SOCIEDADE BRASILEIRA EM TERAPIA INTENSIVA(SOBRATI) MESTRADO PROFISSIONAL EM TERAPIA INTENSIVA REBECCA DE BRITO RIBEIRO DE MORAES ANDRADE PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA EM PACIENTES DE UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA EM HOSPITAL DE JOÃO PESSOA 2013 3 REBECCA DE BRITO RIBEIRO DE MORAES ANDRADE PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA EM PACIENTES DE UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA EM HOSPITAL DE JOÃO PESSOA Dissertação apresentada ao curso de Mestrado em Terapia Intensiva, em cumprimento aos requisitos necessários para a obtenção do grau Mestre em Terapia Intensiva. Orientador: Prof. Esp. Dostoievsky Ernesto Melo Andrade. 2013 de 4 PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA EM PACIENTES DE UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA EM HOSPITAL DE JOÃO PESSOA Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Profissionalizante em Terapia Intensiva, em cumprimento dos requisitos necessários para obtenção do Grau de Mestre em Terapia Intensiva Aprovado em: ____/____/____ COMISSÃO EXAMINADORA Dr:_______________________________ Dr._______________________________ Dr._______________________________ 5 Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humana. Carl Gustav Jung 6 Dedico a Deus, pela inspiração e pela força. Á minha família: o meu tudo, e que sempre estiveram ao meu lado me ensinando a arte da vida, dedico a eles o mérito dessa conquista. 7 AGRADECIMENTOS Á DEUS o mestre que comanda minha vida e é a fonte de força nesta caminhada dura pelo desejo de desenvolver a ciência Á minha família pela dedicação e pela parceria. São objeto do meu amor e razão de mais uma conquista As minha filhas Lara e Amanda, pedaços de mim pelo qual consagro cada segundo de minha vida por existirem e serem o motivo de viver Ao meu marido Dostoievsky Andrade pela sabedoria que me inspira e pela parceira no estudos, na vida no amor Ao professor Douglas Ferraz pela forma como conduziu este curso de mestrado, por estimular a criatividade e por ser um formador e mentor verdadeiro e guerreiro na arte de contribuir para o avanço da ciência À José Batista de Almeida por ser sempre solicito, atencioso e amável. A todos o meu muito OBRIGADA 8 ANDRADE, Rebecca de B. Ribeiro de Moraes. Proposta de Avaliação de Enfermagem na Assistência Ventilatória em Pacientes de uma Unidade de Terapia Intensiva em Hospital de João Pessoa – Paraíba. 2013 72 f. Dissertação de Conclusão de Curso de mestrado em Terapia Intensiva. SOBRATI. 2013 RESUMO Na assistência de enfermagem no cuidado crítico, diante do avanço tecnológico vários dispositivos contribuem para a otimização desta assistência, principalmente a ventilação mecânica. Os cuidados de enfermagem têm repercussões importantes no quadro clínico do paciente ventilado artificialmente daí a importância de destacar a avaliação neste campo como uma indispensável ferramenta para obter sucesso na implementação de intervenções de enfermagem adequadas. É sabido que a assistência ventilatória exige monitorização constante das funções vitais e de cuidados intensivos ao paciente crítico, faz-se necessário um trabalho multiprofissional, o que inclui a assistência de enfermagem. O cenário da terapia intensiva com ações contínuas sendo praticadas, torna a enfermagem um profissional absolutamente essencial neste processo de vigilância a assistência intensiva. Observa-se que este profissional ao assumir o papel de liderança do cuidar se mostra afastado deste tipo de análise e intervenção respiratória mecânica compartimentalizando este cuidado, o que não compreende por total a essência da profissão e do seu verdadeiro papel neste ambiente. Este trabalho de caráter bibliográfico, descritivo e exploratório procura incrementar o incentivo do cuidado de enfermagem a contemplar a assistência ventilatória mecânica, contribuindo para que esta abordagem implique no amparo da atenção voltada ao paciente crítico em uma rotina mais globalizada e menos compartimental. O objetivo é expor partir de literatura pertinente a assistência de enfermagem prestada neste procedimento, e elaborar uma ficha de avaliação que será aplicada em uma unidade de terapia intensiva de um hospital da cidade de João Pessoa. A ficha contem pontos de avaliação como cuidados de enfermagem em terapia intensiva, modos ventilatórios, parâmetros ventilatórios, gasometria, sinais de desconforto respiratório, sinais vitais etc. Esta ficha foi aplicada em um hospital no município de João Pessoa e concluiu-se que este tipo de avaliação forneçam instrumentos para que o diagnóstico de enfermagem seja identificado, para que a partir disto metas sejam definidas para selecionar as intervenções mais apropriadas à situação especifica do paciente. PALAVRAS-CHAVES: Enfermagem, Ventilação Mecânica, Ficha de avaliação 9 ANDRADE, Rebecca B. Ribeiro de Moraes. Proposal Evaluation Care Nursing Ventilation in Patients of an Intensive Care Unit in Hospital João Pessoa - Paraíba. 2013 72 f. Dissertation Completion Masters Course in Intensive Care. SOBRATI. 2013 ABSTRACT In nursing in critical care, in the technologically advanced multiple devices contribute to the optimization of this assistance, particularly mechanical ventilation. Nursing care have significant repercussions on the patient's condition artificially ventilated hence the importance of the evaluation highlight this field as an indispensable tool for success in implementing appropriate nursing interventions. It is known that the ventilatory demands constant monitoring of vital functions and intensive care to critically ill patients, it is necessary to work multidisciplinary, which includes nursing care. The scenario of intensive ongoing actions being practiced, becomes a professional nursing absolutely essential in this process of intensive surveillance assistance. Observe that this professional to assume the role of leadership shown caring away from this type of analysis and intervention respiratory mechanics compartmentalizing this care, which does not understand why the full essence of the profession and its true role in this environment. This work of bibliographic, descriptive and exploratory tries to increase the incentive of nursing care to contemplate the mechanical ventilatory assistance, helping to make this approach implies the protection of the attention focused on the critically ill patient in a routine and less globalized compartment. The goal is to expose the relevant literature from the nursing care provided in this procedure, and prepare an evaluation sheet that is applied to an intensive care unit of a hospital in the city of João Pessoa. The record contains points of evaluation as nursing care in intensive care, ventilation modes, ventilatory parameters, blood gases, respiratory discomfort, vital signs etc.. This sheet was applied in a hospital in the city of João Pessoa and concluded that this type of assessment tools to provide the nursing diagnosis is identified, so that from this goals are set to select the most appropriate interventions to the specific situation of patient. KEYWORDS: Nursing, Mechanical Ventilation, Assessment Sheet 10 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................11 2. REFERÊNCIAL TÉÓRICO................................................................................................12 3. METODOLOGIA................................................................................................................28 4. CONCLUSÃO.....................................................................................................................23 5. REFERÊNCIAS..................................................................................................................24 6. ANEXO ..............................................................................................................................25 PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA EM PACIENTES DE UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA EM HOSPITAL DE JOÃO PESSOA INTRODUÇÃO Talbot(2001) atesta em sua obra que no ambiente de rapidez e de alta tecnologia da enfermagem de cuidado crítico, os avanços tecnológicos nos propiciam a capacidade de usar dispositivos mecânicos para otimizar além de várias abordagens clínicas o cuidado da assistência ventilatória. Para Cintra(2000) o cuidado é o princípio inspirador da enfermagem. Esta profissão está envolvida com um ser humano desde a sua concepção até seus últimos suspiros. A Enfermagem, vista como uma disciplina científica, como ciência, arte e como uma profissão a serviço da humanidade, tem o compromisso de contribuir para o aprimoramento das condições de viver e ser saudável, buscando um existir mais harmonioso para todos os seres. O 2º consenso brasileiro de ventilação mecânica(2000) conforma a noção de que a ventilação mecânica é uma forma de tratamento ventilatório artificial utilizada em unidades de cuidados intensivos para promover a oxigenação e a ventilação do paciente portador de insuficiência respiratória de qualquer etiologia, pelo tempo que for necessário para a reversão do quadro. A equipe de enfermagem, ao prestar assistência ao paciente sob ventilação mecânica, deve sempre ter presente que este é o elemento mais importante na situação assistencial e que todos os membros da equipe devem trabalhar de forma eficiente e integrada. A atuação da enfermagem na ventilação mecânica é intensa, extensa e complexa. Na tentativa de se propor um eixo norteador da prática de enfermagem na ventilação mecânica, é importante que a enfermagem saiba relacionar e executar a assistência. Os cuidados de enfermagem têm repercussões importantes no quadro clínico do paciente ventilado artificialmente. No entanto, a observação deve ser sistemática, haja vista a complicação desse método com vários órgãos. Os cuidados devem ser planejados a fim de permitir a implantação de intervenções de enfermagem adequadas (CINTRA, 2000). Smeltzer e Bare(2005) aponta que a assistência ventilatória exige monitorização constante das funções vitais e de cuidados intensivos ao paciente crítico, vistas essas 12 necessidades, para a realização desses cuidados, faz-se necessário um trabalho multiprofissional, o que inclui a assistência de enfermagem. Malta & Nishide(2008) narra em sua obra que a epidemia de poliomielite na década de 50 sobrecarregou os hospitais e forçou a criação de centros regionais para o atendimento dos pacientes. Estes centros de pólio levaram ao impacto da tecnologia, e as modernas técnicas de ventilação mecânica prolongada evoluíram fora das salas de cirurgias, o que fez com que as enfermeiras lidassem pela primeira vez, com equipamentos que as separavam de seus pacientes e aprendessem a combinar manipulação de instrumentos com os cuidados manuais. David(2001) atesta que o aumento acelerado do saber científico, inovações foram feitas, permitindo com isso o surgimento de ventiladores micro processados, que proporcionaram o desenvolvimento de uma ampla variedade de novos modos de ventilação e sofisticaram a monitoração da ventilação mecânica, permitindo com isso assistência prestada ao cliente cada vez mais qualificada e resolutiva. Araújo(2009) observa que os profissionais da equipe de enfermagem que estão presentes, ininterruptamente, ao lado do paciente nas 24 horas do dia, caracterizando o cuidado intensivo com vigilância e assistência continua. Porém, em relação ao respirador propriamente dito, observou-se certo afastamento e talvez por isso a enfermagem demonstra uma atuação reduzida no controle do parâmetro e ajustes dos alarmes. Diante do exposto este artigo procura incrementar o incentivo do cuidado de enfermagem a contemplar a assistência ventilatória mecânica, contribuindo para que esta abordagem implique no amparo da atenção voltada ao paciente crítico em uma rotina mais globalizada e menos compartimental. O objetivo deste trabalho, é expor a partir de literatura pertinente a assistência de enfermagem prestada neste procedimento, e elaborar uma ficha de avaliação que será aplicada em uma unidade de terapia intensiva de um hospital da cidade de João Pessoa. REFERÊNCIAL TÉÓRICO Marino(1999) descreve um breve histórico acerca da ventilação mecânica creditando a Vesalius a primeira descrição de ventilação mecânica com pressão positiva, mas foram necessários quatrocentos anos para se aplicar o conceito no cuidado de pacientes. A ocasião foi uma epidemia de poliomielite em 1955, quando a demanda para ventilação assistida 13 aumentou o suprimento de ventiladores com pressão negativa, conhecida como pulmão de ferro. Na Suécia, todas as escolas médicas fecharam e os estudantes de medicina trabalhavam em rodízio de 8 horas como ventiladores humanos, inflando manualmente os pulmões de pacientes atingidos pela doença. Em Boston, a Emerson Company tornou disponível um protótipo de ventilador pulmonar com pressão positiva, que foi colocado em uso no Masachussetts General Hospital e tornou-se um sucesso instantâneo. Desta forma se iniciou a era da ventilação mecânica com pressão positiva. Gomide do Amaral(1995) perfaz a narração afirmando que após a Grande Segunda Guerra Mundial, pesquisas avançaram no desenvolvimento de respiradores culminando com o surgimento de ventiladores controlados eletronicamente que eram capazes de monitorar mecânica respiratória e possuíam alarmes. Com a evolução tecnológica e o refinamento da informática surgem os respiradores microprocessados controlados de maneira sofisticada por meio de softwares. Sarmento(2005) demonstra que avanço da tecnologia proporcionou ao campo a ventilação mecânica uma monitorização da interação paciente-ventilador cada vez mais minuciosa, aprimorando a compreensão das principais dificuldades encontradas na estratégia ventilatórias escolhida, assim como nas complicações advindas da instituição da prótese ventilatória. Para Cintra(2008) a ventilação Mecânica é um método de suporte de vida, geralmente utilizado em pacientes suscetíveis à insuficiência respiratória aguda, cuja finalidade é permitir suporte ventilatório no intuito de suprir as necessidades metabólicas e hemodinâmicas do organismo. Um de seus principais objetivos é aliviar o trabalho respiratório do paciente. Para isso, a pressão positiva deve enfrentar as resistências que o sistema respiratório apresenta, desde vias aéreas de condução até a expansão dos alvéolos e da caixa torácica para que ocorra a troca gasosa(Sarmento, 2005) Segundo a Conferencia de Consenso Americana e Européia de 1998, os objetivos da ventilação mecânica passaram a ser: utilizar um método ventilatório capaz de ventilar e oxigenar adequadamente o paciente com o qual o médico assistente tenha experiência; assegurar apropriada oferta de oxigênio aos órgãos vitais, mantendo uma saturação arterial de oxigênio aceitável ( 90%); assegurar suficiente remoção de CO2, aceitando, porém, elevações dos níveis da PaCO2, desde que não haja contra-indicações; minimizar a toxidade do oxigênio, utilizando os menores níveis possíveis de FiO2 (preferencialmente abaixo de 60%); garantir recrutamento alveolar, como ocorre com o uso de PEEP; maximizar pressões de via aérea, mas sem exceder pressões transalveolares de 25 a 30cmH2O, o que normalmente 14 corresponde a pressões de platô de 30 a 35cmH2O (tais pressões dependem da complacência pulmonar e torácica, podendo atingir valores maiores, de até 40cmH2O,quando a complacência torácica estiver muito diminuída Para Rios Viera(2003) a ventilação mecânica é indicada quando deseja-se diminuir o trabalho respiratório, além de corrigir hipoxemia ou acidose respiratória grave. Ventilação mecânica, em geral, costuma ser indicada em: IRA, incluindo lesão pulmonar aguda (LPA) ou síndrome da angústia respiratória aguda (SARA); IRA secundária insuficiência cardíaca, pneumonia, sepse e asma; IRA secundária a complicações cirúrgicas e trauma; exacerbações de insuficiência respiratória crônica, como descompensação de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); parada respiratória e cardiorrespiratória; coma e doenças neuromusculares. Na maioria destas situações indica-se VMI, embora, em alguns casos, quando o paciente está cooperativo do ponto de vista neurológico e estável do ponto de vista hemodinâmico, seja possível tentar ventilação mecânica não-invasiva (VMNI) Conforme Cintra (2008), a escolha de uma modalidade de ventilação mecânica determina como o ventilador e o paciente vão interagir. Inicialmente e durante períodos de instabilidade, o modo de ventilação deve permitir o controle máximo da ventilação. A ventilação controlada ou CMV “controlled mechanical ventilation” é quando o volume corrente (VC), freqüência (FR) e fluxo são predeterminados no ventilador mecânico. Esta modalidade é usada para pacientes em apnéia devido a patologia ou a drogas. O aparelho inicia e termina a fase inspiratória automáticamente, sem possibilidade de interação como o drive respiratório do paciente Na ventilação assistida/ controlada a freqüência respiratória é controlada pelo paciente (o ciclo respiratório é iniciado quando o paciente gera uma pressão negativa alcançando um valor imposto pelo mecanismo de sensibilidade do ventilador). O volume corrente e o fluxo são predeterminados. Se não houver o esforço do paciente, o ventilador fornece ciclos controlados na FR mínima determinada; A ventilação mandatória intermitente sincronizada ou SIMV: Combina ciclos espontâneos com um determinado número de ciclos mecânicos assistidos, portanto sincronizados com o esforço respiratório do paciente. A variável de controle pode ser pressão controlada ou volume controlado, no entanto o disparo é combinado existindo um disparo a tempo pré-ajustado pela freqüência respiratório. O esforço muscular do paciente é reconhecido pela máquina. Na ventilação com pressão de suporte ou PSV “pressure support ventilation” os esforços inspiratórios espontâneos do paciente são assistidos com uma pressão positiva nas 15 vias aéreas. O fluxo de gás é livre durante toda a fase inspiratória que termina quando o fluxo inspiratório diminui, atingindo 25% do valor inicial. O paciente controla a FR, o fluxo, o tempo inspiratório a e relação I: E. O paciente deve ter um estímulo respiratório íntegro e necessidades ventilatórias relativamente estáveis; Gallo(2007) corrobora a importância do enfermeiro no processo de avaliação dos parâmetros ventilatórios no paciente ventilado mecânicamente. Sua analise e adequado manejo contribuem para uma apropriada assistência com possibilidades reais de reversão de quadros agudos, concorrendo para a total recuperação da insuficiência respiratória. Os parâmetros respiratórios devem ser freqüentemente avaliados de acordo com a resposta do paciente. As complicações iatrogenicamente induzidas compreendem a ventilação excessiva (que provoca alcalose respiratória) e a hipoventilação (que causa a acidose respiratória ou hipoxemia). A fração inspirada de oxigênio é concentração de oxigênio que está sendo ofertada pelo ventilador. No início da ventilação mecânica, a FiO2 costuma ser de 100%. Posteriormente, com o paciente estabilizado, progressivamente reduzida, objetivando chegar a níveis inferiores a 50%, já que se sabe que níveis acima de 60% por mais de 48 horas podem causar agravamento da lesão pulmonar. FiO2 deve ser suficiente para tentar manter uma saturação arterial de oxigênio (SaO2) superior a 90% e uma PaO2 superior a 60mmHg, minimizando os riscos da presumível lesão pulmonar induzida por altas concentrações de oxigênio. O volume corrente (VC) determinado, ao se iniciar uma ventilação mecânica, costuma, em geral, ser em torno de 8 a 10ml/kg de peso ideal. Pacientes com doenças neuromusculares e sem lesão pulmonar associada podem, às vezes, necessitar de volumes um pouco mais altos, de até 10 a 12ml/kg. Já nos pacientes com SARA, cuja complacência bastante reduzida, recomenda-se volume corrente em torno de 6ml/kg (4 a 8ml/kg). A frequência respiratória (FR) inicial costuma ser em torno de 12mpm, devendo ser ajustada posteriormente em função de dados gasométricos. Deve-se evitar frequências muito altas para impedir o aparecimento de PEEP intrínseco. O volume minuto inicial costuma ser de 8 a 10L/min. Da mesma forma que o VC e a FR, deve ser ajustado em função de dados gasométricos. Embora o objetivo deva ser a obtenção de gasometrias o mais próximo da normalidade. As pressões de platô devem ser mantidas abaixo de 30-35cmH2O, para reduzir a incidência de hiperinflação alveolar, barotrauma e volutrauma.. As pressões de pico devem, preferentemente, ser mantidas abaixo de 40cmH2O. 16 Os valores de PEEP iniciais devem ser em torno de, no mínimo, 5cmH2O, valor considerado como o da PEEP fisiológica. Em algumas situações, como na ventilação de pacientes com SARA, valores muito maiores são necessários para assegurar a manutenção do recrutamento alveolar. O fluxo inspiratório é a velocidade com que a mistura gasosa é administrada pelo ventilador durante a inspiração. Nos ciclos controlados, o pico de fluxo determina a velocidade com que o VC ofertado, modificando a relação I/E e o pico de pressão de via aérea para uma mesma frequência e VC. Nos ciclos controlados, um fluxo entre 40 a 60L/min costuma ser suficiente, devendo se manter o pico de pressão abaixo de 40cmH2O. Nos ciclos assistidos, um fluxo inspiratório insuficiente causa desconforto e maior trabalho respiratório. Nestes casos o fluxo deve ser maior, entre 60 e 90L/min. A forma da onda de fluxo pode ser escolhida em alguns ventiladores. Na modalidade VCV, a onda de fluxo inspiratório pode ter quatro formas: quadrado ou constante, desacelerante, acelerante e sinusoidal. Na ventila o com PCV, o perfil da curva de fluxo inspiratório variável e influenciado pela impedância do sistema respiratório. Na modalidade PCV, a forma da curva de fluxo é desacelerante, a relação o I/E usualmente estabelecida no início da ventila o mecânica de 1:2. Em pacientes com obstrução do fluxo expiratório e hiperinflação, podem ser recomendadas relações I/E maiores (1:3 ou 1:4) para aumentar o tempo expiratório e reduzir a PEEP intrínseca. Nos modos assistidos, o paciente deve realizar um esforço expiratório inicial para que o ventilador dispare o ciclo programado. A sensibilidade considerada como o nível de esforço necessário do paciente para deflagrar uma nova inspiração assistida pelo ventilador. A sensibilidade inicialmente definida costuma ser de 2cmH2O ou de 1 a 5L/min.(Rios Viera,2003) Para David(2000) várias complicações está associado a ventilação mecânica. Inúmeras situações devem ser submetidas a análise da vistoria do enfermeiro na assistência do paciente crítico ventilado mecanicamente. Dentre as complicações mais comuns é possível listar algumas como a formação de rolhas de secreção e presença de secreção; o acúmulo de muco brônquico; o condensado presente nos circuitos do respirador decorrentes de umidificação inadequada; a redução de débito cardíaco por elevações de pressões e volumes elevados por aumento da pressão transtorácica, reduzindo o débito cardíaco; a lesão de traquéia, edema e inflamação, estenose, paralisia de corda vocal decorrentes de aplicação inadequada de pressão de CUFF; a toxicidade de O2 por mau manejo da fração inspirada de oxigênio; AUTO-PEEP por má programação de freqüência respiratória ou presença de compressão dinâmica e fatores de resistência; o ressecamento de mucosa e inflamação por 17 umidificação inadequada; a redução da atividade ciliar(depuração mucociliar) pela presença do tubo orotraqueal, sedação e umidificação inadequada; Fraqueza muscular respiratória/ incoordenação mioneural por uso prolongado de sedação e ventilação controlada; Atelectasia pela presença do tubo orotraqueal e ausência de PEEP fisiológico; Barotrauma e biotrauma pela elevadas pressões alveolares; A pneumonia associada a ventilação mecânica pela não utilização de técnicas assépticas, pela falta de eliminação de condensandos nos circuitos do respirador, pelo não uso de material de nebulização estéril, a ausência de uso de luvas na manipulação do respirador e circuitos e a não utilização da rotina de aspirar secreção oral que se acumula em cima do balonete interno do tubo orotraqueal; o TOT(tubo orotraqueal) por fixação inadequada do TOT, utilização de Tubos de raios menores, presença de traumas de face (escarificações: Labios, nariz e Condrite de orelha); O volutrauma: pela presença de grandes volumes correntes; A distensão abdominal por falta do controle de pressão de CUFF; Os risco de vômitos e aspiração de conteúdo gástrico durante a intubação pela ausência de sonda nasogástrica com coletor; PIC elevada por uso de PEEP elevadas e pressão e volumes inadequados e distúrbio psicológico. O enfermeiro deve dispor em suas pretensões a montagem de uma estrutura de organização no ambiente de cuidado crítico o chamado processo de enfermagem que envolve um método de resolução de problemas que importa avaliação ou histórico com análise, planejamento, implementação e evolução (Talbot, 2001). A autora supracitada discorre acerca do processo de enfermagem afirmando que o seguimento é cíclico, interdependente, inter-relacionado e dinâmico. Se faz necessário a inclusão dos cuidados referentes a assistência ventilatória mecânica como elemento globalizante, inserido no processo saúde-doença. Alguns autores procuram justificar a falta de apreço que a equipe de enfermagem se lança com o cuidado do paciente n ventilador mecânico. Coronetti et. al. (2006) evidenciaram que o excesso de atividades, decorrentes da sobrecarga de pacientes na unidade, insuficiência de pessoal e material, inviabiliza a realização de muitas atividades, tornando, além de angustiante, praticamente impossível á realização de um trabalho de qualidade. O mesmo autor confirma que a fadiga emocional a que o profissional se expõe, visto que a vida do paciente depende do saber, da sua observação e execução, aumenta em duas vezes a sua responsabilidade na UTI. Cintra, Nishide e Nunes(2004) defende a noção de que a avaliação clinica deve ser global, pois a ventilação mecânica tem repercussões sobre órgãos distantes e há importante interrupção entre os aparelhos e sistemas no paciente em estado grave. A avaliação deverá ser 18 realizada considerando a metodologia usada na avaliação dos parâmetros mensurados, pois devem ser influenciados em maior ou menor intensidade pela ventilação mecânica. Napomuceno e Silva(2007) torna claro a evidência de que a equipe de enfermagem centraliza o cuidado principalmente na atenção com circuitos, contudo mantém certo afastamento do respirador, propriamente dito. Geralmente, não participar da definição, talvez por isso limite a sua atuação no controle dos parâmetros e ajustes de alarmes. Bajay, Furcolin & Rogante(1991) esclarece que o controle dos alarmes dos respiradores é uma tarefa importantíssima da enfermagem, no sentido de mantê-los sempre ligadas e estando atento para as possíveis falhas e buscando soluções para as mesmas O manejo com a tecnologia foi uma preocupação de Martins e Nascimento(2005) ao anunciar que os equipamentos de tecnologia de ponta precisam ser utilizados adequadamente, caso contrario, podem trazer prejuízos aos pacientes/ clientes, além de ocasionar tensão emocional nos sujeitos que manipulam estas tecnologias. O uso das tecnologias de ponta exige o preparo dos trabalhadores para entender o funcionamento de determinado equipamentos para poder realizar um trabalho mais criativo e eficiente e não mais apenas mecânico. O impacto da tecnologia de ponta na organização do trabalho em saúde exige um trabalho coletivo do tipo cooperativo, aproximando-se da visão de interdisplinaridade. Confere tal concepção na exposição de Batista, Alcantra e Paula(2007) quando afirmam que os profissionais envolvidos no manuseio e na manutenção dos ventiladores mecânicos devem receber treinamentos específicos e o enfermeiro (a) como integrante da equipe da assistência ininterrupta deve ter conhecimento técnico-científico em relação ao significado dos alarmes, uma vez que qualquer função de emergência ou controle falhar poderá ocorrer uma situação potencialmente letal Diante da importância deste profissional conferindo o núcleo da segurança da assistência em terapia intensiva, este trabalho sustenta sua conformidade com todos os aspectos que envolve o paciente critico, incluindo o suporte ventilatório como um elemento indispensável ao processo de avaliação de enfermagem, defendendo sua prática rotineira e a quebra de “tabus” envolvendo o tema. Diante da tese argumentada sob literatura consolidada este trabalho passará a analisar que cuidados deverão ser empunhados pela equipe de enfermagem em relação e ventilação mecânica. A avaliação dos sinais vitais pelo enfermeiro inclui a mensuração da pressão arterial e do ritmo cardíaco. A medida da pressão arterial reflete a ação do ventrículo esquerdo quando contrai, forçando o sangue para as artérias sistêmicas, criando, dessa forma, pressão que propele o sangue pela circulação sistêmica (Guyton, 2001). Para Marino(1999) a inflação 19 pulmonar com pressão positiva tende a reduzir o enchimento ventricular durante a diástole, mas otimiza o esvaziamento ventricular durante a sístole, quando o enchimento ventricular tiver reduzido, o débito cardíaco está similarmente reduzido. Dentre as alterações relacionadas às conseqüências da ventilação poderiam ser citados a bradicardia associada ao baixo débito cardíaco (que pode indicar fluxo inadequado nas coronárias) e o aumento da freqüência respiratória (que pode indicar hipoxemia). A ventilação inadequada ou a presença de hipoxemia pode desencadear, no paciente, desorientação, hipertensão ou hipotensão e arritmias, principalmente taquicardia ou bradicardia repetitivas.(2º Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica, 2000). Compete a enfermagem reconhecer e diferenciar os sinais e sintomas da hipoxemia e a suas manifestação em relação tanto ao quadro respiratório como o circulatório. Na hipoxemia, especialmente em se tratando de insuficiência aguda, observam-se cianose, bradicardia e hipotensão arterial; na angústia respiratória, sudorese, taquicardia, hipertensão, agitação, com o paciente “brigando” com o ventilador. Compete ao enfermeiro avaliar o nível de suporte ventilatório requisitado, isto é, ventilação controlada, assistida ou espontânea. A presença de um tubo endotraqueal ou traqueostomia, máscara nasal ou facial. Importante analisar a umidificação que é a adição de calor e umidade aos gases inspirados, fornecidos ao paciente durante o suporte ventilatório por uma via aérea artificial. É imprescindível a análise da inspeção visual do umidificador e remoção de condensado, sempre que necessário, com precauções de contato; temperatura do gás inspirado: monitorar o mais próximo possível da via aérea do paciente (37ºC); regulagem do umidificador: programá-lo para aquecer o gás a 33º(+-2ºC), e umidificar pelo menos a 30mg/L de vapor de água; nível de água: preenche o umidificador com água estéril, até a marca convencionada, através de sistema fechado; avaliação de secreções: anotar quantidade, aspecto e consistência, pois podem motivar alteração de parâmetros (Avena e Matsuda, 2004). A análise da expansibilidade torácica deverá também ser incluída no plano de avaliação já que a simetria na expansão do tórax pode ser sentida pela palpação do tórax do paciente. A palpação também é útil como um indicador de qualquer secreção subjacente, broncoespasmo ou enfisema subcutâneo (Pryor 2002). Segundo Bethlem (1984), os cuidados evolvendo o sistema pulmonar devem incluir uma observação do padrão respiratório, amplitude da expansão torácica e ausculta pulmonar. Deve-se avaliar a presença simétrica da expansibilidade torácica, a fim de identificar uma ventilação seletiva ou outras alterações, tais como: atelectasias, pneumotórax, etc. Identificar ainda, os batimentos da asa do nariz e a 20 sincronia entre o paciente e o ventilador. A ausculta em um paciente ventilado, o sons respiratórios normais tendem a ser mais estridentes. Isso pode ser atribuído aos sons transmitidos, originários do próprio respirador ou a água acumulada nos circuitos. Durante a avaliação é importante comparar as regiões de cada hemitórax. As bases do paciente ventilado são difíceis de serem avaliados na posição supina. Pacientes que apresentam dor torácica intensa causada pelas fraturas de costelas ou outros fatores, desenvolve uma série de complicações, assim como: inibição reflexa do movimento do diafragma que resulta em hipoventilação acarretando atelectasias, hipóxia e retenção de secreções. O aumento nessa produção de secreção resulta do trauma torácico e inibição reflexa combinada com hipoventilação, o que aumenta o risco do paciente desenvolver uma infecção pulmonar e evoluir para insuficiência respiratória (Middleton et al, 2003). De acordo com Bethlem(1984) a avaliação respiratória também inclui o controle da PaO2 e SaO2. A PaO2 é a pressão de O2 no sangue arterial e a SaO2 refere-se a saturação de oxigênio na hemoglobina. Uma forma não- invasiva de avaliar a SaO2 é através da oximetria de pulso. A enfermagem também é responsável pela aspiração das secreções do paciente. Essa atividade deve ser executada sempre que necessário, pois a obstrução das vias aéreas está relacionada com o aumento da pressão intrapulmonar. Além de avaliar a ventilação alveolar a capnografia fornece dados importantes sobre a condição de fluxo das vias aéreas, da função cardiocirculatória e do funcionamento do ventilador mecânico chamado este de capnógrafo. A determinação da pressão parcial de CO2 sanguíneo (PaCO2) tem grande importância clínica durante a assistência ventilatória, nos ajustes da parâmetros ventilatórios e na direção de complicações relacionadas com a mesma. Quando a PeCO2 está elevada, provavelmente a PaCO2 está elevada, e quando a PeCO2 está diminuída a PaCO2 pode estar normal, diminuída ou mesmo elevada. Neste sentido, quando a causa da queda da PeCO2 não puder ser estabelecida com exatidão, impõe - se a análise imediata do sangue arterial. Com estas considerações, acredita - se que a capnografia veio para ser incorporada ao arsenal da monitorização do intensivista, mas deve ser interpretada em conjunto com a clínica do doente (Auler,1990). Pelo consenso brasileiro de ventilação mecânica recomenda-se que o enfermeiro monitorize a capnografia para registrar valores normais de PetCO2 de 25 a 30 mmHg. Valores maiores sugerem insuficiência de troca gasosa; Deve-se evitar obstrução do capilar do capnógrafo por muco de condensação, pois com isto ocorre tempo de resposta mais longo, indicando valores baixos de PetCO2; É recomendado evitar condensação de vapor de água no circuito do ventilador para que as 21 leituras não sejam falsamente elevadas além de manter o sensor próximo ao tubo orotraqueal; O enfermeiro deverá calibrar o equipamento de 12 em 12 horas, para maior fidedignidade da leitura. A gasometria deve fazer parte da rotina do paciente ventilado, estando indicado o controle a cada 24 horas. A gasometria deve ser requisitada após os primeiros trinta minutos de ventilação. Os valores mínimos considerados para a PaO2 e SaO2 são respectivamente 60 mmHg de 90 a 92 %. Outra forma não-invasiva da avaliação contínua da saturação de oxigênio é através da oximetria de pulso. Esse método é utilizado através de um sensor que pode ser colocado em um dedo ou em crianças na palma da mão ou do pé.(Barbas et. al 1994) O oxímetro de pulso permite uma monitorização contínua e não invasiva da saturação parcial de oxigênio (psO2), que expressa a relação entre oxiemoglobina (cO2Hb) e a soma das concentrações de oxi e deoxiemoglobina (cHb). O termo parcial é utilizado porque somente uma porção do total de hemoglobina é considerada, ou seja, aquela disponível para o transporte de oxigênio, podendo ser referenciada como saturação funcional (Zander & Mertzlufft, 1990). Os cuidados de enfermagem devem compreender a monitorização constantemente da saturação de oxigênio que deve ser mantida igual a (ou maior do que) 95%; escolher o local adequado de acordo com o tipo do sensor (digital ou auricular); manter oximetria fidedigna, observando as condições que podem interferir na leitura: sensor em local inadequado, luminosidade, movimentação ou tremores do paciente, vasoconstrição, hipotermia, uso de esmalte, hiperbilirrubinemia, hiperpigmentação da pele do paciente, hipotensão; observar constantemente se o sensor está conectado ao paciente; avaliar o grau de perfusão periférica (cianose), descrevendo se leve, moderada ou intensa e realizar o rodízio do local do sensor (Smeltzer e Bare, 1988) A avaliação do nível de consciência é o aspecto mais importante da avaliação neurológica, da qual também faz parte a avaliação dos movimentos, dos sinais pupilares e oculares, dos padrões respiratórios e dos sinais vitais. O nível de consciência pode apresentarse sob um estado de consciência total, de alerta e cooperação, ou numa ausência total de reação a qualquer forma de estímulo externo. Gallo (2007) afirma que o cuidado com o paciente é o núcleo centralizador de toda abordagem da assistência de enfermagem. Para o paciente que necessita de cuidados de enfermagem é fundamental que a condução da assistência esteja voltada para linhas de cuidados que visem diminuir os custos, a duração da internação e a mortalidade nos pacientes 22 com problemas respiratórios consiste em implementar intervenções que impeçam ou minimizem as complicações. O segundo consenso brasileiro de ventilação mecânica recomenda que o plano de cuidado – em uma conotação mais ampla – seja voltada para a vigilância constante, observação globalizada e adequado campo de visualização. Indispensável a observação dos seguintes sinais: Nível de consciência;Coloração da pele; Grau de distensão de veias das regiões cervical e supraclaviculares; Padrão respiratório: expansão torácica, simetria, uso de musculatura acessória; Batimentos de asa de nariz; Avaliação abdominal: ausculta, palpação, percussão e movimentação; Sinais vitais; Eliminações: vômitos, diurese, evacuações, drenagens por sondas, sudorese; Pressão venosa central (PVC); Sinais de retenção hídrica; Circuitos respiratórios: posicionamento, escape de ar, acotovelamento e tracionamento do circuito, condensados no circuitos; Avaliação dos sinais vitais e monitorização cardiovascular; Observar se os parâmetros programados estão de acordo com os prescritos e condizentes com o quadro clínico do paciente; Estar atento aos alarmes sempre que ocorram. Manter ajustados os limites máximo e mínimo programados para os alarmes, observando com freqüência os avisos ópticos e evitando confusão face a indicadores simultâneos; Para Cintra(2008) o início da ventilação mecânica se dá pela instalação e ajustes básicos dos parâmetros que dependem das conexões realizadas nas às redes de ar comprimido, de oxigênio e à rede elétrica de voltagem compatível. Antes de usar o ventilador mecânico, deve-se realizar uma extensa verificação do parelho e de sua instalação: checar a montagem do circuito, as conexões, válvulas e tubos; em seguida, verificar as pressões das redes de gases que devem satisfazer o mínimo de 2,5 ATM ou 50 PSE, controladas, geralmente, através de válvulas redutoras. O ventilador mecânico é então conectado a um pulmão de teste para avaliação final e ajuste dos parâmetros básicos. O funcionamento do umidificador aquecido é verificado, e água destilada estéril colocada no reservatório imediatamente antes de iniciar a ventilação mecânica. Cintra(2008) ressalta a importância da vigilância realizada pelos profissionais da enfermagem que deve ser executada de forma contínua. A avaliação clínica e monitorização a beira do leito são de vital importância, pois fornecem informações que permitem a identificação rápida de problemas e alterações do quadro clínico. Usualmente, a enfermeira realiza, a cada plantão, um exame completo do paciente. Esta avaliação deve ser global, pois a VM tem repercussões sobre órgãos distantes e há importante interação entre os aparelhos e sistemas no paciente em estado grave. Os dados subjetivos devem ser incluídos. A anotação dos dados, sinais e sintomas relevantes ajuda a equipe de enfermagem, bem como os outros 23 profissionais, a acompanhar a evolução do paciente, a selecionar e avaliar intervenções adequadas. Recomenda-se avaliar em geral a coloração das mucosas e da pele, além da temperatura, Mesmo com hipoxemia, a cianose pode não aparecer em pacientes anêmicos; a cianose periférica é relacionada com a má perfusão. A sudorese é um sinal de alarme e sua causa deve ser avaliada (GALLO, 2007). A amplitude da expansão torácica, justamente com a ausculta pulmonar dá uma estimativa do volume corrente. Controlar a freqüência respiratória e detectar a presença eventual de contração expiratória da musculatura abdominal, de triagem intercostal ou de retração supraesternal. Batimentos das asas do nariz e uso da musculatura acessória indicam dificuldade respiratória (GALLO, 2007). “A observação inclui os drenos e seu débito. A permeabilidade e o posicionamento do tubo traqueal devem ser verificados freqüentemente, bem como a quantidade, a coloração e a viscosidade da secreção traqueal espirada. A ausculta deve ser realizada em todo o tórax, verificando a distribuição da ventilação e detectando a presença de alguma obstrução, ou secreção” (CINTRA, 2008). É grande a incidência de pacientes que, ao serem internados nas unidades de terapia intensiva necessitam de ventilação mecânica. Sabe-se que pacientes submetidos a VM tem 621 vezes mais riscos de desencadear pneumonia associadas a ventilação mecânica se comparados aos pacientes que não estão em VM. Esses resultados são agravantes, na medida que o Guidelines for the Management of Adults with Hospital-acquired, Ventilator-associated and Healthcare-associated Pneumonia refere que a estimativa de morte por PAVM está em torno de 33 a 50%, elevando-se para 70%, quando ocorrem mortes devido às complicações dessas infecções. Segue-se a isso o alto custo de tratamento aplicado a estes pacientes como demonstra o Centro de Controle de Doenças e Prevenção, que considera que a cada episódio de PAVM acarreta um tempo excedente de permanência hospitalar variável de 6,8 a 30 dias. A aspiração de secreção pulmonar e uma dos recursos que evita a PAVM deve ser realizado somente quando necessário, pois a aspiração expõe o paciente a riscos como hipóxia, lesões da mucosa traqueal, atelectasia e infecção. Deve-se utilizar a técnica asséptica, acompanhada pela oximetria de pulso, respeitando o tempo de aspiração, a escolha do calibre da sonda, a seqüência no ato de aspirar e a oxigenação prévia a 100%. Proceder à ausculta pulmonar antes e após aspiração e investigar áreas de resistência ou obstrução do tubo endotraqueal. Observar e registrar: características da secreção: tipo, cor e odor, pois são elementos indicativos de infecção pulmonar ou fístula traqueoesofágica; secreção espessa em grande quantidade quase sempre indica má aspiração e má umidificação. 24 Um dos maiores riscos de intubação prolongada é a lesão da laringe e da traquéia por excesso de pressão do balonte (CUFF). A função do balonete é impedir a exalação de ar por fora do tubo permitindo uma ventilação adequada. O nível máximo de enchimento do balonete não deve ultrapassar 2/3 da luz da traquéia e não deve ultrapassar sua pressão capilar. A insuflação do CUFF, bem como sua pressão, deve ser verificada, no mínimo, a cada 12 horas. Essa pressão deveria ser mantida inferior a 30 mmHg. A melhor pressão é a menor possível , sem que haja vazamento ao redor da via aérea artificial. A pneumonia nosocomial pode ocorrer através das microaspirações da cavidade oral que não são impedidas pelo balonete e pela clássica aspiração pulmonar decorrente de vômitos ou da administração de dietoterapia de maneira inadequada. A fixação do tubo é necessário para que o processo de intubação se configure seguro, evitando a extubação acidental. A troca da fixação deve ser realizada quando a mesma estiver suja de sialorreia excessiva, muito comum em pacientes intubados; presença de lesões de pele que podem ocorrer na região das orelhas quando se utiliza cadarço como meio de fixação e na própria face, quando se utiliza fitas adesivas. Uma vez que a nutrição do paciente é vital e indispensável, o uso de sonda nasogástrica e nasoentérica para dietoterapia recomenda-se cuidados primordiais para que não ocorra o risco de aspiração pulmonar no paciente ventilado mecânicamente: manter a cabeceira elevada entre 30º a 45º e suspender o fluxo da dieta 30 minutos antes da necessidade de baixar a cabeceira ou de momentos de grande movimentação do paciente( como a higiene corporal, a fisioterapia e o exames invasivos à beira do leito). O decúbito elevado faz diminuir a incidência de refluxo gástrico, maior causador de contaminação por bactérias gram-nagativas. Um estudo randomizado (Torres, 1999), foi demonstrado que é três vezes maior a incidência de pneumonia nosocomial em pacientes tratados com cabeceira elevada quando se faz comparações com os pacientes tratados com posição supina a 0º. A higiene oral é um dos cuidados aos pacientes mecanicamente ventilados. É preconizado a realização da higiene oral o mínimo de quatro em quatro horas ou sete vezes ao dia com solução anti-séptica, dificultando assim o crescimento de placas bacterianas ou fúngicas na cavidade oral, justamente pelas microaspirações que poderão ocorrer durante a ventilação mecânica. Estudos mostram que a clorexidine 0,12% na higiene oral vem evitando a colonização do tubo digestivo e das vias aéreas superiores. A administração de gases frios e não-umidificados, em pacientes que recebem suporte ventilatório, pode causar problemas com as secreções do trato respiratório. Entre esses problemas podem ser citados: oclusões do tubo traqueal/cânula; espessamento de muco; 25 diminuição da atividade ciliar; atelectasia; aumento na incidência de complicações pósoperatórias; comprometimento alveolar; alterações da mecânica pulmonar causando hipoxemia; alterações celulares em nível superficial e também estrutural. Além disso a falta de umidificação pode reduzir a complacência estática e aumentar a diferença de tensão de O2 alveoloarterial, o que parece associado a atelectasia, ao aumento do shunt intrapulmonar e ao comprometimento da atividade do surfactante. A umidificação e o aquecimento para o gás inspirado pelos pacientes em ventilação mecânica invasiva deve-se manter em torno de 32º C a 37ºC de temperatura e umidade relativa a 100%. Paoli 2003 classifica a umidificação e duas formas: ativamente, através de umidificadores aquecidos que consiste na passagem de gás frio e seco que entra pelo ramo inspiratório do circuito por meio de um recipiente que contém água aquecida fazendo com que o vapor da água se misture com o ar, umidificando-o e aquecendo-o; passivamente, através de umidificadores trocadores de calor e umidade, conhecidos como heat and moisture exchager (HME). Os equipamentos são filtros retentores de calor e umidade(filtros de barreiras) colocados entre o TOT e o Y do circuito, mantendo o calor e a umidade do próprio aparelho respiratório do paciente. Ao enfermeiro é imprescindível avaliar as condições de umidificação ativa que representa em algumas situações os riscos de superumidificação , com condensação de água no circuito, o que, por sua vez, pode causar: aumento de riscos de infecção nosocomial; aumento da secreção da mucosa; aumento da necessidade de processo de aspiração; riscos de restrição e oclusão da prótese; bloqueio das vias aéreas através do acumulo de água no circuito. Para Cintra 2007, o controle do balanço hídrico deverá estar incluído no processo de avaliação visto que a ventilação mecânica por pressão positiva apresenta repercussões na função renal do paciente através da diminuição de débito urinário e da excreção de sódio, sendo esses efeitos apresentados na função renal, podem estar ligados a fatores diretos, tais como a diminuição do débito cardíaco ou alterações na pressão arterial, como indiretamente com a alteração simpática ou por alterações hormonais. De acordo com a autora supracitada, a equipe de enfermagem deve controlar de maneira rigoroso da diurese do paciente, realizando um balanço hídrico periódico, pesar diariamente para um acompanhamento de retenção ou perda de líquido, também deve atentar a presença de edemas e acompanhar dosagens laboratoriais de eletrólitos, uréia e creatinina. A monitorização do nível nutricional deverá ser considerado pelo enfermeiro, visto que a associação entre o estado nutricional e a função pulmonar está bem estabelecida, na 26 medida em que a nutrição inadequada diminui a massa muscular do diafragma, reduzindo o desempenho da função pulmonar e aumentando os requisitos de ventilação mecânica. Devlin e colaboradores reviram todos os estudos publicados, de 1980 a 2000, sobre avaliação da sedação de pacientes gravemente enfermos. Os autores identificaram 33 instrumentos utilizados para tal fim, e concluíram que tais instrumentos devem ser avaliados para que possa ser determinado o seu impacto na qualidade do atendimento e no tempo de internação dos enfermos em UTI. A avaliação da sedação em UTI, assim como a avaliação da analgesia, pode ser realizada através de escalas subjetivas e objetivas tais como a escala de Ricker (para sedação-agitação); escala de avaliação da atividade motora e escala de Ramsey. Heinrich (1998) afirma que a dor continua sendo uma das piores recordações dos pacientes que recebem alta das UTI´s e repercute diretamente no suporte ventilatório. A escala de analogia visual e verbal vem sendo aplicada em UTI no entanto a presença do tubo orotraqueal a administração de sedativos e as repercussões clinicas da patologia de base vem afetando profundamente esta comunicação. Para que sejam minimizados os riscos de efeitos colaterais e para que seja evitada a tolerância aos fármacos administrados, deve ser instituída a terapêutica com menor dose possível e com a associação de sedativos e analgésicos. Podem também ser utilizada a suspensão diária desses fármacos ou a administração intermitente dos mesmos. A enfermagem desempenha papel fundamental no processo de avaliação do paciente mecanicamente ventilado, quando a análise aponta o foco no sistema neurológico, já que segundo Cintra (2005) o nível de consciência e orientação no tempo e espaço são indicadores para iniciar o processo de desmame da prótese ventilatória. O tamanho, reatividade e a igualdade das pupilas são sinais que indicam deterioração cerebral. Para Pryor (2001) os estágios iniciais do manuseio do paciente com traumatismo craniano e do paciente neurocirúrgico envolvem sedação e, frequentemente, imobilização. A pressão intracraniana deve ser mensurada quanto houver indicação, já que a ventilação mecânica apresenta influência sobre a mesma por dois motivos: repercussões no retorno venoso e controle da PaCO2. O aumento da pressão intracraniana pode resultar de diminuição do retorno venoso e estase do sangue nos vasos cerebrais. Os tubos, incluindo sondas, cateteres e cânulas, são invasivos, desconfortáveis e limitam a comunicação e a alimentação do paciente, aumentando o estresse na UTI juntamente com as demais privações que eles já experimentam neste ambiente (Granja,20005). A razão para o desconforto relacionado com o tubo traqueal possivelmente é devido à sucção endotraqueal, a qual os pacientes são regularmente submetidos para manter a 27 permeabilidade da via aérea. Este agressivo estímulo mecânico pode explicar porque os tubos são freqüentemente lembrados como importante causa de desconforto durante a internação em UTI (Van der Leau, 2004). A identificação pelo enfermeiro destes estressores é importante para a implementação de medidas que, atuando nesses fatores, possam facilitar a humanização do ambiente da UTI. Deve ser permitido ao paciente expressar-se, através de gestos ou da escrita. Para isto, a equipe deve prover meios alternativos de comunicação, seja com o uso de gestos, cartões ou lápis e papel. O profissional da equipe de enfermagem deve transmitir conforto e segurança ao paciente, comunicando-se com ele, mesmo se ele estiver inconsciente (Segundo consenso brasileiro de ventilação mecânica, 2000). Para Smeltzer e Bare(1993), o desmame do ventilador acontece em três estágios, onde o paciente é gradualmente desmamado do ventilador; do tubo endotraqueal ou traqueostomia e do oxigênio, é utilizado no período mais precoce possível, conduzido com a segurança do paciente. O desmame é iniciado quando o paciente está se recuperando do estágio agudo de seus problemas, ou a causa da insuficiência respiratória foi suficientemente reduzida. A preparação psicológica e emocional realizado pelo enfermeiro é importante antes e durante o processo de desmame, identificando o seu papel durante o procedimento, diminuindo sua ansiedade e preocupação diante de sua responsabilidade em reassumir o controle de sua respiração espontânea. A mesma autora, ainda relata que não existe o “melhor” método de desmame. O sucesso depende da combinação adequada do paciente, preferência do médico, protocolo da unidade, equipamento disponível e pessoal de cuidados de saúde com conhecimento. Os ventiladores mecânicos são empregados para sustentar a vida. Os sistemas de alarme são necessários para advertir os enfermeiros sobre o desenvolvimento de problemas. É importante determinar o motivo do disparo dos vários alarmes existentes nos ventiladores mecânicos, bem como conhecer os parâmetros utilizados. Os sistemas de alarme podem ser categorizados de acordo com o volume e a pressão (altos e baixos). Os alarmes de baixa pressão advertem para a desconexão do paciente do ventilador ou para extravasamentos do circuito. Já os alarmes de alta pressão advertem para as pressões crescentes. Os alarmes de falha elétrica são necessários para todos os ventiladores. A enfermeira deve responder a todo alarme do ventilador. Os alarmes nunca devem ser ignorados ou desligados, mas deve-se procurar e solucionar a causa do alarme ter disparado (MORTON, 2007). A detecção da dissincronia pode se manifestar como “briga” do paciente com o aparelho e a presença de sinais clínicos de : taquipnéia, taquicardia, sudorese, batimento de 28 asa de nariz; tiragem intercostal; respiração paradoxal e utilização da musculatura acessória. Para o enfermeiro a identificação de sinais físicos sugestivos de dessincronia necessita de medidas direta que combatem os desajustes de desparo, fluxo, ciclagem e aumento do trabalho respiratório (Carvalho,2003). METODOLOGIA O presente artigo trata-se de um estudo descritivo, onde inicialmente foi realizada uma revisão de literatura, tendo como fonte livros e artigos científicos especializados, a fim de fornecer fundamentação teórica sobre os fatores que influenciam a avaliação de enfermagem em pacientes sob assistência da ventilação mecânica. A pesquisa da literatura foi realizada nas bases de dados eletrônicas: MedLine, LILACS, CINAHL, Cochrane, High Wire Press e SciELO,além de livros e periódicos no período de Julho de 2010a Setembro de 2010.As palavras-chave usadas em várias combinações foram: “ Enfermagem e Ventilação Mecânica”;” mechanical ventilation and nursing; “Assistência Ventilatória no paciente crítico”; “Complicações da ventilação mecânica”. A pesquisa foi limitada às línguas inglesa, e portuguesa. Não foram incluídos na pesquisa resumos de dissertações ou teses acadêmicas. Objetivando elaborar uma ficha completa e adequada ao serviço de Unidade de Terapia Intensiva, facilitando uma avaliação breve e eficaz, que possibilite uma abordagem global do paciente, foi proposta uma ficha de avaliação check-list contendo os principais itens a serem abordados em uma avaliação a beira do leito, sendo esta completa e adequada, envolvendo a investigação de todos os aspectos do paciente sob assistência da ventilação mecânica, a fim de possibilitar o melhor acompanhamento do quadro respiratório, vindo assim contribuir para a rapidez na evolução e na alta da UTI. A ficha vem sendo aplicada em unidade de terapia intensiva geral de hospital filatrópico no município de João Pessoa na avaliação realizado pelo enfermeiro no turno da manha e apontada as intercorrências durante o plantão. Com base nos dados empregados na ficha estão sendo coletados os registros para o acompanhamento da assistência médica e fisioterapêutica. Visando qualificar ainda mais a assistência de enfermagem na ventilação mecânica foi criado um algoritmo para sistematizar os mecanismos operacionais de assistência para os pacientes admitidos na UTI que necessitem de suporte ventilatório. 29 CONCLUSÃO A assistência do paciente sob suporte da ventilação mecânica em Unidades de Terapia Intensiva deve ser formatada sob dispositivos formais que regem a prática de enfermagem. Defende-se a partir desta análise que o olhar do enfermeiro foque a ventilação mecânica no processo de enfermagem com vistas a prover uma estrutura para organizar o pensamento, no sentido de que os problemas dos pacientes sejam identificados e solucionados pelos enfermeiros. Convoca-se os profissionais da assistência de enfermagem evocar as noções do processo de enfermagem e não se limitar o processo de cuidado e assistência. É indispensável que este profissional identifique problemas com base na avaliação do paciente. A ventilação mecânica foi um dos maiores avanços tecnológicos ocorrido nas UTI’s, hoje, esses aparelhos constituem formas indispensáveis de ventilação artificial aos pacientes com insuficiência respiratória. Porém, são também responsáveis pela grande morbidade decorrida de complicações provenientes destas máquinas. É verdade que o diagnóstico de enfermagem enfatiza a noção de raciocínio clínico, pois o estabelecimento de um diagnóstico requeira que os problemas sejam identificados em conjuntos. Na avaliação do sistema respiratório pelo enfermeiro vem sendo repelido a assistência da ventilação mecânica em suas particularidades na rotina em terapia intensiva. No entanto, não se concebe a ideia do paciente passar por um processo de avaliação, planejamento, intervenção e reavaliação sem passar pelo crivo analítico da assistência ventilatória pelo enfermeiro. Ampara-se na afirmação de Kenny(1995) que o processo de enfermagem é um instrumento que provê um guia sistematizado para o desenvolvimento de um estilo de pensamento que direciona os julgamentos clínicos necessários para o cuidado de enfermagem. A concepção deste trabalho pretende prevê que a assistência de enfermagem seja pautada na avaliação do paciente e que este dados forneçam instrumentos para que o diagnóstico de enfermagem seja identificado, para que a partir disto metas sejam definidas para selecionar as intervenções mais apropriadas à situação especifica do paciente. 30 A elaboração de uma ficha, do algoritmo e sua aplicabilidade em uma unidade de terapia intensiva nesta cidade provê um guia que vem facilitando o processo de enfermagem e contribuindo para garantir boa qualidade de cuidados de enfermagem REFERÊNCIAS AVENA E MATSUDA. Assistência de Enfermagem em Ventilação Pulmonar Mecânica em Pediatria. Neonatologia, Editora Atheneu, setembro de 2004 AULER,C.O.J.; Estudo Comparativo entre CO2 obtido por Capnografia e Gasometria no Pós - Operatório de Cirurgia Cardíaca. Revista Brasileira de Anestesiologia; Vol 40 N.5,1990. BARBAS, C. S. V. et at. Técnicas de Assistência Ventilatória. In: Knobel, E. Condutas no paciente grave. São Paulo: Atheneu, 1994. BETHLEN, N. Pneumologia. 3 ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 1984. CINTRA, Eliane de Araújo. Assistência de Enfermagem ao Paciente Crítico. São Paulo: Atheneu, 2000. CORNOCK MA - Stress a Van de Leur JP, Van der Schans CP, Loef BG et al - Discomfort and factual recollection in intensive care unit patients. Crit Care, 2004;8:R467-R473 . FIGUEREDO, N. M. A. et al.CTI: DICIONÁRIO DE TERMOS MÉDICOS ON-LINE. Disponível em: <www.pdamed.com.br>. Acessado em: 05/04/2011 GALLO, Bárbara M. et al. Atuação, intervenção e cuidados de enfermagem. 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M.A.O; VIERA D.F.V; SABINI, T. L.; ROSA. F. S. – Aspiração de Secreções do Paciente sob ventilação mecânica – PROENF – Ciclo1, Modulo 1 – Artemd, 2006. Porto Alegre ANEXOS 32 FICHA DE AVALIAÇÃO VENTILAÇÃO MECÂNICA PARA ENFERMEIROS NOME DO PACIENTE_______________________________________________________________________________________________________ DIAGNÓSTICO________________________________________________________________IDADE________PESO__________________ ATENDIMENTO Nº_______________________________ AVALIADOR: ___________________________________________________ COREN:________________ DIA_____/_______/___________ SEDAÇÃO: S( ) N( ) HORA:____________________ CUIDADOS DE ENFERMAGEM (check list) GERAL DIAS DE TOT/TQT____________ TOT – Nº________ TQT – Nº _______ PRESSÃO DE CUFF_______ POSICÃO DO TOT(linha da comissura labial) ( ) FIXAÇÃO VAA( ) ALARMES( ) LESÕES DE PELE: LÁBIOS( ) TQT( ) CIRCUITOS: CONDENSADOS( ) VAZAMENTOS ( ) FILTRO ( ) UMIDIFICAÇÃO ( ) ASPECTO DA SECREÇÃO VOLUME: GD( )/MD( )/PQ( ) COR:_____________________________ ASPECTO: ______________________ RISCO DE PAVM ELEVAÇÃO DE CABECEIRA ( ) HIGIENE ORAL ( ) RISCO DE BRONCOASPIRAÇÃO ( ) ABDOMEN DISTENDIDO( ) IMOBILISMO ( ) ASPECTO NUTRICIONAL( ) SNG ( ) AUSCULTA PULMONAR: ________________________________________ DROGAS: SEDATIVOS:_________________________ VASOATIVAS________________________ MODO VENTILATÓRIO VCV/IPPV ( ) PCV/BIPAP ( ) SIMV ( ) PSV ( ) CPAP( ) OUTRO__________________________ PARÂMETROS VENTILATÓRIOS VC________ML PI_________CMH20 FR_________IRPM TI_________S FLX__________L/MIN PEEP_________CMH20 PAUSA________S PS_____________CMH20 FIO2__________% SENS________CMH20/________L/MIN MONITORIZAÇÃO VT _____________ML VM_____________L PPICO___________CMH20 PMED___________CMH20 PLATÔ___________CMH20 TI:TE_______:_________ FRT____________IRPM AUTOPEEP___________CMH20 CAPNOGRAFIA_______________ ESCALA DE RAMSEY 1 – paciente ansioso, agitado, impaciente ou ambos 2- Paciente cooperativo, orientado e tranquilo 3- Paciente responde apenas ao comando verbal 4 – Paciente que demonstra resposta ativa a um toque leve na glabela ou a um estimulo sonoro auditivo 5- paciente que demonstra resposta débil a um toque leve na glabela ou a um estimulo sonoro auditivo 6- Paciente que não responde aos mesmos estímulos dos itens 4 ou 5 SINAIS DE DOR - DISPNÉIA ( ) - CIANOSE ( ) - ATIVIDADE EXPIRATÓRIA ( ) - TIRAGENS ( ) - DESSATURAÇÃO ( ) - EXPANSIBILIDADE TORÁCICA ( ) - USO DA MM ACESSÓRIA ( ) - SUDORESE( ) - DESORIENTAÇÃO ( ) - ABERTURA DE ASA DO NARIZ( ) GASOMETRIA PH_____________ PAO2__________ PACO2_________ HCO3__________ EB______________ PA02/FIO2________________ NÍVEL DO CONSCIÊNCIA CONSCIENTE( ) COMATOSO( ) TORPOROSO ( ) SONOLENTO ( ) AGITADO( ) ACORDADO ( ) LETÁRGICO ( ) ANSIOSO ( ) SINAIS VITAIS FC_________BPM PA_________MMGH PAM________MMGH FR__________IRPM SPO2_________% TEMP__________ BH: (+) ( - ) (N) PIC:____________ PROGRAMAÇÃO DE DESMAME TRE ( ) EXTUBAÇÃO ( ) FALHA DE EXTUBAÇÃO ( ) VNI PÓS EXTUBAÇÃO ( ) OXIGENOTERAPIA: - CATÉTER NASAL ( ) - VENTURY____% 33