Sagrada Escritura III

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Sagrada Escritura III
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Evangelhos sinóticos e corpo joaneu
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2011
Escola Mater Ecclesiae
Núcleo Freguesia
Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro
Escolas de Fé e Catequese – Escola Mater Ecclesiae
Núcleo Jacarepaguá – Freguesia
Sagrada Escritura III – Evangelhos Sinóticos e Corpo Joaneu
A
T
I
V
I
D
A
D
E
S
1. Você se recorda?
Escolha nove itens dentre aqueles relacionados abaixo e monte sua cartela de bingo!
Evangelho apócrifo
Evangelho canônico
Evangelho sinótico
Querigma
Perícope
Septuaginta
Vulgata
Hagiógrafos
Padres da Igreja
Fideísmo
Exegese
Sitz im Leben
Fariseus
Saduceus
Samaritanos
1
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Sagrada Escritura III – Evangelhos Sinóticos e Corpo Joaneu
2. Trabalho sobre Dei Verbum e Verbum Domini
Leia a Constituição Dogmática Dei Verbum e marque a melhor alternativa para as questões a seguir.
1. Que nome recebe a comunicação acerca do próprio Deus e do mistério da sua vontade realizada por Ele
próprio?
a. ( ) Encarnação
b. ( ) Revelação
c. ( ) Salvação
2. Por que se afirma que Jesus Cristo é o mediador e a plenitude de toda revelação?
a. Porque a humanidade chegou ao conhecimento pleno de Deus a partir da revelação de Cristo. ( )
b. Porque Deus ainda não tinha se revelado antes de Jesus Cristo. ( )
c. Porque a humanidade só percebeu a revelação de Deus em Jesus Cristo. ( )
3. Com que meios Jesus Cristo nos revelou a Deus?
a. Com milagres e curas. ( )
b. Com ações e palavras, que se confirmam mutuamente. ( )
c. Com ações e palavras, que algumas vezes se contradizem. ( )
4. Deve-se esperar algo mais a ser revelado publicamente antes da segunda vinda de Cristo?
a. Sim, sempre onde dois ou mais estiverem reunidos. ( )
b. Sim, na hora da morte. ( )
c. Não. Toda a revelação pública se encerrou com a morte do último Apóstolo. ( )
5. O homem pode conhecer a Deus de forma natural?
a. Não, somente pela revelação sobrenatural. ( )
b. Sim, pela luz natural da razão a partir das criaturas. ( )
c. Sim, pela fé. ( )
6. A revelação natural é a única maneira de se conhecer a Deus?
a. Sim, porque ele respeita o homem. ( )
b. Sim, porque a compreensão de Deus só se alcança no céu. ( )
c. Não. Aquilo que não é acessível à razão humana, Deus o revelou de maneira sobrenatural. ( )
7. É possível afirmar que a mensagem do evangelho permaneceu íntegra desde o primeiro anúncio?
a. Sim, devido à sucessão apostólica e seu dever de preservar o patrimônio da fé. ( )
b. Sim, devido à proteção de Maria Santíssima. ( )
c. Sim, devido a um milagre de Deus. ( )
8. Como a Igreja que ainda peregrina na terra pode contemplar a Deus?
a. Pela Sagrada Tradição e Sagrada Escritura. ( )
b. Pelos milagres realizados na vida dos homens. ( )
c. Pelos santos e seu testemunho de vida. ( )
9. O que os Apóstolos exortavam os primeiros cristãos a conservar?
a. ( ) A esperança.
b. ( ) As tradições e a fé.
c. ( ) A coragem no martírio.
10. O que se entende por Sagrada Escritura?
a. Conjunto de escritos espirituais para o encorajamento do povo. ( )
b. Palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do Espírito Santo. ( )
c. Escritos históricos para que não se perdesse nenhuma parte da vida do povo. ( )
11. Como chamamos a transmissão integral da Palavra de Deus confiada por Cristo e pelo Espírito Santo aos
Apóstolos?
a. ( ) Tradição
b. ( ) Revelação
c. ( ) Mistério
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Sagrada Escritura III – Evangelhos Sinóticos e Corpo Joaneu
12. O que é o Magistério da Igreja?
a. É o conjunto de professores fiéis à Igreja. ( )
b. É o conjunto de pronunciamentos oficiais do Colégio Episcopal, tendo o Sumo Pontífice como cabeça, que
tem por encargo interpretar autenticamente a palavra de Deus escrita ou contida na Tradição. ( )
c. É o conjunto de escritos espirituais dos Padres da Igreja. ( )
13. De que maneira se relacionam Sagrada Escritura, Tradição e Magistério da Igreja?
a. Tradição e Sagrada Escritura constituem um só depósito sagrado da fé, confiado à Igreja, sob o cuidado e
dever de interpretação do Magistério eclesiástico. ( )
b. Tradição e Sagrada Escritura constituem os depósitos sagrados da fé, confiados à Igreja, sob o cuidado e
dever de interpretação do Magistério eclesiástico. ( )
c. Tradição e Sagrada Escritura constituem um só depósito sagrado da fé, confiado à Igreja, sob o cuidado e
dever de interpretação de todos os sacerdotes. ( )
14. Qual a relação entre o Espírito Santo e os hagiógrafos no que se refere à autoria dos livros sagrados?
a. O Espírito Santo motivou os hagiógrafos a redigirem os livros sagrados, sem guiar seu conteúdo. ( )
b. O Espírito Santo serviu-se dos hagiógrafos para que escrevessem tudo aquilo que Deus queria. ( )
c. O Espírito Santo revelou aos hagiógrafos o conteúdo da Escritura, com que em um ditado. ( )
15. O que o Concílio afirma que se deve considerar para descobrir a intenção verdadeira dos hagiógrafos?
a. ( ) Nome do hagiógrafo
b. ( ) Local de redação
c. ( ) Gênero literário
16. À luz do Novo Testamento, qual o papel do Antigo Testamento?
a. Preparar e anunciar profeticamente a vinda de Cristo. ( )
b. Frente à vinda de Cristo, o Antigo Testamente perde todo o seu valor. ( )
c. Ensinar uma lei que só era útil aos homens que viveram antes de Cristo. ( )
17. Por que a Igreja considera os Evangelhos em primeiro lugar dentre os livros da Sagrada Escritura?
a. Porque foram os primeiros escritos do Novo Testamento. ( )
b. Porque são o principal testemunho da vida e doutrina do Verbo encarnado. ( )
c. Porque contém palavras de conforto e esperança. ( )
Leia os números 36 a 38 da Exortação Apostólica Pós-Sinodal Verbum Domini e diga se as afirmações são
verdadeiras (V) ou falsas (F):
1. A aplicação de uma única metodologia representa um perigo para a compreensão ampla da Sagrada
Escritura. ( )
2. Na interpretação da Sagrada Escritura, a fé deve converter-se em fideísmo irracional. ( )
3. Na interpretação da Sagrada Escritura, a razão deve negar antecipadamente o que excede a medida do
pensamento humano. ( )
4. Uma renovada escuta dos Padres da Igreja pode contribuir significativamente para interpretar a Sagrada
Escritura. ( )
5. Todos os sentidos da Sagrada Escritura se fundamentam no sentido literal. ( )
6. O sentido literal divide-se em: sentido alegórico, sentido moral e sentido anagógico. ( )
7. O sentido alegórico expressa a realidade de fé do texto bíblico. ( )
8. O sentido moral expressa a regra de vida a ser adotada a partir do texto bíblico. ( )
9. O sentido anagógico mostra a perspectiva da vida eterna presente no texto bíblico. ( )
10. A Palavra de Deus nunca se apresenta de maneira completa na simples literalidade do texto. ( )
11. A superação da letra para se alcançar o espírito deve ser feita de maneira isolada para cada livro da
Sagrada Escritura. ( )
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Sagrada Escritura III – Evangelhos Sinóticos e Corpo Joaneu
CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA DEI VERBUM SOBRE A REVELAÇÃO DIVINA
PROÊMIO
Intenção do Concílio
1. O sagrado Concilio, ouvindo religiosamente a Palavra de Deus proclamando-a com confiança, faz suas as
palavras de S. João: «anunciamo-vos a vida eterna, que estava junto do Pai e nos apareceu: anunciamo-vos
o que vimos e ouvimos, para que também vós vivais em comunhão conosco, e a nossa comunhão seja com o
Pai e com o seu Filho Jesus Cristo" (1Jo. 1, 2-3). Por isso, segundo os Concílios Tridentino e Vaticano I,
entende propor a genuína doutrina sobre a Revelação divina e a sua transmissão, para que o mundo inteiro,
ouvindo, acredite na mensagem da salvação, acreditando espere, e esperando ame (1).
CAPÍTULO I
A REVELAÇÃO EM SI MESMA
Natureza e objeto da revelação
2. Aprouve a Deus. na sua bondade e sabedoria, revelar-se a Si mesmo e dar a conhecer o mistério da sua
vontade (cfr. Ef. 1,9), segundo o qual os homens, por meio de Cristo, Verbo encarnado, têm acesso ao Pai no
Espírito Santo e se tornam participantes da natureza divina (cfr. Ef. 2,18; 2 Ped. 1,4). Em virtude desta
revelação, Deus invisível (cfr. Col. 1,15; 1 Tim. 1,17), na riqueza do seu amor fala aos homens como amigos
(cfr. Ex. 33, 11; Jo. 15,1415) e convive com eles (cfr. Bar. 3,38), para os convidar e admitir à comunhão com
Ele. Esta «economia» da revelação realiza-se por meio de ações e palavras intimamente relacionadas entre
si, de tal maneira que as obras, realizadas por Deus na história da salvação, manifestam e confirmam a
doutrina e as realidades significadas pelas palavras; e as palavras, por sua vez, declaram as obras e
esclarecem o mistério nelas contido. Porém, a verdade profunda tanto a respeito de Deus como a respeito da
salvação dos homens, manifesta-se-nos, por esta revelação, em Cristo, que é, simultaneamente, o mediador
e a plenitude de toda a revelação (2).
Preparação da revelação evangélica
3. Deus, criando e conservando todas as coisas pelo Verbo (cfr. Jo. 1,3), oferece aos homens um testemunho
perene de Si mesmo na criação (cfr. Rom. 1, 1-20) e, além disso, decidindo abrir o caminho da salvação
sobrenatural, manifestou-se a Si mesmo, desde o princípio, aos nossos primeiros pais. Depois da sua queda,
com a promessa de redenção, deu-lhes a esperança da salvação (cfr. Gn. 3,15), e cuidou contìnuamente do
género humano, para dar a vida eterna a todos aqueles que, perseverando na prática das boas obras,
procuram a salvação (cfr. Rom. 2, 6-7). No devido tempo chamou Abraão, para fazer dele pai dum grande
povo (cfr. Gn. 12,2), povo que, depois dos patriarcas, ele instruiu, por meio de Moisés e dos profetas, para
que o reconhecessem como único Deus vivo e verdadeiro, pai providente e juiz justo, e para que esperassem
o Salvador prometido; assim preparou Deus através dos tempos o caminho ao Evangelho.
Consumação e plenitude da revelação em Cristo
4. Depois de ter falado muitas vezes e de muitos modos pelos profetas, falou-nos Deus nestes nossos dias,
que são os últimos, através de Seu Filho (Hb. 1, 1-2). Com efeito, enviou o Seu Filho, isto é, o Verbo eterno,
que ilumina todos os homens, para habitar entre os homens e manifestar-lhes a vida íntima de Deus (cfr. Jo.
1, 1-18). Jesus Cristo, Verbo feito carne, enviado «como homem para os homens» (3), «fala, portanto, as
palavras de Deus» (Jo. 3,34) e consuma a obra de salvação que o Pai lhe mandou realizar (cfr. Jo. 5,36;
17,4). Por isso, Ele, vê-lo a Ele é ver o Pai (cfr. Jo. 14,9), com toda a sua presença e manifestação da sua
pessoa, com palavras e obras, sinais e milagres, e sobretudo com a sua morte e gloriosa ressurreição, enfim,
com o envio do Espírito de verdade, completa totalmente e confirma com o testemunho divino a revelação, a
saber, que Deus está conosco para nos libertar das trevas do pecado e da morte e para nos ressuscitar para
a vida eterna.
Portanto, a economia cristã, como nova e definitiva aliança, jamais passará, e não se há-de esperar nenhuma
outra revelação pública antes da gloriosa manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo (cfr. 1 Tim. 6,14; Tt.
2,13).
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Sagrada Escritura III – Evangelhos Sinóticos e Corpo Joaneu
Aceitação da revelação pela fé
5. A Deus que revela é devida a «obediência da fé» (Rom. 16,26; cfr. Rom. 1,5; 2 Cor. 10, 5-6); pela fé, o
homem entrega-se total e livremente a Deus oferecendo «a Deus revelador o obséquio pleno da inteligência
e da vontade» (4) e prestando voluntário assentimento à Sua revelação. Para prestar esta adesão da fé, são
necessários a prévia e concomitante ajuda da graça divina e os interiores auxílios do Espírito Santo, o qual
move e converte a Deus o coração, abre os olhos do entendimento, e dá «a todos a suavidade em aceitar e
crer a verdade» (5). Para que a compreensão da revelação seja sempre mais profunda, o mesmo Espírito
Santo aperfeiçoa sem cessar a fé mediante os seus dons
Necessidade da revelação
6. Pela revelação divina quis Deus manifestar e comunicar-se a Si mesmo e os decretos eternos da Sua
vontade a respeito da salvação dos homens, «para os fazer participar dos bens divinos, que superam
absolutamente a capacidade da inteligência humana»(6).
O sagrado Concílio professa que Deus, princípio e fim de todas as coisas, se pode conhecer com certeza pela
luz natural da razão a partir das criaturas» (cfr. Rom. 1,20); mas ensina também que deve atribuir-se à Sua
revelação «poderem todos os homens conhecer com facilidade, firme certeza e sem mistura de erro aquilo
que nas coisas divinas não é inacessível à razão humana, mesmo na presente condição do género humano».
CAPÍTULO II
A TRANSMISSÃO DA REVELAÇÃO DIVINA
Os apóstolos e seus sucessores, transmissores do Evangelho
7. Deus dispôs amorosamente que permanecesse integro e fosse transmitido a todas as gerações tudo
quanto tinha revelado para salvação de todos os povos. Por isso, Cristo Senhor, em quem toda a revelação
do Deus altíssimo se consuma (cfr. 2 Cor. 1,20; 3,16-4,6), mandou aos Apóstolos que pregassem a todos,
como fonte de toda a verdade salutar e de toda a disciplina de costumes, o Evangelho prometido antes pelos
profetas e por Ele cumprido e promulgado pessoalmente (1), comunicando-lhes assim os dons divinos. Isto
foi realizado com fidelidade, tanto pelos Apóstolos que, na sua pregação oral, exemplos e instituições,
transmitiram aquilo que tinham recebido dos lábios, trato e obras de Cristo, e o que tinham aprendido por
inspiração do Espírito Santo, como por aqueles Apóstolos e varões apostólicos que, sob a inspiração do
mesmo Espírito Santo, escreveram a mensagem da salvação (2).
Porém, para que o Evangelho fosse perenemente conservado integro e vivo na Igreja, os Apóstolos deixaram
os Bispos como seus sucessores, «entregando lhes o seu próprio ofício de magistério». Portanto, esta
sagrada Tradição e a Sagrada Escritura dos dois Testamentos são como um espelho no qual a Igreja
peregrina na terra contempla a Deus, de quem tudo recebe, até ser conduzida a vê-lo face a face tal qual Ele
é (cfr. 1 Jo. 3,2).
A sagrada Tradição
8. E assim, a pregação apostólica, que se exprime de modo especial nos livros inspirados, devia conservar-se,
por uma sucessão contínua, até à consumação dos tempos. Por isso, os Apóstolos, transmitindo o que eles
mesmos receberam, advertem os fiéis a que observem as tradições que tinham aprendido quer por palavras
quer por escrito (cfr. 2 Tess. 2,15), e a que lutem pela fé recebida duma vez para sempre (cfr. Jud. 3)(4).
Ora, o que foi transmitido pelos Apóstolos, abrange tudo quanto contribui para a vida santa do Povo de Deus
e para o aumento da sua fé; e assim a Igreja, na sua doutrina, vida e culto, perpetua e transmite a todas as
gerações tudo aquilo que ela é e tudo quanto acredita.
Esta tradição apostólica progride na Igreja sob a assistência do Espírito Santo (5). Com efeito, progride a
percepção tanto das coisas como das palavras transmitidas, quer mercê da contemplação e estudo dos
crentes, que as meditam no seu coração (cfr. Lc. 2, 19. 51), quer mercê da íntima inteligência que
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experimentam das coisas espirituais, quer mercê da pregação daqueles que, com a sucessão do episcopado,
receberam o carisma da verdade. Isto é, a Igreja, no decurso dos séculos, tende continuamente para a
plenitude da verdade divina, até que nela se realizem as palavras de Deus.
Afirmações dos santos Padres testemunham a presença vivificadora desta Tradição, cujas riquezas entram na
prática e na vida da Igreja crente e orante. Mediante a mesma Tradição, conhece a Igreja o cânon inteiro dos
livros sagrados, e a própria Sagrada Escritura entende-se nela mais profundamente e torna-se
incessantemente operante; e assim, Deus, que outrora falou, dialoga sem interrupção com a esposa do seu
amado Filho; e o Espírito Santo - por quem ressoa a voz do Evangelho na Igreja e, pela Igreja, no mundo introduz os crentes na verdade plena e faz com que a palavra de Cristo neles habite em toda a sua riqueza
(cfr. Col. 3,16).
Relação entre a sagrada Tradição e a Sagrada Escritura
9. A sagrada Tradição, portanto, e a Sagrada Escritura estão intimamente unidas e compenetradas entre si.
Com efeito, derivando ambas da mesma fonte divina, fazem como que uma coisa só e tendem ao mesmo
fim. A Sagrada Escritura é a palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do Espírito Santo; a sagrada
Tradição, por sua vez, transmite integralmente aos sucessores dos Apóstolos a palavra de Deus confiada por
Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos, para que eles, com a luz do Espírito de verdade, a
conservem, a exponham e a difundam fielmente na sua pregação; donde resulta assim que a Igreja não tira
só da Sagrada Escritura a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas. Por isso, ambas devem ser
recebidas e veneradas com igual espírito de piedade e reverência (6).
Relação de uma e outra com a Igreja e com o Magistério eclesiástico
10. A sagrada Tradição e a Sagrada Escritura constituem um só depósito sagrado da palavra de Deus,
confiado à Igreja; aderindo a este, todo o Povo santo persevera unido aos seus pastores na doutrina dos
Apóstolos e na comunhão, na fracção do pão e na oração (cfr. At. 2,42 gr.), de tal modo que, na
conservação, atuação e profissão da fé transmitida, haja uma especial concordância dos pastores e dos fiéis
(7).
Porém, o encargo de interpretar autenticamente a palavra de Deus escrita ou contida na Tradição (8), foi
confiado só ao magistério vivo da Igreja (9), cuja autoridade é exercida em nome de Jesus Cristo. Este
magistério não está acima da palavra de Deus, mas sim ao seu serviço, ensinando apenas o que foi
transmitido, enquanto, por mandato divino e com a assistência do Espírito Santo, a ouve piamente, a guarda
religiosamente e a expõe fielmente, haurindo deste depósito único da fé tudo quanto propõe à fé como
divinamente revelado.
É claro, portanto, que a sagrada Tradição, a sagrada Escritura e o magistério da Igreja, segundo o
sapientíssimo desígnio de Deus, de tal maneira se unem e se associam que um sem os outros não se
mantém, e todos juntos, cada um a seu modo, sob a ação do mesmo Espírito Santo, contribuem eficazmente
para a salvação das almas.
CAPÍTULO III
A INSPIRAÇÃO DIVINA DA SAGRADA ESCRITURA E A SUA INTERPRETAÇÃO
Natureza da inspiração e verdade da Sagrada Escritura
11. As coisas reveladas por Deus, contidas e manifestadas na Sagrada Escritura, foram escritas por inspiração
do Espírito Santo. Com efeito, a santa mãe Igreja, segundo a fé apostólica, considera como santos e
canônicos os livros inteiros do Antigo e do Novo Testamento com todas as suas partes, porque, escritos por
inspiração do Espírito Santo (cfr. Jo. 20,31; 2 Tim. 3,16; 2 Ped. 1, 19-21; 3, 15-16), têm Deus por autor, e
como tais foram confiados à própria Igreja (1). Todavia, para escrever os livros sagrados, Deus escolheu e
serviu-se de homens na posse das suas faculdades e capacidades (2), para que, agindo Ele neles e por eles
(3), pusessem por escrito, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que Ele queria (4).
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E assim, como tudo quanto afirmam os autores inspirados ou hagiógrafos deve ser tido como afirmado pelo
Espírito Santo, por isso mesmo se deve acreditar que os livros da Escritura ensinam com certeza, fielmente e
sem erro a verdade que Deus, para nossa salvação, quis que fosse consignada nas sagradas Letras (5). Por
isso, «toda a Escritura é divinamente inspirada e útil para ensinar, para corrigir, para instruir na justiça: para
que o homem de Deus seja perfeito, experimentado em todas as obras boas» ( Tim. 3, 7-17 gr.).
Interpretação da Sagrada Escritura
12. Como, porém, Deus na Sagrada Escritura falou por meio dos homens e à maneira humana (6), o
intérprete da Sagrada Escritura, para saber o que Ele quis comunicar-nos, deve investigar com atenção o que
os hagiógrafos realmente quiseram significar e que aprouve a Deus manifestar por meio das suas palavras.
Para descobrir a intenção dos hagiógrafos, devem ser tidos também em conta, entre outras coisas, os
«gêneros literários». Com efeito, a verdade é proposta e expressa de modos diversos, segundo se trata de
géneros histéricos, proféticos, poéticos ou outros. Importa, além disso, que o intérprete busque o sentido que
o hagiógrafo em determinadas circunstâncias, segundo as condições do seu tempo e da sua cultura,
pretendeu exprimir e de facto exprimiu servindo se os géneros literários então usados (7). Com efeito, para
entender retamente o que autor sagrado quis afirmar, deve atender-se convenientemente, quer aos modos
nativos de sentir, dizer ou narrar em uso nos tempos do hagiógrafo, quer àqueles que costumavam
empregar-se frequentemente nas relações entre os homens de então (8).
Mas, como a Sagrada Escritura deve ser lida e interpretada com o mesmo espírito com que foi escrita (9),
não menos atenção se deve dar, na investigação do recto sentido dos textos sagrados, ao contexto e à
unidade de toda a Escritura, tendo em conta a Tradição viva de toda a Igreja e a analogia da fé. Cabe aos
exegetas trabalhar, de harmonia com estas regras, por entender e expor mais profundamente o sentido da
Escritura, para que, mercê deste estudo de algum modo preparatório, amadureça o juízo da Igreja. Com
efeito, tudo quanto diz respeito à interpretação da Escritura, está sujeito ao juízo último da Igreja, que tem o
divino mandato e o ministério de guardar e interpretar a palavra de Deus (10).
Condescendência de Deus
13. Portanto, na Sagrada Escritura, salvas sempre a verdade e a santidade de Deus, manifesta-se a admirável
«condescendência» da eterna sabedoria, «para conhecermos a inefável benignidade de Deus e com quanta
acomodação Ele falou, tomando providência e cuidado da nossa natureza» (11). As palavras de Deus com
efeito, expressas por línguas humanas, tornaram-se intimamente semelhantes à linguagem humana, como
outrora o Verbo do eterno Pai se assemelhou aos homens tomando a carne da fraqueza humana.
CAPÍTULO IV
O ANTIGO TESTAMENTO
A história da salvação consignada nos livros do Antigo Testamento
14. Deus amantíssimo, desejando e preparando com solicitude a salvação de todo o género humano,
escolheu por especial providência um povo a quem confiar as suas promessas. Tendo estabelecido aliança
com Abraão (cfr. Gn. 15,18), e com o povo de Israel por meio de Moisés (cfr. Ex. 24,8), revelou-se ao Povo
escolhido como único Deus verdadeiro e vivo, em palavras e obras, de tal modo que Israel pudesse conhecer
por experiência os planos de Deus sobre os homens, os compreendesse cada vez mais profunda e
claramente, ouvindo o mesmo Deus falar por boca dos profetas, e os difundisse mais amplamente entre os
homens (cfr. Sl. 21, 28-29; 95, 1-3; Is. 2, 1-4; Jr. 3,17). A «economia» da salvação de antemão anunciada,
narrada e explicada pelos autores sagrados, encontra-se nos livros do Antigo Testamento como verdadeira
palavra de Deus. Por isso, estes livros divinamente inspirados conservam um valor perene: «Tudo quanto
está escrito, para nossa instrução está escrito, para que, por meio da paciência e consolação que nos vem da
Escritura, tenhamos esperança» (Rom. 15,4).
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Importância do Antigo Testamento para os cristãos
15. A «economia» do Antigo Testamento destinava-se sobretudo a preparar, a anunciar profeticamente (cfr.
Lc. 24,44; Jo. 5,39; 1 Ped. 1,10) e a simbolizar com várias figuras (cfr. 1 Cor. 10,11) o advento de Cristo,
redentor universal, e o do reino messiânico. Mas os livros do Antigo Testamento, segundo a condição do
género humano antes do tempo da salvação estabelecida por Cristo, manifestam a todos o conhecimento de
Deus e do homem, e o modo com que Deus justo e misericordioso trata os homens. Tais livros, apesar de
conterem também coisas imperfeitas e transitórias, revelam, contudo, a verdadeira pedagogia divina (1). Por
isso, os fieis devem receber com devoção estes livros que exprimem o vivo sentido de Deus, nos quais se
encontram sublimes doutrinas a respeito de Deus, uma sabedoria salutar a respeito da vida humana, bem
como admiráveis tesouros de preces, nos quais, finalmente, está latente o mistério da nossa salvação.
Unidade de ambos os Testamentos
16. Foi por isso que Deus, inspirador e autor dos livros dos dois Testamentos, dispôs tão sabiamente as
coisas, que o Novo Testamento está latente no Antigo, e o Antigo está patente no Novo (2). Pois, apesar de
Cristo ter alicerçado à nova Aliança no seu sangue (cfr. Lc. 22,20; 1 Cor. 11,25), os livros do Antigo
Testamento, ao serem integralmente assumidos na pregação evangélica (3) adquirem e manifestam a sua
plena significação no Novo Testamento (cfr. Mt. 5,17; Lc. 24,27; Rom. 16, 25-26; 2 Cor. 3, 1416), que por
sua vez iluminam e explicam.
CAPÍTULO V
O NOVO TESTAMENTO
Excelência do Novo Testamento
17. A palavra de Deus, que é virtude de Deus para a salvação de todos os crentes (cfr. Rm. 1,16), apresentase e manifesta o seu poder dum modo eminente nos escritos do Novo Testamento. Com efeito, quando
chegou a plenitude dos tempos (cfr. Gl. 4,4), o Verbo fez-se carne e habitou entre nós cheio de graça e
verdade (cfr. Jo. 1,14). Cristo estabeleceu o reino de Deus na terra, manifestou com obras e palavras o Pai e
a Si mesmo, e levou a cabo a Sua obra com a Sua morte, ressurreição, e gloriosa ascensão, e com o envio do
Espírito Santo. Sendo levantado da terra, atrai todos a si (cfr. Jo. 12,32 gr.), Ele que é o único que tem
palavras de vida eterna (cfr. Jo. 6,68). Este mistério, porém, não foi descoberto a outras gerações como foi
agora revelado aos seus santos Apóstolos e aos profetas no Espírito Santo (cfr. Ef. 3, 46 gr.) para que
pregassem o Evangelho, e despertassem a fé em Jesus Cristo e Senhor, e congregassem a Igreja. Os escritos
do Novo Testamento são um testemunho perene e divino de todas estas coisas.
Origem apostólica dos Evangelhos
18. Ninguém ignora que entre todas as Escrituras, mesmo do Novo Testamento, os Evangelhos têm o
primeiro lugar, enquanto são o principal testemunho da vida e doutrina do Verbo encarnado, nosso salvador.
A Igreja defendeu e defende sempre e em toda a parte a origem apostólica dos quatro Evangelhos. Com
efeito, aquelas coisas que os Apóstolos, por ordem de Cristo, pregaram, foram depois, por inspiração do
Espírito Santo, transmitidas por escrito por eles mesmos e por varões apostólicos como fundamento da fé, ou
seja, o Evangelho quadriforme, segundo Mateus, Marcos, Lucas e João (1).
Caráter histórico dos Evangelhos
19. A santa mãe Igreja defendeu e defende firme e constantemente que estes quatro Evangelhos, cuja
historicidade afirma sem hesitação, transmitem fielmente as coisas que Jesus, Filho de Deus. durante a sua
vida terrena, realmente operou e ensinou para salvação eterna dos homens, até ao dia em que subiu ao céu
(cfr. At. 1. 1-2). Na verdade, após a ascensão do Senhor, os Apóstolos transmitiram aos seus ouvintes, com
aquela compreensão mais plena de que eles, instruídos pelos acontecimentos gloriosos de Cristo e iluminados
pelo Espírito de verdade (2) gozavam (3), as coisas que Ele tinha dito e feito. Os autores sagrados, porém,
escreveram os quatro Evangelhos, escolhendo algumas coisas entre as muitas transmitidas por palavra ou
por escrito, sintetizando umas, desenvolvendo outras, segundo o estado das igrejas, conservando,
8
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finalmente, o carácter de pregação, mas sempre de maneira a comunicar-nos coisas autênticas e verdadeiras
acerca de Jesus (4). Com efeito, quer relatassem aquilo de que se lembravam e recordavam, quer se
baseassem no testemunho daqueles «que desde o princípio foram testemunhas oculares e ministros da
palavra», fizeram-no sempre com intenção de que conheçamos a «verdade» das coisas a respeito das quais
fomos instruídos (cfr. Lc. 1, 2-4).
Os restantes escritos do Novo Testamento
20. O cânon do Novo Testamento contém igualmente além dos quatro Evangelhos, as Epístolas de S. Paulo e
outros escritos apostólicos redigidos por inspiração do Espírito Santo, com os quais, segundo o plano da
sabedoria divina, é confirmado o que diz respeito a Cristo Senhor, é explicada mais e mais a sua genuína
doutrina, é pregada a virtude salvadora da obra divina de Cristo, são narrados os começos da Igreja e a sua
admirável difusão, e é anunciada a sua consumação gloriosa.
Com efeito, o Senhor Jesus assistiu os seus Apóstolos como tinha prometido (cfr. Mt. 28,20) e enviou-lhes o
Espírito consolador que os devia introduzir na plenitude da verdade (cfr. Jo. 16,13).
CAPÍTULO VI
A SAGRADA ESCRITURA NA VIDA DA IGREJA
A Igreja venera as Sagradas Escrituras
21. A Igreja venerou sempre as divinas Escrituras como venera o próprio Corpo do Senhor, não deixando
jamais, sobretudo na sagrada Liturgia, de tomar e distribuir aos fiéis o pão da vida, quer da mesa da palavra
de Deus quer da do Corpo de Cristo. Sempre as considerou, e continua a considerar, juntamente com a
sagrada Tradição, como regra suprema da sua fé; elas, com efeito, inspiradas como são por Deus, e
exaradas por escrito duma vez para sempre, continuam a dar-nos imutavelmente a palavra do próprio Deus,
e fazem ouvir a voz do Espírito Santo através das palavras dos profetas e dos Apóstolos. É preciso, pois, que
toda a pregação eclesiástica, assim como a própria religião cristã, seja alimentada e regida pela Sagrada
Escritura. Com efeito, nos livros sagrados, o Pai que está nos céus vem amorosamente ao encontro de Seus
filhos, a conversar com eles; e é tão grande a força e a virtude da palavra de Deus que se torna o apoio
vigoroso da Igreja, solidez da fé para os filhos da Igreja, alimento da alma, fonte pura e perene de vida
espiritual. Por isso se devem aplicar por excelência à Sagrada Escritura as palavras: «A palavra de Deus é
viva e eficaz» (Hebr. 4,12), «capaz de edificar e dar a herança a todos os santificados», (At. 20,32; cfr. 1
Tess. 2,13).
Traduções da Sagrada Escritura
22. É preciso que os fiéis tenham acesso patente à Sagrada Escritura. Por esta razão, a Igreja logo desde os
seus começos fez sua aquela tradução grega antiquíssima do Antigo Testamento chamada dos Setenta; e
sempre tem em grande apreço as outras traduções, quer orientais quer latinas, sobretudo a chamada
Vulgata. Mas, visto que a palavra de Deus deve estar sempre acessível a todos, a Igreja procura com
solicitude maternal que se façam traduções aptas e fiéis nas várias línguas, sobretudo a partir dos textos
originais dos livros sagrados. Se porém, segundo a oportunidade e com a aprovação da autoridade da Igreja,
essas traduções se fizerem em colaboração com os irmãos separados, poderão ser usadas por todos os
cristãos.
Investigação Bíblica
23. A esposa do Verbo encarnado, isto é, a Igreja, ensinada pelo Espírito Santo, esforça-se por conseguir
uma inteligência cada vez mais profunda da Sagrada Escritura, para poder alimentar continuamente os seus
filhos com os divinos ensinamentos; por isso, vai fomentando também convenientemente o estudo dos
santos Padres do Oriente e do Ocidente, bem como das sagradas liturgias. É preciso, porém, que os exegetas
católicos e os demais estudiosos da sagrada teologia, trabalhem em íntima colaboração de esforços, para
que, sob a vigilância do sagrado magistério, lançando mão de meios aptos, estudem e expliquem as divinas
Letras de modo que o maior número possível de ministros da palavra de Deus possa oferecer com fruto ao
Povo de Deus o alimento das Escrituras, que ilumine o espírito, robusteça as vontades, e inflame os corações
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dos homens no amor de Deus (1). O sagrado Concilio encoraja os filhos da Igreja que cultivam as ciências
bíblicas para que continuem a realizar com todo o empenho, segundo o sentir da Igreja, a empresa
felizmente começada, renovando constantemente as suas forças (2).
Importância da Sagrada Escritura para a Teologia
24. A sagrada Teologia apoia-se, como em seu fundamento perene, na palavra de Deus escrita e na sagrada
Tradição, e nela se consolida firmemente e sem cessar se rejuvenesce, investigando, à luz da fé, toda a
verdade contida no mistério de Cristo. As Sagradas Escrituras contêm a palavra de Deus, e, pelo facto de
serem inspiradas, são verdadeiramente a palavra de Deus; e por isso, o estudo destes sagrados livros deve
ser como que a alma da sagrada teologia (3). Também o ministério da palavra, isto é, a pregação pastoral, a
catequese, e toda a espécie de instrução cristã, na qual a homilia litúrgica deve ter um lugar principal, com
proveito se alimenta e santamente se revigora com a palavra da Escritura.
Leitura da Sagrada Escritura
25. É necessário, por isso, que todos os clérigos e sobretudo os sacerdotes de Cristo e outros que, como os
diáconos e os catequistas, se consagram legitimamente ao ministério da palavra, mantenham um contato
íntimo com as Escrituras, mediante a leitura assídua e o estudo aturado, a fim de que nenhum deles se torne
«pregador vão e superficial da palavra de Deus. por não a ouvir de dentro» (4), tendo, como têm, a
obrigação de comunicar aos fiéis que lhes estão confiados as grandíssimas riquezas da palavra divina,
sobretudo na sagrada Liturgia. Do mesmo modo, o sagrado Concílio exorta com ardor e insistência todos os
fiéis, mormente os religiosos, a que aprendam «a sublime ciência de Jesus Cristo» (Fil. 3,8) com a leitura
frequente das divinas Escrituras, porque «a ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo» (5). Debrucemse, pois, gostosamente sobre o texto sagrado, quer através da sagrada Liturgia, rica de palavras divinas, quer
pela leitura espiritual, quer por outros meios que se vão espalhando tão louvavelmente por toda a parte, com
a aprovação e estímulo dos pastores da Igreja. Lembrem-se, porém, que a leitura da Sagrada Escritura deve
ser acompanhada de oração para que seja possível o diálogo entre Deus e o homem; porque «a Ele falamos,
quando rezamos, a Ele ouvimos, quando lemos os divinos oráculos» (6).
Compete aos sagrados pastores «depositários da doutrina apostólica» (7), ensinar oportunamente os fiéis
que lhes foram confiados no uso reto dos livros divinos, de modo particular do Novo Testamento, e sobretudo
dos Evangelhos. E isto por meio de traduções dos textos sagrados, que devem ser acompanhadas das
explicações necessárias e verdadeiramente suficientes, para que os filhos da Igreja se familiarizem dum
modo seguro e. útil com a Sagrada Escritura, e se penetrem do seu espírito.
Além disso, façam-se edições da Sagrada Escritura, munidas das convenientes anotações, para uso também
dos não cristãos, e adaptadas às suas condições; e tanto os pastores de almas como os cristãos de qualquer
estado procuram difundi-las com zelo e prudência.
Influência e importância da renovação escriturística
26. Deste modo, pois, com a leitura e estudo dos livros sagrados, «a palavra de Deus se difunda e
resplandeça (2 Tess. 3,1), e o tesouro da revelação confiado à Igreja encha cada vez mais os corações dos
homens. Assim como a vida da Igreja cresce com a assídua frequência do mistério eucarístico, assim também
é lícito esperar um novo impulso de vida espiritual, se fizermos crescer a veneração pela palavra de Deus,
que «permanece para sempre» (Is. 40,8; cfr. l Pedr. 1, 23-25).
Roma, 18 de Novembro de 1965
PAPA PAULO VI
-------------------------------------------------------------------------------Notas
1. Cfr. S. Agostinho, De catechizandis rudibus, c. IV, 8: PL 40, 316.
2. Cfr. Mt. 11,27; Jo. 1,14 e 17; 14,6; 17, 1-3; 2 Cor. 3,16 e 4,6; Ef. 1, 3-14.
3. Epist. ad Diognetum, c. VII, 4: Funk, Patres Apostolici, I, p. 403.
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4. Conc. Vat. I, Const. dogmatica De fide catholica, Dei Filius, cap. 3: Denz. 1789 (3008).
5. Conc. Araus. II, can. 7: Denz, 180 (377); Conc. Vat. I, 1. c.: Denz. 1791 (3010).
6. Conc. Vat. I, Const. dogmatica De fide catholica, Dei Filius, cap. 2 Denz. 1786 (3005).
7. Ibid.: Denz. 1785 e 1786 (3004 e 3005).
Capítulo II
1. Cfr. Mt. 28, 19-20 e Mc. 16,15; Concilio Tridentino deer. De canonicis Scripturis: Denz. 783 (1501).
2. Cfr. Concílio Tridentino, I. c.; Concílio Vat I, sess. III, Const. dogmatica De fide catholica, Dei Filius, cap. 2.
Denz. 1787 (3006).
3. S. Ireneu, Adv. Haer. III, 3, 1: PG 7, 848: Harvey, 2, p. 9.
4. Cfr. II Concílio Niceno, Denz. 303 (602); IV Concilio Constantinopolitano, sess. X, can. 1: Denz. 336 (650652).
5. Cfr. Concílio Vat. I, Const. dogm. De fide catholica, Dei Filius, cap. 4: Denz. 1800 (3020).
6. Cfr. Concílio Tridentino, Decr. De canonicis scripturis: Denz. 783 (1501).
7. Cfr. Pio XII, Const. apost. Munificentissimus Deus, 1 nov. 1950: AAS 42 (1950) 756; eft. as palavras de S.
Cipriano, Epist. 66,8: CSEL, 3,2, 733: «A Igreja e o povo unido ao sacerdote e o rebanho unido ao seu
pastor».
8. Cfr. Concilio Vat. I, Const. dogmatica De fide catholica, Dei Filius, cap. 3: Denz. 1792 (3011).
9. Cfr. Pio XII, Enciclica Humani generis, 12 ago. 1950: AAS 42 (1950) 568-569: Denz. 2314 (3886).
Capítulo III
1. Cfr. Conc. Vat. I, Const. dogm. de fide cath., Dei Filius, cap. 2: Denz. 1787 (3006). Denz. da Comissão
Biblica, 18 jun. 1915: Denz. 2180 (3629) ; EB 420. Santo Officio, Epist.; 22 dez. 1923: EB 499.
2. Cfr. Pio XII, Encíclica Divino afflante Spiritu, 30 set. 1944: AAS 35 (1943) 314; EB 556.
3. Em o por o homem: cfr. Hebr. 1,1 e 4,7 (Em); 2 Sam. 23,2; Mt. 1,22 e passim (por); Conc. Vat. I: schema
de doctr. cath., nota 9: Coll. Lac. VII, 522.
4. Leão XIII, Encíclica Providentissimus Deus, 18 nov. 1893: Denz. 1952 (3293) EB 125.
5. Cfr. S. Agostinho, De Gen. ad Litt. 2, 9, 20: PL 34, 270-271; CSEL 28, 1, 46-47 e Epist. 82, 3: PL 33, 277:
CSEL 34, 2, p. 354.—S. Tomás, De Ver. q. 12, a. 2 c. —Conc. de Trento, decr. De canonicis Scripturis: Denz.
783 (1501) —Ledo XIII, Enc. Providentissimus: EB 121, 124, 126-127—Pio XII, Enc. Divino afflante Spiritu:
EB 539.
6. S. Agostinho, De civ. Dei, XVII, 6, 2: PL 41, 537: CSEL XL 2, 228.
7. S. Agostinho, De doct. christ., III, 18, 26: PL 34, 75-76; CSEL 80, 95.
8. Pio XII, 1. c.: Denz. 2294 (3829-3830); EB 557-562.
9. Cfr. Bento XV, Enc. Spiritus Paraclitus, 15 set. 1920: EB 469.- S. Jerónimo, In Gal., 5, 19-21: PL 26, 417 A.
10. Cfr. Conc. Vat. I, Const. dogm. De fide catholica, Dei Filius, cap. 2: Denz. 1788 (3007).
11. S. João Crisóstomo, In Gen. 3,8 (hom. 17,1): PG 53, 134. «Acomodação», em grego synkatábasis.
Capítulo IV
1. Pio XI, Enc. Mit brennender Sorge, 14 mar. 1937: AAS 29 (1937) 151.
2. S. Agostinho, Quaest. in Hept. 2, 73: PL 34, 623.
3. S. Ireneu, Adv.: Haer. III, 21, 3: PG 7, 950: ( = 25, 1: Harvey 2, p. 115). S. Cirilo de Jerusalém, Caech. 4,
35: PG 33, 497, Teodoro de Mopsuesta, In Soph. 1, 4-6: PG 66, 452 D-453 A.
Capítulo V
1. Cfr. S, Ireneu, Adv. Haer. III, 11, 8: PG. 7, 885; ed. Sagnard, p. 194.
2. Cfr. Jo. 14,26; 16,13,
3. Cfr. Jo. 2,22; 12,16; eft. 14,26; 16, 12-13; 7,39.
4. Cfr. Instrução Sancta Mater Ecclesia, da Pontifícia Comisão Bíblica: AAS 56 (1964) 715.
Capítulo VI
1. Cfr. Pio XII, Enc. Divino afflante, 30. set. 1943: EB 551, 553, 567. — Pontifícia Comissão Bíblica, Instructio
de S. Scriptura in Clericorum seminariis et Religiosorum Collegiis recte docenda, 13 maio 1950: AAS 42
(1950) 495-505.
2. Cfr. Pio XII, 1. c.: EB 569.
3. Cfr. Leão XIII, Enc. Providentissimus Deus: EB 114; Bento XV, Enc., Spiritus Paraclitus, 15. set. 1920: EB
483.
4. S. Agostinho, Serm. 179, 1: PL 38, 966.
5. S. Jerónimo, Comm. in Is. Prol.: PL 24, 17. — Cfr. Bento XV, Enc. Spiritus Paraclitus: EB 475-480; Pio XII,
Enc. Divino afflante: EB 544.
6. S. Ambrósio, De officiis ministrorum I, 20, 88: PL 16, 50.
7. S. Ireneu, Adv. Haer. IV, 32, 1: PG 7, 1071; ( = 49, 2), Harvey, 2, p. 255.
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EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL VERBUM DOMINI
Do Santo Padre Bento XVI
[Parágrafos 36 a 38]
Fé e razão na abordagem da Escritura
36. Creio que pode contribuir para uma compreensão mais completa da exegese e, consequentemente, da
sua relação com a teologia inteira aquilo que escreveu o João Paulo II na Encíclica Fides et ratio a este
respeito. Afirmava ele que não se deve subestimar «o perigo que existe quando se quer individuar a verdade
da Sagrada Escritura com a aplicação de uma única metodologia, esquecendo a necessidade de uma exegese
mais ampla que permita o acesso, em união com toda a Igreja, ao sentido pleno dos textos. Os que se
dedicam ao estudo da Sagrada Escritura nunca devem esquecer que as diversas metodologias hermenêuticas
têm também na sua base uma concepção filosófica: é preciso examiná-las com grande discernimento, antes
de as aplicar aos textos sagrados».
Esta clarividente reflexão permite-nos ver como, na abordagem hermenêutica da Sagrada Escritura, está em
jogo inevitavelmente a relação correta entre fé e razão. De facto, a hermenêutica secularizada da Sagrada
Escritura é atuada por uma razão que quer estruturalmente fechar-se à possibilidade de Deus entrar na vida
dos homens e falar aos homens com palavras humanas. Por isso é necessário, também neste caso, convidar
a alargar os espaços da própria racionalidade. Na utilização dos métodos de análise histórica, dever-se-á
evitar de assumir, sempre que aparecem, critérios que preconceituosamente se fechem à revelação de Deus
na vida dos homens. A unidade dos dois níveis do trabalho interpretativo da Sagrada Escritura pressupõe, em
última análise, uma harmonia entre a fé e a razão. Por um lado, é necessária uma fé que, mantendo uma
adequada relação com a reta razão, nunca degenere em fideísmo, que se tornaria, a respeito da Escritura,
fautor de leituras fundamentalistas. Por outro, é necessária uma razão que, investigando os elementos
históricos presentes na Bíblia, se mostre aberta e não recuse aprioristicamente tudo o que excede a própria
medida. Aliás, a religião do Logos encarnado não poderá deixar de apresentar-se profundamente razoável ao
homem que sinceramente procura a verdade e o sentido último da própria vida e da história.
Sentido literal e sentido espiritual
37. Como foi afirmado na assembleia sinodal, um significativo contributo para a recuperação de uma
adequada hermenêutica da Escritura provém de uma renovada escuta dos Padres da Igreja e da sua
abordagem exegética. Com efeito, os Padres da Igreja oferecem-nos, ainda hoje, uma teologia de grande
valor, porque no centro está o estudo da Sagrada Escritura na sua integridade. De facto, os Padres são
primária e essencialmente «comentadores da Sagrada Escritura». O seu exemplo pode «ensinar aos exegetas
modernos uma abordagem verdadeiramente religiosa da Sagrada Escritura, e também uma interpretação que
se atém constantemente ao critério de comunhão com a experiência da Igreja, que caminha através da
história sob a guia do Espírito Santo».
Apesar de não conhecer, obviamente, os recursos de ordem filológica e histórica à disposição da exegese
moderna, a tradição patrística e medieval sabia reconhecer os vários sentidos da Escritura, a começar pelo
literal, isto é, «o expresso pelas palavras da Escritura e descoberto pela exegese segundo as regras da reta
interpretação». Por exemplo, São Tomás de Aquino afirma: «Todos os sentidos da Sagrada Escritura se
fundamentam no literal». É preciso, porém, recordar-se de que, no período patrístico e medieval, toda a
forma de exegese, incluindo a literal, era feita com base na fé, não havendo necessariamente distinção entre
sentido literal e sentido espiritual. A propósito, recorde-se o dístico clássico que traduz a relação entre os
diversos sentidos da Escritura:
«Littera gesta docet, quid credas allegoria,
Moralis quid agas, quo tendas anagogia.
A letra ensina-te os fatos [passados], a alegoria o que deves crer,
A moral o que deves fazer, a anagogia para onde deves tender».
Sobressai aqui a unidade e a articulação entre sentido literal e sentido espiritual, o qual, por sua vez, se
subdivide em três sentidos que descrevem os conteúdos da fé, da moral e da tensão escatológica.
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Em suma, reconhecendo o valor e a necessidade – apesar dos seus limites – do método histórico-crítico, pela
exegese patrística, aprendemos que «só se é fiel à intencionalidade dos textos bíblicos na medida em que se
procura encontrar, no coração da sua formulação, a realidade de fé que os mesmos exprimem e em que se
liga esta realidade com a experiência crente do nosso mundo». Somente nesta perspectiva se pode
reconhecer que a Palavra de Deus é viva e se dirige a cada um de nós no momento presente da nossa vida.
Continua assim plenamente válida a afirmação da Pontifícia Comissão Bíblica que define o sentido espiritual,
segundo a fé cristã, como «o sentido expresso pelos textos bíblicos quando são lidos sob o influxo do Espírito
Santo no contexto do mistério pascal de Cristo e da vida nova que dele resulta. Este contexto existe
efectivamente. O Novo Testamento reconhece nele o cumprimento das Escrituras. Por isso, é normal reler as
Escrituras à luz deste novo contexto, o da vida no Espírito».
A necessária superação da «letra»
38. Para se recuperar a articulação entre os diversos sentidos da Escritura, torna-se então decisivo identificar
a passagem entre letra e espírito. Não se trata de uma passagem automática e espontânea; antes, é preciso
transcender a letra: «de facto, a Palavra do próprio Deus nunca se apresenta na simples literalidade do texto.
Para alcançá-la, é preciso transcender a literalidade num processo de compreensão, que se deixa guiar pelo
movimento interior do conjunto e, portanto, deve tornar-se também um processo de vida». Descobrimos
assim o motivo por que um autêntico processo interpretativo nunca é apenas intelectual, mas também vital,
que requer o pleno envolvimento na vida eclesial enquanto vida «segundo o Espírito» (Gl 5, 16). Deste modo
tornam-se mais claros os critérios evidenciados pelo número 12 da Constituição dogmática Dei Verbum: a
referida superação não pode verificar-se no fragmento literário individual mas em relação com a totalidade da
Escritura. De facto, é uma única Palavra aquela para a qual somos chamados a transcender. Este processo
possui uma íntima dramaticidade, porque, no processo de superação, a passagem que acontece em virtude
do Espírito tem inevitavelmente a ver também com a liberdade de cada um. São Paulo viveu plenamente na
sua própria vida esta passagem. O que significa transcender a letra e a sua compreensão unicamente a partir
do conjunto, expressou-o ele de modo radical nesta frase: «A letra mata, mas o Espírito vivifica» (2 Cor 3, 6).
São Paulo descobre que «o Espírito libertador tem um nome e que a liberdade tem, consequentemente, uma
medida interior: “O Senhor é Espírito, e onde está o Espírito do Senhor há liberdade” (2 Cor 3, 17). O Espírito
libertador não é simplesmente a própria ideia, a visão pessoal de quem interpreta. O Espírito é Cristo, e Cristo
é o Senhor que nos indica a estrada». Sabemos como esta passagem foi dramática e simultaneamente
libertadora em Santo Agostinho; ele acreditou nas Escrituras, que antes se lhe apresentavam muito
diversificadas em si mesmas e às vezes indelicadas, precisamente por esta superação que aprendeu de Santo
Ambrósio mediante a interpretação tipológica, segundo a qual todo o Antigo Testamento é um caminho para
Jesus Cristo. Para Santo Agostinho, transcender a letra tornou credível a própria letra e permitiu-lhe
encontrar finalmente a resposta às profundas inquietações do seu espírito, sedento da verdade.
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3. Estudo dirigido sobre o documento Sancta Mater Ecclesiae
a) No estudo bíblico, a Igreja utiliza, preferencialmente, o método __________________________.
b) O
método
histórico
estuda
com
cuidado
as
fontes
dos
textos,
servindo-se
da
__________________________, _______________________ e do __________________________.
c) Segundo o Papa Pio XII, o que conduz o exegeta à “reta e genuína interpretação” do texto sagrado é a
descoberta da forma de dizer, ou seja, do __________________________ adotado pelo hagiógrafo.
d) Tendo surgido como alternativa ao método histórico, o método de história das formas contém alguns
erros, exceto:
( ) negar o sobrenatural e a intervenção de Deus no mundo, contestando milagres e profecias.
( ) negar o valor histórico dos documentos da revelação.
( ) incompatibilizar fé e verdade histórica.
( ) negar os gêneros literários.
e) Ordene as fases pelas quais passaram as narrativas sobre a vida e o ensinamento de Jesus antes de
chegarem até nós:
( ) os discípulos testemunham as obras e palavras de Jesus.
( ) os Apóstolos anunciam o querigma da fé.
( ) os hagiógrafos transcrevem a instrução primitiva feita oralmente.
f) Os discípulos encararam os milagres de Jesus como uma forma de levar os ouvintes à fé em
__________________________ e aceitar com fé sua mensagem de __________________________.
g) Para
explicar
os
fatos
e
as
palavras
de
Jesus,
os
Apóstolos
estavam
atentos
às
____________________________________________________.
h) Algumas vezes os Evangelhos narram os mesmos fatos de maneira distinta, porque tinham intenções
__________________________. Além disso, também eram diferentes as __________________________
dos fiéis.
i) Os Evangelhos podem ser considerados uma biografia de Jesus propriamente dita?
j) O objetivo dos Evangelhos não é somente conservar a __________________________ dos fatos
relacionados a Jesus, mas pregar a verdade para fundamentar a __________________________ e os
__________________________.
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INSTRUÇÃO
DA PONTIFÍCIA COMISSÃO BÍBLICA
SOBRE A VERDADE HISTÓRICA DOS EVANGELHOS
SANCTA MATER ECCLESIA
A SANTA MÃE IGREJA, “coluna e fundamento da verdade” (1Tm 3,15), em sua missão de salvar as almas,
serviu-se sempre da Sagrada Escritura e constantemente a defendeu contra qualquer falsa interpretação. E
como nunca faltam questões complexas, o exegeta católico jamais deve perder o ânimo, seja na exposição
da palavra de Deus, seja na solução de dificuldades que a ela se opõem. Procure mesmo, com todo o
empenho, tornar sempre mais claro o sentido genuíno das Escrituras, confiando não apenas em suas forças,
mas também e sobretudo na ajuda de Deus e na luz da Igreja.
É com grande satisfação que hoje encontramos não poucos filhos fiéis da Igreja que, peritos em ciências
bíblicas, segundo as exigências de nossos tempos, e seguindo as exortações dos Sumos Pontífices, se
dedicam com afinco e sem descanso a esta grave e árdua tarefa. “Lembrem-se todos os filhos da Igreja que
devem julgar não apenas com justiça, mas também com suma caridade os esforços e as fadigas destes
valorosos operários da vinha do Senhor” (Divino Afflante Spiritu, AAS 1942, p. 346; EB 564), pois que,
também intérpretes muito famosos, como o próprio são Jerônimo, por vezes conseguiram um resultado
apenas relativo em suas tentativas de resolver as questões mais difíceis (cf. Spiritus Paraclitus, EB 451).
Atenda-se a que “no ardor das disputas não se ultrapassem os limites da mútua caridade, nem se deixe a
impressão, na polêmica, de pôr em dúvida as próprias palavras reveladas e as tradições divinas. Porquanto
sem concórdia dos ânimos e sem o discutível respeito dos princípios nesta disciplina não se podem esperar
grandes progressos dos vários estudos feitos por muitos” (Carta Apostólica Vigilantiae, EB 143).
O esforço dos exegetas é hoje tanto mais necessário quanto mais se divulgam numerosos escritos nos quais
se põe em dúvida a verdade dos ditos e dos fatos contidos nos Evangelhos. Movida por este fato a Pontifícia
Comissão para os Estudos Bíblicos, a fim de cumprir o encargo a ela confiado pelos Sumos Pontífices, achou
por bem expor e inculcar quanto segue.
1. O exegeta católico, sob a orientação do magistério eclesiástico, faça uso de todos os resultados obtidos
pelos exegetas que o precederam, especialmente pelos Santos Padres e Doutores da Igreja, acerca da
compreensão do sagrado texto, e se empenhe em prosseguir nesta obra. Com o fim de colocar em plena luz
a perene verdade e autoridade dos Evangelhos, seguindo fielmente as normas da hermenêutica racional e
católica, servir-se-á solertemente dos novos meios de exegese, especialmente dos que lhe são oferecidos
pelo método histórico universalmente aceito. Este método estuda com cuidado as fontes, define-lhes a
natureza e o valor servindo-se da crítica textual, da crítica literária e do conhecimento das línguas. O exegeta
seguirá a admoestação de Pio XII, de feliz memória, que o obriga a “prudentemente... procurar... quanto a
forma de dizer ou o gênero literário adotado pelo hagiógrafo possam conduzir à reta e genuína interpretação;
e se persuada que esta parte de sua tarefa não pode ser negligenciada sem grande prejuízo para a exegese
católica” (Divino Afflante Spiritu, AAS 1943, p. 343; EB 560). Com essa admoestação Pio XII, de feliz
memória, enuncia uma regra geral de hermenêutica, válida para a interpretação dos livros tanto do Antigo
quanto do Novo Testamento, já que, para redigi-los, os hagiógrafos seguiram o método de pensar e de
escrever de seus contemporâneos. Em resumo, o exegeta se aproveitará de todos os meios com os quais
possa penetrar mais profundamente na índole do testemunho dos Evangelhos, na vida religiosa das primitivas
comunidades cristãs, no sentido e no valor da tradição apostólica.
Quando convenha será lícito ao exegeta examinar os eventuais elementos positivos oferecidos pelo “método
da história das formas” a fim de dele se servir devidamente para uma mais larga compreensão dos
Evangelhos. Fá-lo-a, porém, com cautela porque muitas vezes o mencionado método está conexo com
princípios filosóficos e teológicos inadmissíveis e que viciam não poucas vezes seja o método como tal, sejam
as conclusões em matéria literária. Com efeito alguns fautores deste método, movidos por preconceitos
racionalistas, negam-se a reconhecer a existência da ordem sobrenatural e a intervenção de um Deus pessoal
no mundo mediante a revelação propriamente dita, como também contestam a possibilidade dos milagres e
das profecias. Outros partem de um falso conceito de fé, como se esta não se preocupasse da verdade
histórica, ou com esta fosse até incompatível. Outros negam a priori o valor histórico e a índole dos
documentos da revelação. Outros finalmente, tendo em pouca conta a autoridade dos Apóstolos, enquanto
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testemunhas de Jesus Cristo, bem como sua função e influxo na comunidade primitiva, exageram o poder
criador da mencionada comunidade. Tudo isso é não apenas contrário à doutrina católica, mas igualmente
falto de fundamento científico e estranho aos corretos princípios do método histórico.
2. O exegeta, para afirmar a boa fundamentação daquilo que os Evangelhos nos referem, considere
diligentemente as três fases por que passaram o ensinamento e a vida de Jesus antes de chegar até nós.
Cristo Nosso Senhor escolheu os discípulos (cf. Mc 3,14; Lc 6,13), que o acompanharam desde o início (cf. Lc
1,2; At 1,21-22), viram suas obras, ouviram suas palavras, estando assim em condições de tornarem-se
testemunhas de sua vida e de seu ensinamento (Lc 24,48; Jo 15,27; At 1,8; 10,39; 13,31). O Senhor quando
expunha de viva voz sua doutrina seguia as formas de pensamento e de expressão então usuais, adaptandose assim à mentalidade dos ouvintes e fazendo com que seu ensino se imprimisse firmemente na memória
deles e pudesse ser guardado com facilidade pelos discípulos. Estes perceberam bem os milagres e os demais
acontecimentos da vida de Jesus como fatos operados e dispostos com a finalidade de levar à fé em Cristo e
de aceitar com fé sua mensagem de salvação.
Os Apóstolos anunciavam antes de tudo a morte e a ressurreição do Senhor, dando testemunho de Jesus (Lc
24,44-48; At 2,32; 3,15; 5,30-32), narravam fielmente sua vida, repetiam suas palavras (cf. At 10,36-41),
tendo presentes ao pregar as exigências dos diferentes ouvintes (cf. At 13,16-41 com At 17,22-31). Depois
que Jesus ressuscitou dos mortos e sua divindade apareceu de modo claro (At 2,36; Jo 20,28), a fé não
somente conservou a memória dos acontecimentos, mas a consolidou, porquanto aquela fé se fundava sobre
aquilo que Jesus tinha feito e ensinado (At 2,22; 10,37-39). Em razão do culto com o qual em seguida os
discípulos honraram a Jesus como Senhor e Filho de Deus, não se verificou uma sua transformação em
pessoa “mítica”, nem uma deformação da sua doutrina. Todavia, não se pode negar que os Apóstolos
tenham apresentado aos seus ouvintes os autênticos ditos de Jesus e os fatos de sua vida com aquela mais
plena inteligência por eles desfrutada (Jo 2,22; 12,16; 11,51-52; cf. 14,26; 16,12-13; 7,39) depois dos
acontecimentos gloriosos de Cristo e da iluminação do Espírito da Verdade (cf. Jo 14,26; 16,13). Segue-se daí
que, como o próprio Jesus depois de sua ressurreição “interpretava para eles” (Lc 24,27) as palavras tanto do
Antigo Testamento como suas próprias (cf. Lc 24,44-45; At 1,3), assim estes explicaram os fatos e as
palavras de Jesus segundo as exigências dos próprios ouvintes. “Constantes no ministério da palavra” (At
6,4), pregaram usando modos de expor adaptados ao seu fim específico e à mentalidade dos ouvintes;
porquanto eram devedores (1Cor 9,19-23) “aos gregos e aos bárbaros, aos sábios e aos ignorantes” (Rm
1,14). Com efeito, podemos distinguir na pregação que tinha por tema Cristo: catequeses, narrações,
testemunhos, hinos, doxologias, preces e outras semelhantes formas literárias, que aparecem na sagrada
Escritura e estavam em uso entre os homens daquele tempo.
Esta instrução primitiva feita primeiro oralmente e depois consignada por escrito – efetivamente aconteceu
que muitos tentaram “ordenar a narração dos fatos” (Lc 1,1) referentes ao Senhor Jesus –, os autores sacros
a consignaram nos quatro Evangelhos para o bem da Igreja com um método correspondente ao fim que cada
um se propunha. Algumas coisas escolheram, outras compuseram em síntese, desenvolveram alguns
elementos em vista da situação de cada igreja, buscando por todos os meios que os leitores conhecessem a
boa fundamentação de quanto lhes era ensinado (cf. Lc 1,4). Na verdade, dentre todo o material de que
dispunham, os hagiógrafos escolheram de maneira particular aquilo que era adaptado às várias condições
dos fiéis e ao fim que se propunham, narrando-o de maneira a corresponder àquelas condições e àquele fim.
Ora, dependendo do sentido de um enunciado do contexto, deve-se pensar que quando os evangelistas ao
referir os ditos e fatos do Salvador apresentam contextos diversos, assim fizeram para a utilidade dos
leitores. Por isso investigue o exegeta qual tenha sido a intenção do evangelista ao expor um dito ou um fato
de determinada maneira ou em determinado contexto. Realmente, não contraria à veracidade da narrativa o
fato de os evangelistas referirem os ditos e fatos do Senhor em ordem diversa (cf. S. João Crisóstomo, In
Matth. Hom. 1,3; PG 57, 16-17), e exprimirem seus ditos não literalmente, mas com alguma diversidade,
conservando o seu sentido (cf. S. Agostinho, De Consensu Evang. 2, 12, 28; PL 34, 1090-1091). Diz com
efeito santo Agostinho: “É bastante provável que cada evangelista se tenha julgado no dever de narrar, com
aquela ordem que Deus queria sugerir à sua memória, aquelas coisas que narrava, pelo menos naquilo em
que a ordem, seja qual for, nada tira da autoridade e da verdade evangélica. Uma vez que o Espírito Santo
distribuindo os seus dons a cada um como lhe apraz (1Cor 12,11), e por isso também orientando e dirigindo
a mente dos santos com o fim de colocar os livros numa tão alta culminância de autoridade, ao relembrar as
coisas a serem escritas, tenha permitido que cada um dispusesse a narrativa a seu modo, todo aquele que
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com pia diligência o procure poderá descobri-lo com a ajuda divina” (De Consensu Evang. 2, 21, 51s; PL 34,
1102).
Se o exegeta não estiver atento a todos esses fatores relativos à origem e à composição dos Evangelhos e
não fizer o devido uso de quanto de bom os recentes estudos trouxeram, não cumprirá o seu dever de
investigar qual tenha sido a intenção dos autores sagrados e o que realmente disseram. Dos novos estudos
resulta que a vida e a doutrina de Jesus não foram simplesmente referidas com o único fim de conservar-lhe
a memória, mas “pregadas” de maneira a oferecer à Igreja o fundamento da fé e dos costumes; assim o
exegeta, perscrutando diligentemente o testemunho dos evangelistas, estará em condições de ilustrar com
maior penetração o perene valor teológico dos Evangelhos e de fazer ressaltar plenamente de quanta
necessidade e de quanta importância é a interpretação da Igreja.
Continuam, porém, muitas questões e de grande importância em cuja discussão e explicação se podem e se
devem exercitar livremente o engenho e a perspicácia do intérprete católico, para que cada um dê sua
própria contribuição em vantagem de todos e progresso crescente da sagrada doutrina, a fim de preparar o
julgamento da Igreja e documentá-lo, em defesa e honra da Igreja (Divino Afflante Spiritu, AAS 1943, p. 346;
EB 565). Esteve todavia disposto a obedecer ao magistério da Igreja, e não esqueça que os Apóstolos
pregaram a boa nova cheios do Espírito Santo e que os Evangelhos foram escritos sob a orientação do
Espírito Santo que conservava seus autores imunes de todo erro. “Na verdade, não mediante outros
conhecemos a economia da salvação, mas por meio daqueles dos quais vem o Evangelho: (Evangelho) que
primeiro pregaram, depois, por vontade de Deus, transmitiram-nos nas Escrituras, destinado a ser coluna e
fundamento da nossa fé. Efetivamente, não se pode dizer que tenham pregado antes de terem um
conhecimento perfeito: como alguns ousam afirmar gloriando-se de ser os corretores dos Apóstolos. De fato,
depois que o Senhor ressuscitou dos mortos e eles foram revestidos do alto pela virtude do Espírito que
desceu sobre eles, foram instruídos sobre todas as coisas e tiveram um conhecimento perfeito; partiram
depois para os confins da terra evangelizando os bens que nos vêm de Deus e anunciando a paz celeste aos
homens para que todos e cada um possuam o Evangelho de Deus” (S. Ireneu, Adv. Haer. III l, 1; PG 7, 844;
Harvey II,2).
3. Aqueles, depois, aos quais é confiada a tarefa de ensinar nos seminários e institutos religiosos análogos,
“cuidem sobretudo que... as divinas Letras sejam ensinadas no modo sugerido pela própria gravidade da
disciplina e pela necessidade dos tempos” (Carta Apostólica Quoniam in Re Biblica, EB 162). Os mestres
proponham em primeiro lugar a doutrina teológica, para que as sagradas Escrituras “se tornem para os
futuros sacerdotes da Igreja uma fonte pura e perene de vida espiritual para cada um pessoalmente e
substância para o ofício da pregação que o espera” (Divino Afflante Spiritu, AAS 1943, p. 348; EB 567). Além
disso, quando recorrem à crítica, sobretudo à crítica literária, não o falam como se estivessem apenas
interessados na crítica ela mesma, mas tenham a finalidade de penetrar melhor, com seu auxílio, no sentido
intencionado por Deus mediante o hagiógrafo. Não fiquem, pois a meio caminho, satisfeitos com suas
descobertas literárias, mas procurem mostrar como tais descobertas realmente contribuem para uma
compressão cada vez mais clara da doutrina revelada, ou, quando possível, para a rejeição dos erros. Os
docentes que seguirem estas normas procederão de tal modo que os alunos encontrem na sagrada Escritura
aquilo que “eleva a mente a Deus, alimenta a alma e fomenta a vida interior” ( Divino Afflante Spiritu, AAS
1943, p. 339; EB 552).
4. Finalmente, os que instruem o povo cristão com a sagrada pregação têm necessidade de suma prudência.
Ensinem sobretudo a doutrina, lembrados da admoestação de são Paulo: “Vela sobre ti, atende ao ensino,
insiste nele. Assim fazendo, salvar-te-ás a ti mesmo e aos que te escutam” (1Tm 4,16). Abstenham-se
absolutamente de propor novidades vãs ou não bastante comprovadas. Novas opiniões, já solidamente
demonstradas, exponham-nas, quando necessário, com cautela, tendo sempre presentes as condições dos
ouvintes. Ao narrar fatos bíblicos não os misturem com particularidades fictícias pouco conformes com a
verdade.
Semelhante virtude de prudência deve caracterizar sobretudo os que difundem escritos de vulgarização para
os fiéis. Procurem acentuar as riquezas da palavra divina, “para que os fiéis se sintam movidos e afervorados
em melhorar a própria vida” (Divino Afflante Spiritu, AAS 1943, p. 347; EB 566). Sejam escrupulosos em
jamais abandonar a doutrina comum, embora se aproveitem dos progressos da ciência bíblica e dos
resultados dos estudiosos modernos, evitando porém totalmente as opiniões temerárias dos inovadores (cf.
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Carta Apostólica Quoniam in Re Biblica, EB 175). É-lhes severamente proibido divulgar, favorecendo o prurido
de novidades, qualquer tentativa de solução de dificuldades, sem uma escolha prudente e um sério exame,
para não perturbar a fé de muitos.
Já antes esta Pontifícia Comissão para os Estudos Bíblicos julgou oportuno lembrar que também os livros e os
artigos de revistas e jornais relacionados com a Bíblia, e enquanto falam de questões de religião ou de
instrução cristã dos fiéis, estão sujeitos à autoridade e jurisdição dos Ordinários ( Instructio ad Exc.mos
Locorum Ordinarios de 15.12.1955, EB 626). Vigiem, pois, os Ordinários com máxima diligência sobre tais
escritos.
5. Os presidentes das Associações Bíblicas submetam-se fielmente às normas fixadas pela Pontifícia Comissão
para os Estudos Bíblicos (EB 622-633).
*
*
*
Se estas normas forem observadas, o estudo da sagrada Escritura certamente será de utilidade para os fiéis.
Também em nossos dias não haverá quem não se experimente o dito de são Paulo: as sagradas Letras
“podem instruir em ordem à salvação, pela fé em Cristo Jesus. Pois toda a Escritura é divinamente inspirada
e útil para ensinar, para arguir, para corrigir, para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja
perfeito e habilitado para toda obra boa” (2Tm 3,15-17).
No dia 21 de abril de 1964, na audiência benignamente concedida ao infra-assinado Secretário, o Santo
Padre Paulo VI ratificou esta Instrução e ordenou que fosse publicada.
Roma, 21 de abril de 1964.
BENJAMIM N. WAMBACQ, O. PRAEM.
Secretário da Pontifícia Comissão Bíblica
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4. Questões introdutórias ao Evangelho segundo São Mateus
Enquanto se lê o texto de São Mateus, percebe-se um caráter doutrinal marcado por cinco discursos.
Encontre em sua bíblias essas passagens:
a. O sermão da montanha = Mt 5,1 – 7,29
b. O discurso missionário = Mt 9,35 – 10,42
c. O discurso em parábolas = Mt 13,3b-52
d. O discurso eclesiológico = Mt 18,3-34
e. O discurso escatológico = Mt 23,1 – 25,46
Alguns teólogos discutem entre a hipótese da formação do texto em torno dos cinco discursos e a
continuidade da trama. Deixando essa discussão de lado, é possível detectar a seguinte estrutura da obra:
Introdução (1,1 – 4,22)
Jesus – poderoso em palavras e obras (4,23 – 9,35)
Envio e ação dos discípulos (9,36 – 12,50)
Jesus instrui os discípulos (13,1 – 17,27)
Ruptura com o Judaísmo (18,1 – 22,45)
Discurso de despedida, paixão e relatos pascais (23,1 – 28,20)
Faça a ligação entre os discursos identificados acima e a estrutura da obra. Onde se encaixa cada discurso?
O testemunho de Inácio de Antioquia leva a estabelecer o limite máximo em fins do séc. I e início do II.
Leia o texto de 22,7. A que evento histórico ele parece fazer referência?
Comparar os textos Mc 3,16-19; Lc 6,14-16; Mt 10,2-4. O que há de diferente com a forma de citar Mateus?
Verifique se o texto Mt 17,24-27 tem paralelos. O que isso pode indicar?
Compare os textos abaixo:
- Mt 15,1s e Mc 7, 1-5
- Mt 27,62 e Mc 15,42
O que eles revelam sobre os costumes judaicos mencionados e qual conclusão podemos tirar?
De que forma está dividida a genealogia de Jesus? O que isso nos indica?
Leia Mt 5,21-48. Qual a referência feita a Moisés? Qual o objetivo de mencionar Moisés nesse trecho?
DIMENSÃO TEOLÓGICA
Eclesiologia
Nomes das mulheres na genealogia
Ocorrência do termo ekklesia, em Mt 16,18; 18,17
Exclusividade na narrativa do primado de Pedro, em Mt 16, 13-20
Quem compõe a Igreja, conforme Mt 28, 16-20?
Pregação
Qual o conteúdo do sermão da montanha?
A que ele se assemelha? De que forma o texto pode ser usado nas comunidades?
Mandato missionário
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3. Questões introdutórias ao Evangelho segundo São Marcos
Identificar a maneira como o texto da obra fala sobre as expressões de origem aramaica:
- Mc 3,17
- Mc 5,41
- Mc 7,11.34
- Mc 14,36
Analisar, agora, a forma como o texto aborda os costumes judaicos:
- Mc 7,3s
- Mc 14,12
- Mc 15,42
O que se pode concluir sobre os destinatários dessa obra?
Analisar os textos de Mc 12,42 e Mc 15,16.
O que chama a atenção sobre as explicações dadas no texto?
A partir dessa observação, o que se pode presumir do local de redação da obra?
Ler o trecho Mc 16, 8s.
O que as notas de rodapé da sua bíblia falam sobre Mc 16, 9-20?
Estrutura geral da obra:
1) Introdução (1,1-13)
2) Primeira parte: Jesus anuncia o reino de Deus
- atuação de Jesus e resposta dos fariseus (1,14-3,6)
- atuação de Jesus e resposta do povo (3,7-6,6a)
- atuação de Jesus e resposta dos discípulos (6,6b-8,30)
3) Segunda parte: Jesus é o Filho de Deus que morre e ressuscita
- Jesus se dirige a Jerusalém (8,31-10,52)
- atividade de Jesus em Jerusalém antes da paixão (11-13)
- paixão, morte e ressurreição (14,1-16,8)
É possível afirmar que o texto é uma biografia ou uma crônica?
É possível afirmar que todos os relatos estão voltados a confirmar a tese inicial (1,1)?
A obra pode ser descrita como uma história teológica aplicada à tradição sobre Jesus?
Que nome recebe esse gênero literário?
DIMENSÃO TEOLÓGICA
Jesus é o Evangelho (termo repetido 7 vezes)
a) 8,35; 10,29: evangelho é Jesus e sua mensagem
b) 13,10; 14,9: evangelho é objeto de pregação
c) 1,14: evangelho é promessa
d) 1,15: evangelho é Jesus e sua atuação
e) 1,1: genitivo mostra que Jesus é sujeito e objeto do evangelho
Reino de Deus
É uma realidade próxima (1,14) e futura (9,47)
Possui duas fases que se relacionam entre si (4,30ss; 10,14s)
Exige conversão e fé (1,15)
Sinais do Reino: exorcismos, curas e milagres
Jesus Cristo e o Segredo Messiânico
De que forma a humanidade de Jesus é apresentada em Mc 3,21; 6,5s; 10,18; 13,22?
E sua divindade: Mc 1,1; 9,7; 13,32; 14,62?
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4. Questões introdutórias ao Evangelho segundo São Lucas
Lucas é mencionado três vezes nas cartas paulinas: Fm 23s; Cl 4,10-14; 2Tm 4,11.
Qual a origem de Lucas?
Ele esteve junto a São Paulo no cativeiro?
Leia as passagens abaixo e perceba a maneira como são descritas as enfermidades – se necessário, compare
com os paralelos:
Lc 22,44
Lc 8,27ss; 9,38; 13,11ss
De que maneira Jesus é apresentado por São Lucas em 4,23; 5,17?
Leia Lc 22,50s; Mt 26,51; Mc 14,47s; Jo 18,10s e aponte a característica exclusiva da redação de São Lucas.
São Lucas faz alusão à Lei de Moisés e às purificações rituais (cf. Lc 11,38 e paralelos)?
De que forma ele se refere aos gentios (cf. Lc 10,30-37; 17,11-19)?
De que maneira ele se refere às autoridades romanas (cf. Lc 2,1s; 3,1)?
Compare Mt 5,47 e Lc 6,33. Quais os termos utilizados pelos dois evangelistas ao se dirigir aos não-judeus?
Por tudo isso, o que podemos afirmar acerca dos destinatários do Evangelho segundo São Lucas?
De Lc 9,51 a 19,28, o evangelista narra o caminho de Jesus. Escreva ao lado das perícopes as expressões
que marcam a viagem ou os nomes das localidades por onde Jesus passou. Marque no seu mapa o trajeto.
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
i)
j)
k)
l)
m)
Lc
Lc
Lc
Lc
Lc
Lc
Lc
Lc
Lc
Lc
Lc
Lc
Lc
9,52
9,57
10,38
13,22
13,31ss
17,11
18,3
18,31-34
18,35
19,1
19,29
19,41
19,45
Onde Jesus estava antes do início dessa passagem e onde termina a história do Evangelho?
TEOLOGIA
Qual o tema principal das três parábolas apresentadas em Lc 15? Elas têm paralelos?
Como Lc aborda o Espírito Santo e a oração? Observar 2,13.20.28; 3,16.22.
A pobreza para Lc vem acompanhada de que sentimento? 1,46-55; 2,7s.12.24; 9,58.
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5. Quadro comparativo dos evangelhos sinóticos
São Mateus
São Marcos
São Lucas
Datação
Autoria
Destinatários
Provável local de
redação
Ênfase da mensagem
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6. Questionário de revisão
a) O que significa a palavra Evangelho?
b) Defina evangelhos canônicos, sinóticos e apócrifos.
c) Quais são e como se explicam os símbolos dos quatro evangelistas?
d) Quais evangelistas tiveram contato direto com Jesus?
e) Quais as etapas entre Jesus e os escritos evangélicos?
f)
Poderiam os Evangelhos ser fruto da imaginação humana?
g) De maneira geral, como está estruturado cada um dos Evangelhos sinóticos?
h) Como o Evangelho segundo São Mateus trata os vocábulos e costumes judaicos? O que isso pode
indicar? No que difere do Evangelho segundo São Marcos?
i)
Como o Evangelho segundo São Mateus relaciona Moisés e Jesus?
j)
O que se pode dizer acerca da genealogia nos Evangelhos segundo São Mateus e São Lucas?
k) Aponte algumas características de Jesus no Evangelho segundo São Marcos.
l)
A que tipo de pagãos acredita-se que São Marcos tenha escrito o seu Evangelho? Por quê?
m) De que maneira São Lucas se refere aos pagãos em seu Evangelho?
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7. Questões introdutórias ao Evangelho segundo São João
De que maneira o autor fala sobre a geografia da Palestina? Teria ele vivido nesse local?
2,1; 3,23; 4,5; 6,59; 18,1
E sobre as festas judaicas? Qual o grau de conhecimento acerca dos costumes dos judeus?
2,6.13; 4,9; 5,1; 6,4; 7,2; 11,55; 18,28
O autor teve contato direto com Jesus ou escreveu o livro a partir de outras pessoas?
1,14; 19,35; 21,24
É possível afirmar que o autor conviveu ou foi um dos Apóstolos?
Pedro: 1,42; 6,68s; 13,6-9.24.36; 18,17; dentre outras;
Filipe: 1,45s; 6,7; 12,21s; 14,8- 10;
Tomé; 11,16; 14,5; 20,24.26.28;
Natanael 1,46.48s;
Judas Tadeu 14,22.
O texto de João apresenta diversos discursos profundamente teológicos. Encontre alguns desses discursos.
Embora profundamente teológico, João não perde de vista o aspecto histórico. É a partir do texto do quarto
evangelho que se diz que a pregação de Jesus durou três anos – João mostra Jesus em Jerusalém por três
vezes. Encontre essas passagens.
A partir da leitura de João, qual dos dois temas abaixo é mais comum ou recebe maior ênfase?
( ) o advento do Reino de Deus
( ) a revelação de Jesus como Verbo e um com o Pai
Compare Jo 1,1 com Gn 1,1. Há semelhanças? Qual a intenção do autor ao adotar essa redação?
E quanto à serpente, em Jo 3,14s?
E ao maná, em Jo 6,32.48s.58?
A partir desses textos, qual o relação que o autor quer fazer entre AT e NT?
Por ter sido o texto mais novo dentre os evangelhos, supõe-se que o autor já tenha tido contato com os
demais livros. Isso também pode ser confirmado pelo texto:
O autor apresenta João Batista, em 1,15.19-34?
O autor cita o nome de Maria, a mãe de Jesus?
Ao falar em Maria, é comum a dúvida acerca da maneira como Jesus se refere à sua mãe em Jo 2,4 e 19,26.
Qual termo Jesus usa para se referir a Maria? É possível traçar um paralelo com Gn 3? De que maneira?
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OS SINAIS EM JO
O tema dos sinais é fundamental para a compreensão da teologia de João. Na verdade, ele é a razão pela
qual o autor escreveu seu texto. Leia Jo 20,30s e responda: para que servem os sinais em Jo?
Os sinais não são apenas as ações de Jesus, mas suas palavras também. E as palavras de Jesus não são
como palavras humanas, sem valor profundo. Suas palavras são “espírito e vida”, conforme Jo 6,63. Assim,
as palavras de Jesus podem ser encaradas somente no sentido literal e mais superficial?
“Os sinais não são no quarto evangelho uma prova que demonstre a verdade da pretensão de Jesus. Tão
pouco são um meio insubstituível para chegar à fé. Os sinais são instrumento de manifestação da glória para
aqueles que estão dispostos a seguir a dinâmica da fé.” (Tuñí e Alegre, p. 36)
Estrutura narrativa dos sinais:
a) Apresentação da pessoa necessitada
b) Petição por parte do enfermo
c) Gesto ou palavra de Jesus
d) Realização do milagre
e) Reação das outras pessoas
 Marque em sua bíblia, com cores diferentes, a estrutura dos sinais de Jesus em Jo.
Relação dos sete sinais:
Sinais correlatos com a tradição sinótica:
1. A cura do filho do funcionário real (Jo 4,46-54; Lc 7,1-10; Mt 8,5-13)
2. Multiplicação dos pães (Jo 6,1-15; Mc 6,32-44)
3. Jesus caminha sobre as águas (Jo 6,16-21; Mc 6,45-52; Mt 14,22-33)
 Compare os textos de Jo e dos sinóticos e destaque as diferenças.
Sinais semelhantes à tradição sinótica:
4. A cura de um paralítico (Jo 5,1-18; Mc 2,1-12)
5. A cura de um cego (Jo 9,1-7; Mc 8,22-26; 10,46-52)
6. A ressurreição de um morto (Jo 11,1-46; Lc 7,11-17; Mc 5,21-43)
Sinal exclusivo do quarto evangelho:
7. A mudança da água em vinho nas bodas de Caná (Jo 2)
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OS SETE “EU SOU” EM JO
Passagens situadas entre os capítulos 6 e 15, emolduradas pelo tema da hora de Jesus.
Jo 2,4
Jo 4,21.23
Jo 5,25.28
Jo 7,6.30
Jo 8,20
Jo 12,23.27
Jo 13,1
Jo 16,2.4.25.32
Jo 17,1
A partir do versículo 17,1, é possível compreender o significado da hora de Jesus?
Jo não permite uma estruturação muito clara, porém, é costume dividir o texto em:
Prólogo – 1,1-18
Livro dos sinais – 1,19-12,50
Livro da glória – 13,1-20,31
Epílogo – 21
Tendo lido as passagens sobre a hora, em que momento Jesus para de se referir à sua hora no futuro e
passa a referir-se a ela no presente?
Em que parte se encontram as referência no futuro? Em que parte elas estão no presente?
Leia agora os textos abaixo e relacione os sete “eu sou” de Jesus:
1. Eu sou _________________________________ (Jo 6, 1-6.35.48-58)
2. Eu sou _________________________________ (Jo 8, 12)
3. Eu sou _________________________________ (Jo 10, 7-9)
4. Eu sou _________________________________ (Jo 10, 11-14)
5. Eu sou _________________________________ (Jo 11, 14.24-27)
6. Eu sou _________________________________ (Jo 14, 5-11)
7. Eu sou _________________________________ (Jo 15, 1-5)
Agora leia Jo 18,1-6.
Como Jesus responde aos soldados que o procuram?
O que acontece com eles após a resposta de Jesus?
Nesse trecho, a expressão “eu sou” aparece seguida de alguma qualificação?
É possível relacionar essa perícope com Ex 6?
Essa passagem ocorre antes ou depois da última menção à “hora de Jesus”?
De que maneira ela ajuda na compreensão do conceito da “hora”?
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8. Trabalho sobre o livro do Apocalipse
Alguns autores propõem dividir o Apocalipse em cinco setenários. Encontre as passagens que delimitam cada
um deles, incluindo o prólogo e o epílogo:
Prólogo
Ap ___________
Primeiro setenário: as sete cartas
Ap ___________
Segundo setenário: os sete selos
Ap ___________
Terceiro setenário: as sete trombetas
Ap ___________
Quarto setenário: as sete taças
Ap ___________
Quinto setenário: as sete visões
Ap ___________
Epílogo
Ap ___________
Inclusão entre o prólogo e o epílogo:
1) Encontre os temas que são repetidos no prólogo e no epílogo do Apocalipse:
( ) o tempo está próximo
( ) autoria de um certo João
( ) o alfa e o ômega
( ) felizes os que guardam as palavras
2) Assinale os elementos presentes no prólogo ou no epílogo do Apocalipse, quanto à estrutura:
( ) despedida
( ) endereçamento
( ) cumprimento
Esses elementos nos permitem concluir que há razoáveis indícios para crer que o Apocalipse é uma
___________________.
Estrutura do setenário das Cartas
3) Observe as sete cartas e marque as cartas que começam com a fórmula “Ao anjo da Igreja ... escreve”:
( ) Carta à Igreja de Éfeso
( ) Carta à Igreja de Esmirna
( ) Carta à Igreja de Pérgamo
( ) Carta à Igreja de Tiatira
( ) Carta à Igreja de Sardes
( ) Carta à Igreja de Filadélfia
( ) Carta à Igreja de Laodiceia
4) A fórmula “conheço” é usada para introduzir:
( ) algo positivo
( ) uma repreensão
( ) um discurso
5) A fórmula “porém tenho contra ti”, usada para introduzir um defeito da comunidade, aparece em:
( ) Carta à Igreja de Éfeso
( ) Carta à Igreja de Esmirna
( ) Carta à Igreja de Pérgamo
( ) Carta à Igreja de Tiatira
( ) Carta à Igreja de Sardes
( ) Carta à Igreja de Filadélfia
( ) Carta à Igreja de Laodiceia
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6) Após a apresentação dos aspectos positivos e negativos, aparecem:
( ) os nomes dos integrantes da comunidade
( ) o chamado ao arrependimento
( ) uma doutrina sobre a fé na Igreja primitiva
7) A fórmula “quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas” aparece em:
( ) Carta à Igreja de Éfeso
( ) Carta à Igreja de Esmirna
( ) Carta à Igreja de Pérgamo
( ) Carta à Igreja de Tiatira
( ) Carta à Igreja de Sardes
( ) Carta à Igreja de Filadélfia
( ) Carta à Igreja de Laodiceia
8) A expressão “quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas” é uma fórmula de:
( ) piedade
( ) exortação
( ) advertência
Paralelismos entre os setenários
9) Compare entre si as quatro primeiras trombetas com as quatro primeiras taças. Quais elementos são
semelhantes?
10) Quais são as semelhanças e diferenças com os quatro primeiros selos?
11) Compare a quinta trombeta com a quinta taça. Há alguma relação com o quinto selo?
( ) Sim, no número de palavras.
( ) Sim, nos mártires que clamam por vingança.
( ) Não.
12) Compare o sexto selo, a sexta trombeta e a sexta taça. Quais aspectos aparecem duas vezes de modo
idêntico e a terceira vez de modo similar?
13) A partir dessa análise estrutural do livro, é possível dizer que o Apocalipse foi redigido de forma:
( ) desorganizada
( ) estruturada e bem pensada
( ) virtual
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Demais pontos de exegese
14) O capítulo 12 fala da mulher e o dragão. Essa passagem é utilizada para fazer alusão a Maria e à Igreja.
Quais elementos podem ser ligados a Maria e quais podem ser ligados à Igreja?
Maria
15) O capítulo 21 fala sobre:
( ) as sete trombetas
Igreja
( ) a mulher e o dragão
( ) o novo céu e a nova terra
16) De acordo com a leitura do capítulo 21, podemos relacionar:
( 1 ) a Cidade Santa, a nova Jerusalém
( ) a habitação eterna com Deus, o céu
( 2 ) um novo céu e uma nova terra
( ) a Igreja triunfante, celeste
17) Alguns autores interpretam o Apocalipse como a descrição de uma grande liturgia. Quais aspectos da
celebração litúrgica você conseguiu encontrar durante a leitura do livro:
Aspecto da liturgia
Perícope
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