Medidas de ajuste do orçamento podem "calibrar" crédito, admite Paulo Bernardo Brasília - As medidas que estão sendo adotadas para ajustar as contas do governo, incluindo a elevação da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), podem ajudar a "calibrar" o crédito e gerar resultados benéficos no equilíbrio da inflação, como admitiu o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, em entrevista a emissoras parceiras da Radiobrás, no estúdio da Rádio Nacional de Brasília. Segundo o ministro, alguns analistas acham que a elevação do IOF terá efeito benéfico, porque houve um crescimento superior a 25% no crédito nos últimos anos. Segundo ele, o volume concedido em empréstimo à sociedade deve ter ficado próximo a R$ 1 trilhão. "Mas não era esse o objetivo principal. Na verdade nós fizemos uma medida para corrigir o rombo do orçamento. Agora, essa questão do crédito, a orientação do presidente Lula é para calibrarmos. Não queremos deixar crescer [o crédito] explosivamente, mas não queremos também achatar o crédito", disse. Segundo Paulo Bernardo, é fundamental que continue existindo estímulo para o consumo e que haja sinais positivos para os empresários investirem no crescimento do país. "No ano passado. A taxa de investimento privado na economia foi o dobro do consumo. Ou seja, o consumo das famílias cresceu 6% e o investimento cresceu 12 %. A vantagem disso é que nós estamos aumentado a produção de forma a não ter crise na oferta. Não ter falta de produto e gerar inflação", afirmou. O ministro lembrou que o importante é equilibrar todos os fatores, como o equilíbrio fiscal, o crescimento econômico e o controle da inflação, para não prejudicar o bom momento econômico do país. "Queremos equilibrar as contas. Vigiar se um crescimento explosivo de algum setor que pode provocar desequilíbrio, mas não dar uma sinalização de que nós queremos achatar o consumo ou prejudicar o investimento, pois isso acabaria sendo negativo para o nosso desenvolvimento econômico", disse. Entre as medidas anunciadas pelo governo para equilibrar o Orçamento 2008, que perde R$ 40 bilhões com o fim da CPMF, está a elevação da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras. Esse imposto incide sobre operações de crédito, de câmbio e de seguro. Fonte LIMA, Daniel. Medidas de ajuste do orçamento podem "calibrar" crédito, admite Paulo Bernardo. Agência Brasil. Brasília, jan. 2008. Disponível em: <http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/01/10/materia.2008-0110.3267225935/view>. Acesso em: 14 abr. 2008. 1