SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA MESTRADO EM TERAPIA INTENSIVA USO DE CLOREXIDINA NA HIGIENE ORAL DE PACIENTES INTERNADOS NA TERAPIA INTENSIVA JOVILA NOGUEIRA ALMEIDA SCHETTINO RIO DE JANEIRO – RJ 2012 JOVILA NOGUEIRA ALMEIDA SCHETTINO USO DE CLOREXIDINA NA HIGIENE ORAL DE PACIENTES INTERNADOS NA TERAPIA INTENSIVA Artigo de revisão de literatura apresentada ao curso de Pós-Graduação em Terapia Intensiva da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva (SOBRATI) sob a orientação do Profº Rogério Brito Ultra para obtenção do título de mestre profissional. RIO DE JANEIRO – RJ 2012 USO DE CLOREXIDINA NA HIGIENE ORAL DE PACIENTES INTERNADOS NA TERAPIA INTENSIVA Use of chlorhexidine on oral hygiene for patients in intensive care Jovila Nogueira Almeida Schettino ¹ Rogério Brito Ultra 2 RESUMO A utilização dos enxaguatórios bucais na higiene da cavidade oral tem sido cada vez mais objeto de estudo, assim como seu efeito coadjuvante na remoção do biofilme dental. A clorexidina é a droga de escolha pelos seus conhecidos efeitos farmacológicos e por ser apontada em vários estudos como capaz de prevenir a pneumonia associada à ventilação mecânica, como também, pode estar associada à diminuição das taxas de mortalidade, tempo de permanência na UTI e custos hospitalares. O objetivo do presente estudo consiste em abordar o uso de antissépticos na higiene oral de pacientes internados em unidades de terapia intensiva, sua concentração e o conhecimento dos profissionais quanto ao uso do mesmo. Foi realizada uma breve revisão de literatura onde abordamos a microbiota oral, a higiene oral e a higiene oral do paciente crítico utilizando periódicos, livros, monografias, dissertações e teses, base de dados cadastrados no BIREME, LILACS, MEDLINE, SCIELO , e o acervo oficial do Ministério da saúde no período de 2005 a 2011. Neste estudo podemos concluir que a clorexidina a 0,12% ainda é o antisséptico de escolha para a higiene oral de pacientes debilitados e que ela ajuda a prevenir o aparecimento ou o agravo de doenças e que existe um desconhecimento dos profissionais de saúde quanto ao uso correto na higiene oral. Palavras-chaves: Higiene oral, Clorexidina, enxaguatório bucal, intensiva ABSTRACT odontologia Studies on mouthwash use on oral cavity hygiene are being increased, as well as , its adjuvant effect of biofilm removing. . Chlorhexidine is the drug of choice by its known pharmacological effects and it’s suggested, in several studies, as being able to prevent ventilator-associated pneumonia, , decreased mortality rates, length of ICU stay and hospital costs. The aim of this study is to approach the use of antiseptics in oral hygiene of patients hospitalized in intensive care units, its concentration and the knowledge of professionals using this substance.. The authors conducted a brief literature review using different databases as: BIREME, LILACS, MEDLINE, SCIELO, Ministry of Health, in the period of 2005-2011, using the terms oral microflora, oral hygiene and oral care of critically ill patients. In this study we can accomplish that chlorhexidine 0.12% is still the antiseptic of choice for oral hygiene in debilitated patients and it helps preventing the onset or worsening of diseases and there is a lack of health professionals regarding it proper use on oral hygiene. Keywords: Oral hygiene, Chlorhexidine, oral rinse, intensive dental, ________________ 1 Cirurgiã dentista graduada na Faculdade de Odontologia de Valença - RJ. Especialização em Endodontia pela Associação Brasileira de Odontologia- Barra Mansa - RJ. Mestranda em Terapia Intensiva pela Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva (SOBRATI). 2 Fisioterapeuta graduado na Sociedade Educacional Fluminense - RJ. Especialização em Fisioterapia Respiratória pela Universidade Castelo Branco, UCB-RJ, e Fisioterapia Intensiva pela Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva - SOBRATI. Mestrado em Educação Física, Saúde e Qualidade de Vida pela Universidade Iguaçu, UNIG- RJ, e Terapia Intensiva pela Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva – SOBRATI. Doutorado em Terapia Intensiva pela Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva - SOBRATI. INTRODUÇÃO: A remoção da placa bacteriana é um fator importante na prevenção e no controle da doença periodontal. Frente às limitações dos métodos mecânicos de higiene, agentes antimicrobianos em forma de enxaguatórios bucais são amplamente utilizados no controle dessa placa, auxiliando os métodos mecânicos de remoção e diminuindo o número de micro-organismos patogênicos na cavidade oral.10 Desde a descoberta da clorexidina como agente antimicrobiano, há mais de 40 anos, seu uso vem ganhando espaço na área da saúde. Na medicina, esse agente é usado na prevenção contra a pneumonia nas unidades de terapia intensiva, na antissepsia da via aérea superior e inferior, do canal vaginal, na limpeza do cordão umbilical de recém-nascidos, na lavagem das mãos ou desinfecção de superfícies.15 Pesquisas revelam que em pacientes de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a quantidade de biofilme dental aumenta com o tempo de internação, ocorrendo um aumento na probabilidade desse biofilme ser colonizado por patógenos respiratórios e da aspiração desse conteúdo para os pulmões, ocasionando a pneumonia.13 A partir de evidências científicas que sugerem que a cavidade oral de pacientes internados em UTI pode servir como um reservatório de patógenos e que a higiene oral desses pacientes utilizando antissépticos bucais, como a clorexidina, age na diminuição do número e na colonização desses micro-organismos, a proposta desse presente trabalho é realizar uma revisão literária sobre a ação da clorexidina na higiene oral como auxiliar na prevenção de diversas doenças. METODOLOGIA O objetivo do presente estudo consiste em buscar dados na literatura científica atual sobre o tema proposto. Foram selecionados materiais a partir de periódicos, livros, monografias, dissertações e teses, bem como na internet a partir da base de dados cadastrados no BIREME, LILACS, MEDLINE, SCIELO , sem esquecer todo acervo oficial do Ministério da saúde entre 2005 e 2011 utilizando para pesquisa os seguintes descritores: Higiene Bucal, Clorexidina, Enxaguatórios bucais. Os textos que aparentemente contemplavam o assunto foram obtidos e analisados na íntegra, sendo finalmente incluídos aqueles que continham a proposta da presente revisão. O passo seguinte foi evidenciar as partes mais importantes dos textos relacionados ao objeto do estudo. E por fim sintetizaram-se as idéias na confecção deste artigo. REVISÃO DE LITERATURA Desenvolvimento: -Cavidade oral A cavidade oral apresenta uma grande diversidade na sua microbiota. Esses microorganismos utilizam a placa bacteriana como reservatório permanente, podendo causar infecções à distância.3 Em pacientes com estado de saúde debilitado a flora oral sofre mudanças, passando a ter o predomínio de organismos gram – negativos que é uma flora mais agressiva podendo ser composta por Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae, Acinetobacter baumannii, Haemophilus influenza e Pseudomonas aeruginosa.3 Alguns patógenos periodontopatogênicos também estão presentes na fibrose cística, empiemas e abcessos pulmonares associando com isso essas doenças a problemas periodontais. 5 Para ter uma ação antiplaca eficaz, o ideal é que o enxaguatório antimicrobiano reduza a adesividade bacteriana á superfície dental, atue na inibição do crescimento e proliferação microbiológica, atue na matriz intercelular inibindo sua formação, interfira na bioquímica bacteriana para reduzir a formação de produtos citotóxicos e por fim interfira na ecologia do biofilme com a finalidade de modificar a flora tornando-a menos patogênica .10 - Clorexidina: ação e concentração Os enxaguatórios bucais podem ser divididos em 3 grupos levando-se em consideração suas propriedades individuais. São eles: Grupo A: antiplaca (faz a inibição da formação do biofilme de modo a prevenir o desenvolvimento da gengivite). Exemplo: clorexidina Grupo B: inibidores de placa (utilizados como adjuntos na higiene oral mecânica). Exemplo: cloreto de cetilpiridinio,triclosam e óleos essenciais Grupo C: reduzida atividade antimicrobiana (com efeitos diminuídos sobre o acúmulo de biofilme). Exemplos: agentes oxigenantes. 2 No Brasil a clorexidina é mais encontrada em enxaguatórios bucais na concentração de 0,12% podendo ser utilizada também na concentração de 0,20%. 10 Para uma eficácia da clorexidina, a dose recomendada é de 15 ml com concentração de 0,12%. Porém fórmulas com concentrações menores (0,06%) tem sido proposta recentemente como alternativa, tendo como objetivo diminuir os efeitos adversos, no entanto, preservando os efeitos auxiliares no controle da microbiota oral.2 A solução de clorexidina a 0,1% e 0,2% tiveram seus efeitos colaterais semelhantes, assim como sua eficácia. Então se torna desnecessário o aumento da concentração de clorexidina de 0,1% para 0,2%, pois sua eficácia está liga a relação entre dose administrada,volume e tempo, não a concentração da solução. 12 A clorexidina pode apresentar efeitos indesejáveis como mancha nos dentes e língua, alteração do paladar e sensação de queimação na mucosa oral. 10 A maioria dos enxaguatórios possui em sua composição uma porcentagem entre 5 e 25% de álcool, sendo este utilizado para estabilizar e dissolver os ingredientes ativos, proporcionar uma sensação refrescante, aumentar o prazo de validade e prevenir a contaminação por micro-organismos. Porém, o uso do álcool na composição dos enxaguatórios bucais pode acarretar possíveis efeitos colaterais na cavidade bucal devido ao uso prolongado. O uso desses produtos é desaconselhável em crianças, gestantes, lactantes, diabéticos, alcoólicos, pacientes que usam metronidazol, pacientes com xerostomia, membros de algumas religiões, pacientes com mucosite ou que estão sob radioterapia de cabeça e pescoço e pacientes imunocomprometidos. O aparecimento de candidoses pode advir de algum desses quadros. Essas desvantagens levaram ao desenvolvimento de produtos alternativos, sem álcool na sua composição, porém tentando manter a eficácia da formulação convencional.8 A clorexidina pode ser bactericida, se utilizada em alta concentração e, bacteriostática, em baixa concentração, podendo ser uma alternativa na prevenção e tratamento de doenças da cavidade oral com um reduzido efeito colateral, toxicidade local e sistêmica baixa não causando a alteração da flora local. Ela ainda atua de maneira eficaz na redução da placa bacteriana como em pacientes com limitações motoras, deficientes físicos, deficientes mentais, pacientes geriátricos ou que utilizem aparelho ortodôntico.6 -Clorexidina na higiene oral de pacientes críticos A importância da higienização da cavidade oral de pacientes que se encontram no estado inconsciente se deve ao fator de várias doenças estarem relacionadas com a doença periodontal. Dentre essas podemos destacar a diabetes, doenças cardiovasculares, pneumonia bacteriana e doença pulmonar obstrutiva crônica. 1 Seabra et al realizou um estudo onde pesquisou a ação antimicrobiana in vitro de soluções a base de hidróxido de cálcio e tergentol sobre bactérias formadoras de biofilme utilizando como padrão ouro o digluconato de clorexidina a 0,12%. No presente estudo ele concluiu que as soluções a base de hidróxido de cálcio não apresentam efetividade satisfatória em relação à clorexidina, principalmente em relação ao streptoccocus mutans.14 Num estudo comparativo utilizando o triclosan e a clorexidina em pacientes dentados com carcinoma espinocelular de boca, submetidos à radioterapia pós operatória, mostrou que a clorexidina é mais eficaz no combate a gengivite quando comparado ao triclosan embora esse último tenha demonstrado redução dos níveis de placa bacteriana dental.7 Morais afirma que mesmo tendo fortes indícios da relação entre infecções pulmonares e a condição bucal, os estudos ainda não estão completamente definidos. Com a possibilidade de que estas hipóteses sejam verídicas, se faz necessário à aquisição e manutenção da saúde bucal, e de uma maior integração da Odontologia e da Medicina, visando o tratamento do paciente como um todo, possibilitando a prevenção de doenças e maior humanização dos pacientes internados em UTI.11 Beraldo concluiu em seu estudo que o uso da clorexidina na higiene oral de pacientes sob ventilação mecânica pode reduzir a pneumonia associada à ventilação mecânica por diminuir a colonização da cavidade oral e, o custo da utilização desse produto pode ser considerada baixa se comparado ao custo de uma infecção hospitalar.4 Mangialardo em sua pesquisa realizada com 110 médicos intensivistas e cardiologistas lotados em 5 hospitais da cidade do Rio de Janeiro relata que 79,4% dos entrevistados citaram as soluções de bochecho como método de controle da infecção oral e dentre elas, a solução de cloreto de cetilpiridinico representou 76,4 % dos resultados, e 88,2% dos médicos relatam que não receberam treinamento para avaliar a cavidade oral de seus pacientes, embora 56,4% acreditam que a orientação ao paciente seja a melhor forma de ajudar o mesmo no controle da infecção oral.9 CONCLUSÃO A clorexidina ainda é o antisséptico oral de escolha para higiene da cavidade oral, sendo considerado padrão ouro dos antissépticos bucais. Para a higiene oral de pacientes com dificuldade de controle mecânico da placa a clorexidina na concentração de 0,12% é a mais utilizada, devendo dar preferência para os compostos que não possuem álcool em sua composição. Existe uma correlação entre a composição do biofilme oral e o desenvolvimento e agravamento de doenças sistêmicas. Ainda há um desconhecimento por parte dos profissionais de saúde quanto à higiene oral e como esta deve ser realizada embora a grande maioria concorde que é importante para a prevenção de doenças. O uso da clorexidina na descontaminação da cavidade oral pode atuar preventivamente no desenvolvimento de diversas doenças como a pneumonia associada à ventilação mecânica em pacientes de Unidade de Terapia Intensiva, diminuindo com isso o tempo de internação do paciente e os custos financeiros finais do tratamento desse paciente. Mais estudos se fazem necessário para que os dados científicos, dentro desta temática, sejam ampliados. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 1. 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