SOCRÁTES

Propaganda
UNORP
ESTUDOS FILOSÓFICOS E ANTROPOLÓGICOS
SOCRÁTES
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Nasceu em Atenas 470/469 a.C. e Morreu em 399 a.C.
Era filho de escultor e de obstetriz.
Não fundou uma escola. Ensinava em lugares públicos: ginásios, praças
publicas, etc.
Não deixou nada escrito.
Tudo que se sabe de Sócrates encontra-se nas obras de Platão, Xenofonte e
nas peças teatrais de Aristófanes.
Casou-se com Xantipe e teve três filhos (Lamprocles, Sophroniscus e
Menexenus).
Foi condenado a morte e morreu tomando sicuta. Acusação: não crer nos
deuses da cidade e de corromper os jovens.
FILOSOFIA SOCRATICA
A reflexão filosófica de Sócrates gira em torno da questão: o que é a essência
do Homem?
A resposta que dá é precisa: o homem é a sua alma.
O que é a alma para Sócrates?
Por alma ele entende a nosso razão e a sede de nossa atividade pensante e
eticamente operante.
É o eu consciente, ou seja, a consciência e a personalidade intelectual e moral.
Se a essência do homem é a alma, cuidar de si mesmo significa cuidar da
própria alma.
Ensinar os homens a cuidarem da própria alma é a tarefa suprema do
educador.
A pergunta o que é o homem?
Não é o corpo, mas sim o que se serve do corpo, ou seja, a psyché, a alma (a
inteligência).
A alma que nos ordena conhecer aquele que nos adverte: Conhece-te a ti
mesmo.
OS VALORES SOCRÁTICOS
Em grego, virtude se diz “areté”, significando o que torna uma coisa boa e
perfeita, ou melhor, aquela atividade ou modo de ser que aperfeiçoa cada coisa,
fazendo-a ser o que deve ser. Ex. a virtude do cão é ser bom guardião, do
cavalo é ser veloz.
Assim a virtude do homem é ser aquilo que faz com que a alma seja tal como a
sua natureza determina, isto é, ser boa e perfeita.
Esse elemento é a “ciência” ou “conhecimento”, ao passo que o “vício” seria a
privação de ciência ou conhecimento, ou seja, a “ignorância”.
Sócrates opera uma revolução no quadro dos valores. Os verdadeiros valores
não são aqueles ligados as coisa exteriores, como a riqueza, o poder, a fama e
nem os ligados ao corpo, como a vida, o vigor, a saúde e a beleza, mas os
valores da alma que se resumem no conhecimento.
REALE, GIOVANI.História da filosofia: Antiguidade e Idade Média; - São Paulo: Paulos,
1990. – (Coleção filosofia). Vol.1.
UNORP
ESTUDOS FILOSÓFICOS E ANTROPOLÓGICOS
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
O CONCEITO DE LIBERDADE
A mais significativa manifestação da alma ou razão humana é o autodomínio,
ou seja, o domínio de si mesmo nos estado de prazer, dor e cansaço, no urgir
das paixões e dos impulsos.
O autodomínio é a base da virtude.
O autodomínio significa domínio de sua racionalidade sobre a sua animalidade.
É tornar a alma senhora do corpo e dos instintos ligados ao corpo.
O verdadeiro homem livre é que sabe dominar os seus instintos.
O verdadeiro homem escravo é o que não sabe dominá-los.
Ligado a este conceito de autodomínio e de liberdade está o conceito de
autonomia.
Para o sábio que vence os instintos e elimina todas as coisas supérfluas, basta
a razão para que viva feliz.
Nasce um novo conceito de herói. Tradicionalmente, herói é o que vence os
inimigos, os perigos, o cansaço externo; o novo herói é o que vence as paixões
internas.
O CONCEITO DE FELICIDADE
Felicidade em grego se diz “eudaimonía”, que, originalmente, significava ter tido
a sorte de possuir um demônio-gardião bom e favorável, que garantia uma boa
sorte e uma vida próspera e agradável.
A felicidade não pode vir das coisas exteriores, do corpo, mas somente da
alma, porque esta e só esta é a sua essência.
A alma é feliz quando é ordenada, ou seja, virtuosa. Diz Sócrates: “Para mim,
que é virtuoso, seja homem ou mulher, é feliz, ao passo que o injusto e malvado
é infeliz”. A doença e a dor física são desordem do corpo, a saúde da alma é
ordem da alma, isto é, a felicidade.
O homem virtuoso não pode sofrer nenhum mal, nem na vida, nem na morte.
Na vida, porque os outros podem danificar o corpo, mas não pode danificar a
alma. Na morte, porque, existe um além, o virtuoso já será premiado; se não
existe, ele já viveu bem no aquém.
TEOLOGIA SOCRÁTICA
Qual a concepção de Deus de Sócrates?
O Deus-inteligência ordenadora.
Aquilo que não é simples obra do acaso, sendo constituído para alcançar um
objetivo e um fim, pressupõe uma inteligência que o produziu por razões
evidentes.
Observando o homem notamos que todos os seus órgãos estão constituídos de
tal modo que não podem ser explicáveis como obra do
acaso, mas apenas como obra de uma inteligência que idealizou.
Portanto, o mundo e o homem são constituídos de tal modo (ordem, finalidade)
que só uma causa adequada (ordenadora, finalizante e inteligente) pode
explicá-los.
O Deus de Sócrates, portanto, é a inteligência, que conhece todas as coisas
sem exceção e é a atividade ordenadora e providência.
REALE, GIOVANI.História da filosofia: Antiguidade e Idade Média; - São Paulo: Paulos,
1990. – (Coleção filosofia). Vol.1.
UNORP
ESTUDOS FILOSÓFICOS E ANTROPOLÓGICOS
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
O MÉTODO DIALÉTICO DE SÓCRATES
A dialética de Sócrates tem finalidade de natureza ética e educativa.
Dialogar com Sócrates levava a “exame da alma”.
Seu método dialético custou lhe a vida. “Calar Sócrates através da morte
significava libertar-se de ter que “desnudar a própria alma”.
A dialética de Sócrates consta de dois momentos: a “refutação” e a “maiêutica”.
Refutação – é o momento em que Sócrates levava o interlocutor a reconhecer
a sua própria ignorância. Como:
Forçava o interlocutor a uma definição do assunto investigado;
Destacava as contradições que implicava a definição dada;
Exortava o interlocutor a tentar uma nova definição , criticando-a e refutandoa;
Assim procedendo, até que o interlocutor se declarava ignorante.
A MAIÊUTICA
Segunda parte do método. Sócrates diz que a “alma só pode alcançar a
verdade se dela estiver grávida”.
Da mesma forma que a mulher que está grávida no corpo tem necessidade da
parteira para dar a luz, também o discípulo que tem a alma grávida de verdade
tem necessidade de uma espécie de arte obstétrica espiritual que ajude essa
verdade a vir à luz – e nisso consiste exatamente a “maiêutica” socrática.
PLATÃO
Nasceu em Atena, em 428/427 a.C. Seu verdadeiro nome era Aristócles.
Seu pai Aristão (tinha como ancestral o rei Codros) e sua mãe, Perictione (tinha
como ancestral Sólon).
Foi discípulo de Crátilo, Heráclito e Sócrates.
Fundou a Academia
Escreveu 36 livros, entre eles: Menon; Eutífron, Apologia de Sócrates, A
Política, O Banquete, A República.
A FUNDAÇÃO DA METAFÍSICA
A pergunta: será que as causas de caráter físico ou mecânico representam as
“verdadeiras causas”? Ou terá uma causa mais elevada?
Aquilo que é físico ou mecânico, não terá uma causa não-física ou nãomecânica?
Exemplo: Desejamos explicar por que uma certa coisa é bela?
Os naturalistas explicariam os porquês invocando os elementos físicos: cor, a
figura, etc.
Platão diz que isto não são as verdadeiras causas, mas são con-causas. Para
ele, a verdadeira causa deverá ser algo não sensível mas inteligível.
Essa causa é a Idéia ou forma pura do Belo em si, a qual, através da
participação ou presença faz com que as coisas empíricas sejam belas.
“Toda e qualquer coisa física existente supõe uma causa suprema e última, que
não é de caráter físico, mas sim, de caráter metafísico.
REALE, GIOVANI.História da filosofia: Antiguidade e Idade Média; - São Paulo: Paulos,
1990. – (Coleção filosofia). Vol.1.
UNORP
ESTUDOS FILOSÓFICOS E ANTROPOLÓGICOS
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
O HIPERURÂNIO OU O MUNDO DAS IDEIAS
Platão denominou essas causas de natureza não-física, essas realidades
inteligíveis, recorrendo aos termos Ideia ou Eidos, que significam forma.
Essas Ideias não são simples conceitos ou representações mentais, mas
representam entidades, substâncias. É aquilo que o pensamento pensa quando
liberto do sensível: constituem o verdadeiro ser, o ser por excelência.
As Ideias de Platão são as essências das coisas, ou seja, aquilo que faz cada
coisa seja aquilo que é. Ele usou o termo paradigma ou modelo.
O conjunto das Ideias, com as características acima mencionadas, passou à
História sob a denominação de Hiperurânio.
Hiperurânio (lugar supraceleste). O que ocupa esse lugar é a substância (a
realidade, o ser, ou seja, as Ideias) que existe privada de cor, sem figura e
intangível e que só pode ser contemplada pela alma, pelo intelecto.
Hiperurânio significa lugar acima do céu ou acima do cosmos físico. Indica um
lugar que não é absolutamente um lugar. Esta além do mundo sensível, é o
mundo supra-sensível.
GÊNESE E ESTRUTURA DO COSMO SENSÍVEL
Do mundo sensível ascendemos ao mundo inteligível. Este mundo é a
verdadeira causa do mundo sensível.
Como é possível que as Ideias inteligíveis possam agir sobre o receptáculo
sensível para que, do caos, surja o cosmo sensível?
Platão diz: existe um Demiurgo, um Deus-artífice, um Deus que pensa e quer
(Deus pessoal), o qual, assumindo como “modelo” o mundo das Ideias, plasmou
a “chora”, ou seja, o receptáculo sensível, segundo esse modelo, gerando
dessa forma o cosmos físico.
Resumindo: há um modelo (o mundo ideal), existe uma cópia (o mundo
sensível) e existe um Artífice, que produziu a cópia servindo-se de modelo.
O mundo inteligível (o modelo) é eterno, assim como, o Artífice (a inteligência).
O mundo sensível, ao contrário, construído pelo Artífice foi gerado.
Por que o Demiurgo quis gerar o mundo?
Platão responde o seguinte: o Artífice divino gerou o mundo por “bondade” e por
amor ao bem.
O Demiurgo dotou o mundo, além de um corpo perfeito, também de uma alma e
de uma inteligência perfeita.
OS GRAUS DE CONHECIMENTOS: A OPINIÃO E A CIÊNCIA
A opinião (Doxa).
Realiza-se em dois graus:
Simples imaginação (eikasía);
A crença (pistis).
A eikasía e a pistis se referem a dois graus do sensível.
A eikasía corresponde às sombras e às imagens sensíveis das coisas.
A pistis corresponde às coisas e aos próprios objetos sensíveis.
A ciência (epistéme).
REALE, GIOVANI.História da filosofia: Antiguidade e Idade Média; - São Paulo: Paulos,
1990. – (Coleção filosofia). Vol.1.
UNORP
ESTUDOS FILOSÓFICOS E ANTROPOLÓGICOS
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Realiza-se em dois graus:
Ciência intermediária (diánoia);
Inteleção pura (noesis).
A diánoia e a noesis se referem a dois graus do inteligível.
A diánoia consiste no conhecimento matemático-geométrico.
A noesis se identifica com o conhecimento dialético das ideias.
A DIALÉTICA
Os homens comuns se detêm nos dois primeiros graus do conhecimento, não
ultrapassam o nível da opinião.
Os matemáticos ascendem ao nível da diánoia; entretanto somente o filósofo
tem acesso às noesis e à ciência suprema.
O intelecto e a inteleção supera as sensações e os elementos do sensível, com
um processo discursivo e intuitivo, ascende de Ideia em Ideia até a captação da
Ideia suprema, ou seja, do Incondicionado. Este processo constitui a “dialética”.
Existe uma dialética ascendente que liberta dos sentidos e do sensível, conduz
às Ideias e, ascendendo de Ideia em Ideia, alcança a Ideia suprema.
Existe uma dialética descendente que percorre o caminho inverso, para da Ideia
suprema ou de Ideias gerais e, por um processo de divisão ou diairético, isto é,
mediante a distinção progressiva das Ideias particulares contidas nas Ideias
gerais, consegue estabelecer a posição que uma Ideia ocupa na estrutura
hierárquica do mundo das Ideias.
REALE, GIOVANI.História da filosofia: Antiguidade e Idade Média; - São Paulo: Paulos,
1990. – (Coleção filosofia). Vol.1.
Download