AMEI escolar História 8º ano – Resumo nº 1 - Ocupação Muçulmana e Reconquista Cristã Em 711, os Muçulmanos, provenientes do Norte de África e comandados por Tárique, invadiram a Península Ibérica, que estava dominada pelo pelos Visigodos. Estes encontravam-se em grande desorganização e guerra internas pelo poder. A resistência ao invasores foi insignificante e passado três anos quase toda a península estava sobre domínio muçulmano. Apesar da tolerância dos muçulmanos, nem todos os habitantes aceitaram o seu domínio. Um pequeno grupo refugiou-se nas regiões montanhosas do Norte - Astúrias e Pirenéus, onde organizou um movimento de resistência para recuperar o território. Os primeiros ataques deram-se entre 718 e 722, quando as forças de Pelágio, nobre visigodo, derrotaram os muçulmanos na lendária batalha de Covadonga. Assim, nasceu o reino das Astúrias e começou o movimento de recuperação do território chamado Reconquista. A Reconquista foi feita de avanços e de recuos. Progressivamente formaram-se vários reinos cristãos - os de Navarra, Leão, Castela e Aragão. A expulsão dos muçulmanos, ao contrário da invasão foi muito lenta, terminando só em 1492, com a conquista do reino de Granada. Conteúdos: 1- Ocupação Muçulmana e Reconquista Cristã 2- Do Condado Portucalense ao Reino de Portugal 3- Desenvolvi mento Económico nos séculos XII e XIII 4- Relações Sociais nos séculos XII e XIII 5- Poder Político nos séculos XII e XIII 6- A Arte nos séculos XII e XIII 7- Crises no século XIV 8- A Revolução do século XIV - Do Condado Portucalense ao Reino de Portugal Na parte ocidental da Península Ibérica, formou-se o condado de Portucale, entre os rios Douro e Lima. Nos finais do século XI, uma grande ofensiva muçulmana trouxe à Península Ibérica vários cavaleiros franceses entre os quais se destacaram dois da família dos duques de Borgonha - D. Raimundo e D. Henrique. Em recompensa dos serviços prestados, D. Afonso VI, rei de Leão e Castela, concedeu a D. Raimundo o governa da Galiza e sua filha D. Urraca e a D. Henrique o governo do Condado Portucalense e a sua filha D. Teresa. D. Henrique procurou tornar cada vez mais autónomo o seu território. D. Afonso Henriques, seu filho, alargou-o e tornou-o independente de Castela, na batalha de S. Mamede contra as tropas de D. Teresa. Com D. Afonso III, conquistou-se o Algarve. O tratado de Alcanises fixou a fronteiras do nosso país. - Desenvolvimento Económico nos séculos XII e XIII O comércio conheceu, nesta época, grande incremento em toda a Europa. O trânsito das mercadorias foi facilitado pelas melhorias das vias de comunicação e dos transportes terrestres e marítimos. Em consequência da animação do comércio, surgiram mercados e feiras. Estas deram origem a novas populações e impulsionaram a economia das regiões. Passarem também a circular muitas moedas de ouro e prata. Por toda a Europa, Cronologia da Formação de Portugal: 1096 - Afonso VI, rei de Leão e Castela, concede o Condado Portucalense a D. Henrique 1128 - Batalha de S. Mamede 1139 - Batalha de Ourique: Afonso Henriques toma o título de rei de Portugal 1143 - Tratado de Zamora (D. Afonso Henriques, rei de Portugal) 1147 - Conquista de Santarém e Lisboa (D. Afonso Henriques) 1179 - Bula Manifestis Probatum (confirmação papal da independência de Portugal) 1249 - Conquista de Silves e Faro (D. Afonso III) 1297 - Tratado de Alcanises (fixação dos limites do reino) cresceram as cidades e surgiu um novo grupo social a burguesia. - Relações Sociais nos séculos XII e XIII A sociedade portuguesa da Idade Média era constituída pelo clero, nobreza e povo. O clero e a nobreza gozavam de uma situação privilegiada (grandes propriedades e usufruto de amplos poderes nos seus domínios, como recebimento de rendas, recrutamento de tropas, aplicação de justiça). O povo era constituído maioritariamente por camponeses, mesteirais e homens de negócios. Para além das terras dos senhores, existiram povoações de homens livres - os concelhos. - Poder Político nos séculos XII e XIII Em Portugal devido às suas circunstâncias de Reconquista, os reis nunca ficaram com os poderes tão diminuídos como em outros estados europeus. Contudo, alguns dos poderes e bens da Coroa foram usurpados pelo clero e pela nobreza. Por isso, os reis portugueses tomaram medidas para recuperar as terras que outrora lhes tinham pertencido. O monarca, na governação do país, era auxiliado pelas Cortes, assembleia que se pronunciava sobre assuntos económicos, financeiros e políticos, entre outros. - A Arte nos séculos XII e XIII A partir do século X, surgiu na Europa a arte românica. As igrejas românicas têm características próprias - planta de cruz latina, arcos de volta perfeita, paredes grossas e poucas aberturas. A escultura é tosca e rude. As principais construções românicas portuguesas são as sés. Mas, a singularidade do nosso românico reside na grande variedade de pequenas igrejas rurais espalhadas pelo Norte e Centro do país. A arte gótica caracteriza-se, no domínio da arquitectura, por arcos e abóbadas em ogivas, arcobotantes e amplas aberturas com belos vitrais. As esculturas, por sua vez, tornaram-se mais naturais, mais próximas da realidade. Em Portugal, construíram-se belos monumentos como Alcobaça e Batalha. A escultura legou-nos, também, expressivos exemplares - portais, túmulos de reis e rainhas. - Crises no século XIV No inicio do século XIV, surgiram os primeiros sinais da crise que rapidamente se instalou em toda a Europa. Uma sucessão de Invernos muito chuvosos, afectou as culturas o que deu origem a grande fomes. Enfraquecida pela falta de alimentos, a população ficou mais vulneráveis às doenças e as epidemias espalharam rapidamente, sendo a mais grave a Peste Negra. Esta espalhou-se por toda a Europa, principalmente através dos circuitos comerciais, e Cronologia da crise do século XIV em Portugal: 1348 - A Peste Negra entra em Portugal 1349 - D. Afonso IV publica as leis do trabalho 1350 - Fome 1355-56 - Fome e peste 1361-65 - Peste 1369-71 - Primeira Guerra Fernandina com Castela - Inundações - Desvalorização da moeda 1372 - Casamento de D. Fernando I com D. Leonor Teles 1372-73 - Segunda Guerra Fernandina 1374-75 Epidemias e maus anos agrícolas 1375 - D. Fernando I publica a Lei das Sesmarias 1381-82 - Terceira Guerra Fernandina 1383 - Tratado de Salvaterra de Magos Nota 1: A Leis das Sesmarias foi a lei aplicada no reinado de D. Fernando I que obrigava os proprietários rurais a manter as suas terras cultivadas e os camponeses a trabalhar no campo. matou mais de um terço da população, originando assim uma quebra demográfica. A nível económico, a actividade mais atingida foi a agricultura e a menos foi a actividade comercial, onde os sinais de crise foram menos evidentes. À fome e à peste juntou-se a guerra, com destaque para a Guerra dos Cem Anos (1337-14539) entre a França e a Inglaterra que deram origem a mais mortes e destruição. A escassez de ouro e de prata obrigou a sucessivas desvalorizações monetárias. A crise deu origem ao despovoamento e à falta de mão-de-obra nos campos. Isto deu origem ao aumento dos salários dos camponeses e à redução da produção agrícola, fazendo assim aumentar os preços. Face à diminuição dos rendimentos, os impostos aumentaram e foram impostas leis para impedir o abandono dos campos e para os obrigar a trabalhar com salários tabelados. Estas medidas levaram ao descontentamento e à revolta dos camponeses. Os reis portugueses, à semelhança de outros reis europeus, tomaram várias medidas quanto à crise em Portugal: D. Afonso IV publicou leis sobre o trabalho e sobre o tabelamento dos salários; D. Fernando I publicou a Lei das Sesmarias. (Nota 1) - A Revolução do século XIV Apesar das medidas aplicadas a crise agravou-se devido às guerras desastrosas em que D. Fernando I se envolveu com Castela. Depois da sua derrota foi assinado o Tratado de Salvaterra de Magos. Este tratado explicava o casamento de D. Beatriz, filha de D. Leonor de Teles e de D. Fernando I, com o rei D. João I de Castela. A independência de Portugal parecia salvaguardada, pois seria o primeiro filho de D. Beatriz a herdar o trono português. D. Leonor ficaria regente até este assumir o trono. Em 1383, com a morte de D. Fernando, foi aclamada D. Beatriz como rainha de Portugal e D. Leonor de Teles como regente, pois ainda não havia descendência. Registaram-se então tumultos em muitas cidades e vilas, pois a maioria do povo estava descontente e temia a entrega do reino a Castela. Preparou-se então um golpe de estado, para afastar a regente e matar o seu conselheiro, o conde Andeiro. Foi escolhido D. João, Mestre de Avis para comandar o plano. D. Leonor fugiu para Santarém, onde pediu auxilio ao seu genro, rei de Castela. O povo aclamava o Mestre de Avis como “Regedor e Defensor do Reino”, e rebelião alastrou a todo o país dividindo a população. Em 1384, o rei de Castela invadiu Portugal e cercou a cidade de Lisboa. Contudo os habitantes da cidade resistiram e o cerco foi levantado, quando um surto de peste atacou as tropas. Neste mesmo ano o exército português, comandado por Nuno Álvares Pereira, saiu vitorioso contra os Castelhanos, na Batalha dos Atoleiros. Em 1385, as Cortes de Coimbra aclamaram D. João, Mestre de Avis, rei de Portugal. O rei de Castela invadiu de novo Portugal com um numeroso exército. Foi derrotada por D. João na Batalha de Aljubarrota. O exército português auxiliado pelos ingleses, utilizou a táctica do quadrado para vencer e afastar o perigo da perda de independência, mas só em 1411 a paz com Castela foi assinada.