CUIDADOS E TERAPIA NA ASSISTÊNCIA DOS PACIENTES COM INDICAÇÃO DE REALIZAÇÃO DE HEMODIÁLISE Isabela Tenório Costa RESUMO Os cuidados e terapia na assistência dos pacientes com indicação de realização de hemodiálise parte de procedimentos realizados, levando em consideração tais fatos o enfermeiro deve estar apto a intervir em tais situações, assim a atuação do enfermeiro tem como ação todo um processo de monitorização, detecção de anormalidades requer uma intervenção vitais para a garantia de um processo seguro e eficiente para o cliente/paciente. Considerando este contexto bibliográfico esse artigo tem como objetivo descrever as complicações mais frequentes relacionadas à hemodiálise e as intervenções do enfermeiro a essas relacionadas. A metodologia é bibliográfica embasada em autores conceituados no assunto. 1 INTRODUÇÃO Se faz necessário levar em consideração que as atribuições do enfermeiro precisam estar voltadas para a educação dos clientes/pacientes e seus familiares, assim como a educação permanente da equipe de enfermagem, que são fatores que podem minimizar os índices de intercorrências e aumentar a qualidade de vida desses clientes/pacientes em terapia hemodialitica. O enfermeiro é um profissional que desempenha um papel fundamental no processo interventivo dentro da hemodiálise como um todo para uma melhora da qualidade de vida dos clientes/pacientes atendidos nesse setor. Diante disso, acredita-se que não bastam apenas medidas de orientação para o controle da doença renal, é preciso, também, confirmar e acompanhar o diagnóstico da doença renal crônica, desenvolver estratégias que auxiliam o cliente/paciente durante as sessões de hemodiálise a fim de um bom resultado, além de um acompanhamento adequado desses nefropatas. A atuação do Ministério da Saúde na atenção a clientela com problemas renais se estende à área de prevenção e promoção da saúde, evitando complicações ou mesmo a necessidade de diálise. Foi criado, no fim de 2011, um grupo de trabalho para estruturar a linha de cuidado e implementar a Rede de Atenção Integral à Saúde Renal. Esse grupo reúne representantes da Sociedade Brasileira de Nefrologia, dos Conselhos Municipais e Estaduais de Saúde, além de representantes das gestões estaduais e municipais. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012). No setor de hemodiálise se faz necessário uma instrução prévia aos clientes/pacientes de como lidarem com uma deficiência que representa um risco diário em suas vidas e a mudança que é necessária para contribuir com o atendimento recebido e a melhor qualidade de vida deles , pois o paciente nefropata precisa ser motivado por profissionais capacitados para aceitar novos hábitos diários e ter consciência sobre a gravidade de sua doença bem como a necessidade de aderir ao tratamento. Diante deste contexto, o presente trabalho tem como objetivo relatar a importância das intervenções do enfermeiro diante das complicações mais frequentes durante a hemodiálise. Diante do exposto resta uma pergunta a ser analisada pelos profissionais e comunidade, em geral: qual a importância das intervenções do enfermeiro nas intercorrências durante a sessão de hemodiálise? A Monitorização dos sinais vitais, programação da ultrafiltração conforme a prescrição, administração de medicamentos e volume, educação em saúde, alterações no sistema de diálise são algumas das ações que competem à enfermagem. Lembrando que o profissional não deve se deter somente a parte pratica, é necessário aliar a pratica a teoria. Trata-se de um estudo do tipo bibliográfico que tem como finalidade colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto. Dessa forma a mesma não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras (LAKATOS; MARCONI, 2003). Uma pessoa é constituída de um conjunto de sistemas de órgãos, dentre estes vários sistemas, podemos citar o urinário que é composto dois rins, dois ureteres, uma bexiga e uma uretra. O rim possui importante função como: formar a urina, regulação de eletrólitos, equilíbrio ácido básico, produção de eritrócitos, controla o equilíbrio hídrico, pressão arterial e o clearance renal (capacidade do rim de depurar solutos), secretar prostaglandinas, sintetizar a vitamina D na forma ativa e excretar produtos residuais do metabolismo. Por outro lado, sabe-se que existem doenças que compromete esse órgão podendo levar a uma Insuficiência Renal, que se caracterizam quando os rins não conseguem remover os resíduos metabólicos do corpo nem realizar as funções reguladoras, diante disso, o indivíduo com essa patologia deverá ser submetido ao tratamento adequado e entre as terapias de substituição da função renal, destaca-se a Hemodiálise. Outrora, a hemodiálise tinha como finalidade apenas evitar a morte por hipervolemia ou hiperpotassemia. Atualmente, além da reversão dos sintomas urêmicos, esse tratamento busca, em um tempo mais extenso, a diminuição das complicações, a redução do risco de mortalidade, a melhoria da qualidade de vida e a reintegração social do paciente. (FRAZÃO, 2011). Segundo Kirchner, et. al. (2011, p. 416). A hemodiálise representa uma esperança de vida, se considerar que essa doença é um processo irreversível. A não aceitação da doença pelo paciente pode dificultar a adesão ao tratamento, no relacionamento interpessoal com familiares e no convívio social. O suporte social é um fator importante para adesão ao tratamento. Assim, considerando todo direcionamento a dissertação esta envolta de possibilidades, que serão traçadas para um melhor entendimento do fluxo de informações acerca dos cuidados na assistência ao paciente em hemodiálise, ou seja, prestar uma assistência adequada tanto da técnica do procedimento, como na atenção ao paciente, observando seus receios e melhorando sua qualidade de vida, avaliando dados reais sobre o assunto e dissertando aquilo que foi analisado. Com o objetivo de analisar o paciente em hemodiálise, melhorando a sua qualidade de vida e percebendo quais são os fatores podem ser modificados para uma excelente assistência. 1.1 Objetivo Geral Conhecer a importância do cuidar da enfermagem com os pacientes em tratamento hemolítico. 1.2 Objetivo Específico Identificar a dificuldade encontrada dos profissionais de enfermagem para o cuidado com os portadores de Insuficiência Renal. Mencionar o procedimento do tratamento da hemodiálise. Relatar algumas dificuldades dos pacientes em tratamento de hemodiálise. 2 O PROCESSO DE HEMODIALISE E A ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM A incidência de clientes/pacientes que realizam tratamento hemodialítico no Brasil vem crescendo a cada dia, por varias causas, como o acometimento renal, destacando que algumas doenças renais tem cura sem deixar sequelas. A doença renal crônica consiste em lesão renal e perda progressiva e irreversível da função dos rins. Hemodiálise é um processo de filtragem e depuração de substâncias indesejáveis do sangue como a creatina e a uréia através de uma membrana semipermeável denominada dialisador. De acordo com a Portaria nº 154 de 15 de junho de 2004 a qual estabelece o regulamento técnico para o funcionamento dos Serviços de Terapia Renal Substitutiva e as normas para cadastramento desses estabelecimentos junto ao Sistema Único de Saúde, é regulamentado que na unidade de Hemodiálise deve haver um médico nefrologista para cada 35 clientes/pacientes com título de especialidade registrado no Conselho Federal de Medicina, um enfermeiro para cada 35 pacientes devendo possuir treinamento em diálise reconhecido pela Sociedade Brasileira de Enfermagem em Nefrologia, um técnico ou auxiliar de enfermagem para cada 4 pacientes por turno de hemodiálise (BRASIL, 2004). A enfermagem tem sua maior pacientes durante a sessão e importância na observação contínua dos pode também ajudar a salvar vidas e evitar as complicações ao fazer o diagnóstico precoce de tais intercorrências. È de suma importância o paciente ter extrema confiança nos profissionais. A equipe de enfermagem precisa ser prestativa, atenciosa e que estão sempre alerta para intervir quando necessário (FAVA, 2006). Como o enfermeiro é o profissional esta diretamente ligado aos cleintes/pacientes, ou seja, é o profissional que assiste mais de perto as sessões de hemodiálise, ele deve estar apto para prontamente intervir e assim evitar outras potenciais complicações. Os cuidados de enfermagem envolvem a sistematização desde a entrada do paciente à saída deste da sessão de hemodiálise. Deve-se recepcionar o paciente ao chegar à unidade de diálise, sempre observando seu aspecto geral e realizando uma avaliação pré-hemodiálise, que envolve encaminhamento do paciente à balança para registrar o peso, encaminhar o paciente à máquina, verificar sinais vitais, auxiliares e/ou técnicos devem comunicar qualquer alteração para o enfermeiro responsável, conversar com o paciente sobre qualquer sintoma que ele tenha sentido desde a última diálise, etc. e se não houver restrição iniciar a sessão de diálise. PRINCIPAIS INTERCORRENCIAS As intercorrências que podem acontecer no setor da hemodiálise são hipotensão Arterial que é a complicação mais frequente e comum durante a hemodiálise (FERMI, 2010). As cãibras musculares ocorrem, na maioria das vezes concomitantemente com a hipotensão arterial, sendo que pode vim a persistir mesmo após o restabelecimento do equilíbrio da pressão arterial Náuseas e vômitos são complicações comuns e rotineiras de diálise, sendo sua etiologia multifatorial. (CALIXTO RC, LORENÇON M, Et. al, 2008). A dor torácica, frequentemente associada à dor lombar. Sua causa é de etiologia desconhecida, mas pode estar relacionada à ativação do complemento (uma função que envolve a estrutura da Imunoglobulina e que ativa as respostas humorais). (FERMI, 2010). O prurido, vulgarmente chamado de coceira é o sintoma de pele mais importante nos pacientes urêmicos. O prurido, além de ser uma complicação durante a sessão de hemodiálise, também é a manifestação mais comum nos pacientes. O renal crônico torna-se um é imunodeprimido, ou seja, tem uma sensibilidade para adquirir infecção aumentada. Geralmente, as infecções bacterianas nos pacientes portadores de doenças renais parecem progredir de maneira muito mais rápida e a cura de maneira bastante lenta. Estudos apontam que o local de acesso, sobretudo em pacientes com cateter venoso central é a principal fonte de 50% a 80% das bacteremias. As bacteremias podem causar osteomielite, meningite e endocardite (DAUGIRDAS, 2008) . Edema agudo de pulmão é considerada uma das complicações mais freqüente e comum que acomete o paciente durante o tratamento. O transtorno tem como causa na maioria das vezes a sobrecarga de líquido por transgressão na dieta e na crise hipertensiva. O enfermeiro deve ficar atento aos sinais e sintomas apresentados pelo paciente. São eles: respiração ruidosa, cianose, sudorese intensa, taquicardia, estase jugular, dispnéia intensa e tosse continuam com escarro espumoso róseo e/ou branco. O tratamento deve ser realizado em tempo hábil. (DAUGIRDAS, 2008) Síndrome do desequilíbrio da diálise é um conjunto de sintomas sistêmicos e neurológicos que pode vim a ocorrer durante o tratamento de diálise. Caracteriza-se por confusão mental, cefaléia, vômitos, tremores, náuseas, agitação, delírio, contrações musculares ou crises convulsivas generalizadas. Geralmente observa-se ao final da diálise ou no período pós-diálise imediato. (DAUGIRDAS, 2008) 3 MATERIAL E MÉTODO O trabalho realizado seguiu dos princípios do estudo exploratório, por meio de uma pesquisa bibliográfica, feita com base a partir de material já formado, constituído de artigos científicos e revistas eletrônicas. Foram utilizados 12 artigos nacionais disponíveis online em texto completo, acessados nas bases de dados SCIELO, LILACS, Google acadêmico e Revista Eletrônica de Enfermagem (online), publicados nos últimos 06 anos (2009 a 2014). Os seguintes descritores foram aplicados: insuficiência renal, cuidados de enfermagem, tratamento de hemodiálise. Os critérios de inclusão para a seleção das fontes foram às bibliografias que abordassem insuficiência renal e hemodiálise, por conseguinte esses assuntos, e foram excluídas aquelas que não atenderam a temática e anteriores a 06 anos. Por se tratar de uma pesquisa bibliográfica, este trabalho não necessitou ser submetido ao comitê de ética em pesquisa, respeitando assim todos os aspectos éticos. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO A doença renal crônica é considerada um problema de saúde pública mundial. A incidência e prevalência desta patologia, em caráter terminal, estão aumentando no Brasil e os custos do tratamento da doença são elevados. A doença renal crônica tem elevada morbidade e mortalidade, se caracteriza pela perda lenta, progressiva e irreversível da função renal, e classifica-se em estágios funcionais conforme o grau de função renal. (PAULETTO, 2013). Segundo o Manual de Diálise/Nefrologia do HGV (2012), a Insuficiência Renal é definida como uma queda súbita inesperada da função renal, caracterizado por uma redução da filtração glomerular, resultando na retenção de uréia nitrogenada e de creatinina no sangue, e diminuição da diurese (oligúria ou mais raramente, anúria). É necessário submeter o doente a um tipo de tratamento que substitui a função renal, quando os rins perdem sua capacidade de realizar sua função, eliminar as toxinas que são liberadas pelo metabolismo. (BARROS, et. al. 2013). Podem-se classificar as Insuficiências renais de acordo com a etiologia em: Pré-renal: resulta de uma hipoperfusão renal devido a uma redução do volume intravascular efetivo, o qual pode resultar de uma desidratação, vasodiltação periférica, ou por um baixo débito cardíaco. É o tipo mais comum de IRA. Insuficiência renal intrínseca: resultam de uma variedade de lesões aos vasos sangüíneos renais, glomerulares tubulares, ou intersticiais. Estas lesões podem ser causadas por toxicidade, reações imunológicas, de forma idiopática, podendo ainda ser iatrogênica, ou desenvolvida como parte de uma doença sistêmica ou renal primária. Pós-renal: resulta de uma obstrução do trato urinário alto ou baixo. (MANUAL DE DIÁLISE/NEFROLOGIA DO HGV, 2012). Segundo Pauletto (2013, p.11). A fase terminal da insuficiência renal crônica caracteriza-se pela incapacidade dos rins manterem a normalidade do meio interno, com intensificação da sintomatologia urêmica no paciente provocada pelas alterações fisiológicas e bioquímicas da doença. Com o avanço destes sintomas, faz-se necessário um tratamento contínuo para substituir a função renal. As modalidades de tratamento disponíveis para os pacientes com insuficiência renal crônica terminal são: a hemodiálise, a diálise peritoneal e o transplante renal. Denomina-se hemodiálise o tratamento utilizado nos pacientes com insuficiência renal. Este tratamento é definido como um procedimento que limpa e filtra o sangue, liberta o corpo dos resíduos prejudiciais, do excesso de sal e de líquidos, controlando a pressão arterial e ajudando o organismo a manter o equilíbrio de substâncias químicas como o sódio, o potássio e cloretos. (BARROS, et. al. 2013). A hemodiálise é um tratamento que utiliza um equipamento e materiais de alta tecnologia para desempenhar o processo da retirada de substâncias tóxicas e excesso de líquido do organismo. Neste procedimento, o sangue flui através de um acesso vascular (cateter venoso ou fístula arteriovenosa) no qual é impulsionado por uma bomba para um sistema extracorpóreo, onde se encontra o dialisador, local em que ocorrem as trocas entre o sangue e o líquido de diálise. Este tratamento tem duração média de 4 horas, três vezes por semana, conforme as condições clínicas do paciente. (PAULETTO, 2013). Segundo Souza (2013), Paciente portador de Insuficiência Renal Crônica (IRC) submetido à hemodiálise, necessita de tratamento especializado, pois é um paciente grave, que requer cuidados com profissionais capacitados, que tenham conhecimentos técnico-científicos suficientes para realizarem uma boa assistência, de forma humanizada. 4.1 Cuidados e terapia na assistência dos pacientes com indicação de realização de hemodiálise O cuidar abrange a ação de interação entre o cuidador e o cliente, que deve estar envolvido no comprimento da ética. Em particular a hemodiálise requer cuidado de enfermagem especializado, mas que não se reduz ao cuidado técnico. Deste modo fica evidente a necessidade dos profissionais de enfermagem estar capacitados e cientes da sua importância para a manutenção da qualidade de vida do cliente. (RODRIGUES, 2009). Os pacientes de insuficiência renal crônica expressam sentimentos negativos pelas mudanças no estilo de vida acarretadas pelo tratamento dialítico que ocasionam limitações físicas, sexuais, psicológicas, familiares e sociais, que podem afetar o seu modo de ser e viver. Na convivência diária com estes pacientes, os mesmos expressam também outros sentimentos como medo do prognóstico, da incapacidade, da dependência econômica e da alteração da auto-imagem. Por outro lado, eles reconhecem que o tratamento lhes possibilita a espera pelo transplante renal e, com isso, uma esperança de melhorar sua qualidade de vida. As mudanças decorrentes do tratamento atingem seus familiares, pois esses necessitam ajustar sua rotina diária às necessidades de apoio ao familiar que apresenta insuficiência renal crônica. Desse modo, faz-se necessário que os trabalhadores da saúde e da enfermagem, em particular, considerem a grande valor dessas questões na sua abordagem e na elaboração do seu plano de cuidados. (SILVA, et. al. 2011). A assistência de enfermagem ao paciente em tratamento hemodialítico devese a relevância que esse profissional tem durante o tratamento de hemodiálise no paciente com insuficiência renal crônica. Porém essa importância no contexto da assistência é ainda desconhecida por alguns profissionais da área de enfermagem. (SANTANA, et. al. 2013). Segundo Coutinho (2011, p. 233). A atenção ao paciente renal crônico é dada por uma rede constituída, entre outros, pelo Ministério da Saúde, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, pelos Serviços de Diálise, e por profissionais de saúde, família e outros grupos sociais. A cada um desses componentes correspondem ações específicas que, somadas, vão dar a segurança e a qualidade de que o paciente necessita para manter seu tratamento e sua vida. A qualidade do trabalho técnico, a comunicação e as relações entre profissionais/paciente/família e a opinião do usuário são fundamentais. A educação do paciente renal é um compromisso do profissional da saúde, o enfermeiro, e este deve ter orgulho disso. Por meio da assistência, deve planejar intervenções educativas junto aos pacientes, de acordo com avaliação que realiza, numa tentativa de ajudá-los a reaprender a viver nessa realidade. (SOUZA, et. al. 2010). Vale ressaltar que a principal meta terapêutica para a maioria dos pacientes com Insuficiência Renal Crônica (IRC) em tratamento hemodialítico, não é a cura, mas uma melhora resultante da redução dos sintomas ou da severidade da doença. Assim tornasse fundamental que os profissionais atuantes nesta área empreguem esforços contínuos para o conhecimento das necessidades humanas afetadas, percebendo e identificando as necessidades e expectativas individuais dos clientes além de tornarem-se imprescindíveis o resgate e a valorização do cliente enquanto pessoa que tem sua forma singular de pensar, agir e sentir. Ao estarem alertas e sensíveis para tais aspectos, certamente poderão de mudança para possibilitar, além do prolongamento da sobrevida, uma melhoria na qualidade de vida do cliente renal crônico submetido à hemodiálise. (TERRA, 2007). Segundo SOUZA, et. al. (2010, p.05). A utilização da sistematização da assistência de enfermagem (SAE) é um dos meios que a enfermeira dispõe para aplicar seus conhecimentos na assistência ao paciente e caracterizar sua prática profissional, colaborando na definição do seu papel. A SAE favorecerá a identificação de estratégias para elevar a qualidade no atendimento ao paciente, melhorando a qualidade de vida e as atividades cotidianas, comprometidas com o tempo, dos portadores de insuficiência renal crônica. Dentre as diversas definições de qualidade de vida, pode--se citar a proposta pela Organização Mundial da Saúde, que compreende este conceito como a “percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto de sua cultura e no sistema de valores em que vive e em relação a suas expectativas, seus padrões e suas preocupações”. (SILVA, et. al. 2011). A preocupação pelo bem-estar do outro resulta em sentimento de confiança. E este a partir de uma presença atenciosa possibilita ao cliente também a confiar no ambiente/tratamento. (RODRIGUES, 2009) Segundo Santana, et. al. (2012, p.23) O enfermeiro deve somar esforços na tentativa não só de inserir na conjuntura da assistência os indivíduos diretamente afetados, mas também estimular que suas famílias, grupos sociais e outros profissionais façam parte de um ambiente, onde haja espaço para descobertas pessoais e aprendizado, além de manutenção e desenvolvimento social e espiritual. A enfermagem é o grupo profissional que mais participa diretamente de que envolve a hemodiálise, incluindo a atuação na resolução de possíveis complicações. A atuação do enfermeiro diante destas complicações, desde a monitorização do paciente, a detecção de anormalidades e a rápida intervenção é essencial para a garantia de um procedimento seguro e eficiente para o paciente. (SOUZA, et. al. 2010). Compreende-se, nesse estudo, que os profissionais de enfermagem, atuando para prevenção das complicações da hemodiálise, contribuem para melhor bemestar do paciente, oferecendo prioridade e atenção à queixa deste, garantindo assim melhor qualidade de atendimento e proporcionando um melhor bem estar. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Percebe-se, neste estudo que os profissionais de enfermagem são os grandes responsáveis pela qualidade na assistência, pois destacará o seu papel durante as sessões de hemodiálise, sua importância para um melhor tratamento, conforto e bem-estar dos pacientes. Atentando-se não só nas técnicas prestadas, mas também no emocional e aceitação daquela pessoa. Portanto, faz-se necessário que esses profissionais sejam extremamente capacitados, além da fundamentação científica e de competência técnica, o conhecimento dos aspectos que levem em consideração os sentimentos e as necessidades individuais dessa clientela, contribuindo significativamente em um melhor conforto e bem estar para eles. Deste modo, os pacientes poderão ser beneficiados, porque o enfermeiro revendo e melhorando o seu papel, conseqüentemente há uma influência direta na qualidade e nos cuidados de tratamento ao paciente. Este poderá contribuir significativamente para evitar progressão de possíveis complicações. Todavia, sabe-se que tais melhorias somente serão possíveis se os profissionais de saúde se unir para reivindicar e buscarem tais benefícios e avanços das suas condições tanto de trabalho, quanto de formação profissional. Enfim, acredita-se que este estudo pode incentivar a realização de novas pesquisas e contribuir para a melhoria significativa da qualidade de vida das pessoas assistidas, assim como dos profissionais que os assistem. Aqui, deixa-se como sugestão que a equipe de enfermagem busque sempre mais informações sobre esta problemática. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA COUTINHO, Nair Portela Silva, Maria Clotilde Henriques Tavares. Atenção ao paciente renal crônico, em hemodiálise, sob a ótica do usuário. Artigo Científico, Rio de Janeiro, 2011. Acesso em 03 de dezembro de 2014. Disponível em: < http://www.cadernos.iesc.ufrj.br>. PAULETTO, Macilene Regina. Percepção de pacientes em Hemodiálise fora da lista de espera sobre o transplante renal. Artigo Científico, Rio Grande do Sul 2013. Acesso em 02 de dezembro de 2014. Disponível em: <http://coral.ufsm.br>. BARROS Paula; Isabela Malaguti; Thamara Müller Santos; Daiane Carolina Nascimento dos Santos; Layane Lopes Napoleão; Renata Calciolari Rossi e Silva, Susimary Aparecida Trevizan Padulla. Análise da capacidade funcional e dor em pacientes que realizam hemodiálise. Artigo Científico, São Paulo 2013. Acesso em 03 de dezembro de 2014. Disponível em: <http://www.unoeste.br>. FRAZÃO Cecília Maria Farias de Queiroz, Vânia Pinheiro Ramos, Ana Luisa Brandão de Carvalho Lira. Qualidade de vida de pacientes submetidos a Hemodiálise. Artigo Científico, Rio de Janeiro, 2011. Acesso em 10 de dezembro de 2014. Disponível em: <http://www.facenf.uerj.br>. KIRCHNER, Rosane Maria Kirchner, Renata Figueira Machado, Lisiane Löbler, Eniva Miladi Fernandes Stumm. Análise do estilo de vida de renais crônicos em hemodiálise. Artigo Científico, São Paulo, 2011. Acesso em 10 de dezembro de 2014. Disponível em: < http://www.saocamilo-sp.br>. SOUZA Christiane da Silva, Claudia Toffano Benevento. 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