1 O ORGASMO FEMININO E A DINÂMICA CONJUGAL THE FEMALE ORGASM AND MARITAL DYNAMICS Leda Torres Deniz Peron – [email protected] Prof. Me. Oscar Xavier de Aguiar – [email protected] RESUMO Este artigo baseou-se no estudo bibliográfico sobre o orgasmo feminino, sendo um tema sobre o qual recai muitos tabus. Em algumas civilizações, a mulher teve um papel diferenciado devido a procriação e perpetuação da espécie, e quando não respondia a esse papel era marginalizada, bem como aos que com elas se relacionassem. O trabalho teve como objetivo conhecer a presença ou ausência do orgasmo feminino e suas causas, sendo analisadas as influências sociais que o cercam, as situações que o dificultam e favorecem e verificar a importância da comunicação verbal do casal sobre sua vida sexual. Para tanto foi realizada uma pesquisa bibliográfica, utilizando-se de livros, artigos científicos, Internet e revistas, que abordam o tema. Após o estudo, concluiu-se que para um casal experimentar deve haver a comunicação, a intimidade, a ternura, alida ao respeito e igualdade, para que juntos expressem de forma aberta sua sexualidade. Palavras-chave: Casais. Comunicação. Orgasmo Feminino. Psicologia. ABSTRACT This article has been based on bibliographic study about the female orgasm, being a subject on which lies many taboos. In some civilisations, the woman had a distinguished role due to procreation and perpetuation of the species, and when not responding to this role was marginalized, as well as to which they relate. The work was aimed at knowing the presence or absence of the female orgasm and its causes, being analysed the social influences that surround him, the situations that hinder and promote and verify the importance of verbal communication of the couple about their sex life. For both was held a bibliographic search, using books, scientific articles, Internet and magazines that cover the topic. After the study, it was concluded that for a couple experiencing there must be communication, intimacy, tenderness, alida respect and equality, to which together express openly his sexuality. Keywords: Couples. Communication. Orgasm Female. Psicology. INTRODUÇÃO Este artigo tem como principal objetivo trazer ao debate o tema ligado à área de sexualidade, especificamente ao orgasmo feminino em relação ao grau de satisfação sexual das mulheres. Acredita-se que as mulheres aprenderam, através da educação, a desempenharem um papel sexual e social de subalternidade, tanto no âmbito público como no privado. Neste sentido, Kaplan (1978) afirma que a mulher sente-se, na maioria das vezes, inferiorizada, sem forças físicas e emocionais para expressar seus desejos e insatisfações, principalmente no quesito relacionamento sexual, então inibe suas emoções, sentimentos e acumula conflitos e frustrações. A partir de Deschamps (2008) percebe-se que essa mulher é convidada, desde muito cedo, a escolher por um papel social que estará intrinsecamente ligado ao seu papel sexual, ou ao desenrolar de sua atividade de gratificação afetivosexual. Com este estudo pretende-se conhecer a presença ou ausência do orgasmo feminino e suas causas, abordar os tratamentos para as disfunções sexuais e apontar sugestões para melhorar a comunicação do casal no quesito relacionamento sexual. Considera-se que a ausência ou inadequada comunicação conjugal poderá ocasionar a construção de respostas sexuais insatisfatórias, entre elas, a ausência do orgasmo feminino Este estudo refere-se ao orgasmo feminino considerando como integração dos aspectos fisiológico, psicológico e social. 1 VISÃO HISTÓRICA DA SEXUALIDADE FEMININA É sabido que a existência humana não é recente. Segundo Boff (2002) na era da Pré-História era atribuída às mulheres certa divindade, posto que eram tidas como as responsáveis pela reprodução da espécie, já que os homens não tinham conhecimento, ainda, da sua participação na procriação. Portanto, as relações entre feminino e masculino eram igualitárias e a mulher, considerada mais próxima dos deuses por ser responsável pela procriação. A mais ou menos 5000 anos, de acordo com Vainfas (1992), ou seja, desde que surgiu a propriedade privada, coincidindo com a época em que foi instituído o sistema patriarcal, a mulher foi severamente repreendida pelo homem em sua sexualidade. Isso acontecia porque o homem tinha medo de que a sua herança fosse deixada para um filho que na realidade não fosse seu. No entanto, segundo Vainfas (1992) a imagem da mulher emergente era outra: sexualizada, diabolizada e carnal, devendo ser abominada pelo espírito. Assim, fragilidade dogmática, perseguição ou tutela imperial e disputas internas, compõem o histórico que deu origem aos preconceitos relacionados a sexualidade feminina. Louro (2003) ressalta que o determinismo biológico define o sexo do ser humano, porém não devendo ser desconsiderado o papel sexual, que expressa à identidade sexual dos indivíduos. Para tanto, é importante que o campo relacional estabelecido entre homens e mulheres seja compreendido, importando notar não seus sexos, mas tudo o que socialmente foi construído sobre os sexos. A construção dos papeis tem como elementos fundamentais a cultura, a história e a sociedade. Conforme Muraro (2001), nas sociedades matricêntricas e matrilocais como são conhecidas apresentam entre seus membros relações não tão cerradas quanto nas sociedades patriarcais. A relação entre homem e mulher não era exclusiva, mas sim casual, não apresentando nenhum tipo de subjugação. A relação pais/filhos ou mãe/filhos era protetora e a criança era educada não para executar tarefas préfabricadas, mas para cedo se tornar independente. Percebe-se que nesse período a integração entre os sexos garantiu a sobrevivência do grupo. Trata-se, de uma sociedade justa e igualitária, onde homens e mulheres estão horizontalmente situados. Porém, com o fim do nomadismo, [...] e a fixação de grupos em determinadas porções de terra, surgem às primeiras noções de propriedade privada. Esta noção acaba por confinar a mulher não apenas como parte integrante do espaço privado, mas principalmente como propriedade privada de seu marido/companheiro. (CARNEIRO, 2005, p. 19-20). Neste sentido, reconhecer que o desequilíbrio sexual do poder esteja baseado biologicamente, não significa que isto seja absoluto. “De qualquer modo, a concepção que atravessou grande parte dos Estudos Feministas foi a de um homem dominante versus uma mulher dominada – como se essa fosse uma fórmula única, fixa e permanente”. (LOURO, 2003, p. 37). Nesta perspectiva, discutir a heterossexualidade de acordo com o ideal de convívio e relação social é considerado como algo que rompe com o pensamento hegemônico, abalando pilares sustentados na sociedade por instituições que detêm o poder historicamente. Assim, conforme Firestone (1976) a análise da dinâmica homem-mulher precisa ser tão completa para a revolução feminista, quanto para a revolução econômica foi à análise de Marx e Engels sobre o antagonismo das classes. 1.1 A sexualidade feminina: aspectos gerais Abordar o tema sexualidade é falar de algo tão antigo quanto à natureza humana. Ultrapassa os limites do ato sexual, pois incluem sentimentos, fantasias, desejos, sensações e interpretações por isso, a reprodução não é o único objetivo da sexualidade, ela é também fonte de prazer entre as pessoas. Para Foucault (apud GIDDENS, 1992), somente no século XIX que a palavra sexualidade foi criada, sendo citada em Biologia e Zoologia em 1800. No entanto, o significado que a palavra tem hoje – a qualidade de ser sexual ou possuir sexo foi difundida somente no final do século. Segundo o mesmo autor, a sexualidade feminina ainda se baseia em padrões rígidos de moral, ética e comportamento. Esta situação permanece devida poderosa influência do Cristianismo que reforça que o corpo e o sexo são lugares proibidos, sendo esse quadro agravado à mulher, por sua condição desigual em relação ao homem, vivendo tutelada pela figura masculina, seja pai ou marido, tendo sua sexualidade regida pelo cristianismo, endossada pelo casamento e legitimada pela função reprodutora. Conforme Rangé (2001) o comportamento sexual refere-se a toda e qualquer resposta, aberta ou disfarçada, que envolva alguma excitação na direção de um objeto sexual, sendo essa resposta sexual caracterizada por complexos processos psicofisiológicos que envolvem o período apetitivo onde estão presentes comportamentos discriminativos encobertos, sendo as fantasias sexuais, comportamentos discriminativos abertos, sendo os movimentos na direção de um objeto sexual e o período consumatório, quando ocorre a ativação psicofisiológica e sua descarga, na presença de estímulos sexuais e de fantasia. Porém, dentro deste contexto não podemos desconsiderar as experiências adquiridas através do comportamento sexual humano, seja pelo meio social, étnico ou cultural, unindo esferas fisiológicas e psicológicas sem perder de vista as variáveis entre culturas e ao longo do tempo. Cardoso (2011) ressalta que o comportamento reprodutivo está ligado à sexualidade humana, não apenas com o objetivo de propagação e sobrevivência das espécies, mas através de mecanismos neurais e fisiológicos. Contudo, uma vez que a sexualidade apresenta-se direcionada pelo comportamento, não resultará necessariamente em reprodução. Segundo Guyton; Hall (1998) apesar do fato do comportamento sexual humano ser controlado e dirigido por uma das partes mais primitivas do cérebro, ao mesmo tempo ele é fortemente influenciado e modulado pela experiência adquirida, assim como pelo meio social, étnico e cultural, fazendo dele uma mistura única das esferas fisiológica e psicológica. Ainda mais, o que é considerado normal e anormal no comportamento sexual humano é altamente variável entre culturas e ao longo do tempo. Assim, a construção dos papéis tem como elementos fundamentais a cultura, a história e a sociedade. Nesse sentido, reconhecer que o desequilíbrio sexual do poder esteja baseado biologicamente, não significa que isto seja absoluto. Através de estudos pioneiros dos sexologistas Havellock Ellis e Alfred Kinsey (KINSEY et. al., 1955) na primeira metade do século, de Masters; Johnson (1976) sobre os estágios do ciclo da resposta sexual feminina na década de 60 e posteriormente aprimorada por Kaplan (1978) ressalta-se o fato de que o ciclo feminino é resultado da coordenação e da integração de vários componentes distintos e relativamente independentes, sendo a fase do desejo, fase vasocongestiva de excitação e equiparamento sexual inicial, produzindo lubrificação e inchaço vaginal e as contrações musculares reflexas, constituindo a fase orgásmica. No entanto para Halbe (2000) a imagem da sexualidade, nas últimas décadas vem apresentando-se de forma distorcida quando ressalta que o orgasmo é a meta suprema da vida. De forma individual, então, a sexualidade é influenciada por diversos fatores, seja de ordem familiar, social, religiosa, etária, estados de saúde e experiências pessoais. Espera-se com este trabalho contribuir para uma melhor qualidade de vida sexual ao casal, já que este assunto é de relevância sócio-emocional e tornar público o que é privado, através da metodologia científica, poderá contribuir para libertar o casal de preconceitos que limitam sua vida sexual. 2 DEFINIÇÃO DE ORGASMO Segundo Lins; Braga (2005) o orgasmo é traduzido do grego orgasmós, de orgân, ferver de ardor, sendo conceituado como o mais alto grau de excitação sexual e, portanto, o prazer físico mais intenso que um ser humano pode experimentar. A mulher foi privada do prazer do orgasmo, durante longos séculos, já que ele não está vinculado à procriação. Para Kaplan (1978) o orgasmo é um reflexo apresentando variabilidade e distribuição de limiares. Ximenes (2000) o explicou como sendo o prazer físico de maior intensidade que um ser humano pode experimentar no ato sexual. Segundo Masters; Johnson (1976), o orgasmo da mulher é fisiologicamente análogo, em muitos sentidos, ao do homem. Assim, a resposta sexual feminina descrita por esses autores era constituída de quatro fases, sendo excitamento, platô, orgasmo e resolução. Em 1979, Kaplan (1978) sugeriu outro modelo, porém de três fases apenas, sendo o desejo, excitabilidade e orgasmo, o qual foi utilizado como base na elaboração do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Health (Manual de Diagnóstico e Estatística para Saúde Mental – DSM). No entanto, as definições e diagnósticos iniciais usados em estudos da função e resposta sexual feminina, baseavam-se apenas no órgão genital, ou seja, inchaço, lubrificação e o orgasmo. Para Halbe (2000) o orgasmo vai além da contração dos músculos vaginais, envolvendo quase todo o corpo, contemplando os grupos musculares do abdome, pescoço, face, nádegas, simultâneos, com rápida perda de consciência, além de elevar a pressão arterial, o ritmo da respiração e os batimentos cardíacos, que atingem o seu pico no momento do orgasmo. De acordo com Reich (1985) é necessário que exista uma entrega total da pessoa sem nenhuma resistência, deixando-se levar ao fluxo da energia biológica aliviando totalmente a excitação sexual refreada, por meio de involuntárias e agradáveis convulsões do corpo. 3 ASPECTOS FISIOLÓGICOS QUE GERAM RESPOSTA DE ORGASMO NA MULHER Segundo Guyton (1998) o ciclo da resposta sexual feminina normal apresenta-se em três fases, sendo a fase do desejo, da lubrificação-tumescência e a fase orgásmica especificamente. Porém, devido a pouca existência de pesquisas sobre a neuroanatomia da reatividade sexual feminina, bem como dificuldades encontradas na mensuração de respostas sexuais, essa distinção apresenta-se pouco confiável em relação ás mulheres do que nos homens. Para Kaplan (1978) deve-se haver muito cuidado ao lidar com respostas sexuais, afirmando que podem com facilidade serem interrompidas, seja por afetos negativos, conflitos e inibições psicológicas. E, ainda, Em contraste com o homem, a mulher não tem a fase de emissão. Porém, a fase clônica é estritamente análoga, e consiste de contrações de 0,8 de segundo dos músculos cavernosos ísquio e bulbo, assim como dos músculos pubococcígeos. Ainda não foi estudada a inervação periférica da resposta sexual da mulher, mas pode-se especular, por analogia, que as respostas sexuais da mulher também são governadas pelo sistema nervoso autônomo. (KAPLAN, 1978, p.12). Segundo Halbe (2000) a resposta sexual não é somente genital, mas abrange todo o corpo. Fisher (1978), no entanto, ressalta que cada experiência de relação indica uma história diferente, com qualidades e significado particulares. Neste sentido, cada mulher percebe os acontecimentos da relação dentro do contexto de seus próprios problemas e expectativas. Assim, o processo através do qual uma mulher se torna sexualmente excitada é bastante individual, já que cada mulher tem um conjunto de experiências único e exclusivo. Embora os conhecimentos fisiológicos sejam de suma importância para a compreensão das fases da resposta sexual feminina, por si só não são suficientes. Assim, Halbe (2000) ressalta que outros aspectos devem ser considerados como a história de vida de cada mulher, a escolha do parceiro e o meio relacional que se estabeleceu entre ambos, pois estes interferem nas emoções que permeiam cada ato sexual e o orgasmo da mulher. 3.1 Aspectos psicológicos e a inibição do orgasmo Segundo Reich (1985) a inibição sexual e a rejeição da sexualidade apresentavam seu cerne primeiramente na inibição moral, e a sexualidade insatisfeita seria a sua força motriz. Para Kaplan (1978) a ausência geral de resposta sexual da mulher e origem da frigidez secundária estão relacionadas à ansiedade em não atingir o orgasmo. Nesse sentido, Hite (1978) defende que a dificuldade que algumas mulheres apresentam em atingirem o orgasmo na relação sexual reflete não um defeito na anatomia ou na psicologia feminina, mas o papel da posição secundária que essas mulheres apresentam em sociedade. Conforme Lukacs (1978), a sexualidade é uma complicada essência que abrange diversos fatores, incluindo o desejo, o prazer, a vida sexual, o relacionamento, o orgasmo e a felicidade. Assim, a ocorrência de um problema em qualquer um desses sistemas complexos, seja neurológico, psicológico, vascular e endócrino, poderá ocasionar uma disfunção sexual. Nesse sentido Fisher (1978) afirma que o processo de construção do orgasmo é uma habilidade, que pode ser aperfeiçoado com a prática. Corroborando Reich (1986), Foucault (2008) desenvolve seus estudos dentro deste contexto, afirmando que em se tratando de sexo não deve haver julgamentos apenas, mas a administração dos fatos e situações. Conforme Firestone (1976) essa barreira cultural entre homem/sujeito e a mulher/objeto, às vezes dessensibiliza as mulheres para as formas masculinas, afetando-as sobremaneira, impossibilitando-as de atingir o orgasmo. 3.2 Disfunção sexual feminina Segundo o DSM-IV uma disfunção sexual pode ser definida como uma incapacidade freqüente ou recorrente de uma pessoa em iniciar, manter ou terminar uma relação sexual que seja satisfatória para um ou ambos os parceiros. Segundo Halbe (2000) a causa orgânica é difícil de ser separada da causa emocional. Conforme Rangé (2001) é importante atentar-se para a distinção entre disfunção e desvio sexual. Enquanto as disfunções são ligadas ao funcionamento sexual em si, ou seja, a um funcionamento prejudicado em uma ou mais das diferentes fases que o constituem, os desvios se referem a comportamentos dirigidos a objetos sexuais que escapam às normas sexuais socialmente estabelecidas. Assim, Masters; Johnson (apud RANGÉ; CONCEIÇÃO, 2001), entendem que disfunção sexual deve ser considerada um problema do casal. No entanto, o diagnóstico de qualquer que seja a disfunção sexual deverá ser decidido somente se constituir-se em fonte de sofrimento para o casal. 4 TRATAMENTOS Segundo Fisher (1978) toda mulher tem uma capacidade razoável de orgasmo com a condição de que seu parceiro seja suficientemente experimentado e saiba como estimulá-la com acerto. Deste ponto de vista, a mulher que não consegue ter orgasmos precisa encontrar um parceiro melhor preparado ou seu parceiro precisa ser treinado para atuar melhor. Conforme Rangé (2001) o tratamento das disfunções sexuais deve englobar fatores afetivos cognitivos e comportamentais. Após uma cuidadosa avaliação envolvendo ambos os parceiros, será estabelecido um plano de trabalho com o casal, a fim de desenvolver habilidades mais adequadas ao intercurso sexual. Neste sentido, muitos terapeutas concordam que a abordagem cognitivocomportamental apresenta-se como o tratamento preferencial para as disfunções sexuais. Assim os objetivos da terapia sexual podem ser definidos como se segue: a) definir a natureza da disfunção sexual e quais mudanças são desejadas; b) obter informações que permitam ao terapeuta propor uma formulação em termos de fatores predisposicionais, precipitantes e mantenedores; c) com base nesta formulação, definir qual o melhor tipo de intervenção terapêutica; d) iniciar o processo terapêutico; e) avaliar o processo e introduzir eventuais mudanças no planejamento, se necessário; e f) tomar medidas para prevenir recaídas. Para Caballo (2003) é necessário que a terapia sexual seja adaptada para pacientes com históricos concretos, não apresentando transtornos intrapsíquicos ou conflitos de casal que ultrapassam o campo sexual, devendo, neste caso, que o terapeuta aborde outras estratégias terapêuticas fora da terapia sexual tradicional. Assim, a partir do momento que não for possível encontrar o ponto do bloqueio para o amor e o campo de batalha tornar-se intransponível, indica-se a terapia de casal que irá auxiliar no desenvolvimento do autoconhecimento. Neste sentido, sugere-se o livro Manual Ilustrado de Terapia Sexual de Kaplan (1978) como forma de melhorar a comunicação entre o casal no quesito relacionamento sexual, por descrever e ilustrar técnicas eróticas que poderão proporcionar, de forma lúdica, respostas emocionais de um ou ambos os parceiros, bem como o livro O Corpo Fala de Weil (1986) onde através de ilustrações de expressão corporal de comunicação não-verbal pode-se, conjuntamente com o processo terapêutico, oferecer melhor qualidade de vida conjugal e sexual. CONCLUSÃO O objetivo desse artigo foi discutir a sexualidade feminina e a construção do orgasmo feminino no decorrer da história. De acordo com o a Organização Mundial de Saúde (OMS), a atividade sexual de boa qualidade ou a felicidade sexual é condição básica de excelência na promoção da saúde humana. As mulheres cumprem um papel social e sexual, construído socialmente que a aprisiona em comportamentos de submissão ao sexo masculino, gerando, muitas vezes, descontentamento no relacionamento entre o casal. Segundo os estudiosos elencados neste trabalho, uma vida sexual sadia deve apresentar como prioridade uma boa comunicação em ter o casal. Apresenta-se, então, a Terapia Cognitiva Comportamental para o tratamento das disfunções sexuais, bem como auxílio na obtenção do desenvolvimento da habilidade de comunicação entre o casal, podendo desconstruir comportamentos e atitudes que podem estar minando relacionamentos que até então, eram sadios. Como complemento do processo terapêutico, sugere-se o livro Manual Ilustrado de Terapia Sexual de Kaplan (1978) como forma de melhorar a comunicação entre o casal no quesito relacionamento sexual, por descrever e ilustrar técnicas eróticas que poderão proporcionar, de forma lúdica, respostas emocionais de um ou ambos os parceiros, bem como o livro O Corpo Fala de Weil (1986) onde através de ilustrações de expressão corporal de comunicação nãoverbal pode-se, conjuntamente com o processo terapêutico, oferecer melhor qualidade de vida conjugal e sexual. Sabe-se que se trata de uma questão complexa e que a sexualidade é algo particular e varia de pessoa para pessoa e que cada profissional tem sua visão sobre o assunto, porém sempre pautada no referencial teórico da ciência. Não é proposto aqui a solução para uma vida sexual sadia e um bom relacionamento conjugal, mas uma reflexão. REFERÊNCIAS ALMEIDA, D. S. M. M. Motivação sexual: as disfunções sexuais femininas. Scribd. 2011. 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