Educação sexual se faz a cada dia

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08/2008
Educação sexual se faz a cada dia
Através do convívio com os pais e os amiguinhos na escola, as crianças
aprendem comportamentos e normas de conduta que irão influenciar sua vida
sexual
Maria Helena Vilela* (Maria Helena Vilela*)
Até bem pouco tempo, era inconcebível o fato de crianças serem sexuadas. “Sexo não é coisa de criança!” E não é mesmo,
se olharmos a sexualidade exclusivamente dentro de sua função reprodutora e de sua intenção erótica. Entretanto,
sabemos, hoje, que a sexualidade também tem outra função, a relacional, e que o ser humano passa por vários estágios
evolutivos até atingir a sexualidade adulta.
A construção dos alicerces da sexualidade começa na infância: a capacidade de se ligar afetivamente; a identidade sexual;
o registro de climas e situações que causam excitação; o respeito, a confiança em si e no outro; a permissão ao prazer
sexual; a segurança, a imagem corporal, a auto-estima e a autonomia; os limites, as normas sociais, os valores morais...
Desde muito cedo, os pais se encarregam de educar sexualmente seus filhos de maneira informal, passando seus valores e
crenças através da convivência. Simultaneamente, as relações sociais favorecem trocas intensas de informações sobre
normas de condutas. Esse amplo conjunto de influências exercidas direta ou indiretamente sobre o indivíduo recebe o
nome de “Educação Sexual”.
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Leia e comente também o artigo "Sexo é obra da Natureza"
A escola participa desta educação sexual, mesmo quando não tem um programa formal de orientação sexual. Ao proibir
ou permitir certas manifestações, ao optar por informar os pais sobre as atitudes do seu filho, ao reforçar ou desencorajar
um comportamento ligado aos papéis sexuais, a escola está sempre transmitindo valores, mais ou menos rígidos, de
acordo com a sua cultura e as crenças dos seus profissionais.
A escola e o desenvolvimento sexual
O ambiente social é, hoje, muito mais liberal em relação às manifestações dos desejos e sentimentos infantis, inclusive os
sexuais. As crianças já não se intimidam em fazer perguntas sobre sexo, nem em manifestar o prazer que sentem ao tocar
seus genitais. Meninos e meninas têm acesso a fotos de pessoas nuas, participam de jogos sexuais, vêem casais trocando
carícias em ambientes públicos, e até mantendo relações sexuais em filmes e programas de TV. Além de tudo isto, eles
também observam e imitam os comportamentos de pessoas que têm significado para eles. Todo esse contexto faz parte da
evolução psicossexual da criança e do adolescente, e é levado pelo aluno para dentro da escola.
Ali, o aluno encontra um ambiente altamente favorável ao seu desenvolvimento e socialização, proporcionado pelo
convívio entre ambos os sexos. Por isso, os comportamentos ligados à sexualidade, muitas vezes, são mais freqüentes na
escola do que em outros locais. Os educadores precisam se preparar para conduzir estas experiências de forma adequada.
A consciência dessa necessidade têm levado as escolas a capacitarem seus educadores para enfrentar esse desafio, sem
medo, desmistificando tabus e preconceitos, a fim de que possam tomar atitudes baseadas numa visão integrada das
experiências vividas por seus alunos e contribuir para a adequação social do comportamento sexual das crianças e
adolescentes.
*Artigo publicado no material lúdico educativo do Instituto Kaplan – Jogo de Corpo.
Extraído de: REVISTA NOVA ESCOLA
http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/desenvolvimento-e-aprendizagem/educacao-sexual-cada-dia432338.shtml
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