Agropecuária nos Países Desenvolvidos

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Professor(a)
O material desta seção pretende atender suas necessidades diárias e práticas da sala de aula.
Ao selecionar o material, considere o Projeto Pedagógico de sua escola.
Corte, recorte, monte, copie, cole... Enfim, adapte-o à sua realidade!
Agropecuária nos Países Desenvolvidos
Em seus estudos, o pastor e estudioso Thomas Robert Malthus publicou, em 1798, o livro “Ensaio
sobre o Princípio da População”, no qual defende a idéia de que, enquanto os alimentos crescem
em progressão aritmética (1,2,3,4,5...), a população cresce em progressão geométrica
(1,2,4,8,16...). Por isso, segundo esse autor, ocorreriam desequilíbrios entre população e
produção de alimentos, trazendo como conseqüência as guerras, a fome, a miséria.
Se fizéssemos uma breve comparação no que dizia Malthus no século XIX e na atual situação
populacional do mundo e os sistemas de produção na agropecuária, notaríamos que em parte
Malthus tinha razão quanto ao crescimento populacional. Contudo, para atender às necessidades
do aumento de consumo de alimentos, a agricultura evoluiu extensivamente, com a incorporação
de novas áreas antes consideradas impróprias para o cultivo, e evoluiu intensivamente, com a
utilização de técnicas de produção cada vez mais avançadas, de insumos agropecuários cada vez
mais eficientes e da aplicação dos conhecimentos científicos às diferentes práticas e etapas da
produção de alimentos.
Você já pensou nas mudanças que estão ocorrendo na produção de alimentos, com a aplicação
das novas técnicas de engenharia genética?
Hoje, os Estados Unidos, por exemplo, estão exportando soja e milho obtidos por transformação
de genes, que aumentam a produtividade e deixam as plantas mais resistentes às pragas.
Contudo, podemos observar que essas mudanças, tanto de ordem genética, quanto de ordem
tecnológica, poderão introduzir mudanças irreversíveis nas relações entre seres vivos e seu
ambiente, podendo trazer novas formas de contaminação por microorganismos desconhecidos.
Os países desenvolvidos apresentam características próprias que podem ser assim resumidas:
Estrutura industrial completa, economias que estão na vanguarda da pesquisa e da inovação
tecnológica, a população urbana é bem maior que a rural, situando-se normalmente acima dos
75% da população total de cada país, são países que em geral exportam produtos manufaturados
(industrializados) e tecnologia avançada, importando produtos primários (minérios e gêneros
agrícolas, sua agropecuária ou setor primário da economia em geral ocupa uma posição
extremamente pequena na renda nacional de cada país (menos de 5% do total), embora seja
moderna ao utilizar técnicas avançadas de produção, como a biotecnologia e a criação e o cultivo
intensivos, havendo ainda um excesso de produção agrícola, que leva muitos governos a pagar
ao agricultor para não produzir determinados gêneros (ou então estabelecer cotas máximas para
tais produtos e regiões).
Como exemplo, temos a Áustria que vem experimentando profundas mudanças na estrutura de
sua agropecuária. A tendência é o desaparecimento de grande número de pequenas
propriedades. Elas serão incorporadas por outras propriedades onde existe interesse da família e
filhos em continuar na atividade.
O número médio de animais nas fazendas é de aproximadamente 18 a 20 animais em produção,
sendo que há alguns anos essa média era de 11 animais. Os criadores têm investido, também, na
melhoria de instalações e no manejo dos animais. Outros criadores simplesmente desistem da
atividade e vendem a terra para vizinhos, segurando as moradias para servirem como casas de
campo para os filhos que trabalham nas cidades.
A tendência é que se formem dois grupos distintos de proprietários rurais, de acordo com o tipo de
manejo empregado, sendo que o primeiro composto de propriedades maiores, com sistemas de
produção altamente técnicos e alta produtividade. Neste grupo, serão incluídas, também, as
propriedades com grandes áreas de agricultura e pecuária exploradas em sistema extensivo e que
recebem subsídios da administração da União Européia. O outro grupo será de pequenos
proprietários que trabalham, pelo menos uma parte do dia, em indústrias ou em outros serviços e
que querem continuar, por tradição, no campo. Essas propriedades não terão uma grande
expressão na produção. E, neste mesmo grupo, se enquadrarão as pessoas que praticamente
vão abandonar o campo, mas que não vão querer vender suas terras por causa da premiação que
a União Européia concede para terras praticamente paradas. Este grupo formará áreas onde a
agricultura praticamente vai ser abandonada”.
Bem antes da entrada do país na União Européia, em 1995, a Áustria já estava executando um
novo sistema de produção agrária diferenciada. Esse sistema fixa as famílias no campo e
promove o uso racional da terra, tanto na produção como na ocupação de todo o país,
independente do tipo de solo, topografia e condições climáticas, garantindo, porém, ganhos
necessários aos agricultores e, ao mesmo tempo, mantendo o equilíbrio do meio ambiente.
A Áustria passou a fazer parte da União Européia e apresentou esta idéia aos outros países
membros, que adotaram o mesmo sistema, porém, em alguns países, fizeram algumas
adaptações.
Em 99, foi realizada uma outra conferência dos 15 membros da União Européia ampliando as
bases da idéia austríaca e fixando todas as suas diretrizes num projeto denominado Agenda 2000.
Este projeto europeu foi o responsável pelo fracasso da conferência da Organização Mundial do
Comércio, em Seatlle, nos EUA, no final do ano passado. Os EUA e os países em
desenvolvimento recusaram-se a discutir as razões dos europeus em manter os subsídios para a
agricultura.
Há, também, no país, um movimento em direção a produção ecológica. Muitos produtores estão
engajados neste projeto e exploram a atividade de forma ecologicamente correta, sem defensivos
químicos e outros meios artificiais de produção. Esta é uma das razões para as nossas médias de
produção de leite não serem tão altas como na Baviera (Alemanha) onde estes programas não
tiveram o mesmo sucesso.
Além de países europeus, outros países desenvolvidos e em desenvolvimento começam a
defender a idéia apregoada pelo Projeto Agenda 2000. Nos EUA, amadurecem conceitos de que
este é o modelo de agricultura do futuro. O crescimento econômico de certos países que hoje
estão migrando do terceiro mundo para o bloco dos países desenvolvidos, estão levando suas
populações e consumidores a exigir alimentos que são produzidos de uma maneira
ecologicamente correta sem pesticidas e outros aditivos. Este tipo de agricultura e seus produtos
serão cada vez mais aceitos, valorizados e procurados pelas pessoas.
Mas, evidentemente, a Áustria preocupa-se com a concorrência da produção de carne, produzida
em países como Brasil, Nova Zelândia e Austrália. No caso da Áustria, por exemplo, tem
estruturas menores na agricultura do que o resto da Europa, 60% da área destinada a
agropecuária é ocupada por pastagens naturais. E estas áreas estão em solos fracos e com
topografia que não permitem a exploração para outras atividades. Desta forma, a produção de
carne vai continuar nestas áreas porque não existe outra alternativa. E nas regiões mais baixas,
como está previsto no Projeto da Agenda 2000, irá ocorrer uma multifuncionalidade com
aproveitamento tanto para agricultura como pecuária. Onde é possível produzir milho em grande
escala, vão continuar sendo produzidos animais em confinamento.
Mas o grande problema são os países do antigo bloco comunista que têm áreas muito grandes
com custos baixos e mão-de-obra barata e que aumentam a produção a cada ano a preços muito
acessíveis. A Áustria vai ter que se posicionar para enfrentar tanto as importações dos países em
desenvolvimento como das importações dos países do Leste do continente, futuros sócios na
União Européia. Eles entrarão no mercado com produtos altamente competitivos, a Eslováquia, a
República Tcheca e Hungria, onde se produz em grandes áreas. A Polônia e Eslovênia, mesmo
tendo pequenas propriedades, têm mão-de-obra farta e barata e também produzem a um preço
competitivo. Todos estes países têm mão-de-obra e terras cotadas em parâmetros muito inferiores
aos demais países europeus. Quando eles entrarem para a União Européia, além dessas, terão
outras vantagens, como impostos reduzidos para comercializar os seus produtos e acesso a
tecnologia evoluída. Esses países preocupam porque poderão praticar preços muito baixos em
relação aos que são praticados atualmente na economia da União Européia. A entrada desses
países na União Européia, certamente vai significar um novo fôlego para os seus produtores
rurais.
Fonte: Google, Enciclopédia Encarta 2000, Geografia Geral e do Brasil, Vesentini, J.William, editora Ática, 1998 .
Espero que o tema em questão tenha servido para mostrar como se dá a produtividade
agropecuriarista nos países desenvolvidos, principalmente na Europa (em específico, na Áustria)
e como se apresenta a relação entre produção e crescimento populacional.
Então, faremos, agora, uma bateria de exercícios específicos sobre o tema abordado.
1) Antes, a agricultura produzia seus próprios adubos orgânicos. Hoje, esses adubos são
químicos e, em geral, vêm de fora. Antes, o preparo da terra dependia de animais de tração,
criados no próprio local. Hoje, os animais são substituídos por tratores. A agricultura evoluiu
para aquilo que atualmente se chama de “Complexos agro-industriais”.
A partir do texto, explique o que são os complexos agro-industriais.
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Observe o gráfico acima e responda às questões 2 , 3.
2) Até que ponto a teoria Malthusiana estaria correta ou não se comparada aos valores
apresentados graficamente?
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3) Analisando-se o período compreendido entre 1945 até 1952, podemos observar que ocorreu
um certo equilíbrio entre a produção de alimentos e o crescimento populacional, porém, sabese que este período culminou com o término da Segunda Guerra Mundial e os anos seguintes
foram considerados de pleno crescimento industrial principalmente na Europa. Levando-se em
consideração que durante a guerra e no pós guerra mundial ocorreu uma redução no
crescimento vegetativo do continente europeu, a que se atribui tal igualdade nos resultados
gráficos?
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4) Justifique a frase:
“ O agricultor, hoje, não compra terra; compra o clima.”
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5) Apresente duas conseqüências positivas e duas negativas, dos avanços da informática e da
biotecnologia aplicados à agricultura.
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Professor, você poderá realizar debates e seminários sobre o tema em questão, como, por
exemplo, cada grupo pesquisar países desenvolvidos em continentes distintos e montar um
quadro comparativo envolvendo as diversas formas de produção na agricultura e na pecuária,
relacionando-os com os aspectos climáticos, tipos de solo, relevo e apresentando se são
propícios ou não ao cultivo/criação e, também, qual o tipo de tecnologia empregada.
Poderá trabalhar com mapas do continente europeu, americano (destaque para EUA e Canadá)
e asiático (com destaque para o Japão e China), apresentando as áreas de produção agrícola e
criação de gado (citando os principais tipos).
Para enriquecer seu trabalho, poderá montar materiais em transparência (mapas, gráficos) sobre
crescimento populacional x produtividade agrícola, compará-los com a distribuição da população
do campo, visto que na maioria dos países desenvolvidos são mais interessados no setor
secundário (indústria).
Vamos ver também um Estudo Interativo interessante?
Teorias Demográficas
/salaaula/estudos/geografia/291_teorias_demog/?cod_aula=4224
Veja também algumas reportagens:
A agropecuária mais competitiva do mundo
http://www.cess.org.ar/macro/53-jun00/0600doc10.htm
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