Historia do Cristianismo - Evangélicas - jreis128

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HISTORIA DO
CRISTIANISMO
MÉDIO EM TEOLOGIA
VIDA NOVA COMUNIDADE PENTECOSTAL
PROJETO TEOLOGIA AO ALCANCE DE TODOS
WWW.VNCP.COM.BR
HISTORIA DO CRISTIANISMO
I. Introdução
A Bíblia Contém a História de Cristo
A Igreja existe para Contar a História de Cristo
A História da Igreja é a Continuação da História de Cristo Para mostrar a relação em que
estamos para com a história bíblica e crendo que o povo da Igreja deve familiarizar-se pelo
menos com os fatos elementares da história da mesma Igreja, apresentamos aqui breve esboço de
suas partes essenciais, seus principais eventos e personalidades. É impossível entender as
condições atuais da cristandade a não ser à luz da História. A ignorância da História da Igreja
está mais generalizada do que a ignorância da Bíblia. Um dos principais deveres dos ministros é
ensinar à sua gente os fatos da História da Igreja. A História Universal é Comumente Dividida
em Três Períodos: ANTIGA: Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma. MEDIEVAL: Da
Queda de Roma à Descoberta da América. MODERNA: Do Século 15 aos Tempos Atuais. A
História da Igreja é Comumente Dividida em Três Períodos: A) PERÍODO DO IMPÉRIO
ROMANO: Perseguições, Mártires, Pais da Igreja, Controvérsias, Cristianização do Império
Romano. B) PERÍODO MEDIEVAL: Crescimento e Poderio do Papado, a Inquisição,
Monasticismo, maometismo, e as Cruzadas. C).PERÍODO MODERNO: Reforma Protestante,
Grande Expansão da Igreja Protestante, Larga Circulação da Bíblia Aberta, os Governos Civis
libertam-se, progressivamente, da ingerência da Igreja e do Clero, Missões Mundiais, Reforma
Social e Fraternidade Crescente. Os Grandes Eventos da Era Cristã: 1 . A Cristianização do
Império Romano. 2. A Invasão dos Bárbaros, e a Amalgamação das Civilizações Romana e
Germânica. 3. A Luta com o Maometismo. 4. A Ascendência e Domínio do Papado. 5. A
Reforma Protestante. 6. O Moderno Movimento Missionário Mundial. Os Três Grandes Ramos
da Cristandade São: PROTESTANTE, dominante na Europa Setentrional e na América do Norte.
CATÓLICO ROMANO, dominante na Europa Meridional e na América do Sul. CATÓLICO
GREGO, dominante no Leste e Sudeste da Europa. São resultado de duas grandes brechas na
Igreja: Uma no Século 9, quando o Oriente se separou do Ocidente, em virtude de insistir o papa
em ser o Senhor de toda a Igreja. A outra, no Século 16, pela mesma razão, sob a liderança de
Martinho Lutero, o maior vulto da História Moderna. Diz Harnack, "A Igreja Grega é o
cristianismo primitivo mais o paganismo grego e Oriental. A Igreja Católica Romana é o
cristianismo primitivo mais o paganismo grego e romano." A Igreja Protestante é o esforço por
restaurar o cristianismo primitivo, libertando-o de todo paganismo. O Império Romano A Igreja
Teve Seu Berço no Império Romano Roma foi fundada em 754 a.C. Submeteu a Itália em 343272 a.C. Submeteu Cartago em 264-146 a.C. Submeteu a Grécia e a Ásia Menor em 215-146
a.C. Submeteu a Espanha, a Gália, os bretões e os teutões 133-31 a.C. 46 a.C. - 180 d.C. Apogeu
da glória de Roma. Estendia-se do Atlântico ao Eufrates, e do Mar do Norte ao Deserto Africano.
População aproximada, 120.000.000. Os Doze Césares Júlio César, 46-44 a.C. Dominador do
mundo romano. Augusto, 31 a.C. - 14 d.C. No seu reinado, CRISTO nasceu. Tibério, 14-37 d.C.
No seu reinado, Cristo foi crucificado. Calígula, 37-41 d.C. Cláudio, 41-54 d.C. Nero, 54-68 d.C.
Perseguiu os cristãos. Executou Paulo. Galba, 68-69 d.C. Oto, Vitélio, 69 d.C. Vespasiano, 69-
79. Destruiu Jerusalém. Tito, 79-81. Domiciano, 81-96. Perseguiu os cristãos. Exilou João. Os
Cinco Bons Imperadores Nerva, 96-98 d.C. Trajano, 98-117 d.C. Um dos melhores imperadores,
mas perseguiu os cristãos. Adriano, 117-138 d.C. Perseguiu os cristãos. Antonino, o Pio, 138161 d.C. O mais nobre dos imperadores; idade áurea da glória de Roma; mas perseguiu os
cristãos. Marco Aurélio, 161-180 d.C. Perseguiu os cristãos. 180-476 d.C. Declínio e Queda do
Império Romano 192-284 d.C. "Imperadores da Caserna", nomeados pelo exército. Período de
guerra civil e desastre interno generalizado. Sétimo Severo, 193-211 d.C. Perseguiu os cristãos.
Caracala, 211-217. Tolerou o cristianismo. Eliogábalo, 218-222. Idem. Alexandre Severo, 222235. Favorável ao cristianismo. Maximino, 235-238. Perseguiu os cristãos. . Filipe, 244-249.
Muito favorável ao cristianismo. Décio,249-251. Perseguiu, furiosamente, os cristãos. Valeriano,
253-260. Perseguiu os cristãos. Galiano, 260-268. Favoreceu os cristãos. Aureliano, 270-275.
Perseguiu os cristãos. Diocleciano, 284-305. Perseguiu, furiosamente, os cristãos. Constantino,
306-37. Tornou-se cristão. Juliano, 361-63, o Apóstata. Procurou restaurar o paganismo. Joviano,
363-64. Restabeleceu a fé cristã. Teodósio, 378-95. Fez do cristianismo a religião oficial.
Divisão do Império, 395, d.C. Ocidente Honório, 395-423 Valentiniano III, 423-55 Queda do
Império Ocidental, 476, sob o impacto dos bárbaros, quando começa a era do obscurantismo.
Oriente Arcádio, 395-408 Teodósio II, 408-50. Anastácio, 491-518 Justiniano,527-65 Das ruínas
do império ocidental surgiu o império papal, e Roma, desse modo, ainda governou o mundo por
1.000 anos. Cristianização do Império Romano e Paganização da Igreja Rápida propagação do
cristianismo. Tertuliano (160-220) escreveu: "Nós somos de ontem e, todavia, enchemos o vosso
império, vossas cidades, vilas, ilhas, tribos, campos, castelos, palácios, assembléias e o senado."
Ao fim das perseguições imperiais, 313, os cristãos eram cerca de metade da população do
Império Romano. Conversão de Constantino. No decurso de suas guerras contra os rivais, para se
firmar no trono, na véspera da batalha da Ponte Mílvia, fora de Roma, 27 de outubro de 312, viu
no céu, acima do sol poente, a figura de uma cruz, e sobre esta as palavras "Por este sinal
vencerás." Decidiu combater sob a bandeira de Cristo e ganhou a batalha. Isto mudou o curso da
História do Cristianismo. IN HOC SIGNO VINCES O edito de tolerância, 313. Por este edito,
Constantino concedeu "aos cristãos e a todos os outros plena liberdade de seguir a religião que a
cada um aprouvesse", o primeiro deste gênero na História. E foi adiante: favoreceu de todos os
modos os cristãos; deu-lhes os principais cargos; isentou ministros cristãos de impostos e do
serviço militar; incentivou e ajudou a construção de igrejas; fez do cristianismo a religião de sua
corte; expediu uma exortação geral, 325, a todos os súditos para que abraçassem o cristianismo;
e porque a aristocracia romana persistisse em seguir suas religiões pagãs, mudou a capital para
Bizâncio e denominou-a Constantinopla, "Nova Roma", capital do novo império cristão.
Constantino e a Bíblia. Encomendou a feitura de 50 Bíblias para as igrejas de Constantinopla, a
serem preparadas no mais fino velo, por hábeis artistas, sob a direção de Eusébio, e autorizou o
uso de duas carruagens públicas para que, sem detença, lhe levassem essas Bíblias. É possível
que os MSS Sinaítico e Vaticano estivessem nesse grupo. Constantino e o domingo. Fez do dia
de reunião dos cristãos, o domingo, dia de descanso, proibindo nele todo o trabalho ordinário e
permitindo aos soldados cristãos assistir ao culto nas igrejas. Reformas. Com a cristianização do
império, foram abolidos a escravidão, os combates de gladiadores, a morte de crianças
indesejáveis, a crucifixão como gênero de pena capital. Casas de culto. O primeiro templo cristão
foi construído no reinado de Alexandre Severo (222-35). Depois do edito de Constantino,
passaram a ser construídos em toda parte. O cristianismo torna-se a religião oficial do Império
Romano. Embora Constantino tomasse de fato essa deliberação, só se efetivou no reinado de
Teodósio (378-95), que tornou obrigatório a cada cidadão fazer parte da igreja. Foi isto a PIOR
CALAMIDADE que já sobreveio à mesma Igreja. O desígnio de Cristo era vencer por meios
puramente espirituais e morais. Até ao tempo de Constantino as conversões eram voluntárias, por
uma genuína mudança do coração e da vida. Agora, porém, as conversões forçadas enchiam as
igrejas de gente não regenerada. Entrou na Igreja o espírito militar da Roma Imperial, mudandolhe a natureza e tornando-a uma organização política e fazendo-a precipitar-se no milênio das
abominações papais. Queda do paganismo. Teodósio (378-95), ao fazer da Igreja uma instituição
do Estado, empreendeu a supressão à força de todas as outras religiões; proibiu o culto de ídolos.
Sob a vigência dos seus decretos, 375-400, os templos pagãos foram derrubados pelos cristãos
amotinados, havendo derrame de muito sangue. Entrava, assim, a Igreja em sua grande apostasia.
Conquistou o Império Romano, mas, na realidade, foi esse império que a conquistou, não por
eliminá-la, mas por lhe dar sua própria fisionomia. A Igreja Imperial do 4° e do 5.° Século
tornou-se uma instituição de todo diferente da igreja perseguida dos três primeiros séculos. Na
sua ambição de domínio, perdeu e esqueceu o espírito de Cristo. O culto, a princípio muito
singelo, passou a cerimônias complicadas, majestosas, imponentes, com todo o esplendor
externo, próprio dos templos pagãos. Os ministros tomaram-se sacerdotes. O termo "sacerdote"
não fora aplicado aos ministros cristãos antes do ano 200 d.C. Foi tomado de empréstimo ao
sistema judaico, afeiçoando-se ao exemplo do sacerdócio pagão. Leão I (440-61) proibiu o
casamento aos sacerdotes, tornando-se lei o celibato na Igreja Romana. Mas o celibato produziu
seus maus efeitos. Através dos séculos, a imoralidade notória dos sacerdotes tem sido um dos
mais berrantes escândalos dessa igreja. Conversão dos bárbaros. Os godos, vândalos e hunos,
que derrubaram o Império Romano, aceitaram o cristianismo; mas em grande escala essa
conversão foi só nominal; e isto outra vez encheu a Igreja de práticas pagãs. Conflitos com
filosofias pagãs. Como cada geração procura interpretar Cristo em termos de sua própria
mentalidade, assim foi que, mal o cristianismo apareceu, começaram a amalgamá-Io com
filosofias gregas e orientais, daí surgindo muitas seitas: gnosticismo (o mal está na matéria, Jesus
era apenas um fantasma, a salvação vem da íntima iluminação mística), maniqueísmo (dualismo
pérsico), montanismo (contínuo e sobrenatural ministério do Espírito Santo), monarquismo (o
Pai, o Filho e o Espírito Santo são uma só pessoa), arianismo (oposto à idéia trinitária de Deus),
apolinarianismo (negava a natureza humana de Cristo), nestorianismo (duas naturezas em
Cristo), eutiquianismo (as duas naturezas de Cristo unificadas), monofisitas (Cristo tinha uma
natureza só). Do 2.° ao 6.° Século, a Igreja foi dilacerada por controvérsias acerca destes e de
outros ismos semelhantes, quase perdendo de vista sua verdadeira missão. Perseguições Nero.
Em 64 d.C. ocorreu o grande incêndio de Roma. O povo suspeitava de Nero; este, para desviar
de si tal suspeita, acusou os cristãos e mandou que fossem punidos. Milhares foram mortos de
maneiras crudelíssimas, entre eles, Paulo e, possivelmente, Pedro. Tácito diz: "Por conseguinte,
Nero, para se livrar dos rumores, acusou de crime e castigou com torturas exageradas aquelas
pessoas, odiosas devido a práticas vergonhosas, a quem o vulgo chama cristãos. Cristo, autor
desse nome, foi castigado pelo procurador Pôncio Pilatos, no reinado de Tibério; e a fatal
superstição, reprimida por um pouco, irrompeu novamente, não só na Judéia, sede original desse
mal, porém por toda a cidade (Roma), para onde de toda parte tudo quanto é horrível ou
vergonhoso aflui e cai na moda." Domiciano. 96 d.C. Este organizou uma perseguição aos
cristãos sob a acusação de serem ateus, isto é, talvez por recusarem participar do culto do
imperador. Foi breve, porém violenta em extremo. Muitos milhares foram mortos em Roma e na
Itália, entre eles, Flávio Clemente, primo do imperador, e sua esposa Flávia Domitila, que foi
exilada. O Apóstolo João foi banido para Patmos. Trajano, 98-117 d.C. Um dos melhores
imperadores, mas achou que devia manter as leis do império; enquanto que o cristianismo era
considerado religião ilegal, visto os cristãos se recusarem a sacrificar aos deuses. romanos ou
tomar parte no culto do imperador, e a Igreja era havida como sociedade secreta, o que era
proibido. Não farejavam cristãos, porém, quando estes eram acusados, sofriam castigo. Entre os
que pereceram neste reinado estavam, Simão, irmão de Jesus, bispo de Jerusalém, crucificado em
107 d.C., e Inácio, segundo bispo de Antioquia, que foi levado preso à Roma e lançado às feras,
110 d.C. Plínio, enviado pelo imperador, à Ásia Menor, onde os cristãos se haviam tomado tão
numerosos que os templos pagãos quase ficaram desertos, e que fora mandado para castigar os
que recusassem a amaldiçoar a Cristo e a sacrificar à imagem do imperador escreveu ao
Imperador Trajano: "Eles afirmaram que o seu crime e o seu erro cifrava-se nisto: costumavam
reunir-se num dia estabelecido, antes de raiar o dia, e cantar, revezando-se, um hino a Cristo,
como a um deus, e a obrigar-se por um juramento não à prática de qualquer iniqüidade, mas a
nunca roubar, nem furtar, nem adulterar; a nunca faltar à palavra, a nunca recusar lealdade, ainda
que solicitados; e depois de fazerem isto, a praxe era separarem-se e depois reunirem-se,
novamente, para uma refeição comum." Adriano, 117-138, perseguiu os cristãos, mas com
moderação. Teléforo, pastor da igreja em Roma, e muitos outros sofreram martírio. Apesar disto,
nesse reinado, o cristianismo fez marcado progresso em número, riqueza, saber e influência
social. Antonino, o Pio, 138-161. Este imperador de certo modo favoreceu os cristãos, mas sentia
que devia manter a lei, havendo, por isso, muitos mártires, entre os quais Policarpo. Marco
Aurélio, 161-180. Como Adriano, considerava a manutenção da religião oficial uma necessidade
política; mas foi diferente, por estimular a perseguição aos cristãos. Foi cruel e bárbaro, o mais
severo depois de Nero. Muitos milhares foram decapitados ou lançados às feras, entre os quais
Justino, o Mártir. Sua ferocidade foi excessiva no sul da Gália. As torturas que as vítimas
sofriam, sem darem mostra de medo, quase que eram inacreditáveis. Supliciada da manhã até à
noite, Blandina, uma escrava, só fazia exclamar: "Sou cristã; entre nós não se pratica nenhum
mal." Sétimo Severo, 193-211. Esta perseguição foi muito pesada, porém não generalizada. O
Egito e o norte da África foram às regiões que mais sofreram. Em Alexandria "muitos mártires
eram diariamente queimados, crucificados ou degolados", entre os quais Leônidas, pai de
Orígenes. Em Cartago, Perpétua, senhora nobre, e sua fiel escrava Felicidade, foram
estraçalhadas pelas feras. Maximino, 235-238. Neste reinado, muitos líderes cristãos
proeminentes foram mortos. Orígenes escapou, escondendo-se. Décio, 249-251, decidiu-se,
resolutamente, a exterminar o cristianismo. Sua perseguição estendeu-se por todo o império, e foi
muito violenta; multidões pereceram sob as mais cruéis torturas, em Roma, norte da África,
Egito, Ásia Menor. Cipriano disse: "O mundo inteiro está devastado." Valeriano, 253-260. Mais
severo do que Décio, visava destruir completamente o cristianismo. Muitos líderes foram
executados, entre eles Cipriano, bispo de Cartago. Diocleciano, 284-305. Foi a última
perseguição imperial e a mais severa; estendeu-se por todo o império. Durante dez anos, os
cristãos foram caçados pelas cavernas e florestas; queimados, lançados às feras, mortos por todas
as crueldades imagináveis. Foi um esforço resoluto, determinado e sistemático por abolir o nome
de cristão. As Catacumbas de Roma Vastas galerias subterrâneas, comumente de 2,60 m a 3,30
m de largura, 1,30 m a 2,00 m de altura, estendendo-se por centenas de quilômetros no subsolo
da Cidade. Foram usadas pelos cristãos como lugares de refúgio, culto e sepultamento durante as
perseguições imperiais. Das sepulturas de cristãos variam os cálculos, indo de 2 milhões a 7
milhões. Mais de 4.000 epitáfios têm sido descobertos, pertencentes ao período de Tibério a
Constantino. Os Primeiros Infiéis Celso, 180 d.C., famosíssimo literato dos primeiros tempos,
que se opôs ao cristianismo. Hoje não há argumento que não se possa encontrar nos seus escritos.
Muitas idéias que hoje querem passar por "modernas", são antigas como Celso. Porfírio (233-
300 d.C.) também exerceu poderosa influência contra o cristianismo. PAIS DA IGREJA
Policarpo. 69-156 d.C. Discípulo do Apóstolo João e bispo de Esmirna. Na perseguição ordenada
pelo imperador, foi preso e levado à presença do governador. Ofereceram-lhe a liberdade, se
amaldiçoasse a Cristo, mas ele respondeu: "Oitenta e seis anos faz que sirvo a Cristo e Ele só me
tem feito bem; como podia eu, agora, amaldiçoá-Lo, sendo Ele meu Senhor e Salvador?" Foi
queimado vivo. Inácio. 67-110 d.C. Discípulo de João e bispo de Antioquia. O imperador
Trajano, visitando essa cidade, mandou prendê-lo; ele mesmo presidiu ao julgamento e
sentenciou que Inácio fosse lançado às feras em Roma. De viagem para esta cidade, escreveu
uma carta aos cristãos romanos, pedindo-Ihes que não tentassem conseguir o seu perdão; ansiava
ter a honra de morrer pelo seu Senhor, dizendo: "As feras atirem-se com avidez sobre mim. Se
elas não se dispuserem a isto, eu as provocarei. Vinde. multidões de feras; vinde, lacerai-me,
estraçalhai-me, quebrai-me os ossos, triturai-me os membros; vinde, cruéis torturas do demônio;
deixai-me apenas que eu me una a Cristo." Regozijou-se no martírio. Papias. Cerca de 70-155
d.C. Outro discípulo do Apóstolo João e bispo de Hierápolis, uns 160 km a leste de Èfeso. Pode
ter conhecido Filipe, que, segundo uma tradição, morreu em Hierápolis. Escreveu um livro:
"Interpretações dos discursos do Senhor", onde diz que se empenhou em inquirir dos presbíteros
as palavras exatas de Jesus. Sofreu martírio em Pérgamo mais ou menos ao tempo de Policarpo.
Este, Inácio e Papias formam o elo de ligação entre a era apostólica e a posterior. Justino, o
Mártir. 100-167 d.C. Nasceu em Neápolis, antiga Siquém, mais ou menos quando João morreu.
Estudou filosofia. Quando moço, assistiu a muita perseguição movida aos cristãos. Converteu-se.
Viajou vestido num manto de filósofo, procurando ganhar pessoas para Cristo. Escreveu uma
defesa do cristianismo, que endereçou ao imperador. Um dos homens mais competentes do seu
tempo. Morreu mártir em Roma. Mostrando o crescimento do cristianismo, disse que já no seu
tempo não havia "raça de homens que não fizesse orações em nome de Jesus". Eis aqui como
Justino, o Mártir, descreveu o culto primitivo dos cristãos: "No domingo há uma reunião de
todos que moram nas cidades e vilas, lê-se um trecho das memórias dos Apóstolos e dos escritos
dos profetas, tanto quanto o tempo permita. Terminada a leitura, o presidente, num discurso,
admoesta e exorta à obediência dessas nobres palavras. Depois disso, todos nos levantamos e
fazemos uma oração comum. Finda a oração, como descrevemos antes, pão e vinho e ação de
graças por eles de acordo com a sua capacidade, e a congregação responde, “Amém.” Depois os
elementos consagrados são distribuídos a cada um e todos participam deles, e são levados pelos
diáconos às casas dos ausentes. Os ricos e os de boa vontade contribuem conforme seu livre
arbítrio; esta coleta é entregue ao presidente que, com ela, atende a órfãos, viúvas, prisioneiros,
estrangeiros e todos quantos estão em necessidade." Irineu, 130-200. Criou-se em Esmirna.
Discípulo de Policarpo e Papias. Viajou muito. Veio a ser bispo de Lião, na Gália. Notável
principalmente por causa de seus livros contra os gnósticos. Morreu mártir. Vão aqui suas
reminiscências sobre Policarpo: "Lembro-me bem do lugar onde o santo Policarpo se sentava e
falava. Recordo seus discursos ao povo, e como referia as relações que tivera com o Apóstolo
João, e com outros que estiveram com o Senhor; como recitava os ditos de Cristo e os milagres
que operara; como recebera sua doutrina de testemunhas oculares que viram o Verbo da Vida,
em tudo de acordo com as Escrituras." Orígenes. 185-254. O homem mais ilustrado da igreja
antiga. Muito viajado, escreveu muitos volumes, empregando às vezes até vinte copistas. Dois
terços do Novo Testamento estão citados em seus escritos. Viveu em Alexandria, onde seu pai,
Leônidas, sofreu martírio, depois na Palestina, onde morreu em conseqüência de ser preso e
torturado, no governo de Décio. Tertuliano, 160-220, de Cartago; "Pai do Cristianismo Latino":
advogado romano, pagão; depois de convertido, tornou-se proeminente defensor do cristianismo.
Eusébio, 264-340, "Pai da História da Igreja"; bispo de Cesaréia, ao tempo da conversão de
Constantino; teve muita influência junto a este; escreveu uma "História Eclesiástica" - desde
Cristo, até ao Concílio de Nicéia. João Crisóstomo, 345-407, "o boca-de-ouro", orador
inigualável; o maior pregador dos seus dias; suas pregações eram expositivas; nasceu em
Antioquia, veio a ser Patriarca de Constantinopla; pregou a grandes multidões na Igreja de Santa
Sofia; como reformador, caiu no desagrado do rei, foi banido e faleceu no exílio. Jerônimo, 340420, "o mais ilustrado dos Pais Latinos"; educou-se em Roma; viveu muitos anos em Belém;
traduziu a Bíblia para o latim, chamada Vulgata, ainda hoje a Bíblia autorizada da Igreja Católica
Romana. Agostinho. 354-430. Bispo de Hipona, no norte da África. Foi o grande teólogo da
igreja primitiva. Mais do que outro, moldou as doutrinas da igreja da Idade Média. Quando
jovem, brilhou por sua erudição, mas era dissoluto. Tornou-se cristão por influência de Mônica,
sua mãe, de Ambrósio, de Milão, e das Epístolas de Paulo. Escritos dos Pais Apostó6cos A
Epístola de Barnabé (entre 70 e 120 d.C.). A Epístola de Clemente de Roma a Corinto (95 d.C.).
Sete Cartas de Inácio ( 110). A Epístola de Policarpo aos Filipenses (110). O Ensino dos Doze
(entre 70 e 165). O Pastor de Hermas (entre 100 e 140), o "Peregrino" da igreja primitiva.
Fragmentos de Papias. O "Diatessaron" de Taciano, harmonia dos Quatro Evangelhos (150).
Outros. A importância destes reside no fato de se aproximarem da época dos Apóstolos.
CONCÍLIOS ECUMÊNICOS Nicéia. 325 d.C. Condenou o arianismo. Constantinopla. 381.
Convocado para deliberar sobre o apolinarianismo. Êfeso, 431. Convocado para dar fim à
controvérsia nestoriana. Calcedônia. 451. Convocado para resolver a controvérsia eutiquiana.
Constantinopla. 553. Para acabar com a controvérsia dos monofisitas. ConstantinopIa. 680.
Doutrina das duas vontades em Cristo. Nicéia. 787. Sancionou o culto das imagens.
Constantinopla, 869. Cisma final entre o Oriente e o Ocidente. Foi este o último ecumênico. Os
posteriores foram apenas romanos. Roma. 1123. Decidiu que os bispos seriam nomeados pelos
papas. Roma: 1139. Esforço por remediar o cisma entre o Oriente e o Ocidente. Roma. 1179.
Para fazer vigorar a disciplina eclesiástica. Roma. 1215. Para cumprir as ordens de Inocêncio III.
Lião 1245. Para resolver a contenda entre o papa e o imperador. Lião. 1274. Novo esforço por
unir o Oriente e o Ocidente. Viena. 1311. Suprimiu os templários. Constança. 1414-18. Para
remediar o cisma papal. Queimou Huss. Basiléia. 1431-49. Para reformar a Igreja. Roma. 151218. Outro esforço pró-reforma. Trento. 1545-63. Para neutralizar a Reforma Protestante.
Vaticano. 1869-70. Declarou a infalibilidade do papa. Vaticano. Out. 11 1962 - Dez. 8 1965.
Para reformar a Igreja. O maior de todos. O Monasticismo O movimento começou no Egito com
Antônio (250-350 d.C.) que vendeu suas propriedades, retirou-se para o deserto e Viveu
solitário. Multidões seguiram seu exemplo. Chamavam-se "anacoretas". A idéia era ganhar a
vida eterna escapando do mundo e mortificando a carne em práticas ascéticas. O movimento
espalhou-se até Palestina, Síria, Ásia menor e Europa. No Oriente cada um vivia em sua própria
caverna, ou cabana, ou em cima de um pilar. Na Europa viviam em comunidades chamadas
mosteiros, dividindo o tempo entre o trabalho e os exercícios religiosos. Tomaram-se muito
numerosos, surgindo muitas ordens de frades e freiras. Aos mosteiros da Europa coube a
realização do melhor trabalho que a igreja da Idade Média fez, no tocante à filantropia cristã,
literatura, educação e agricultura. Quando, porém, essas ordens se tomavam ricas, caíam em
grosseira imoralidade. A Reforma, nos países protestantes, deu cabo dessas ordens, e nos países
católicos vão desaparecendo. As Cruzadas Esforço da cristandade por recuperar a Terra Santa,
tirando-a de sob o domínio dos maometanos. Houve sete cruzadas: Primeira, 1095-1099.
Capturou Jerusalém. Segunda, 1147-1149; adiou a queda de Jerusalém. Terceira, 1189-1191; o
exército não conseguiu alcançar Jerusalém. Quarta, 1201-1204; capturou e saqueou
Constantinopla. Quinta, 1228-1229; tomou Jerusalém, mas logo a perdeu. Sexta, 1248-1254; foi
um fracasso. Sétima, 1270-1272; reduziu-se a nada. As cruzadas, posto que fracassassem no
objetivo que se propuseram, influíram para salvar dos turcos a Europa, e também para
estabelecer intercâmbio comercial e cultural entre a Europa e o Oriente, abrindo assim o caminho
para o renascimento da cultura (Renascença). O MAOMETlSMO Maomé. Nasceu em Meca, 570
d.C., neto de governador, ofício que teria de exercer, se não fosse usurpado por outro. Quando
moço, visitou a Síria, entrou em contacto com cristãos e judeus, encheu-se de horror pela
idolatria. Em 610 declarou-se profeta; foi repelido em Meca; em 622 fugiu para Medina; aí foi
recebido; tornou-se guerreiro e começou a propagar a sua fé pela espada; em 630 tornou a entrar
em Meca à frente de um exército, destruiu 360 ídolos e ficou entusiasmado com. a destruição
dessa idolatria. Morreu em 632. Seus sucessores chamaram-se Califas. Rápido crescimento. Em
634 a Síria foi venci da; em 637, Jerusalém; em 638, o Egito; em 640, a Pérsia; em 689, o norte
da África; em 711, a Espanha. Assim, dentro de pouco tempo toda a Ásia Ocidental e o norte da
África, berço do cristianismo, tornaram-se maometanos. Maomé surgiu num tempo em que a
Igreja se paganizara com o culto de imagens, relíquias, mártires, santos e anjos; os deuses da
Grécia haviam sido substituídos pelas imagens de Maria e dos santos. Em certo sentido, o
Maometismo foi uma revolta contra a idolatria do "Mundo Cristão"; castigo de uma Igreja
corrupta e degenerada. Em si mesmo, porém, foi um flagelo pior para as nações por ele vencidas.
É uma religião de ódio; foi propagada pela espada; incentivou a escravatura, a poligamia e a
degradação da mulher. Batalha de Tours, na França, 732 d.C., uma das batalhas que decidiram a
sorte do mundo. Carlos Martelo derrotou o exército islamita e salvou a Europa do maometismo
que varria o mundo qual enxurrada. Não fosse essa vitória, o cristianismo teria ficado
completamente submerso. Os árabes dominaram o mundo maometano de 622 a 1058. A capital
mudou-se para Damasco (661); para Bagdá em 750, onde permaneceu até 1258. A Idade Áurea
do maometismo verificou-se sob Harun-al-Raschid, 786-809, contemporâneo de Carlos Magno
no Ocidente. Os turcos dominam o mundo maometano de 1058 até hoje. Foram muito mais
intolerantes e cruéis do que os árabes. O tratamento bárbaro que infligiram aos cristãos na
Palestina deu lugar às Cruzadas. Os mongóis, do centro da Ásia, sustaram o domínio turco, sob
Gengis Kan (1206-1227), que, à testa de vastos exércitos, atravessou a ferro e a fogo grande
parte da Ásia; 50.000 cidades e vilas foram incendiadas; 5.000.000 de pessoas foram
massacradas; na Ásia Menor 630.000 cristãos foram chacinados; a Ásia nunca se recuperou; foi
"o mais terrível flagelo que já afligiu a raça humana". Sob Tamerlão, 1336-1402, um furacão
semelhante por toda parte foi deixando campos talados, vilas incendiadas e sangue. À porta de
cada cidade seu costume era fazer pilhas de milhares de cabeças; em Bagdá, 90.000. A queda de
Constantinopla, 1453, para os turcos, foi o fim do império romano oriental, e fez estremecer a
Europa com uma segunda ameaça de domínio maometano, que, mais tarde, foi sofreado por João
Sobieski, na Batalha de Viena, 1683. Desenvolvimento Gradual do Papado Apareceu primeiro
como poder mundial no 6º Século. Atingiu o ápice do poderio no 13º Século. Declínio do poder,
do 13º Século até hoje. A Missão Original da Igreja A Igreja foi fundada, não como instituição
autoritária para compelir o mundo a viver a doutrina de Cristo, mas apenas como instituição que
dá testemunho de Cristo, para apresentá-Lo ao povo. Cristo, não a Igreja, é o poder
transformador da vida humana. Todavia, a Igreja foi fundada nos dias do império romano,
tomando gradualmente uma forma de governo semelhante ao do mundo político em que existia,
e vindo a tornar-se vasta organização autocrática governada de cima. A Forma Original do
Governo da Igreja No fim da era apostólica as igrejas eram independentes entre si, cada qual por
uma junta de pastores. Dava-se precedência a um deles, que veio a chamar-se bispo; os outros,
mais tarde, foram chamados presbíteros. Gradualmente, a jurisdição do bispo veio a abranger as
cidades vizinhas. O Primeiro Papa A palavra "papa" quer dizer "pai". A princípio aplicava-se a
todos os bispos ocidentais. Por volta de 500 d.C., começou a restringir-se ao bispo de Roma, e
logo veio a significar, no uso comum, "pai universal", isto é, bispo de toda a Igreja. A lista
católica romana dos papas apresenta os bispos de Roma a partir do 1º Século. Mas, durante 500
anos, os bispos de Roma NÃO foram papas, isto é, "bispos universais". A idéia de que o bispo
romano devia ter autoridade sobre toda a Igreja desenvolveu-se lentamente, contestada
acremente a cada passo, e nunca, em tempo algum, foi aceita universalmente. Pedro A tradição
católica de ter sido Pedro o primeiro papa é pura e simples ficção. Não há qualquer evidência
histórica de ter sido ele bispo de Roma. Nem ele alguma vez reivindicou para si tal autoridade,
como seus "sucessores" têm feito. Parece que Pedro teve uma intuição, dada por Deus, de que
seus "sucessores" se preocupariam principalmente em "dominar o rebanho de Deus, antes que em
se tornarem modelos para de" (1 Pe 5:3) . Os Primeiros Bispos Romanos Lino, 67-79 d.C.?
Cleto, 79-91? Clemente, 91-100, escreveu uma carta à Igreja de Corinto, em nome da Igreja de
Roma, não em seu próprio nome, e não dá nenhuma idéia da autoridade papal que mais tarde
certos papas assumiram, Evaristo, 100-09. Alexandre I, 109-19. Sixto I, 119-28. Telésforo, 12830. Higino, 139-42. Pio I, 142-54. O Começo da Política Dominadora de Roma Aniceto, bispo
de Roma, 154-68 d.C., procurou levar Policarpo, bispo de Esmirna, a mudar a data da celebração
da Páscoa; mas Policarpo recusou-se a atendê-lo. Sotero, 168-76. Eleutério, 177-90. Vitor I, 190202, ameaçou de excomunhão às igrejas orientais por celebrarem a Páscoa em 14 de Nisã.
Polícrates, bispo de Éfeso, respondeu que não temia as ameaças de Vitor, e afirmou a
independência de sua autoridade. Irineu, de Lião, embora bispo ocidental e simpatizasse com o
ponto de vista do ocidente sobre a celebração da Páscoa (isto é, que fosse em dia fixo de semana,
e não em dia fixo de mês), repreendeu Vitor por pretender impor-se às igrejas orientais. Zeferino,
202-18. A Influência Crescente de Roma Calixto I, 218-23, foi o primeiro a basear sua pretensão
em Mt 16:18. Tertuliano, de Cartago, chamou-o usurpador, por falar como se fora Bispo dos
bispos. Urbano I, 223-30. Ponciano, 230-5. Antero, 235-6. Fabiano, 236-50. Cornélio, 251-2.
Lúcio I, 252-3. Estêvão I, 253-7, fez objeções a certas práticas batismais da Igreja do Norte da
África. Cipriano, bispo de Cartago, sustentou que cada bispo era supremo em sua própria
diocese, e recusou submeter-se a Estêvão. Não obstante, tomava corpo a idéia de que Roma,
cidade principal, devia ser cabeça da Igreja, assim como era cabeça do império. Sixto II, 257-8.
Dionísio, 259-69. Félix I, 269-74. Eutiquiano, 275-83. Caio, 283-96. Marcelino, 296-304.
Marcelo, 308-9. Eusébio, 309-10. Milcíades, 311-14. A União entre a Igreja e o Estado Silvestre
I, 314-35, era bispo de Roma quando, sob Constantino, o cristianismo se tomou virtualmente a
religião oficial do império romano. A Igreja veio a ser, imediatamente, uma instituição de vasta
importância na política do mundo. Constantino considerava-se cabeça da Igreja. Convocou o
Concílio de Nicéia, 325, e presidiu a ele, o primeiro concílio mundial da Igreja. Este concílio
concordou em que os bispos de Alexandria e de Antioquia tivessem plena jurisdição sobre suas
províncias, assim como o de Roma tinha sobre a sua, SEM QUALQUER IDÉIA de estarem elas
sujeitas a Roma. Marco, 336-7. Júlio I, 337-52. O Concílio de Sárdica, 343, constituído somente
de clérigos ocidentais, não sendo, portanto, concílio ecumênico, foi o primeiro a reconhecer a
autoridade do bispo romano. Os Cinco Patriarcas Pelos fins do 4º Século, as igrejas e os bispos
da cristandade vieram a ficar, em grande parte, sob o domínio de CINCO grandes centros: Roma,
Constantinopla, Antioquia, Jerusalém e Alexandria, cujos bispos vieram a ser chamados
PATRIARCAS, de igual autoridade todos eles, cada qual governando, sozinho, sua província.
Depois da divisão do império, 395, em Oriental e Ocidental, os patriarcas de Antioquia,
Jerusalém e Alexandria gradativamente reconheceram a liderança de Constantinopla; e daí por
diante surgiu a porfia pela liderança da cristandade entre Roma e essa cidade. A Divisão do
Império Romano Libério, 352-66 d.C. Dâmaso, 366-84. Sirício, 385-98, reivindicou jurisdição
universal sobre a Igreja, mas, para infelicidade sua, viu o império dividir-se em dois, 395,
Oriental e Ocidental, o que tomou mais difícil, ao bispo romano, conseguir o reconhecimento de
sua autoridade pelo Oriente. A "Cidade de Deus", de Agostinho Anastácio, 398-402. Inocêncio I,
402-17, que se arrogou o título de "governante da Igreja de Deus", e avocou a si o direito de
resolver as controvérsias mais importantes de toda a Igreja. Zósimo, 417-18. Bonifácio, 418-22.
Celestino I, 422-32. Sixto III, 432-40. Por essa época, o Império Ocidental se dissolvia,
rapidamente, ao impacto da migração dos bárbaros; na aflição e ansiedade daqueles dias,
Agostinho escreveu sua obra monumental, a "Cidade de Deus", na qual apresentou a visão de um
império cristão universal. Este livro influiu muito na formação de uma opinião favorável a uma
hierarquia eclesiástica universal sob um chefe, advogando assim a reivindicação de Roma.
Reconhecimento Imperial da Pretensão do Papa Leão I, 440-61, chamado primeiro papa por
alguns historiadores. O infortúnio do império foi propício ao papa. As controvérsias retalhavam
o Oriente; o Ocidente, com imperadores fracos, cedia terreno aos invasores bárbaros. O papa era
o único homem forte naqueles dias. Leão, 452, persuadiu o huno Atila a poupar a cidade de
Roma. Mais adiante, 455, induziu o vândalo Genserico a compadecer-se da cidade. Isto
contribuiu muito para o renome do papa. Leão afirmou que, por disposição divina, era o primaz
de todos os bispos, e obteve do imperador Valentiniano III, 445, o reconhecimento imperial
dessa pretensão. Proclamou-se senhor de toda a Igreja; advogou para si só o papado universal;
disse que resistir à sua autoridade era ir direto para o inferno; defendeu a pena de morte para os
hereges O Concílio de Calcedônia, 451, quarto concílio ecumênico, em que tiveram assento os
bispos de todo o mundo, a despeito do ato do imperador, concedeu ao patriarca de
Constantinopla AS MESMAS PRERROGATIVAS do patriarca de Roma. A Queda de Roma
Hilário, 461-8. Simplício, 468-83, era o papa quando o Império Ocidental se extinguiu, 476. Este
fato deixou os papas livres da autoridade civil. Os vários e novos reinozinhos dos bárbaros em
que o Ocidente ficou dividido, deram aos papas oportunidade de fazer alianças vantajosas, e,
gradualmente, o pontífice veio a ser a figura dominante no Ocidente. Felix III, 483-92. Gelásio I,
492-6. Anastácio II, 496-8. Símaco, 498-514. Hormisdas, 514-23. João I, 523-5. Felix IV, 52630. Bonifácio II, 530-2. João II, 532-5. Agapeto I, 535-6. Silvério, 536-40. Virgílio, 540-54.
Pelágio I, 555-60. João III 560-73. Bento I, 574-8. PelágioII, 578-90. O Primeiro Papa
Verdadeiro GR'EGÕRIO I, 590-604 d.C., é, geralmente, considerado como o primeiro papa.
Surgiu num tempo de anarquia política c de grandes perturbações públicas por toda a Europa. A
Itália, depois da queda de Roma, 476, tornara-se um reino gótico; depois uma província
bizantina, sob o domínio do imperador oriental; agora estava sendo pilhada pelos lombardos. A
influência de Gregório sobre os vários reis teve um efeito estabilizador. Decidiu por si mesmo
exercer completo domínio sobre as igrejas da Itália, Espanha, Gália e Inglaterra (cuja conversão
ao cristianismo foi o grande acontecimento de sua época). Trabalhou, incansavelmente, pela
purificação da Igreja; depôs bispos negligentes ou indignos, e opôs-se, zelosamente, à prática da
simonia (venda de cargos). Exerceu muita influência no Oriente, se bem que não reivindicasse
jurisdição sobre a Igreja Oriental. O patriarca de Constantinopla chamava-se a si mesmo "bispo
universal". Isto irritou muito a Gregório, que repeliu o título como "vicioso e arrogante",
recusando-se a permitir que lho aplicassem; c, todavia, na prática, exerceu 'toda a autoridade
representada por esse título. Pessoalmente, era bom homem, um dos papas mais puros e
melhores; incansável n.os seus esforços por justiça em favor dos oprimidos, e de caridade
ilimitada para com os pobres. Se todos os papas fossem como ele, que idéia diferente o mundo
não faria do papado! Sabiniano, 604-6. Bonifácio III, 607. Bonifácio IV, 608-14. Deusdedit, 6158. Bonifacio V, 619-25. Honório I, 625-38. Severino, 640. João IV, 640-2. Teodoro I, 642-9.
Martinho I, 649-53. Eugênio I, 654-7. Vitaliano, 657-72. Adeodato, 672-6. Dono I, 676-8.
Agatão, 678-82. Leão II, 682-3, declarou "herético" Honório I. Estranhável: um papa "infalível"
chama "herético" a outro papa "infalível". Mas acontece que os papas só se tornaram "infalíveis"
no Concílio do Vaticano I 1870, que os declarou tais. Bento II, 684-5. João V, 685-6. Como,
686-7. Teodorus, 687. Sérgio I, 687-701. João VI, 701-5. João VII, 705-7. Sísínio, 708.
Constantino, 708-15. Gregório II, 715-31. Gregório III, 731-41. O Papa Se Torna Rei Terrestre
Zacarias, 741-52, serviu de instrumento para se fazer de Pepino (pai de Carlos Magno) rei dos
francos (povo germânico que ocupava o oeste da AIemanha e o norte da França). Estêvão II,
752-7. Por solicitação sua, Pepino, por sua vez, conduziu seu exército à Itália, venceu os
lombardos, cujas terras (grande parte da Itália) deu ao papa. .Foi esta a origem dos "ESTADOS
PONTIFÍCIOS", ou "DOMINIO TEMPORAL" dos papas. O domínio civil de Roma e do centro
da Itália pelos papas, assim estabelecido por Zacarias e Estêvão e reconhecido por Pepino, 754,
foi mais tarde confirmado por Carlos Magno, 774. O centro da Itália, que uma vez fora cabeça do
Império Romano, depois reino gótico e. mais adiante província bizantina. agora tornava-se
REINO PONTIFÍCIO, governado pelo "cabeça" da Igreja. Durou 1.100 anos, até 1870. Paulo I,
757-67. Estêvão III, 768-72. Adriano 1,772-95. O poder papal grandemente fomentado por
Carlos Magno Leão III, 795-816 d.C., em paga, por haver Carlos Magno reconhecido, 774, o
poder temporal dos papas sobre os Estados Pontifícios, conferiu-lhe, 800, o título de "imperador
romano", unindo, assim, os domínios romanos e francos no "SANTO IMPÉRIO ROMANO" e
transferindo a capital, de Constantinopla para Aix-la-ChapeIle, na Alemanha Ocidental. Carlos
Magno, 742-814, rei dos francos, neto de Carlos Martelo (que salvara dos maometanos a Europa)
foi um dos maiores governantes de todos os tempos. Reinou 46 anos, fez muitas guerras e
conquistas de enorme envergadura. Seu reino abrangia o que hoje é a Alemanha, a França, a
Suíça, a Áustria, a Hungria, a Bélgica, e partes da Espanha e da Itália. Ajudou ao papa, e o papa
o ajudou. FOI ELE UMA DAS MAIORES INFLUÊNCIAS em levar o PAPADO à posição de
PODER MUNDIAL. Pouco depois de sua morte, pelo Tratado de Verdum, 843, seu império foi
dividido no que veio a ser os fundamentos da moderna Alemanha, França e Itália; e, daí por
diante, durante séculos, houve luta incessante pela supremacia, entre os papas e os reis da
Alemanha e da França. "O Santo Império Romano" Estabelecido assim por Carlos Magno e Leão
III, declarando-o, Roma, independente de Constantinopla e restabelecendo o Império Ocidental
com soberanos germânicos no trono, que usavam o título de "César;", conferido pelos papas,
acreditou-se que isso era a continuação do antigo Império Romano. Este Império deveria estar
sob a direção conjunta dos papas e dos imperadores germânicos, estes gerindo os negócios
temporais, e aqueles os espirituais o Mas, considerando que a Igreja era uma instituição do
Estado, nem sempre foi fácil delimitar a respectiva jurisdição, daí resultando muitas lutas
amargas entre os imperadores e os papas. O Santo Império Romano, "mais um nome do que um
fato consumado”,durou mil anos, e foi liquidado por Napoleão, 1806. Serviu ao fim a que se
propusera, combinando as civilizações romana e germânica "Nesse Império entrou tudo quanto
fora do mundo antigo; dele emergiu o mundo moderno" - Bryce. Estêvão IV, 816-7. Pascoal I,
817-24. E...
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