longo do seu ciclo, de certos nutrientes. A proporção
desses irá variar, por exemplo, de acordo com a espécie, seu estágio de desenvolvimento
e das condições ambientais. Caso o nutriente encontre-se em quantidade inadequada, a
planta poderá manifestar sintomas de deficiência característicos. Com relação aos
micronutrientes B, Zn e Cu, são sintomas característicos de deficiência,
RESPECTIVAMENTE:
a) clorose internerval, redução da taxa de elongamento do caule e fechamento
estomático.
b) redução da resistência mecânica do caule, formação de grãos de pólen não viáveis e
deformação das folhas.
c) redução do crescimento radicular, redução da taxa de elongamento do caule e
fechamento estomático. (Correta pelo gabarito).
d) clorose branda nas folhas, necrose marginal nas folhas e folhas esbranquiçadas com
áreas necróticas.
e) redução do crescimento radicular, encurtamento dos entrenós e necrose marginal das
folhas.
Análise da questão:
De acordo com Martinez e Clemente (2011) páginas 21 e 22, os sintomas
característicos de deficiência de Boro são deformação em pontos de crescimento,
abortamento floral, diminuição da resistência a patógenos, folhas quebradiças e
pequenas e má-formação de ramos, pecíolos e frutos. Para Marenco e Lopes (2009)
páginas 300 e 301, a deficiência de boro pode estimular a produção de compostos
fenólicos, o que pode prejudicar o funcionamento da membrana. A deficiência de Boro
tem causado esterilidade em espécies como milho e trigo.
Portanto, nenhuma das alternativas referentes ao sintoma característico de
deficiência do Boro é verdadeira, vez que a afirmativa C enfoca a redução do
crescimento radicular não sendo possível afirmar ser sintoma característico de
deficiência de Boro, pois para a maioria das plantas cultivadas em vaso (no caso de
flores) ou solo (maioria das plantas cultivadas) a avaliação da redução do crescimento
radicular é inviável a sua identificação, pois para que essa seja feita é preciso eliminar a
planta para visualizar o referido sintoma. Sendo sintoma característico de deficiência,
ou seja, a deficiência facilmente detectada em campo não é possível afirmar que a
redução do crescimento radicular seja um sintoma característico em termos gerais.
De acordo com Martinez e Clemente (2011) páginas 23 e 24, os sintomas
característicos da deficiência de Zn caracteriza-se pelo aparecimento de regiões
cloróticas que em seguida ficam necrosadas, folhas pequenas, redução do
crescimento, formação de rosetas e encurtamento dos entrenós. Para Marenco e
Lopes (2009) páginas 303 a 306, a deficiência de Zn está associada a uma elevada
atividade da RNAse, que leva à degradação do RNA. Consequentemente, a síntese de
proteínas é drasticamente reduzida. Além disso, a deficiência de Zn causa retardo e
redução no crescimento, folhas pequenas e mal conformadas e entrenós curtos. Em
várias espécies (p. ex. maçã, pêssego, mangueira), o sintoma característico de carência
de Zn leva a formação de folhas em roseta. Nas folhas de várias espécies (p. ex. milho,
sorgo, feijão, fruteiras) ocorre clorose internerval, iniciando-se no ápice e nas bordas,
devido à participação do zinco na formação da clorofila. Portanto, não é possível
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afirmar que o sintoma característico de deficiência do Zn é a redução da taxa de
elongamento do caule, sendo assim, nenhuma das alternativas referentes ao sintoma
característico de deficiência do Zinco é verdadeira.
De acordo com Martinez e Clemente (2011) páginas 22 e 23, os sintomas de
deficiência de Cu caracterizam-se pela formação de folhas murchas e enroladas,
abortamento floral e de frutos, redução da lignificação, folhas cloróticas e verdeazuladas. Para Marenco e Lopes (2009) páginas 306 e 307, um dos efeitos mais
conhecidos da deficiência de cobre é a lignificação defeituosa da parede celular,
causando distorção de folhas novas, curvamento e entortamento de hastes e galhos, bem
como aumento da suscetibilidade de cereais ao tombamento, principalmente em alta
disponibilidade de nitrogênio. Além disso, a deficiência de cobre diminui a viabilidade
do pólen e, em consequência, baixa a produtividade de grãos. Em leguninosas (p. ex.
Lupinus luteus), o cobre aumenta a produtividade de grãos como resultado do seu efeito
benéfico tanto na frutificação como na fixação de N2 e na absorção de Fe. A lignificação
defeituosa dos tecidos com deficiência de cobre deve-se ao papel essencial desse
elemento para a atividade das enzimas olifenol oxidase e diamina oxidase. Assim, em
deficiência de cobre, observa-se redução na síntese de lignina e aumento no teor de
compostos fenólicos.
Para Martinez e Clemente (2011) páginas 15 e 16, o K+ é essencial na ativação
de enzimas envolvidas na fotossíntese, de modo que em situação de deficiência a
respiração é maior que a fotossíntese líquida, causando drástica redução no crescimento
e produção das plantas. É também o principal responsável pelas mudanças de turgor
nas células-guarda, as quais regulam a abertura e fechamento estômatos. O
sintoma característico de deficiência, ou seja, a deficiência facilmente detectada em
campo é a necrose marginal das folhas associada à redução de crescimento e máformação de caules.
Assim, não é possível afirmar que o sintoma característico da deficiência de
cobre leva ao fechamento estomático.
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Questão 02 - Com relação ao papel das auxinas endógenas vegetais, assinale as
alternativas abaixo com V para as verdadeiras ou F para as falsas.
(F) Atuar na mobilização de reservas do endosperma durante a germinação.
(V) Induzir a produção de etileno.
(F) Atuar na iniciação floral e determinação do sexo.
(V) Induzir o crescimento de frutos partenocárpicos.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.
a) V F F F
b) V F V F
c) F V F V (Correta pelo gabarito).
d) F V V V
e) F V F F
Análise da questão:
De acordo com Chitarra e Chitarra (2005 e 2006) páginas 241-243 e 39
respectivamente, as auxinas tem ação reguladora em numerosos processos fisiológicos
tais como divisão e elongação celulares; iniciação e desenvolvimento floral; formação,
crescimento, amadurecimento e senescência de frutos; abscisão de folhas, flores e
frutos; partenocarpia em algumas espécies vegetais.
Para Chitarra e Chitarra (2005) na página 242, a aplicação exógena de auxinas
podem induzir a formação de frutas partenocárpicas como em figo, tomate, morango,
pêssego, cereja e ameixa.
Para Fachinello et al. (2009) na página 114, as auxinas, quanto sintetizadas
pelas plantas ou aplicadas exogenamente, podem provocar uma gama variada de
efeitos, como crescimento do caule, folhas, raiz, flor e fruta; iniciação da atividade
cambial; dominância apical; epinastia; partenocarpia; determinação do sexo; abscisão
foliar, entre outros.
A aplicação exógena de auxinas tem se mostrado de grande utilidade para a
melhoria na produção de inúmeras plantas frutíferas. De um modo geral, a aplicação de
auxinas promove efeito benéfico até uma determinada concentração, variável com uma
série da fatores, a partir daí, o efeito passa a ser prejudicial. Algumas hipóteses têm sido
sugeridas para explicar o efeito inibitório das auxinas, principalmente no que se refere
ao processo de formação de raízes, entre elas estão a de que, em altas concentrações,
as auxinas induzem a biossíntese de etileno, que pode inibir o crescimento, e que a
auxina tem efeito sobre a polarização da membrana plasmática, que, em baixas
concentrações, ocorre uma hiperpolarização da membrana associada ao transporte de H+
do citoplasma para a parede, já, em altas concentrações, a hiperpolarização diminui
(Fachinello et. al., 2009) páginas 114 a 116.
A referida questão afirma que auxinas endógenas induz a produção de etileno,
todavia de acordo com Fachinello et al.(2009), somente altas concentrações de auxinas
exógenas induzem a biossíntese de etileno, o que torna a segunda afirmativa falsa.
Ainda de acordo com Fachinello et al.(2009), as auxinas, quanto sintetizadas
pelas plantas ou aplicadas exogenamente, pode provocar partenocarpia e determinação
do sexo. E para Chitarra e Chitarra (2005 e 2006), as auxinas induz a partenocarpia em
algumas espécies vegetais.
Diante do exposto é possível observar que tanto a segundo afirmativa, quanto a
quarta não estão correta.
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Questão 14 - A utilização de plástico na cobertura em vinhedos nacionais tem
aumentado em área nos últimos anos. No ano de 2005, tinha-se 700 ha, 80 ha e 70 ha,
respectivamente, para o Nordeste do Brasil e os estados do Rio Grande do Sul e Santa
Catarina. Em 2011, somente na Serra Gaúcha já foram comercializados plásticos para
atingir uma cobertura de 900 ha, correspondendo a um crescimento de 10 vezes no
período de seis anos.
(CHAVARRIA, G.; SANTOS, H. P. dos. Fruticultura em ambiente protegido. Brasília:
Embrapa, 2012.)
Com relação ao uso da plasticultura na viticultura, considere as seguintes afirmativas:
I - Nas áreas protegidas, predominam cultivares Vitis robusta em vinhedos destinados à
elaboração de vinho.
II - O tipo de sustentação do plástico em cruz é mais recomendado para parreirais que
adotam o sistema de latada, enquanto a sustentação em V é adotada em sistema de
condução Y.
III - O uso da cobertura plástica favorece a diminuição do déficit de pressão de vapor
(DPV) entre a atmosfera e a superfície evaporativa na camada limítrofe da folha, sendo
causa de menor crescimento das plantas, aumento da transpiração, aumento da abertura
estomática e diminuição da fotossíntese.
IV - A cobertura plástica reduz a radiação solar sobre a planta, causando alongamento
dos entrenós e cachos, obrigando a realização da poda verde (desbrota, desfolha,
desponte e amarrio) com os ramos menos lignificados.
É CORRETO o que se afirma apenas em:
a) I e II.
b) II e III.
c) II e IV. (Correta pelo gabarito).
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
Análise da questão:
De acordo com Chavarria e Santos (2012), o alongamento dos entrenós está
relacionado a um crescimento estiolado, assim como ocorre com o aumento do
comprimento dos cachos. Esse comportamento é diretamente influenciado pela redução
da radiação solar, motivada pela cobertura plástica, principalmente na redução da luz
azul e da relação vermelho e vermelho distante, que sofrem reduções de 49,08% e
11, 98%, respectivamente. Considerando o sombreamento imposto pela cobertura
plástica, salienta-se a necessidade da prática de poda verde (desbrota, desfolha,
desponte e amarrio), quando os ramos ainda se encontram menos lignificados e,
portanto, com maior flexibilidade.
Na referida questão, conforme pode ser observado nas páginas 247 e 248
(Chavarria e Santos, 2012) foram omitidas informações que comprometem a avaliação
da questão em certo ou errado, como o uso de ambiente protegido em videira leva a
redução da radiação solar principalmente quando ocorre redução da luz azul e da
relação vermelho e vermelho distante, que sofrem reduções de 49,08% e 11, 98%,
respectivamente. Além disso, os autores salienta a necessidade da prática de poda
verde e não a obrigatoriedade como afirma a questão.
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Ainda de acordo com Chavaria e Santos (2012), depois do ultravioleta, as
radiações na faixa do azul e do verde são as mais interceptadas pelas coberturas. A
cobertura plástica também afeta a relação vermelho/vermelho extremo, em que, ocorre
diminuição de 11,98% nessa relação. O que enfatiza que a omissão de informação da
citação de Chavaria e Santos (2012) na referida questão inviabiliza fazer qualquer tipo
de afirmação, no caso certo ou errado.
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Questão 17 - Com relação à fixação biológica de nitrogênio, na cultura de soja, avalie
as afirmativas a seguir:
I - A fixação biológica do nitrogênio (FBN) é a principal fonte de N para a cultura da
soja. Cianobactérias, quando em contato com as raízes da soja, infectam as raízes, via
pelos radiculares, formando os nódulos.
II - O método tradicional de inoculação pode ser substituído pela aplicação do
inoculante por aspersão no sulco, por ocasião da semeadura, em solos com ou sem
população estabelecida. Esse procedimento pode ser adotado desde que a dose de
inoculante seja, no mínimo, seis vezes superior à dose indicada para as sementes.
III - Os ganhos com a inoculação, em áreas já cultivadas anteriormente com soja, são
menos expressivos do que os obtidos em solos de primeiro ano. Não se recomenda
reinocular a cada ano.
IV - Os resultados obtidos nas regiões onde a soja é cultivada mostram que a aplicação
de fertilizante nitrogenado na semeadura ou em cobertura, em qualquer estádio de
desenvolvimento da planta, em sistemas de semeadura direta ou convencional, além de
reduzir a nodulação e a eficiência da FBN, não traz incremento de produtividade para a
soja.
(EMBRAPA. Tecnologias de Produção de Soja Região Central do Brasil 2008. Sistema
de Produção 10. Embrapa Soja: Embrapa Cerrados: Embrapa Agropecuária Oeste,
2005. 217p.)
É CORRETO o que se afirma apenas em:
a) I e II.
b) II e III.
c) II e IV. (Correta pelo gabarito).
d) I, II e III.
e) I, III e IV.
Análise da questão:
Na cultura da soja, o nitrogênio é o nutriente demandado em maior quantidade,
em especial na fase reprodutiva. Do total exigido, grande parte é destinada para os
grãos, em torno de 84% (Hungria et al., 2001), sendo o restante alocado nas folhas,
caule e raízes (Hungria et al., 2007), para cada mil quilos de grãos produzidos, a soja
demanda 80 kg/ha de nitrogênio.
Apesar da alta demanda, a adubação nitrogenada da soja via fertilizantes
industrializados não é uma prática comumente adotada pelos agricultores brasileiros,
devido ao sucesso da fixação biológica em atendê-la quanto ao fornecimento de
nitrogênio (Amado, 2010).
Todavia diversos fatores podem ser limitantes ao adequado funcionamento das
bactérias do gênero Bradyrhizobium, responsáveis pelo processo de fixação do nutriente
(Amado et al., 2010), como estresse hídrico, encharcamento do solo, compactação,
baixa fertilidade e acidez (Sinclair et al., 2007), sendo o fornecimento de nitrogênio
via fertilizantes uma alternativa possível, em condições impróprias à fixação
biológica eficiente e para lavouras de alto rendimento.
Vargas et al. (1993) afirmam que qualquer fator estressante pode comprometer a
fixação biológica de nitrogênio na soja. E à medida que a soja se encaminha para o
final do ciclo, o sistema radicular perde eficiência, assim como a relação rizóbio –
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planta, pelo processo natural de senescência do sistema e, nesse caso, a aplicação
de nitrogênio suplementar em doses mais elevadas pode beneficiar a soja.
Para Novo et al. (1999) e Gan et al. (2003) a aplicação de nitrogênio
suplementar apresenta efeito benéfico para a soja, incrementando a produtividade da
cultura. Silva et al. (2011) testando a aplicação de nitrogênio em doses crescentes na
linha de semeadura verificou efeito positivo para o número de grãos por legume até uma
dose de 40 kg ha-1.
Gan et al. (2003) consideram a aplicação de N na soja um ponto positivo e
indispensável para o aumento de produtividade, sendo que sem o fornecimento de N
à cultura, a produtividade tende a ser menor, mesmo com reinoculação da soja.
A aplicação de nitrogênio suplementar tem efeito positivo sobre o componente
de rendimento da soja em massa de mil grãos. Os resultados deste estudo ainda indicam
incremento na produtividade da cultura em função do uso de nitrogênio (Bahry et al.,
2013).
De acordo resultados de pesquisas mencionadas, o uso de nitrogênio
suplementar no final do ciclo da soja aumenta a produção. Além disso, as estratégias de
marketing da soja podem incluir teores de óleo e de proteína, que são influenciados pelo
nitrogênio suplementar no final do ciclo.
De acordo com resultados de pesquisas citados anteriormente, através da
determinação das melhores fontes e doses do nutriente, épocas mais responsivas para
aplicação e em anos de expectativa de elevação do preço do grão e queda do preço dos
fertilizantes nitrogenados, a aplicação do nutriente é um fator realmente importante para
o aumento da renda do sojicultor.
Diante do exposto, não é possível afirmar que os resultados obtidos nas regiões
onde a soja é cultivada mostram que a aplicação de fertilizante nitrogenado na
semeadura ou em cobertura, em qualquer estádio de desenvolvimento da planta, em
sistemas de semeadura direta ou convencional, além de reduzir a nodulação e a
eficiência da FBN, não traz incremento de produtividade para a soja. Portanto, é
bastante temerária a afirmativa IV.
Ainda para a afirmativa IV, de acordo com Paula Júnior e Venzon (2007), em
áreas já cultivadas com soja é imprescindível fazer a inoculação, observando-se alguns
cuidados como, não aplicar mais de 20 kg/ha de N (adubação química) no plantio.
Pesquisas tem mostrado que a aplicação de fertilizante nitrogenado na semeadura ou em
cobertura, em qualquer estádio de desenvolvimento da planta ou sistema de cultivo
(convencional ou direto) reduz a nodulação e a FBN e não traz aumento da
produtividade para a soja. Contudo, se as fórmulas de adubo que contém N forem
mais baratas que as sem N, aquelas podem ser utilizadas, desde que, não forneçam
mais que 20 kg/ha de N. Observa-se que foram omitidas informações importantes dos
autores na afirmativa IV, o que a torna incorreta no contexto a qual foi colocada na
prova objetiva.
De acordo com o edital – “lei” que rege o certame - o presente concurso, nas
páginas 23 a 40 e que trata da referência bibliográfica indicada para o concurso,
percebe-se que no bojo das mesmas é possível encontrar mais de um pesquisador em
diferentes locais que possuem uma mesma área de atuação, e que, porém possuem
opiniões diferentes.
As afirmações citadas anteriormente torna a afirmativa IV incorreta.
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Diante do exposto, venho respeitosamente requerer a anulação das questões 01,
02, 14 e 17, tendo em vista que houve controversas com as bibliografias disponíveis,
inclusive com as bibliografias sugeridas pelo Edital que rege o Concurso 01/2015.
Não é conveniente ir por uma vertente sabendo que foi indicada mais de uma,
vale dizer, segundo a própria bibliografia recomendada foi dada ao candidato à opção de
escolha, e não vinculou-o a apenas uma bibliografia.
Assim sendo, está cristalino que o candidato poderia escolher a doutrina que lhe
conviesse para os estudos, ou seja, não estaria engessada em apenas uma, vez que o
próprio edital (lei que rege o certame) concedeu a ele essa escolha.
Desta forma, nobres Conselheiros, mais uma vez é possível afirmar que as
questões mencionadas estão em rota de colisão entre as bibliografias disponíveis e o
gabarito divulgado.
Em outra seara, para Hely Lopes Meirelles, “concurso público é um
procedimento administrativo, aberto a todo e qualquer interessado que preencha os
requisitos estabelecidos em lei, destinado à seleção de pessoal, mediante a aferição do
conhecimento, da aptidão e da experiência dos candidatos, POR CRITÉRIOS
OBJETIVOS, previamente estabelecidos no edital de abertura"
Como afirma o parágrafo anterior é preciso de critérios objetivos e como se trata
do gabarito referente à prova objetiva, todavia o gabarito divulgado para as questões 01,
02, 14 e 17 estampa o subjetivismo e a amplitude nas referidas questões.
Diante do exposto, considerando tudo quanto foi visto, com base nos fatos e
fundamentos de direito declinados, tendo em vista que houve controversas com as
bibliografias disponíveis, inclusive com as bibliografias sugeridas pelo Edital que rege o
Concurso 01/2015, são as presentes Razões de recurso aos nobres Conselheiros da
Comissão de Processos Seletivos - COPESE venho respeitosamente solicitar:
a) A anulação das questões 01, 02, 14 e 17 do referido concurso, com base na
argumentação descrita anteriormente.
b) Seja divulgado um novo gabarito.
Nesses termos,
peço e aguardo deferimento.
Viçosa-MG, 30 de setembro de 2015.
______________________________
Danielle Fabíola Pereira da Silva
CPF nº.:010.506.286-32
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