Sistema Nervoso Autónomo

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Sistema Nervoso Autónomo
Dr. Herculano de Carvalho
Neuroanatomia
Sistema Nervoso Autónomo
-
controla o funcionamento de muitos órgãos e tecidos do corpo, incluindo
o músculo cardíaco, o músculo liso e as glândulas exócrinas;
com o sistema endócrino, é o responsável pelos ajustes internos, finos e
precisos, necessários para a optimização do ambiente interno do corpo.
Funcionamento
O Sistema Nervoso Autónomo contém neurónios aferentes, conectores e
eferentes.
- Impulsos
aferentes:
originados
nos
receptores
viscerais
(quimiorreceptores, barorreceptores e osmorreceptores)
conduzidos por vias aferentes até ao SNC, integrados por neurónios conectores
em níveis diferentes;
-
as respostas a estes impulsos : vão para órgãos viscerais eferentes
através de vias eferentes
constituídas por:
- neurónios pré-ganglionares;
- neurónios pós-ganglionares.
-
corpos celulares dos neurónios pré-ganglionares: situados na coluna
cinzenta lateral da medula espinhal e núcleos motores dos III, VII, IX,
X pares cranianos.
-
os axónios destes corpos celulares sinapsam com os corpos celulares dos
neurónios pós-ganglionares, os quais estão reunidos em gânglios,fora do
SNC.
O controlo exercido pelo sistema autónomo é extremamente rápido, mas
é muito disseminado, visto um axónio pré-ganglionar poder fazer sinapses
com vários neurónios pós-ganglionares.
Organização
-
SNA divide-se em S.N. Simpático e S.N. Parassimpático;
-1-
Sistema Nervoso Autónomo
- divisão feita com base em diferenças anatómicas, diferenças de
neurotransmissores e diferenças nos seus efeitos fisiológicos;
-
actuam em conjunto entre si, e o balanço entre as suas actividades –
mantém o meio interno estável.
Sistema Nervoso Simpático
(ver fig. 14.1 e 14.2 do Snell da pág.398 e 399)
-
-
maior porção do SNA, estando amplamente distribuído por todo o
organismo: coração, pulmões, músculos da parede do vasos, folículos
pilosos, glândulas sudoríparas, vísceras abdominopélvicas.
O SNS tem como função preparar o organismo para situações de
emergência :







aumenta o ritmo cardíaco;
provoca a constrição das arteríolas da pele e intestino;
provoca a dilatação das arteríolas do músculo esquelético;
redistribui o sangue que sai da pele e do tracto
gastrointestinal e passa para o cérebro, coração e músculo
esquelético;
provoca a dilatação das pupilas;
inibe o músculo liso dos brônquios, intestino e bexiga;
provoca o fecho dos esfíncteres, a sudação e o eriçar dos
pêlos.
SNS: fluxo eferente da medula espinhal, dois
ganglionares, ramos, plexos e gânglios regionais.
troncos
simpáticos
Fibras Nervosas Eferentes
As colunas cinzentas laterais da medula espinhal possuem, de T1a L2-L3, os
corpos celulares dos neurónios conectores simpáticos. Os axónios mielinizados
destas células deixam a medula pela raiz anterior dos nervos e passam, via
ramos comunicantes brancos, para os gânglios para-vertebrais do tronco
simpático. Quando as fibras pré-ganglionares atingem os gânglios no tronco
simpático, são distribuídas da seguinte forma:
o Sinapsam com um neurónio excitatório. A ponte entre os dois
neurónios é feita pela acetilcolina (Ach). Os axónios pós-ganglionares
não mielinizados deixam o gânglio e passam aos nervos torácicos
espinhais como ramos comunicantes cinzentos. São depois
distribuídos pelos ramos dos nervos espinhais para o músculo liso das
paredes dos vasos sanguíneo, para as glândulas sudoríparas e para
os músculos erectores dos pêlos.
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Sistema Nervoso Autónomo
o Ascendem no tronco simpático para sinapsarem em gânglios da
região cervical. As fibras pós-ganglionares passam, via ramos
comunicantes cinzentos, para se juntarem aos nervos espinhais
cervicais. Muitas das fibras pré-ganglionares, que entram em baixo,
no tronco simpático, vindas da parte inferior torácica e dos dois
primeiros segmentos lombares, descendem para sinapsar em
gânglios nas regiões lombar e sagrada. Também as fibras nervosas
pós-ganglionares passam, via ramos comunicantes cinzentos, para se
juntarem aos nervos espinhais lombares, sagrados e coccígeos.
o Podem passar através do gânglio do tronco simpático sem sinapsar.
Estas fibras mielinizadas deixam o tronco simpático como grande,
pequeno e ínfimo esplâncnico (esplâncnico inferior).
- O grande esplâncnico é formado por ramos do 5º
ao 9º gânglios torácicos, desce obliquamente pelos lados dos
corpos das vértebras torácicas e atravessa o diafragma sinapsar
com células excitatórias nos gânglios do plexo celíaco, pleo renal
e medula suprarenal.
- O pequeno esplâncnico é formado por ramos do
10º ao 11º gânglios torácicos, desce com o grande esplâncnico,
atravessa o diafragma para sinapsar com as células excitatórias
nos gânglios da parte inferior do plexo celíaco.
- O ínfimo esplâncnico quando presente vem do 12º
gânglio torácico, atravessa o diafragma e sinapsa com neurónios
excitatórios nos gânglios do plexo renal.
Os nervos esplâncnicos são assim formados por fibras pré-ganglionares.
As fibras pós-ganglionares vêm das células excitatórias dos plexos periféricos
distribuindo-se ao músculo liso e glândulas das vísceras ( o neurotransmissor é
a epinefrina).
Fibras simpáticas pré-ganglionares
1
Fibras simpáticas pós-ganglionares
10
Amplo controlo de estruturas involuntárias
Fibras Nervosas Aferentes
o As fibras nervosas aferentes mielinizadas provenientes das vísceras
passam, através dos gânglios simpáticos, sem sinapsar, para o nervo
espinhal, via ramos comunicantes brancos, e alcançam os seus corpos
celulares no gânglio da raiz posterior do nervo espinhal correspondente.
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Sistema Nervoso Autónomo
o Os axónios centrais entram então na medula espinhal podendo formar o
componente aferente de um arco reflexo local ou ascendendo a centros
mais altos como o hipotálamo.
Troncos Simpáticos
o São dois troncos nervosos ganglionados que se estendem ao longo de
toda a coluna vertebral. No pescoço tem três gânglios, no tórax onze ou
doze, na região lombar quatro ou cinco e na pélvica quatro ou cinco.
o No pescoço, os troncos são anteriores ás apófises transversas das
vértebras cervicais; no tórax, são anteriores às cabeças das costelas ou
estão dos lados dos corpos vertebrais; no abdómen, são antero-laterais
aos corpos das vértebras lombares; na região pélvica, são anteriores ao
sacro.
o Em baixo os dois troncos acabam por juntar-se para formar um único
gânglio – o gânglio ímpar.
Sistema Nervoso Parassimpático
(Snell, pág 399)
A actividade da porção Parassimpática do Sistema Nervoso Autónomo
está relacionada com a restauração e conservação de energia :
Frequência cardíaca diminui;
Pupilas contraem;
Actividade glandular e movimentos peristálticos aumentam;
Esfíncteres abrem;
Parede da bexiga contrai.
Fibras Nervosas Eferentes
As células nervosas do Sistema Nervoso Parassimpático localizam-se:
 no tronco cerebral
 no segmento sagrado da medula espinhal.
No tronco cerebral, as células nervosas formam núcleos nos seguintes
nervos cranianos:
o
Motor Ocular Comum (III)  Núcleo de Edinger-Westphal
o
Facial (VII)  Núcleo Salivar superior
 Núcleo lácrimo-muco-nasal
o
Glossofaríngeo  Núcleo Salivar Inferior
o
Pneumogástrico  Núcleo dorsal do Vago
 Núcleo cardio-pneumo-entérico
As células nervosas da medula sagrada encontram-se na substância
cinzenta de S2, S3 e S4.
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Sistema Nervoso Autónomo
Os axónios mielinizados deixam a medula espinhal pela raiz anterior
dos nervos sagrados. Ao abandonarem estes nervos formam os nervos
esplâncnicos pélvicos.
As fibras pré-ganglionares sinapsam
proximamente às vísceras que vão enervar.
nos
gânglios
localizados
O neurotransmissor é a acetilcolina.
As fibras pré-ganglionares do parassimpático craniano terminam nos
gânglios:
 Oftálmico
 Esfeno-palatino
 Submaxilar ou sublingual
 Óptico
Em alguns casos, as células ganglionares encontram-se em plexos
nervosos, tais como:
 Plexo cardíaco
 Plexo pulmonar
 Plexo de Auerbach (ou mientérico)*
 Plexo de Meissner (ou submucoso)*
Os nervos esplâncnicos
hipogástricos.
pélvicos
sinapsam
em
gânglios
dos
plexos
Fibras Nervosas Aferentes
As fibras nervosas aferentes vão desde as vísceras aos corpos celulares
dos gânglios sensitivos dos pares cranianos ou dos gânglios das raízes
posteriores dos nervos sagrados.
Os axónios entram depois no SNC e participam na formação do arco
reflexo ou passam para centros superiores do Sistema Nervoso Autónomo,
como o Hipotálamo.
As terminações nervosas da componente aferente do sistema nervoso
autónomo não são activadas por sensações como calor ou toque, mas antes,
por exemplo, por falta de oxigénio.
Controlo Superior do Sistema Nervoso Autónomo
Hipotálamo  controla o SNV
integra os sistemas neurovegetativo e neuroendócrino
 preservar a homeostasia corporal
- estimulação da região anterior do hipotálamo  resposta parassimpática;
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Sistema Nervoso Autónomo
- estimulação da região posterior do hipotálamo  resposta simpática.
Existem também centros vasoconstrictores, vasodilatadores, cardioaceleradores e cardio-desaceleradores e respiratórios ao nível da formação
reticular do Tronco Cerebral, que estão relacionados por vias ascendentes e
descendentes.
Funções do Sistema Nervoso Autónomo
O Sistema Nervoso Autónomo, juntamente com o Sistema Endócrino,
mantém a homeostasia corporal. Funciona, na sua grande parte, a um nível
subconsciente - não nos apercebemos que as nossas pupilas estão a dilatar ou
que está a haver vasoconstrição ou vasodilatação das artérias.
As várias actividades do Sistema Nervoso Autónomo e Endócrino são
integradas no Hipotálamo.
*: estes plexos estão associados à via gastrointestinal. O plexo de Auerbach situa-se entre
as camadas musculares circular e longitudinal; o Plexo de Meissner encontra-se entre a camada
mucosa e a camada muscular circular.
O Sistema Nervoso Simpático prepara e mobiliza o corpo numa
emergência, quando há um exercício físico intenso, medo ou raiva.
O Sistema Nervoso Parassimpático conserva e armazena energia,
por exemplo, na promoção da digestão e absorção de alimentos aumentando as
secreções das glândulas da via gastrointestinal e estimulando os movimentos
peristálticos.
Simpático e parassimpático têm, normalmente, controlo antagónico sobre uma
víscera (por exemplo, enquanto que o simpático aumenta a frequência
cardíaca, o parassimpático diminui-a).
Existem, no entanto, órgãos que só são controlados por uma das partes
do Sistema Nervoso Autónomo - por exemplo, os músculos erectores dos
pêlos, que só são controlados pelo Simpático, provocando a sua contracção; ou
as artérias dos membros superior e inferior, também só controladas pelo
simpático.
Há órgãos cujas actividades são mantidas sobre um constante estado de
inibição por um ou outro componente do sistema nervoso autónomo - o
coração de um atleta, por exemplo, é mantida a um ritmo baixo pela actividade
do parassimpático.
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Sistema Nervoso Autónomo
Diferenças Anatómicas e Fisiológicas Importantes
A. - As Fibras Nervosas Eferentes do Simpático têm origem em células
nervosas na coluna cinzenta lateral entre T1 e L2.
- As Fibras Nervosas Eferentes do Parassimpático têm origem em células
nervosas no III, VII, IX e X pares cranianos e na substância cinzenta de
S2, S3 e S4.
B. - Os Gânglios Simpáticos estão localizados em troncos simpáticos
paravertebrais ou em gânglios pré-vertebrais (por exemplo, gânglio
celíaco ou gânglio mesentérico superior)
- As Células Ganglionares Parassimpáticas estão localizadas em gânglios
perto das vísceras ou em plexos nas vísceras.
C. Como consequência dos pontos A e B, temos que:
- As Fibras Pós-Ganglionares simpáticas são longas;
- As fibras Pós-Ganglionares Parassimpáticas são curtas.
D. - Como resultado de, no Simpático, as Fibras Pré-Ganglionares
sinapsarem em muitos neurónios pós-ganglionares e de a medula suprarenal libertar epinefrina e norepinefrina no sangue, o simpático tem uma
vasta acção no corpo.
- O Parassimpático tem um controlo mais restrito, visto as fibras PréGanglionares sinapsarem em poucos neurónios pós-ganglionares.
E. - As terminações Simpáticas Pós-Ganglionares libertam epinefrina na
maioria das terminações e acetilcolina nalgumas terminações.
- As terminações parassimpáticas Pós-Ganglionares libertam acetilcolina.
F. - O Simpático prepara o corpo para uma emergência.
- O Parassimpático conserva e armazena energia.
Enervações Importantes do SNA
(ver imagens do Snell da pág. 408 a 415)
OLHO (Snell 408)
 Pálpebra Superior – elevada pelo músculo elevador da pálpebra superior
Maior parte Enervado pelo nervo motor ocular comum (III par)
Uma pequena parte composta por fibras musculares lisas
enervadas por fibras simpáticas pós-ganglionares do gânglio simpático cervical
superior
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Sistema Nervoso Autónomo
 Íris – fibras musculares lisas são circulares e radiadas.
As fibras circulares formam o constrictor da pupila e as radiadas o dilatador
da pupila.
O constrictor da pupila é enervado (enervação parassimpática):
-
O
-
pelas fibras parassimpáticas do núcleo parassimpático do nervo motor
ocular comum (núcleo de Edinger-Westphal do III par);
depois de sinapsarem no gânglio simpático ciliar ou oftálmico, as fibras
pós-ganglionares passam através do globo ocular pelos nervos ciliares
curtos.
dilatador da pupila é enervado (enervação simpática):
por fibras pós-ganglionares do gânglio simpático cervical superior;
estas alcançam a órbita ao longo da carótida interna e artéria oftálmica;
passam sem sinapsar no gânglio ciliar e alcançam o globo ocular através
de nervos ciliares longos (ramo colateral do nervo nasal) e curtos.
 Glândula Lacrimal (Snell 409)
Enervação Simpática:
-
as fibras simpáticas pós-ganglionares saem do gânglio simpático cervical
superior e passam por plexos de nervos à volta da carótida interna(plexo
simpático peri-carotídeo).
Enervação Parassimpática:
-
-
as fibras parassimpáticas pré-ganglionares têm origem no núcleo
lacrimal do VII par;
as fibras pré-ganglionares atingem o gânglio ptérigo-palatino através do
nervo facial (intermediário de Wrisberg) e depois abandonam-no sob a
forma de nervo grande petroso superficial e por meio do nervo do canal
pterigoideu.
as fibras pós-ganglionares deixam o gânglio e anastomosam-se com o
nervo do maxilar superior, passando para seu ramo orbitário, o qual se
anastomosa com o nervo lacrimal, atingindo desta forma a glândula
lacrimal.
GLÂNDULA PARÓTIDA (Snell 409)
Enervação Simpática:
-
as fibras pós-ganglionares simpáticas têm origem no glânglio simpático
cervical superior e atingem a glândula pelo plexo simpático carotídeo
externo (plexos de nervos à volta da artéria carotídea externa).
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Sistema Nervoso Autónomo
Enervação Parassimpática:
as fibras pré-ganglionares parassimpáticas têm origem no núcleo salivar
inferior do IX par;
- estas atingem o gânglio óptico através do ramo timpânico do IX par e do
nervo pequeno petroso superficial;
- as fibras pós-ganglionares atingem a glândula através do nervo auriculotemporal.
-
GLÂNDULAS SUBMAXILAR E SUBLINGUAL (Snell 408)
Enervação Simpática:
-
as fibras pós-ganglionares têm origem no gânglio simpático cervical
superior;
atingem a glândula através dos plexos à volta da carótida externa, da
artéria facial e lingual.
Enervação Parassimpática:
-
as fibras pré-ganglionares têm origem no núcleo salivar superior do VII
par;
atingem o gânglio sub-maxilar através da corda do tímpano e do nervo
lingual;
as fibras pós-ganglionares atingem a glândula sub-maxilar directamente
e as que se dirigem á glândula sub-lingual fazem-no através do nervo
lingual.
CORAÇÃO (Snell 410)
Enervação Simpática:
-
as fibras pós-ganglionares têm origem nos gânglios cervicais da porção
superior da região torácica do tronco simpático;
dirigem-se para o coração por três ramos: superior, médio, inferior da
região cervical e ramos cardíacos da região torácica;
atingem os plexos cardíacos e terminam nos nódulos sinusal e auriculoventricular, fibras musculares cardíacas e artérias coronárias.
Acção: Aceleração cardíaca, aumento da força de contracção do músculo
cardíaco e dilatação das artérias coronárias.
Enervação Parassimpática:
-
as fibras pré-ganglionares provêm do núcleo dorsal do nervo
pneumogástrico;
descem até ao tórax no nervo pneumogástrico e sinapsam com as fibras
pós-ganglionares no plexo cardíaco;
-
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Sistema Nervoso Autónomo
-
estas terminam nos nódulos sinusal e auriculo-ventricular e artérias
coronárias.
Acção: Redução da frequência, redução da força de contracção do músculo
cardíaco, constrição das artérias coronárias.
PULMÕES (Snell 410)
Enervação Simpática:
-
as fibras pós-ganglionares simpáticas vêm do 2º ao 5º gânglio torácico
do tronco simpático;
estas passam pelo plexo pulmonar e entram no pulmão, onde formam
redes à volta dos brônquios e vasos sanguíneos.
Enervação Parassimpática:
-
as fibras pré-ganglionares parassimpáticas têm origem no núcleo dorsal
do pneumogástrico;
estas descem até ao tórax no nervo pneumogástrico e terminam
sinapsando com as fibras pós-ganglionares no plexo pulmonar;
as fibras pós-ganglionares entram no pulmão, onde formam redes à
volta dos brônquios e vasos sanguíneos.
Acção: Bronco-constrição, vasodilatação e aumento da secreção glandular.
ESTÔMAGO E INTESTINO (Snell 411)
Enervação Simpática:
-
as fibras pré-ganglionares atravessam o tronco simpático e entram nos
nervos grande e pequeno esplâncnico;
descem pelo abdómen e sinapsam com os neurónios pós-ganglionares
nos gânglios celíaco e gânglios mesentéricos superiores.
Acção: Inibiçãos dos movimentos peristálticos, contracção de esfíncteres e inibe
secreção.
Enervação Parassimpática:
-
as fibras parassimpáticas pré-ganglionares entram no abdómen através
do nervo pneumogástrico;
estas distribuem-se pelos vários órgãos abdominais e tracto
gastrointestinal (desde o estômago até ao ângulo esplénico do cólon).
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Sistema Nervoso Autónomo
-
- As fibras que se distribuem pelo tracto gastrointestinal terminam
em fibras pós-ganglionares nos plexos mioentérico (Auerbach) e
submucoso (Meissner);
As fibras pós-ganglionares enervam as glândulas e o músculo liso.
Acção: Estimulação
estimula secreção.
dos movimentos peristálticos, relaxa os esfíncteres e
CÓLON DESCENDENTE, PÉLVICO E RECTO (Snell 411)
Enervação Simpática:

As fibras pré-ganglionares simpáticas passam pela porção lombar
do tronco simpático;
 Estas sinapsam com fibras pós ganglionares no plexo mesentérico
inferior, que se distribui pelos ramos da artéria mesentérica
superior.
Acção: Inibe os movimentos peristálticos e a secreção.
Enervação Parassimpática:



As fibras pré-ganglionares têm origem na substância cinzenta
da medula espinhal de S2 a S4;
As fibras passam através dos nervos esplâncnicos pélvicos e
dos plexos nervosos à volta de ramos da artéria mesentérica
inferior;
Terminam nos neurónios pós-ganglionares do plexo mientérico
e submucoso, enervando o músculo liso e glândulas.
Acção: Estimula os movimentos peristálticos e a secreção.
VESÍCULA BILIAR E DUCTOS BILIARES
Recebem fibras pós-ganglionares simpáticas e parassimpáticas do plexo
hepático. Pensa-se que as fibras parassimpáticas derivadas do pneumogástrico
sejam fibras motoras do músculo liso da vesícula e ductos biliares e inibitórias
do esfíncter de Odi.
Também existem fibras aferentes autónomas. Pensa-se que estas fibras
deixam o plexo hepático e juntam-se ao nervo frénico direito, explicando,
assim, parcialmente, o fenómeno de dor sentida no ombro direito na presença
de doença na vesícula.
- 11 -
Sistema Nervoso Autónomo
RIM (Snell 412)
Apresenta controlo simpático e parassimpático.
As fibras pré-ganglionares simpáticas passam através da porção inferior do
tronco simpático torácico e do nervo esplâncnico inferior, para se juntarem ao
plexo renal à volta da artéria renal. As fibras pré-ganglionares sinapsam com
neurónios pós-ganglionares no plexo renal. As fibras pós ganglionares
distribuem-se com os ramos da artéria renal (dentro do rim).
As fibras pré-ganglionares parassimpáticas entram no plexo renal a partir do
nervo pneumogástrico. Sinapsam com neurónios pós-ganglionares, cujas fibras
se distribuem ao longo dos ramos da artéria renal. O parassimpático tem acção
vaso-dilatadora.
MEDULA DA GLÂNDULA SUPRA-RENAL (Snell 412)
Na medula da glândula supra-renal não existe enervação parassimpática.
As fibras pré-ganglionares simpáticas vão até à glândula no Nervo Grande
Esplâncnico, ramo da porção torácica do tronco simpático. As fibras nervosas
terminam nas células secretoras da medula, que se comparam a neurónios pósganglionares.
O simpático estimula as células secretoras a aumentar a secreção de
epinefrina e norepinefrina.
ESFÍNCTER INVOLUNTÁRIO INTERNO DO CANAL ANAL (Snell 413)
É apenas enervado por fibras simpáticas.
A camada de músculo liso do canal anal é espessada na parte superior onde
forma o esfíncter involuntário interno, que é enervado por fibras pósganglionares simpáticas dos plexos hipogástricos. Cada plexo hipogástrico
recebe fibras simpáticas do plexo aórtico e da parte lombar e pélvica do tronco
simpático.
O simpático faz com que o esfíncter involuntário interno contraia.
BEXIGA (Snell 413)
A camada muscular da bexiga é composta por músculo liso, que se torna
mais espessa na parte inferior para formar o esfíncter.
As fibras pós-ganglionares simpáticas têm origem no 1º e 2º gânglios
lombares do tronco simpático e seguem para plexos hipogástricos.
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Sistema Nervoso Autónomo
As fibras pré-ganglionares parassimpáticas saem de S2, S3 e S4 como
nervo esplâncnico pélvico. Atravessam os plexos hipogástricos e chegam à
parede da bexiga, onde sinapsam com neurónios pós-ganglionares.
O simpático desempenha um papel pequeno na contracção do esfíncter.
Contudo, no homem a enervação simpática do esfíncter causa contracção activa
do esfíncter durante a ejaculação, prevenindo a entrada de sémen na bexiga.
O parassimpático estimula a contracção do músculo liso da parede da
bexiga e, de algum modo, inibe a contracção do esfíncter.
ERECÇÃO DO PÉNIS E CLITÓRIS (Snell 414)
Na erecção, o tecido eréctil enche-se de sangue.
O enchimento vascular inicial é controlado pelo parassimpático. As fibras
pré-ganglionares parassimpáticas têm origem na substância cinzenta de S2, S3
e S4, chegam aos plexos hipogástricos e sinapsam nos neurónios pósganglionares. As fibras pós-ganglionares juntam-se à artéria pudenda interna e
distribuem-se ao longo dos seus ramos, que entram no tecido eréctil.
O parassimpático causa vasodilatação das artérias e aumenta o fluxo para o
tecido eréctil.
Uma lesão na via retículo-espinhal na medula espinhal acima de S2, resulta
na perda de uma erecção.
EJACULAÇÃO (Snell 414)
A ejaculação é controlada apenas pelo simpático.
As fibras pré-ganglionares simpáticas deixam a medula espinhal em L1 e L2.
Muitas destas fibras sinapsam no 1º e 2º gânglios lombares, outras sinapsam
em gânglios na parte inferior do tronco simpático. As fibras distribuem-se então
pelo canal deferente, vesículas seminais e próstata, através do plexo
hipogástrico.
O simpático estimula a contracção do músculo liso nas paredes destas
estruturas, o que faz com que espermatozóides, juntamente com secreções das
vesículas seminais e próstata, sejam lançados para a uretra.
A ejecção final de fluido do pénis é resultado de contracções rítmicas dos
músculos bulbo-esponjosos (enervados pelo nervo pudendo), que comprimem a
uretra. A contracção do esfíncter da bexiga (enervado por nervos simpáticos –
L1 e L2) evita a entrada de sémen para a bexiga. Lesões bilaterais na medula
espinhal resultam na perda de ejaculação.
ÚTERO (Snell 414)
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Sistema Nervoso Autónomo
As fibras pré-ganglionares simpáticas deixam a medula em T12 e L1 e
sinapsam com células ganglionares no tronco simpático ou, possivelmente, nos
plexos hipogástricos inferiores. As fibras pós-ganglionares enervam músculo liso
do útero.
As fibras pré-ganglionares parassimpáticas deixam a medula em S2, S3 e S4
e sinapsam com células ganglionares nos plexos hipogástricos inferiores.
Apesar de o músculo liso do útero estar, principalmente, sob controlo
hormonal, a enervação simpática pode causar contracção uterina e
vasoconstrição enquanto que parassimpático tem efeito oposto.
As fibras aferentes do corpo do útero ascendem até à medula espinhal pelos
plexos hipogástricos, entrando na medula pelas raízes posteriores do 10º, 11º e
12º nervos torácicos. Fibras aferentes do colo do útero acompanham nervo
esplâncnico pélvico e entram na medula espinhal pelas raízes posteriores dos
2º, 3º e 4º nervos sagrados.
ARTÉRIAS DO MEMBRO SUPERIOR (Snell 415)
São enervadas pelo simpático.
As fibras pré-ganglionares têm origem em corpos celulares que se localizam
entre T2 e T8. Passam para o tronco simpático pelos ramos comunicantes
brancos e ascendem para sinapsarem nos gânglios cervicais médio, inferior ou
1º torácico.
As fibras pós-ganglionares juntam-se aos nervos que formam plexo
braquial e distribuem-se pelas artérias.
O simpático causa vasoconstrição das artérias cutâneas e vasodilatação
das artérias que irrigam músculo esquelético.
ARTÉRIAS DO MEMBRO INFERIOR (Snell 415)
As artérias do membro infeiror também são enervadas pelo simpático.
As fibras pré-ganglionares têm origem em corpos celulares que se
localizam entre T9 e L2. Passam depois para gânglios torácicos inferiores e
lombares superiores do tronco simpático através de ramos comunicantes
brancos. Sinapsam nos gânglios lombares e sagrados e as fibras pósganglionares alcançam as artérias através dos ramos dos plexos lombares e
sagrados.
Ana Antunes
Maria Janeiro
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