COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS PROGRAMA INTERNATIONAL DE DESENVOLVIMENTO DE CAPACIDADES EM PESQUISA SOBRE O FENÔMENO DAS DROGAS DIRIGIDO A PROFISSIONAIS DE SAÚDE NA AMÉRICA LATINA E O CARIBE ESTUDO MULTICÊNTRICO DE COMORBIDADE ENTRE SOFRIMENTO PSÍQUICO E ABUSO DE DROGAS EM PACIENTES DE CENTROS DE TRATAMENTO EM SETE PAÍSES DA AMERICA LATINA E UM DO CARIBE: IMPLICAÇÕES PARA AS POLÍTICAS E PROGRAMAS DE SAÚDE. TORONTO – CANADÁ, 2009 COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS Proposta de Pesquisa Principais Investigadores por países Nome Investigador Universidade Edgar Merchan Hamann Universidade de Brasilia Brasil Erotildes Leal Universidade Federal Rio de Janeiro Brasil Liliana Basso Musso Universidade de Valparaiso Chile Miriam García Estrada Universidade de San Carlos Guatemala Patrice Reid Olga Kulakova Universidade de West Indies, Campus de Mona Universidade Nacional Autonoma de Nicaragua, León Eddy Vásquez Espinoza University Nacional Autonoma de Nicaragua, León País Jamaica Nicaragua Nicaragua Opal Jones Willis Universidade do Panamá Panama Ricardo Prieto López Universidade Iberoamericana Paraguay Diana Domenech Universidade da Republica Uruguay Supervisores da Pesquisa Bruna Brands, Ph.D. Carol Strike, Ph.D. Robert Mann, Ph.D. 2 COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS Índice Investigadores dos Países e Universidades Envolvidas……………………………… 2 Tema Central………………………………………………………………………… .. 4 Título………………………………………………………………………………….. 4 Introdução ……………………………………………………………………………... 4 Justificação…………………………………………………………………………… .. 5 Contexto dos Países Participantes …………………………………………………….. 6 Marco Conceitual……………………………………………………………………… 28 Revisão da Literatura…………………………………………………………………. 41 Questão Central da Pesquisa…………………………………………………………... 47 Objetivo Geral………………………………………………………………………..... 47 Objetivos Específico…………………………………………………………………... 47 Método………………………………………………………………………………… 48 Desenho da Pesquisa…………………………………………………….......... 48 População……………………………………………………………............... 48 Cidades Participantes e Sítios de estudo………………………….................... 48 Critérios de Inclusão ……………………………………………………......... 51 Critérios de Exclusão ……………………………………………………….... 51 Marco Amostral e Cálculo do Tamanho da Amostra…………………............ 51 Procedimentos da Coleta de Dados…………………………………………. . 53 Medidas e Instrumentos ……………………………………………………... 54 Variáveis .......................................................................................................... 55 Entrada de Dados…………………………………………………………...... 58 Análise de Dados ……………………………………………………………. 58 Teste Piloto do Instrumento ……………………………………………….....59 Limitações............................……………………………………………….....59 Considerações Éticas ………………………………………....................................... 60 Plano de Disseminação e Intercâmbio da Informação da Investigação ……………...63 Referências…………………………………………………………………………... 64 Apêndices ………………………………………………………………………….. 77 3 COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 4 Tema Central Prevalência de sofrimento psíquico em pacientes em centros de tratamento pelo abuso e dependência de drogas ilícitas e álcool. Título Estudo multicêntrico de comorbidade entre sofrimento psíquico e abuso de drogas em pacientes em centros de tratamento em sete países da América Latina e um no Caribe: implicações para as políticas e programas de saúde. Introdução A comorbidade entre transtornos por uso de substâncias psicoativas e outras problemas de saúde mental é comum. Há um alto risco para o uso de drogas em pacientes com transtornos mentais e também um risco elevado de ocorrência de problemas mentais entre pessoas em uso e abuso de drogas. Quando duas desordens ocorrem simultaneamente, como referido anteriormente, são nomeadas como co-morbidade, e a qualidade de vida dos pacientes é significativamente afetada. Isto é ainda mais importante e freqüente se considerarmos que os problemas de saúde mental podem aparecer sob forma de sintomas inespecíficos, não preenchendo critérios para o diagnóstico de transtornos mentais propriamente ditos. Quando isso se dá, constituem os quadros identificados como Sofrimento Psíquico. O alto grau de comorbidade entre transtorno por uso de substância psicoativa e outros transtornos mentais e, por extensão de Sofrimento Psíquico, pode ser compreendido como resultado ou causa da complexa interação entre fatores contextuais, biológicos e individuais. Os fatores contextuais incluem a cultura, a disfunção familiar, a precariedade das relações interpessoais, o desemprego, a exclusão social, pobreza, o tipo de legislação e muito outros. Por COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 5 outro lado, os fatores individuais incluem predisposição genéticas, estratégias de enfrentamento, características de personalidade e outros. Portanto, a importância desta pesquisa sobre a presença de comorbidades relacionadas ao abuso de drogas ilícitas e álcool com o Sofrimento Psíquico adquire especial interesse quando relacionado com os fatores mencionados anteriormente. Considerando este contexto, o principal objetivo desta pesquisa multicêntrica é explorar a presença de Sofrimento Psíquico neste grupo em particular, bem como alguns aspectos acerca do cuidado que os pacientes recebem para os transtornos mentais em centros para tratamento de usuários de drogas em sete países da America Latina e um país do Caribe. Justificativa As comorbidades afetam milhões de pessoas a cada ano, de acordo com Relatório de Saúde Mental dos Estados Unidos da América (2006). Os dados indicam que 31 a 65% dos indivíduos que apresentam pelo menos uma vez na vida transtorno por abuso de substância, apresentam igualmente, pelo menos uma vez na vida, história de ao menos outra doença psiquiátrica. Do mesmo modo, os 51% daqueles que apresentam, pelo menos uma vez na vida, transtornos mentais, também apresentam, pelo menos uma vez na vida, história compatível com o diagnóstico para transtorno decorrente do uso de substâncias psicoativas (Colin, 2006). Esta problemática situação se estende do âmbito pessoal para a família, para o local de trabalho, escola, e ainda tem implicações políticas, sociais, econômicas e culturais para a sociedade. Quando o abuso de uma substância ou outro transtorno mental, ou Sofrimento Psíquico, ocorrem simultaneamente, freqüentemente há enorme prejuízo funcional e comportamento autodestrutivo, sendo o sucesso do tratamento mais difícil. Em função disso é importante determinar se os centros de tratamento para o abuso e dependência de drogas oferecem cuidado para as comorbidades. Isto se torna de especial relevância na America Latina e COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 6 no Caribe, onde há muito poucos estudos explorando este fenômeno, o que torna ainda mais evidente a necessidade de estudos nesta área. Contexto dos Países Participantes As informações abaixo descrevem as características sócio-demográficas, bem como alguns indicadores de desenvolvimento dos oito países nos quais este estudo acontecerá (Tabela 1). Há importantes diferenças em relação ao tamanho da área geográfica e da população, distribuição da população por idade, expectativa de vida e à colocação de cada país com respeito aos indicadores de desenvolvimento. Tabela 1. Principais características demográficas (população <15 e >65, expectativa de vida) e de desenvolvimento (Produto Interno Bruno, Índice de Desenvolvimento Humano e Grau de Instrução) dos países envolvidos. PAÍSES ÁREA (km2)* POP.* (x106) POP. < 15 Y.O.* POP. > 65 Y.O.* Brasil 8,514,877 189.3 28.0% 6.0% Chile 756,096 16.6 25.0% 8.0% Guatemala 108,889 13.4 43.0% 4.0% Jamaica 10,991 2.8 30.0% 8.0% Nicarágua 130,668 5.6 39.0% 4.0% Panamá 75,517 3.3 30.0% 6.0% Paraguai 406,752 6.1 36.0% 5.0% Uruguai 177,508 3.3 24.0% 13.0% EXP. DE VIDA.** (RANK) 72.4 (92nd) 78.6 (35th) 70.3 (112th) 72.6 (88th) 72.9 (83rd) 75.5 (57th) 71.8 (99th) 76.4 (47th) PIB*** (RANK) IDH**** (RANK) 1,612.5 (8th) 169.5 (45th) 39.0 (76th) 15.1 (103rd) 6.6 (132nd) 23.1 (90th) 16.0 (101th) 32.2 (80th) 0.807 (70th) 0.874 (40th) 0.696 (121st) 0.771 (87th) 0.699 (120th) 0.832 (58th) 0.752 (98th) 0.859 (47th) GRAU DE INST. (R)***** 90.0% (89th) 95.7% (64th) 69.1% (137th) 79.9% (118th) 76.7% (120th) 91.9% (80th) 93.5% (70th) 96.8% (56th) *Área, população e proporção da população em idade menor de 15 anos e acima de 65 anos. Fonte: Oficina de Referencia Populacional OMS , 2008 (dados de 2007). **EXP DE VIDA– Expectativa de vida, em anos Media para o período de 2000-2008. Source: WHO, 2009. ***PIB- Produto Interno Bruto, por mil; dos de 2008. Fonte: Banco Mundial, 2009. ****IDH – Índice de desenvolvimento humano; dados de 2008. Fonte: Banco Mundial, 2009. *****GRAU DE INST. – estimado para a percentagem da população de 15 anos ou mais - UNDP, 2008. Há também diferenças no modo como cada país classifica sua distribuição de acordo com raça e etnia (Tabela 2). Tabela 2. Classificação e distribuição por etnia, raça ou cor, de acordo com categorias de cada país. PAÍSES PRINCIPAIS CATEGORIAS LOCAIS PARA PROPORÇÃO DA COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS VARIÁVEIS Brasil Jamaica 49.4% 42.3% 7.4% 0.5% 0.4% Mestizo (Mestiço) Blanco (Branco) Indigenas (Indígena) [ Ladinos (Branco & Mestiço) Mayas (Indígena) Xincas and Garifunas 65.0% 30.0% 5.0% Grupos Étnicos Afro-Jamaican** East Indian or Indo-Jamaican** Euro-Jamaican Chinese-Jamaican** Syrian & others 92.0% 3.4% 3.2% 1.2% <1.0* Mestizo (Mestiço) Blanco (Branco) Negro (Preto) Garifuna (Etnia mestiça) Amerindio (Indígena) 69.0% 17.0% 9.0% 0.05% 4.95% Mestizo (Mestiço) Blanco (Branco) Negro & Mulato (Preto e Pardo) Indígena (Indígena ) Asiático (Asiático-oriental) 69.0% 14.0% 10.0% 6.0% 1.0% Mestizo (Mestiço) Otros (Outros)*** 95.0% 5.0% Blanco (Branco) Afro-descendiente (Afro-descendentes) 86.9% 9.1% Indígena (Indígenas) Asiático (Asiático- oriental) 3.8% 0.3% 58.0% 40.6% 1.4% Raça Nicarágua Uruguai Branco Pardo Negro Amarela (Asiático) Indigena Raça Guatemala Paraguai POPULAÇÃO* Cor (auto-referido) Chile Panamá COR, ETNIA E RAÇA* 7 Raça & Grupos Étnicos Grupos Étnicos Raças / Grupos Étnicos Raça (auto -declarada) (Levantamento Nacional de domicílios – 2006) *Fonte: Informações de fontes oficiais e não oficiais. Alguns países sequer consideram que este seja um tema relevante. **“Afro-Jamaican” inclui Afro-Jamaicano (76.0%) ae Afro-Europeus (15.0%); as categorias listadas como Indígenas orientais e chinesesjamaicanos também incluem população mestiça afro-descendentes . ***Outros inclui imigrantes asiáticos- europeus, população Guarani nativa e Afro - paraguai. Uma visão geral da situação de cada país em relação à produção, comercialização e estratégias de controle de drogas será apresentada a seguir. Dados extraídos dos principais estudos sobre o tema, considerando especialmente consumo e prevalência de transtornos mentais, serão igualmente apresentados, quando disponíveis. Brasil COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 8 Considerando a produção de drogas, a principal droga ilegal utilizada – maconha – é igualmente produzida e importada. Há uma produção doméstica extensiva. O estado de Pernambuco e suas imediações são reconhecidos como a área de maior produção clandestina e provê uma importante proporção da demanda doméstica. Parte da maconha consumida no Brasil é comercializada da produção do Paraguai. Em 2007, o Brasil não apareceu entre os 24 países listados como tendo os maiores volumes apreendidos. Entretanto, em 2006, Brasil foi o sétimo país no ranking do das apreensões, com 3% das incautações globais. Brasil é um importante país tanto em relação ao consumo de cocaína quanto ao tráfico para outros países. Entretanto, a produção e o processamento local são insignificantes. Em 2008 o Brasil foi o terceiro país (depois de República Dominicana e Argentina) no ranking do número de apreensões (e não na quantidade) da cocaína em trânsito para Europa. Brasil é o quinto país no ranking do volume de cocaína apreendida (UNODOC, 2009); aproximadamente 17 toneladas foram confiscada em 2007. As incautações de cocaína aumentaram nos últimos anos no Brasil. O país tem ainda servido com via freqüente de passagem para a cocaína originária da Colômbia e do Peru que é encontrada nos países africanos. Brasil é o décimo país no mundo na quantidade de cocaína confiscada a nível mundial (em 2006 o país estava no décimo segundo lugar). Nos últimos anos houve um crescimento no número de pílulas de Ecstasy apreendidas no Brasil. Em 2007, mais de 210.000 pílulas foram confiscadas e houve também um crescimento da produção doméstica. O primeiro laboratório clandestino de Ecstasy foi encontrado em 2008. Em 2007, Brasil foi incluído no grupo dos 22 países com o maior número de apreensões de Ecstasy e substâncias correlatas. Historicamente o governo brasileiro tem enfrentado o problema das drogas ilegais com estratégias proibicionistas. Antigas agências interministeriais, tais como Conselho Nacional de Narcóticos, Conselho Nacional de Entorpecentes e Secretaria Nacional de Luta Contra as Drogas, ligada à Secretaria de Segurança da Presidência da República, foram transformadas na COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 9 Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD) e no Conselho Nacional Anti-Drogas (CONAD). Estes órgãos são responsáveis pela política nacional de drogas e por sua regulação no nível federal. A Política Nacional de Saúde Mental, estabelecida pelo Ministério da Saúde, inclui dentre outros recursos de assistência, uma rede comunitária de serviços de saúde mental, chamados Centros de Atenção Psicossocial – CAPS. Alguns destes serviços foram concebidos para o tratamento dos transtornos mentais maiores, tais como os CAPS I, II, III, e outros desenhados para o tratamento de questões específicas da infância e adolescência (CAPSi) e do abuso de álcool e outras drogas, chamados CAPS-ADs. Estes serviços são comunitários, devem prover suporte e tratamento para população com problemas relacionados ao uso e abuso de álcool e outras drogas, quer sob forma de atenção direta quer sob forma indireta, articulando-se por exemplo às equipes e serviços de atenção primária. Os CAPS-ADs devem estar articulados não apenas à rede primária de atenção à saúde e a rede de assistência em saúde mental, em todos os seus níveis de complexidade, mas também à rede de saúde em geral, bem como à rede de suporte e assistência social. Dados recentes indicam que há aproximadamente 189 CAPS- AD no pais. No distrito Federal há apenas dois CAPS-AD e no estado do Rio de Janeiro há 15. A tabela 3 mostra os principais estudos conduzidos sobre prevalência de uso de substâncias e doença mental no Brasil. Dados disponíveis sobre uso na vida (na tabela), uso nos últimos 30 dias e nos últimos 12 meses (não mostrado na tabela) são consistentes entre os levantamentos e compatíveis com outros estudos conduzidos utilizando amostras menores no país. Dados sobre a prevalência dos transtornos mentais, entretanto, mostram grandes discrepâncias. Tabela 3. Estudos conduzidos no Brasil na prevalência de álcool drogas e transtornos mentais. ESTUDO II Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil, 2005. POPULAÇÃO População Geral nas 108 maiores cidades (>200.000 habitantes). Amostras representativas de cada cidade. AMOSTRA 7,039 (12 – 65 anos) RESULTADOS (uso na vida) Todas as drogas exceto tabaco e álcool: 22.8%; Álcool: 74.9% Maconha: 8.8%; Inalantes solventes: 6,1% Benzodiazepinas: 5,6% Orexigenos: 4.3%; FONTE & ANO Carlini et al. – Centro Brasileiro de Informação sobre drogas psicotrópicas. Departamento de Psicobiologia Universidade Federal de São Paulo – COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS Estimulantes: 3,2% Cocaína: 2,9%; Codeína: 1.9%; Alucinógenos: 1.1%; Crack: 0,7% Heroína: 0,1%; Anabólicos esteróides: 1,0% UNIFESP. ( 2007) (uso na vida). Todas as drogas exceto tabaco e álcool: 23.0%; Álcool: 65.2% Inalantes solventes: 15.5% Substâncias Energéticas: 12.0% Maconha: 5.9%; Benzodiazepinas: 4.1% Anfetaminas: 3,7%; Cocaína: 2.0% Anticolinérgicos: 1,2%; Anabólicos Esteróides: 1,0%; Crack: 0.7% Galduróz et al., CEBRID. (2005). 10 V Levantamento Nacional sobre o consumo de drogas psicotrópicos entre estudantes do ensino fundamental e médico da rede pública de ensino nas 27 capitais brasileiras 2004. Estudante de Escolas Públicas da 5a a 11a série de 26 capitais e Distrito Federal. Amostra representativa. 48.155 estudantes, Levantamento Nacional sobre o uso de drogas entre crianças e adolescentes em Situação de Rua vivendo em 27 capitais, 2003. Crianças e adolescentes (10-18 anos) que passam a maior parte do seu tempo na rua. 2,807 crianças e adolescentes. ( use na Vida) Álcool: 76,0% Inalantes solventes: 44,4% Maconha: 40,4%; Cocaína & preparações com cocaína: 24,5% Medicações psicotrópicas: 13,4% Noto et al., CEBRID . (2004). Inquérito Epidemiológico de Base Comunitária sobre transtornos mentais População Geral Não explicitado ( prevalência de uso na vida) Dependência de Álcool: 7.6%14.9% Depressão Maior : 1.9%-12.8% Distimia: 4,9% Transtorno Bipolar: 0.6%-2.1% Psicoses Não afetivas : 0.3%2.4%; Pânico: 1.3% Depressão de drogas ilicitas: 1.0%. Saraceno et al. (2005) (11-18 anos) Chile A produção de drogas no Chile é minima. Porém, há tráfico ilegal de cocaína especialmente devido à proximidade geográfica com a Bolívia. Chile é o sétimo país no rank das apreensões por parte das autoridades (UNODOC, 2009); cerca de 11 toneladas de cocaína foram confiscadas em 2007. É notável que as apreensões de cocaína tenham aumentado nos últimos anos no Chile. O Programa de Tratamento e Reabilitação de Dependentes de Álcool e Drogas foi implementado em 2001 no país. Trata-se de um programa de abrangência nacional para os serviços de saúde, inserido na rede de atenção primária que inclui os Centros Comunitários de COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 11 Saúde Mental, hospitais e Comunidades Terapêuticas. O programa oferece tratamento gratuito com cobertura para os beneficiários do Fundo Nacional de Saúde (Fondo Nacional de Salud FONASA) em alguma das seguintes modalidades, que variam conforme as características, as necessidades e a complexidade dos casos: Plano de Tratamento como Resposta Inicial; Plano de Tratamento Básico Ambulatorial, Plano de Tratamento Ambulatorial Intensivo e Plano de Tratamento Residencial em Comunidades Terapêuticas. Este programa é uma iniciativa conjunta do Ministério da Saúde e do Conselho Nacional para o Controle de Narcóticos (CONACE) que pertence ao Ministério do Interior e ao Ministério da Justiça. A missão do CONACE é a implementação de políticas públicas sobre o problema das drogas e a prevenção do consumo e do tráfico de substâncias ilícitas no país. O CONACE abrange 14 instituições estatais que utilizam as redes sociais para coordenar e implementar programas de prevenção, de tratamento do abuso e de informação ao público sobre o fenômeno das drogas. Suas ações também estão vinculadas ao controle do contrabando e tráfico, assistindo órgãos de policiamento e e legislação. A Lei sobre as drogas No 20.000, de 2005, estabelece punições para tráfico de drogas e contrabando de medicamentos psicotrópicos . Tal legislação contempla também outras contavenções relacionadas com drogas. A Tabela 4 mostra os principais estudos levados a cabo em relação ao uso de substâncias e à prevalência de transtornos mentais no Chile. O CONACE realiza inquéritos nacionais baseados em amostras probabilísticas com regularidade bienal. Isto tem permitido fazer comparações sobre o relato de uso na vida (dados apresentados na tabela), uso nos últimos 12 meses e nos últimos 30 dias (não mostrados na tabela). No entanto, há poucos dados sobre a prevalência de transtornos mentais. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 12 Tabela 4. Estudos realizdos no Chile sobre prevalência de uso de álcool e drogas, e sobre transtornos mentais. TEMA 8o Inquérito Nacional sobre drogas na população do Chile. POPULAÇÃO População geral (12 - 64 anos) AMOSTRA 17.113 Amostra aleatória Plano Nacional de Saúde Mental: 10 anos de experiência População geral (>15 anos) Não explicitado RESULTADOS (Uso na vida) Álcool : 68,5% Maconha: 6,4% Merla: 0,7% Cocaína: 1.8% Cocaína total : 2.2% Crack : 0.2% Ecstasy : 0.1% (Prevalência / relato em vida) Transtornos mentais maiores: 36.0% Agorafobia: 11.1 % Depressão maior: 9.0 % Distimia: 8.0 % Dependência de álcool: 6.4%. FONTE & ANO Comissão Nacional para o Controle das Drogas - CONACE (2008 ) Minoletti, A. Castro, L. et.al. (1999). Doenças mentais no Chile. Unidadede Saúde Mental. Ministério da Saúde. Santiago. Chile. Políticas e Planes Manionales de Salud Mental. (2005) Guatemala Segundo informações do Escritório International de Controle de Narcóticos (INCB-UN, 2003), o corridor de América Central, México e o Caribe constitui uma rota de tráfico da cocaína e heroína que se origina na Colômbia e tem como destino a América do Norte. O governo da Guatemala tem trabalhado na elaboração de políticas para reprimir o tráfico de drogas por via terrestre e marítima. Desde Janeiro de 2009, a Política Nacional contra Adições e Tráfico de Drogas Ilícitas está sendo implementada. Tal passo representa a continuação dos esforços para adaptar a política nacional aos acordos assinados pelo país na Convenção da ONU sobre Drogas de 1961, renovada pelos protocolos en la década de 70. Em 1994, um acordo governamental de âmbito nacional foi promulgado pela Secretaria Executiva da Comissão Nacional contra Adições e Tráfico de Drogas Ilícitas (SECCATID). Como resultado da existência de um corridor de tráfico, a exposição da população às drogas tem aumentado nos últimos anos. O governo guatemalteco, mediante a SECCATID, tem executado medidas de controle direcionadas à diminuição do uso e abuso de drogas lícitas e COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 13 ilícitas nas escolas e colégios, universidades, prisões e áreas específicas das cidades, como o bairro “El Gallito”, o local mais conhecido de venda de drogas na Cidade de Guatemala. Em Guatemala, o Ministério da Saúde Pública e Assistência Social é responsável pela avaliação da qualidade dos serviços e instituições que oferecem tratamento para problemas relacionados às drogas no país. Tais ações são realizadas por meio do Departmento de Regulação, Acreditação e Controle de Instituições de Saúde (DRACES). Porém, fontes oficiais indicam que a verificação de qualidade ainda não é realizada. De acordo com o Mecanismo Multilateral de Avaliação (Multilateral Evaluation Mechanism - MEM, 2005-2006), Guatemala tem 91 centros de tratamento para problemas relacionados com álcool e drogas, sendo apenas um público (estatal) e 90 privados. Há cinco clínicas particulars para desintoxicação e 85 centros privados de tratamento e reabilitação. A única instituição pública tem como função a detecção precoce de problemas, treinamento e referência a outros centros. O país não tem divulgado documentos com relatórios sobre o número de pacientes em tratamento ou de admissões durante o período de 2004 a 2006. Por tanto, a demanda atendida não pode ser estimada. A OMS (2005) estima que, em Guatemala, a prevalência de depressão é 25,5%, psicose crônica 21,9%, epilepsia 10,4%, transtorno bipolar 5,2%, transtorno somatoforme 11,4%, retardamento mental 4,4% e transtornos de ansiedade 8,3%. Há também estudos que têm sido conduzidos em populações específicas sob a direção da Comissão. A Tabela 5 mostra algumas das pesquisas cujos resultados são semelhantes aos encontrados em outros estudos da América Central. Alguns fatos históricos mais específicos de Guatemala têm motivado pesquisas, tais como o uso de álcool ligado à cultura da população indígena Maia (Kanteres et al., 2008), problemas mentais como resultado da guerra civil (Sabin et al., 2006) e o recente problema do uso de drogas injetadas e a transmissão do vírus HIV (Shehane et al., 2008). COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 14 Table 5. Estudos realizados em Guatemala sobre prevalência de uso de álcool e drogas. TEMA 1o Inquérito nacional domiciliar sobre o consumo de substâncias aditivas. POPULAÇÃO População geral. Avaliação do progresso do Controle de Drogas. 20052006 População geral. Consumo de Drogas entre Estudantes de 6a Série em Colégios de Guatemala. Estudantes (Adolescentes) AMOSTRA 4.899 RESULTADOS (Uso na vida) Álcool: 52,0% Benzodiazepinas sem prescrição: 8,4% Estimulantes sem prescrição: 2,8%. FONTE & ANO SECCATID, Instituto Nacional de Estadística, Seção de Assuntos de Narcóticos, NAS – Embaixada dos estados Unidos na Guatemala. CICAD (2007). Não explicitado (Uso na vida) Álcool: 53,4% Benzodiazepinas & outros sedativos: 8,5% Maconha: 2,8% Estimulantes: 2,8%. SECCATID- CICAD MEM (2006). Não explicitado (Uso na vida) Álcool: ♂= 53,9%; ♀= 47,9% Benzodiazepinas: ♂= 11,1%; ♀= 17,2% Maconha: ♂ = 9,4%; ♀ = 2,9% Estimulantes: ♂= 5,5%; ♀ = 5,1% Inalantes solventes: ♂= 3,8%; ♀= 1,4% Merla - Cocaine: ♂= 1,4%; ♀ = 0,5%; Ecstasy: ♂= 1,8%; ♀ = 1,4% Alucinógenos: ♂= 1,6%; ♀ = 0,7%; Morfina & Opióides: ♂= 1,5%; ♀ = 0,7% SIDUC-CICAD (2002). (12 -65 anos) (12 – 64 anos) Jamaica Jamaica é o primeiro produtor de maconha na região do Caribe. Como outros países da região, sua localização geográfica tem feito com que o país insular seja utilizado como ponto intermediário de tráfico de cocaína desde a América do Sul para América do Norte e a Europa. O governo da Jamaica tem modificado sua legislação nos últimos anos. Desde a elaboração das primeiras leis anti-drogas no pais, (Dangerous Drugs Act and Regulation - 1948; the Food and Drugs Act – 1964; the Food and Drugs Regulation - 1975), a legislação se tornou mais específica em relação ao abuso de drogas e sua comercializalçao ilegal, bem como em relação à sua manufatura (Precursor Chemical Act -1999). Também houve elaboração de legislação especial levando em conta a vulnerabilidade insular do país para o tráfico por via COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 15 marítima (Maritime Drug Trafficking Suppression Act, de 1998). Em Outubro de 1983 foi criado o Conselho Nacional de Abuso de Drogas (National Council on Drug Abuse - NCDA), sendo integrado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Energia. Em 1984, esse ministério foi extinto e a responsabilidade pelo NCDA foi transferida ao Escritório do Primeiro Ministro (Office of the Prime Minister), equivalente no Brasil ao status de uma Secretaria adjunta à Presidência da República. Em Setembro de 1984, foi estabelecida uma Secretaria de Abuso de Drogas para auxiliar a NCDA nas tarefas administrativas necessárias para atingir seus objetivos. Tal secretaria é financiada pelo governo com orçamento do Escritório do Primeiro Ministro. Dez anos mais tarde, em 1994, a NCDA foi transferida para o Ministério da Saúde. A Secretaria mantém a ligação entre a comunidade e a NCDA e se espera que coordene as atividades de vários projetos. As responsabilidades iniciais do NCDA foram as de informar a população sobre os riscos associados ao uso de drogas e prevenir seu uso indiscriminado. Desde então, a NCDA tem tido que rever as suas atribuiçãoes e isso levou à ampliação dos termos de referência para incluir análises das questões legais, médicas e de segurança em torno do abuso de drogas, bem como a inclusão das pesquisas. Vale a pena ressaltar que em 1991, foi implementada uma lei de maior alcance (National Council on Drug Abuse Act). A NCDA mantém convênios proporcionando apóio aos seguintes centros de reabilitação: O Centro de Apóio e Desintoxicação e a Enfermaria 21, ambos pertencentes ao Hospital Universitário das Índias Ocidentais, a Patricia House (unidade de tratamento residencial da ONG Richmond Fellowship), o Centro de Reabilitação William Chamberlain, a Unidade de Adições Químicas (do Hospital Regional de Cornwall) e o Projeto Teen Challenge. Ao todo, há seis centros de tratamento que pertencem ao governo; nove clínicas comunitárias, 12 instituições da comunidade, e quatro instituições não governamentais no território da ilha. A NCDA também COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 16 apóia instituições que agem no campo da prevenção, e dá suporte a pessoas vivendo com HIV e famílias traumatizadas. Em 2000 foi implementada a iniciativa das Cortes de Drogas (tratamento judicial), para assistir a reabilitação de pessoas que tem cometido infrações ou delitos associados às drogas. Há programas de prevenção cujo público-alvo são os adolescents e estudantes universitários. Dentre eles, destacam-se: Programa de Educação Preventiva (PEP), Iniciativa ‘Squeaky’, Educação de Resistência contra as Drogas (READ), Programa Lignum Vitae, Program Rosebud, e o Programa de Educação de Pares. Com respeito à prevalência de uso, abuso e uso inadequado de drogas em Jamaica, a NCDA (2008) divulgou que em seis centros de tratamento residencial e de reabilitação, houve um total de 1.594 admissões (de pacientes de idades maiores de 10 anos), entre 2004 e 2008. A NCDA (2008) também noticiou que no período acima mencionado, as drogas que causaram a maior demanda por tratamento de abuso / dependência foram: crack, maconha, álcool, seasoned spliff (este termo local denota a mistura de maconha e cocaína para ser fumado), e cocaína. No caso das mulheres, as substâncias responsávesi pelas maiores demandas de tratamento foram: crack, maconha, álcool e benzodiazepinas (NCDA, 2008). Quanto à existência de dados prévios sobre o fenômeno das drogas, Jamaica é um dos poucos países que tem realizado inquéritos sobre comorbidade. Em relação à doença mental, Francis (2007) cita o Dr. De La Haye, especialista na area, quem divulga que em 2006, aproximadamente 13.000 pessoas foram tratadas para transtornos mentais em centros de saúde e que os estudos têm revelado que depressão e abuso de substâncias são as formas mais comuns de doença mental no país, com uma prevalência de 1,2 % de esquizofrenia. De La Haye (2006) também cita o estudo “Inquérito Epidemiológico de uma Área de Captação” (Epidemiological Catchment Area Survey ), relativo à década de 80. Os resultados COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 17 mostraram que 45% dos dependentes de álcool e 72% dos usuários de drogas ilícitas tinham um outro transtorno psiquiétrico. Na Tabela 6 são apresentados alguns estudos sobre uso de drogas legais e ilegais, transtornos mentais e comorbidade. Tabela 6. Estudos realizados em Jamaica sobre prevalência de uso de álcool e drogas, transtornos mentais e comorbidades psiquiátricas. TEMA Inquérito Nacional Domiciliar sobre Uso de Drogas em Jamaica. POPULAÇÃO População geral. AMOSTRA 2.380 (12-55 anos) RESULTADOS (Uso na vida) Álcool: 44,5%; Maconha (“ganja”): 12,1%; Analgésicos (“Pain killers”): 32,1% Crack / cocaína / heroína: 2,7% Inalantes / amfetaminas / benzodiazepinas / esteróides: 0,11% Outras substâncias ilícitas: 12,2%. FONTE & ANO NCDA (2001) 20% dos pacientes com transtornos mentais sérios são dependents ou estão em situação de abuso de álcool e drogas. Tais comorbidades são mais comuns entre sem-teto, prisioneiros, e pacieentes de hospitais psiquiétricos. Estudos de Comorbidades entre pacientes com abuso ou dependência de drogas em Jamaica. Pacientes com história de abuso / uso inadequado de drogas 158 Proporção de pacientes com transtorno psiquiátrico (lato senso): 31,6%. De La Haye (2006) Categorias gerais (dentre o 31,6%): Transtornos psicóticos: 48,8% Transtornos de humor: 40,0% Transtornos de conduta: 10.0% Transtornos de ansiedade: 2.0% Transtornos específicos (de 31,6%): Depressão: 26,0% Esquizofrenia: 24,0% Psicose induzida por Cannabis: 24,0% Transtorno Bipolar: 14,0% Transtornos de conduta: 10,0% Transtornos de ansiedade: 2,0% Nicaragua Informações do relatório da Comissão Nacional de Luta contra as Drogas, contidas no Plano Nacional Antidrogas de Nicaragua (CNLCD, 2005), o país tornou-se um local estratégico para as rotas do narcotráfico. Isto se deve à posição geográfica no centro das Américas, ponto COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 18 centras entre países produtores na América do Sul e países consumidores (principalmente na América do Norte). Dentre os fatores de vulnerabilidade para o tráfico de drogas em Nicaragua, destacam-se as fronteiras com países limítrofes com muitos “pontos cegos” e uma ampla área marítima tanto no Pacífico como no Atlântico, que favorecem a entrada e saída de drogas. Um outro fator é a falta de recursos técnicos para vigiar essas fronteiras e áreas marítimas. Dados do MEM indicam que o país não possui um sistema de detecção e quantificação da área de plantações ilícitas. Isto pode estar associado à falta de um sistema formal de erradicação de cultivos ilícitos. Não tem sido detectadas no território nicaragüense áreas cultivadas de maconha nem cultivos cobertos. Também não foram encontrados laboratórios clandestinos para a produção orgânica ou sintética de drogas. Nicaragua tem assinado e ratificado as decisões das convenções internacionais e tratados sobre a questão da droga. A legislação específica sobre as questões relacionadas com as drogas está contida na Lei No. 285. Recentemente, em 2008, um novo Código Penal (Lei 641) foi implementado contemplando as recomendações feitas a partir dos dados do MEM em relação aos crimes de lavagem de dinheiro oriundo das drogas. A Tabela 7 mostra alguns dos estudos realizados em Nicaragua. Dois deles, levados a cabo na população geral mostram dados comparáveis com outros estudos. O terceiro estudo foi feito em uma cidade mostrando a realidade da prevalência de transtornos mentais. Tabela 7. Estudos conduzidos em Nicaragua sobre prevalência de uso de álcool e drogas e transtorno mental. TEMA Inquérito Nacional sobre Consumo de Drogas. POPULAÇÃO População geral. (12 -65 anos) AMOSTRA 30.000 RESULTADOS (Uso na vida) Maconha: 7,9%; Cocaína: 2,5%; Crack: 1,3%; Inalantes: 0,6%; Merla: 0,5%; Alucinógenos: 0,3%; Heroína: 0,05%; Morfina: 0,04%; Ecstasy: 0,02% FONTE & ANO OEA, CICAD, GEG, MEM. (2006). COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS Prevalência de uso de drogas entre estudantes de ensino médio Populalçao escolar 5.412 (Uso na vida) Álcool: 47,6% Maconha: 5,2%; Cocaína: 2,3%; Crack: 1,2%; Inalantes: 2,0%; Benzodiazepinas: 12,3% Alucinógenos: 0,6% Ecstasy: 0,5%; Heroína: 0,3% SIDUC - OEA. (2003). Prevalência de transtornos de Saúde Mental entre adultos em Sutiava (León – Nicaragua). População adulta 584 Penayo et al. (1992). (18 – 64 anos) (219 famílias) (Prevalências) Global: 27,9%; ♂= 30,8%; ♀ = 26,3% Neurose: 5,0% Depressão: 6,2%, Crise mental reativa: 3,3%, Etilismo: 5 ,8% , Síndrome mental orgânica: 3,9%, Psicose: 0,5%; Outros: 0,7% (12 – 17 anos) 19 Panamá Panamá está localizado em uma região geográfica crucial para as rotas de tráfico de drogas entre a América do Sul e os principais países consumidores. Por isso, o país tem sido apontado como um importante centro de passagem do tráfico de drogas bem como um dos locais mais importantes de lavagem de dinheiro oriundo de transações relacionadas com drogas. A lavagem de dinheiro é facilitada também pelo fato de ser um centro financeiro com características de porto livre. A produção local de coca é insignificante. Com respeito às principais políticas de controle das drogas, o país tem assinado os principais tratados relacionados à repressão do tráfico e implementado políticas da redução da demanda. Nos últimos anos, tem tido maior qualificação e capacidade no monitoramento do fluxo de transações financeiras relacionadas com drogas. Porém, a corrupção nos meios oficiais permanence como uma grande barreira (CIA, World Fact Book, 2008). Quanto à oferta de serviços de saúde para abuso / dependência de substâncias, recentemente, o Ministério da Juventude, Infância, a Mulher e a Família (MINJUNMFA), transformado em Ministério do Desenvolimento Social (MIDES) fechou o único centro público COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 20 de reabilitação alegando problemas orçamentários. Por tanto, no Panamá, não há instituições estatais especializadas com programas de reabilitação para pessoas em abuso / dependência de drogas. Porém, o Ministério da Saúde continua oferecendo serviços para pessoas usuárias de drogas mediante equipes de saúde mental nos Centros de Saúde, de modo que os pacientes podem receber atenção individual e também terapia de grupo para si e para suas famílias. A este respeito, o Centro de Saúde Parque Lefevre, o Hospital Nicolás A. Solano em La Chorrera, a regional de Saúde de Chiriqui, e o Instituto Nacional de Saúde Mental, todos têm programas específicos para adições. O Instituto Nacional de Saúde Mental, por meio do seu programa de Dependência Química, tem tratado um total de 60 pacientes novos durante o ano, além dos pacientes em acompanhamento ou controle e das consultas em pacientes dados de alta do programa e sua famílias. O tratamento de abuso e dependência de drogas passou a ser efetuado por ONGs, como os “Lares Crea” e “Desafios de Rehabilitação para Adolescentes Marginalizados– REMAR”, entre outros. Ao todo, tem 24 instituições que trabalham com a questão de drogas, 14 oferecem tratamento para adições e as restantes realizam atividades de prevenção. Previamente, essses centros eram atendidos por uma media de 12 profisisonais de saúde. No entanto, segundo informações fornecidas pela Dra. Dagmar de Alvarez, o número de especialistas é insuficiente para o manusseio clínico de pessoas com este tipo de problema. Como resposta a esse problema, o governo do Panamá delegou a responsabilidade aos Lares Crea, uma instituição que recebe um subsídio de US$60.000,00 por ano. O Ministério de Desenvolvimento Social se encarrega de supervisão das atividades. A Tabela 8 mostra alguns dos estudos mais relevantes conduzidos no Panamá sobre os temas deste estudo. Os resultados de inquéritos escolares repetidos têm mostrado um incremento no uso de drogas e tais dados têm sido utilizados para responder à demanda por serviços. O programa "We're Winners", dirigido pelo Escritório da Primeira Dama da República, em COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 21 coordenação com a CONAPRED, tem por objetivo a prevenção do uso de drogas entre estudantes adolescentes na 6ª , 7ª e 8ª séries (de 11 a 13anos de idade), será implementado pelo Ministério da Educação. Não há dados nacionais sobre a prevalência de transtornos / doenças mentais nem de comorbidade. Table 8. Estudos conduzidos em Panamá sobre a prevalência de uso de álcool e drogas. TEMA Prevalência de uso de drogas na população do Panamá POPULAÇÃO População geral AMOSTRA Não explicitado RESULTADOS (Uso em vida) 1a droga ilícita: cocaína 2a droga ilícita: maconha. Apenas 6,6% dos aditos à cocaína estão em centros de tratamento em comparação com 19,4% dos dependentes de maconha. FONTE & ANO Estudo da Comissão Econômica da América Latina e o Caribe (ECLAC). (2006) Inquérito Nacional do uso de drogas entre estudantes e fatores associados Estudantes em escolas públicas e privadas de ensino médio Não explicitado (Uso na vida) 1a substância: álcool 2a substância: tabaco 3a maconha; 4a benzodiazepinas; 5a estimulantes; 6a ecstasy; 7a pegón. Comissão Nacional de Drogas do Panamá (CONAPRED) & CICAD / OAS (2003). Inquérito nacional domiciliar sobre uso de drogas e fatores associados População geral em 9 cidades com 30,000 habitantes ou mais. Amostra representativa (Uso na vida) 1a substância: álcool 2a substância: tabaco 3a benzodiazepinas sem prescrição 4a estimulantes sem prescrição; 1a droga ilícita: maconha 2a droga ilícita: cocaína 3a crack; 4a ecstasy; 5a inalantes. Comissão Nacional de Drogas do Panamá (CONAPRED) (2002) ( 12 - 65 anos) Paraguai O tráfico internacional é um dos problemas mais importantes relacionado à questão das drogas no Paraguai. A cocaína entra no país trazida da Colômbia, Bolívia e Peru e tem como destino outros países (Argentina, Brasil), e continentes ou regiões (Europa, África e o Oriente Médio). Dados sobre apreensões recentes e operações policiais indicam, que as restrições impostas relacionadas ao uso do Brasil como rota de passagem internacional das drogas, têm COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 22 feito com que o tráfico se incremente no Paraguai. Pequenas quantidades de cocaína entram no Brasil a partir do Paraguai. A maconha é a única droga ilícita que é amplamente cultivada no Paraguai. Seu cultivo é feito durante todo o ano e a produção tem aumentado nos anos mais recentes em áreas que não correspondem às tradicionais. A Secretaria Nacional Anti-Drogas (SENAD) destruiu 1.000 hectares de planatações de maconha em 2005 (sufiente quantidade para produzir três toneladas de la droga). Estima-se que haja no Paraguai 5.500 hectares de plantações de maconha. A maconha paraguaia não é comercializada para os Estados Unidos. A SENAD estima que cerca de 85% seja comercializado para o mercado brasileiro, 10-15% para outros países do Cone Sul e apenas 2-3% para consumo nacional. Devido à importância do Paraguai no tráfico internacional de drogas, a SENAD criou a Unidade de Principais Violadores (UVP). Tal instância tem aumentado o número de apreensões de cocaine e tem trabalhado junto a agências internacionais no sentido de contribuir à interrupção das redes de tráfico. O Paraguai é membro da Convenção da ONU sobre Drogas (1988), foi assinante da Convenção de Narcóticos da ONU de 1961 e do Protocolo de 1972, aceitando portanto as ementas realizadas desde então. Também participou na Convenção sobre Substâncias Psicotrópicas de 1971. O governo paraguaio também ratificou a Convenção da ONU contra o Crime Organizado Transnacional. Sobre este assunto, o país também assinou acordos regionais como a Convenção Interamericana contra a Corrupção, a Convenção Interamericana contra o Terrorismo, e a Estratégia Hemisférica sobre Drogas da OEA / CICAD. Em 2004, a Convenção Interamericana sobre Colaboração Mútua em Questões Criminais foi referendada e começõu a ser operativa no Paraguai. O país tem assinado acordos bilaterais específicos com o Brasil, Argentina, Chile, Venezuela e Colômbia. Há também um acordo de extradição com os Estados Unidos. O Acordo Bilateral com os Estados Unidos (1987), sobre colaboração na questão das drogas foi ratificado em 2005. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 23 Em Maio de 2005, o governo aprovou uma reorganização estrutural da SENAD, buscando uma maior rapidez e resolutividade nas ações. Foi criada uma area de Inteligência, que contempla uma estreita colaboração com a comunidade, com o objetivo de melhorar a qualidade das informações necessárias parta facilitar as operações da agência. As melhoras efetuadas tanto na infraestrutura de laboratórios forenses como no Programa de Treinamento para Detecção Canina têm conferido maior qualidade à capacidade operacional da SENAD. As unidades de detecção canina têm atuado no Aeroporto Internacional de Assunção, e em pontos selecionados da fronteira com o Brasil. Porém, a vigilância fronteriza é muito difícil. Desde 2005, algumas propriedades confiscadas, dentre elas, aviões, têm sido leiloadas e os recursos obtidos têm sido utilizados em benefício das próprias ações de controle. No que diz respeito à organização dos serviços de assistência para saúde mental, a maior parte dos fundos são dirigidos ao Hospital Psiquiátrico. No Paraguai não tem um sistema de seguridade social com ampla cobertura e apenas uma minoria tem acesso gratuíto à medicação psicotrópica. Um total de 26 instalações de saúde mental oferecem serviços de assistência para 263 pessoas para cada 100.000 habitantes. A Tabela 8 mostra os resultados de estudos realizados no Paraguai sobre a questão das drogas. Os padrões de uso são semelhantes aos encontrados em outros países da América do Sul. Um estudo pioneiro sobre comorbidade foi conduzido por Míguez e colaboradores (1992), baseado no DSM-III-R e utilizando o instrumento SRQ. Nesse estudo, a prevalência de depressão foi 21.0%. Tabela 9. Estudos realizados no Paraguai sobre prevalência de uso de álcool e drogas, e de saúde mental. TEMA Estudo dos hábitos tóxicos no Paraguai (Inquérito sobre o uso e abuso de substâncias psicoativas e presença de depressão na população paraguaia). POPULAÇÃO População geral nas10 maiores cidades (>20.000 habitantes). Amostra representativa de cada cidade. AMOSTRA 2.484 (12 – 45 anos) RESULTADOS (Uso na vida) Álcool: 79,5% Benzodiazepinas: 5,7% Estimulantes: 4,6%; Inalantes: 1,9% Maconha: 1,4%; Barbitúricos: 1,4% FONTE & ANO Míguez et al. ( 1992) COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 24 Cocaína: 0,3%; Opióides: 0,2% Depressção (SRQ/WHO; DSM-III-R): 21,0% Prevalência de consume de drogas em estudantes do Paraguai. Estudantes de ensino médio em Assunção (Paraguai) Não explicitado Álcool: 63,0% Maconha: 4,2% Cocaína: 1,0% CICAD (MEM) (2005) Prevalência de uso de bebidas alcoólicas em estudantes de Ensino Médio em Assunção – Paraguai. 2006. Estudantes de Ensino Médio 1.114 (escolas públicas e privadas) (Uso em vida) Álcool: 88,0% López et al., (2006) (14 - 18 anos) Uruguai Nos países do Cone Sul, Argentina, Chile, Brasil, Paraguai e Uruguai, as apreensões de cocaína se incrementaram de 10 toneladas em 2000 a 28 toneladas em 2007 (UNODOC, 2009). Estes dados mostram que tais países têm aumentado sua relevância no tráfico de cocaína, tanto para satisfazer as demandas internas como para re-exportá-la a mercados da Europa e África. No Uruguai, a comissão nacional de Drogas (Junta Nacional de Drogas-JND), adscrita à Presidência da República, é a instituição responsável pela política nacional sobre esse problema. A JND define os delineamentos para la implementação de políticas de prevenção, tratamento, reabilitação e punições (Decretos 463/1988, 346/1999, 170/2000). Tais ações são executadas por agências com responsabilidades específicas nas suas respectivas áreas, de acordo com as leis e regulamentos em vigor. O Plano Nacional de Drogas, preparado pela JND, definiu uma política nacional de drogas abrangente. Alguns dos programas e ações mais importantes são: “Knock out the drug,” Unidade técnica - Aliança contra o Fumo e Drogas (Ministério do Interior). A criação do Portal Amarelo (Portal Amarillo) constitui uma outra ação de relevância. Tal instância serve como uma rede integrada para a assistência especializada em drogas integrada à Atenção Básica, incluindo COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 25 equipes interdisciplinares de saúde mental dando ênfase às ações contínuas e ampliadas de educação sobre drogas. Com o propósito de quantificar a demanda nacional por assistência relacionada à questão das drogas, o Observatório Uruguaio das Drogas realizou no mês de Novembro de 2006, o Primeiro Censo de Centros de Tratamento e de Usuários de Drogas sob Tratamento, nessas mesmas instituições em Montevideo. Os dados obtidos revelaram que na capital do país, a maior parte da assistência à demanda dos problemas relacionados às drogas (65%) depende de instituições particulares e 35% de centros públicos (foram tratadas 9.159 pessoas com problemas relativos ao consumo de substâncias ilícitas em 2006). Com respeito aos centros de tratamento, há 20 organizações, das quais 16 pertencem à esfera privada (80%). Porém, é digno de nota o fato de que a maior parte da demanda por assistência é coberta pelas instituições públicas, o qual pode ser explicado pela forma como é efetivada a “primeira resposta”. Dentre as modalidades terapêuticas ofertadas, os serviços ambulatoriais predominam. No entanto, 14 dos 20 centros oferecem também serviços de hospitalização ou residência. A maior parte das equipes profissionais desses centros inclui psiquiatras e psicólogos clínicos. Um outro aspecto, porém, é o fato de que menos de 10% dos profissionais de saúde das equipes é formada por enfermeiras, auxiliares de enfermagem e trabalhadoras sociais. Dos departamentos uruguaios (correspondentes aos Estados no Brasil), 85% referem os pacientes a Montevideo e a média de duração do tratamento é de um ano. Em relação ao perfil dos usuários que consultam nesses centros (dado fornecido por experts consultados), aproximadamente 80% são homens e existe uma baixa percentagem de individuos com menos de 18 anos (exceto no Instituto da Criança e do Adolescente do Uruguai). A demanda por tratamento é realizada por problema de consumo (álcool, maconha, merla e cocaína), embora isto varie de maneira considerável conforme a instituição. Na maioria dos COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 26 casos existe policonsumo e os usuários declaran que a solicitação de tratamento é voluntária e / ou por pedido da família. Além dos centros de tratamento, Uruguai tem Comunidades Terapêuticas cujo propósito é o tratamento, reabilitação e reintegração social. Em 2005, o Ministério de Saúde Pública em coordenação com a JND, criaram o já mencionado Portal Amarillo, centro nacional de informação e referência trabalhando em rede, que proporciona assistência a pessoas com uso ou abuso de drogas. Ele contempla 20 locais para tratamento residencial e realiza 250 acompanhamentos ambulatoriais por semana de pacientes e de seus entornos familiares. A Tabela 10 mostra estudos conduzidos no Uruguai sobre a questão das drogas. O governo uruguaio realiza inquéritos domiciliares regularmente permitindo o monitoramento das tendências do uso e abuso de drogas. Foram conduzidos também estudos sobre transtornos mentais. Table 10. Estudos conduzidos no Uruguai sobre prevalência de uso de álcool e drogas, e sobre transtornos mentais. TEMA Inquérito continuo sobre uso de drogas. POPULAÇÃO População geral (12 - 65 anos), residents em cidades de > 10.000 habitantes. Amostra representativa. AMOSTRA 7.000 RESULTADOS (Uso na vida): Álcool: 78,6% Benzodiazepinas: 22,0% Maconha: 12,2% Antidepressivos: 7,0% Cocaína: 4,0% Merla: 0,8% FONTE & ANO Junta Nacional de Drogas. Observatório Uruguaio de Drogas. CICAD – OEA (2006) Inquérito multicéntrico de base comunitária epidemiológico – psiquiátrico sobre Transtornos Mentais na América Latina e o Caribe: Prioridades para a Saúde Pública. 1980-2004. População geral de 9 países Não explicitado (Prevalência em vida) Abuso / dependência de álcool: 11,3% Abuso / dependência de drogas: 1,6% Depressão maior: 8,7% Transtorno generalizado de ansiedade: 5,5% Transtorno de pânico: 1,6% Transtorno obsessivocompulsivo: 1,9% Organização Panamericana da Saúde (OPS) (2005) COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 27 Marco Conceitual Abuso ou dependência de droga é um problema de saúde complexo crônico e recorrente. Envolve tanto os fatores biopsicossociais, quanto a família, a comunidade, as redes sociais, aspectos culturais e políticos. O peso relativo de cada um desses fatores na produção desse problema é especifico e diferente para cada situação. Sem dúvida, a participação de cada um destes aspectos na produção dos transtornos por abuso e dependência de drogas deve ser considerado na sua abordagem. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 28 Características das Drogas Abuso / Dependência das Drogas Sofrimento Psíquico PACIENTES COM COMORBIDADE Características familiares Ambiente (social, político, cultural) e Centros de tratamento Características individuais Figura 1: Marco conceitual do estudo pacientes com comorbidade em centros de tratamento para Abuso / dependência de drogas (Concebido por: IRCBP- Group IV, 2009). A Figura 1 apresenta alguns fatores relacionados ao consumo de drogas e a sua interrelação. Dependendo do modo como esses fatores interagem – favorecendo ou não o aparecimento do fenômeno do abuso de drogas - eles podem ser classificados em protetores ou em fatores de risco (quando aumentam a probabilidade de aparição do fenômeno). Quadro 1. Fatores individuais determinantes do fenômeno das drogas. PROTETIVOS Adoção das normas convencionais sobre o uso de drogas. RISCO Sofrimento Psíquico COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS Coping (estratégias de adaptação) Predisposição Genética Resiliencia Idade ( Adolescência) Presença de projeto pessoal de vida Transtornos Mentais Estilo de Vida Comportamento excessivamente tímido ou agressivo Baixa auto-estima Perda da espiritualidade Fonte: adaptado NIDA Notes (Fev, 2002). Quandro 2. Fatores familiares determinantes do fenômeno das drogas. PROTETIVOS RISCO Laços familiares fortes e positivos Ambientes familiars caóticos, pais que abusam de substâncias ou sofrem de doença mental; Acompanhamento das atividades das crianças pelas famílias Pais ausentes, principalmente com crianças com dificuldade de temperamento ou desordem de conduta; Regras de conduta clara que são reforçadas pela família Perda da relação pai e filho e dos cuidados de alimentação da criança Envolvimento dos pais na vida das crianças Violência doméstica Fonte: adaptado NIDA Notes (Fev, 2002). Quadro 3. Fatores socioculturais e políticos determinantes do fenômeno das drogas. PROTETIVO Emprego Profissionais de Saúde Mental conhecimento no fenômeno das drogas RISCO Rendimento escolar ruim ou abandono da escola com Estratégias de adaptação social limitadas e empobrecidas Nível Educacional Comportamentos desviantes e de consumo de drogas como marca de grupos Política Nacional no Fenômeno das drogas Percepção de aprovação do comportamento de uso de drogas na familia, no trabalho, na escola, entre os pares, e no ambiente comunitário Exclusão Social Acesso a drogas Fonte: adaptado NIDA Notes (Fev, 2002). 29 COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 30 Os fatores acima mencionados serão desenvolvidos nos parágrafos seguintes e sustentarão conceitualmente esta pesquisa. O marco conceitual começa com a definição clássica de drogas e sua classificação de acordo com o sistema judicial e o padrão de consumo. Após, os conceitos de Comorbidade, Sofrimento Psíquico e dos transtornos mentais mais prevalentes (ansiedade e depressão) serão definidos. Finalmente, linhas gerais da abordagem do problema de abuso e dependência de drogas serão apresentadas, bem como as diferentes formas de organização dos centros de tratamento para esses problemas. A Organização Mundial de Saúde (WHO) define drogas como “qualquer substância natural ou sintética capaz de alterar uma ou mais funções do organismo”(WHO-ICD-10, 1992). As drogas ou substâncias psicoativas são aquelas cujo os efeitos mais importantes se dão no sistema nervoso central e produzem mudanças no humor, comportamento, percepção e no nível de consciência. Jaime Funes Arteaga (2007) diz que “droga é qualquer das muitas substâncias que o homem já usou, usa e ainda criará através dos séculos, com capacidade de mudar a função do organismo relacionadas com comportamento, julgamento percepção ou humor”. Dadas estas definições, não é apropriado falar sobre “droga” como um fenômeno uniforme. Como existem várias substâncias consumidas dos mais diferentes modos, pelas mais diversas pessoas, nos mais diferentes contextos, e tais substâncias podem levar a vários tipos de situações, mais ou menos problemáticas, a esse fenômeno é mais adequado se referir como “drogas”. O glossário dos termos relacionados ao álcool e outras drogas (OMS – 1994) classifica as drogas, em relação ao sistema judicial, da seguinte maneira: 1. Drogas Ilícitas: substâncias psicoativas cuja a produção, venda e consumo são proibidas em uma determinada jurisdição. Exemplo: cocaína e maconha. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 31 2. Drogas Lícitas: substâncias psicoativas, legalmente disponíveis mediante prescrição médica ou em algumas ocasiões também sem ela, em uma determinada jurisdição. Exemplo: tabaco e álcool. Em relação à forma de interação entre as pessoas e as drogas, se pode distinguir três diferentes padrões de consumo: uso, abuso ou dependência. a) Uso: consumo de droga que independente da quantidade, da freqüência, da situação física, psicológica ou social do indivíduo, não produz qualquer impacto para a pessoa ou para o ambiente. b) Abuso: A associação America de Psiquiatria, no Manual Estatístico de Diagnóstico dos Transtornos Mentais, 4ª Edição (DSM-IV-TR, 2004), define o abuso como um padrão mal adaptativo de consumo de substância. Este consumo tem as seguintes caracteristicas: é recorrente e continuado, produz, em quem a utiliza, prejuízo e mal estar que limitam o cumprimento das atividades cotidianas (escola trabalho e casa), levam-no a consumir em situações perigosas, a despeito de reconhecer que há conseqüências sociais, ocupacionais, legais, psicológicas ou físicas, persistentes ou recorrentes, causadas ou estimuladas pelo consumo. A partir dessa compreensão, um conjunto de critérios é utilizado para definir o diagnóstico, considerando o período de 12 meses. c) Dependência: o glossário dos termos de álcool e drogas (OMS,1994) define dependência como o consumo de várias doses de drogas para estar melhor ou para não se sentir mal. No DSM-IV-TR, (2004) dependência é definida como um conjunto de sintomas cognitivos, fisiológicos e comportamentais indicando que a pessoa apresenta um controle prejudicado para o consumo de substâncias psicoativas e que continua a consumi-las a despeito das conseqüências adversas. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 32 Entre os fatores determinantes do abuso e dependência de drogas está a família, elemento determinante do desenvolvimento biológico, psicológico e social das pessoas. Neste sentido, a funcionalidade familiar é um dos principais fatores protetores para o abuso e dependência de drogas. “A família é um subsistema social aberto, em constante interação com o meio natural, cultural e social, onde cada um dos seus integrantes interage, como microgrupo, com o entorno familiar. Espaço onde há fatores biológicos, psicológicos e sociais importantes determinação do estado de saúde-doença” (L. De la Revilla, 1998) Raquel Vidal (2001) define família como “um sistema aberto que inclui uma estrutura organizada de indivíduos que constituem relacionamentos estáveis; sexo prescrito entre alguns e proibido para outros; união pela necessidade de sobrevivência, pertencimento, identidade, bens afetivos e partilha de uma dimensão temporal e espacial de cotidianidade, uma parte da história, um projeto de futuro e um código único.” Desta perspectiva sistêmica, baseada nas interações interpessoais, uma família será definida como “funcional” quando permitir o crescimento e desenvolvimento individual e integral de cada um de seus integrantes desde o ponto de vista biológico, psicológico, educacional e social. Entretanto, não há um “modelo” único de família funcional porque as relações interpessoais são diversas e complexas. Assim, para determinação do grau de funcionalidade de uma família, a visão, percepção e vivencia de cada membro é necessária. Muitos autores têm estudado esta capacidade da família como sistema, ou seja, a sua capacidade para sustentar ou não o desenvolvimento individual de cada membro (família disfuncional) e sua contribuição para a gênese e / ou perpetuação de doenças tais como o abuso ou dependência de drogas. Portanto, esse aspecto deve ser sempre considerado quando se analisa este problema de saúde e requererá abordagens particulares e específicas. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 33 Por outro lado, também existem fatores individuais que predispõem ao início e / ou continuidade do uso problemático de drogas. Por exemplo, fatores genéticos, a baixa auto-estima e problemas psiquiátricos (patologias psiquiátricas definidas ou sintomas inespecíficos). Diferentes estudos confirmam a presença de outras doenças nas pessoas que abusam ou dependem de drogas. A OMS(2004) define essa situação como co-morbidade ou diagnóstico duplo, isto é, a convivência em uma mesma pessoa de uma doença induzida pelo consumo de substância psicoativa e um transtorno psiquiátrico. Em outras palavras, o co-morbidade, neste caso, refere-se à coexistência temporária de dois ou mais problemas psiquiátricos, sendo um deles derivado do uso problemático de substâncias psicoativa. Um dos problemas de saúde mental que pode coexistir com o consumo problemático de droga é o “Sofrimento Psíquico” (psychological distress), termo que tem sido utilizado para definir a presença de sintomas não-específicos cuja a severidade aumenta a probabilidade de haver um transtorno mental. Esses sintomas podem ser leves, moderados ou graves o suficiente para causar prejuízo no funcionamento social, ocupacional ou escolar e podem ainda requerer abordagens terapêuticas diferenciadas. A presença de Sofrimento Psíquico grave aumenta a probabilidade de a pessoa ter, especialmente, transtornos de ansiedade e depressão (L. Pratt, A. Dey, A. Cohen, 2007). Ansiedade e depressão são dois dos mais prevalentes problemas de saúde mental na América Latina e Caribe, de acordo com estudo realizado em 2004 pela Organização Panamericana da Saúde (OPAS). A Depressão Maior tem uma prevalência na vida de 8,7% e a média da prevalência durante o ano anterior é de 4,9%. Os transtornos de ansiedade tem a seguinte prevalência: Transtorno de Ansiedade Generalizada: 5,5%; Transtorno do Pânico: 1,6%: Transtorno Obsessivo-Compulsivo: 1,9 % (OPAS, 2004). Em 2000, a OMS identificou que a depressão já era a principal causa de incapacidade medida por DALY (Disability Adjusted Life Years / Anos de vida perdidos por incapacidade) e COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 34 ocupava o 4º lugar na carga global de doença. A projeção é que o ano 2020, a depressão alcance o segundo lugar do ranking DALYs, calculado para todas as idades e ambos os sexos. Hoje, a depressão é já a segunda causa de incapacidade na faixa etária 15-44 anos para ambos os sexos combinados. O Programa de Saúde Mental da OMS define a depressão como um transtorno mental que se apresenta com humor deprimido, perda de interesse ou prazer, sentimentos de culpa e baixa auto-estima, distúrbios de sono ou apetite, baixa energia e concentração prejudicada. Estes problemas podem tornar-se crônicos ou recorrentes, e levar a um prejuízo substancial na capacidade de uma pessoa cuidar de si e de suas responsabilidades cotidianas. No casos mais graves, a depressão pode levar ao suicídio, uma trágica fatalidade associada à perda de cerca de 850.000 mil vidas a cada ano. Além disso, a OMS informa que a depressão afeta cerca de 121 milhões de pessoas em todo o mundo, podendo ser diagnosticada e tratada na atenção primária; porém, menos de 25% dos afetados têm acesso a tratamentos eficazes. A ansiedade é um dos sentimentos que todos nós experimentamos quando estamos sob estresse físico, social, econômico ou psicológico. Por vezes ele ajuda, dirigindo-nos a agir para remover a fonte de ansiedade. No entanto, quando a ansiedade se torna intensa, recorrente ou permanente, pode nos deixar incapazes de fazer qualquer coisa. Quando muito intensa, permanente, ou recorrente e quando acontece sem qualquer motivo aparente, a ansiedade é chamada de Transtorno de Ansiedade, e, neste caso, necessita de tratamento específico. A Ansiedade inclui vários sintomas tais como o medo (que pode ser intenso), secura da boca, sudorese, inquietação, taquicardia, sensação de gazes no estômago, coceira e formigamento em todo o corpo, falta de ar, visitas repetidas ao banheiro, incapacidade de concentração ou de tomar decisões, de realizar o trabalho, comer ou dormir. O DSM-IV-R estabeleceu critérios específicos para o diagnóstico dos diferentes tipos de transtornos ansiosos. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 35 A abordagem aos problemas de uso, abuso e dependência de drogas deve incluir medidas para promover a saúde dos adolescentes e da população em geral a fim de prevenir o início do consumo, garantir o tratamento multidisciplinar e a promoção da reabilitação e reinserção social de usuários de drogas na comunidade. Especificamente, a atenção ao problema do consumo de drogas deve contemplar os seguintes aspectos (MSP, 2007): 1) Acessibilidade: O tratamento deve ser acessível para todos aqueles que dele necessitam, em tempo hábil, e pelo tempo que for necessário para a sua reabilitação. 2) Integralidade: Os objetivos do tratamento não devem limitar-se à atenção exclusiva ao uso de drogas. Deve considerar os outros possíveis aspectos envolvidos, como co-morbidades, fatores psicossociais e biomédicos, bem como recursos de apoio comunitário. 3) Inter-setorialidade: deve haver uma articulação com outros serviços e organizações comunitárias. 4) Enfoque baseado nos direitos e a ética do cuidado: o respeito à condição humana, principalmente aos direitos fundamentais, assim como o enfoque de redução de riscos e danos deve ser promovido. Em qualquer situação de consumo, as pessoas devem ser alertados sobre os riscos, e deve se promover a possibilidade de minimizar os danos pessoas. 5) Flexibilidade: o tratamento deve dar respostas às necessidades individuais. Além disso, deve fornecer a possibilidade de fazer os ajustes necessários durante o processo, de acordo com as demandas. 6) Continuidade: garantir o fornecimento adequado de serviços durante o tempo mínimo necessário para obter uma resposta favorável ao tratamento e à permanência das intervenções, bem como o acesso a eles em caso de recaída. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 36 A utilização do termo "Centro de Tratamento" corresponde à definição da Junta Nacional de Drogas do Uruguai (Primeiro Censo em Montevideo de Centros de Tratamento e Usuários sob Tratamento – 2007). Por "Centro de Tratamento", entendemos toda instituição terapêutica, pública ou privada, especializada ou não em resolver esta problemática, onde as pessoas chegam com uma demanda de tratamento relacionado ao consumo de substâncias psicoativas. O tipo de assistência que esses Centros oferecem é conhecido como “programas institucionais”. Envolve atividades de promoção, prevenção e tratamento e podem se organizar da seguinte maneira: a) Tratamento ambulatorial: tipo de cuidados não-residenciais e sem internação. Os usuários vão um número limitado de horas, com freqüência que pode ser diária, semanal, quinzenal ou mensal. b) Serviço de modalidade Residencial: requer a presença do usuário durante todo o dia (24 horas), Esta modalidade de serviço pode ajudar melhor àqueles que têm maiores dificuldades para enfrentar e resolver os seus problemas sem suporte permanente. Alguns serviços residenciais podem oferecer uma modalidade de atenção alternativa, "intermediária", em que a contratação de permanência é feita por períodos: finais de semanas, noites, etc... c) Centro de atenção diária: é uma abordagem não-residencial porém mais intensiva do que aquela oferecida para pacientes em regime ambulatorial. Esta modalidade exige que o paciente fique um determinado período de tempo (manhã, tarde ou ambos), com um regime de alta freqüência (diariamente ou alternativo). Este modo é projetado para os usuários cujos problemas têm um grau de complexidade que requer cuidados intensivos, mais estruturados, e mais recursos do que geralmente é fornecido em regime ambulatório. Esse tipo de abordagem pode COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 37 incorporar componentes que são fornecidos no modo residencial. Os tratamentos que podem ser oferecidos no Centro de Dia são: abordagem psicoterápica, indivídual, famíliar e abordagens grupais, psico-pedagógicas e também abordagens psicofarmacológicas. d) Unidade de internação especializada para tratamento de usuários de drogas: são aqueles centros com internações para usuários com alto risco ou perigo iminente para si ou para outrem, e sem problemas de saúde moderada ou grave de saúde orgânica ou mental. e) Unidade de Desintoxicação: centros voltados para a atenção para as síndromes de intoxicação e abstinência severas. f) A unidade de psiquiatria: centros de atendimento para usuários de drogas com complicações moderadas e graves na área de saúde mental ou que tenham outros problemas de saúde mental que necessitam de recursos específicos. A partir do exposto acima, ressalta-se que esta pesquisa terá como foco a relação do sofrimento psíquico com o abuso e dependência de droga, considerando a articulação existente entre os fatores determinantes do consumo de drogas e suas relações, exposto na figura 1, e os conceitos acima mencionados. No entanto, isso não significará que outros fatores individuais, familiares e sócioculturais não sejam também estudados nesta pesquisa. Quadro 4. Fatores determinantes do abuso/dependência de drogas FATORES INDIVIDUAIS Sofrimento Psiquico Comorbidade Gênero Idade COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS FATORES Disfunção Familiar FAMILIARES Estrutura Familiar FATORES SOCIOCULTURAIS E POLÍTICOS Estado Civil Etnia Nível Educacional Situação de trabalho Renda Sistemas de Saúde( Centros de Tratamento) Sistema Judicial ( passado Judicial ) Fonte: PIDCI – CICAD Grupo IV, 2009. A figura 2 representa graficamente a relação entre os fatores determinantes do uso e abuso de drogas mais importantes, estudados nesta pesquisa. Pacientes com Comorbidade Características Familiares Estrutura Funcionalidade Características Individuais Fatores sócio-econômicos e demográficos Sofrimento Psíquico Características das Drogas Propriedades Aditivas Abuso e Dependência 38 COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 39 Ambiente (social, político, econômico, cultural) Centros de Tratamento para Abuso de Drogas Figura 2: Marco operacional para estudo dos pacientes com comorbidade em centros de tratamento por abuso de drogas (designado: IRCBP- Group IV, 2009). Revisão da Literatura A importância da comorbidade psiquiátrica com o abuso ou de pendência de álcool ou outras drogas vem sendo estudado exaustivamente desde 1980 (Reiger,1990). Uma revisão ampla e não sistemática da literatura1 mostra que uso, abuso e dependência de substâncias psicoativas é o transtorno mais comum entre pessoas com problemas psiquiátricos, o que indica quão importante é reconhecer a presença de ambos os problemas. Os dados da Epidemiological Esta breve revisão foi realizada a partir de busca na biblioteca Online do Centre of Addictions and Metal Health – CAMH, especialmente no and International Mental Health & Addiction Journal, usando as seguintes palavras chaves: comorbidades psiquiátricas e transtornos por uso de substâncias, abuso de substâncias e sofrimento psíquico. Na busca na biblioteca on- line do CAMH, nada pôde ser encontrado com a última palavra chave (psychological distress, traduzido aqui como sofrimento psíquico). Foi selecionado um conjunto de artigos, a partir da leitura dos resumos, que tratava da comorbidade entre transtorno mental e abuso de substância. Foram incluídos aqueles que discutiram este tema de modo geral, sem foco em uma desordem mental especifica, e aqueles que discutiam os transtornos mais prevalentes: ansiedade e depressão. Os artigos que discutiam outras desordens específicas, tais como transtorno de personalidade, foram excluídos. 1 COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 40 Catchment Area Study (ECA)2 mostraram que aproximadamente metade dos indivíduos diagnosticados pelo abuso ou dependência de álcool e outras drogas tem um diagnóstico psiquiátrico: 26% tem transtornos do humor, 28% transtornos ansiosos, 18% transtorno de personalidade antisocial e 7% esquizofrenia. A presença de depressão maior entre usuários de drogas varia de 30 a 50%. Conclusões e dados semelhantes são confirmados por recentes publicações em todo o mundo ((Evans and Sullivan, 2001; Dalex and Moss, 2002; and Rassoo, 2002). Mais recentemente, Kathleen Brady (2003) indicou que numerosos levantamentos foram conduzidos nos últimos 15 anos e demonstraram que transtornos psiquiátricos e transtornos por uso de substâncias são mais freqüentes do que se esperaria. Edward Nunes, citado por Brady (2003) afirma que a prevalência de depressão entre usuários de álcool está em torno de 15% a 67%. O interesse na ocorrência de transtorno mental junto com o uso de substâncias psicoativas é importante porque afeta negativamente o curso, tratamento e prognóstico dos dois transtornos (Brady 2003). A relevância clínica dos transtornos mentais entre as pessoas com adição já é bastante conhecida e estudada (Skinner, 2004, 2005; Watkins, 2001; Kessler 1999, Hersh, 1988, Kranzler, 1998; and Marlatt, 1985). A presença dos dois transtornos simultaneamente produz outros prejuízos tais como problemas cognitivos, interpessoais, emocionais e biológicos. Isso torna o tratamento de cada um dos problemas ainda mais difícil, aumenta o uso da emergência, a vulnerabilidade social, o custo associado com o tratamento, a gravidade dos problemas emocionais e biológicos, e igualmente reduz a adesão ao tratamento médico. O impacto destes dois problemas na mesma pessoa tem também um efeito particular e importante sobre seus familiares, produzindo sentimentos de vergonha, culpa, estigma e falta de 2 Reiger, D.A., Farmer, M.E. & Rae, D.S. (1990). Co-morbidity of mental disorders with alcohol and other drug abuse, Resultados do estudo “Epidemiological Catchment Area (ECA) Study”. Journal of the American Medical Association, 264, 2511–2518. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 41 esperança (Dixon, 1995 and Aloen, 2006). Vários estudos indicam que estes sentimentos precisam também ser enfrentados no tratamento. Alguns discutem não apenas como estas pessoas devem ser tratadas – com intervenções e tratamento integrado para os dois problemas (Maisto, 2008; Parikh, 2008; Cherry, 2008; Burnan, 2006; Drake, 2004; Minkoff, 1989,1991; Osher, 1996,1989; and Ridgely, 1991) - mas também quão importante é produzir suporte e promover o auto cuidado do resto da família(Clark, 2001; Carey, 1996; and Drake, 1996, 1991). Mckay, Murphy, Rivinus e Maisto (1991) estudam ainda a relação entre a funcionalidade da família e o uso de substância entre adolescentes internados com problemas psiquiátricos. Eles encontraram que o maior grau de insatisfação na área da responsividade afetiva e função dos papeis estava associado com os maiores níveis de abuso de substância. Em face disso, o papel da família e sua funcionalidade deve ser explorado para aqueles que usam, abusam ou tem dependência de substâncias Especialmente no que diz respeito ao tratamento, isso se torna fundamental já que o envolvimento da família é muito importante para a reabilitação. A prevalência de comorbidade dos transtornos decorrentes do uso de substâncias psicoativas e dos transtornos mentais severos parece estar aumentando. Este crescimento aparente, entretanto, carece de melhor compreensão e precisa ser mais bem estudado. Muitos aspectos contribuem para esta dificuldade de compreensão. Dentre eles está a dificuldade de diagnosticar este tipo de co-morbidade. O diagnóstico diferencial não é uma tarefa fácil, visto que há coincidência de sintomas. Um transtorno pode apresentar-se com sintomas que são também comuns a outros transtornos, mascarando o diagnóstico. Principalmente no começo, é difícil estabelecer a presença da comorbidade. Os elementos que fazem o fenômeno pouco claro vão dos aspectos psicopatológicos (por exemplo, a alucinação na dependência do álcool e na esquizofrenia) àqueles relacionados à etnia, estatus social, e outros aspectos sócio-culturais. As taxas desta comorbidade também variam com o gênero. Por exemplo, entre homens e mulheres em tratamento por droga, a personalidade antisocial é mais comum nos homens, enquanto que as COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 42 mulheres tem níveis mais altos de depressão maior, transtorno de estresses pós traumático, e outras transtornos ansiosos (Hendrick, 2000; Brady, 1999; and Conway, 2006). Alguns estudos sugerem que este aparente crescimento, para ser melhor entendido, precisaria ser melhor contextualizado. Grant (2007), por exemplo, encontrou que os altos níveis de comorbidade observados em locais para tratamento para uso ou abuso de droga devem-se ao fato de que pessoas que tem os dois problemas buscam mais freqüentemente ajuda do que aqueles que tem apenas um dos problemas. Estes estudos sustentam a necessidade de que a prevalência da comorbidade psiquiátrica entre pessoas com transtornos por uso de substâncias psicoativas seja entendida em detalhes. Quase todos os estudos relativos a comorbidade foram conduzidos na America do Norte, Europa e Austrália. Embora se saiba que a prevalência deste tipo de comorbidade é influenciada por gênero, etnia e outras variáveis ( Grant, 1997; Brady 1999 e Conway, 2006), poucos estudos foram desenvolvidos na America Latina e no Caribe. Os resultados das pesquisas conduzidas na America do Norte, Europa e Austrália não podem ser diretamente transferidos para America Latina e Caribe, dada a significativa diferença sóciocultural e política. Entretanto, mais estudos precisam ser desenvolvidos para estimar a prevalência nestas regiões em particular. Por outro lado, é também possível concluir, considerando a revisão destes estudos realizados fora da America Latina e do Caribe, que além desta dificuldade de transposição de dados, determinada pelo contexto, há ainda a dificuldade de definir e determinar a presença da comorbidade em si. Como dito anteriormente, a definição dos dois diagnósticos tem sido um desafio tanto para pesquisa quanto para a clínica. A revisão da literatura sobre o tema deixa evidente esta dificuldade. Grandes esforços têm sido feitos a partir do seu reconhecimento. Diferentes opiniões sobre como e o que deve ser observado por clínicos e pesquisadores, para indicar a presença de comorbidade, tem sido discutidas. Isso se evidencia especialmente quando se considera a diversidade desses estudos. As mais diferentes ferramentas, baseadas nos COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 43 diferentes modos de aproximação da questão, têm sido utilizadas. Considerando esses fatores, os estudos examinando a prevalência da comorbidade psiquiátrica e transtornos por uso de substância podem ser divididos em três grandes grupos. O primeiro grupo corresponde aquele que utiliza, para o diagnóstico, entrevistas estruturadas baseados no DSM, CID, ou em ambos, reconhecidas como o padrão ouro de diagnóstico. O segundo e o terceiro grupos, diferentes do primeiro, utilizam ferramentas de rastreamento. O segundo utiliza ferramentas de rastreamento (screening) para diagnóstico, por exemplo, as ferramentas de rastreamento para identificação da depressão. O terceiro, por sua vez, faz uso de ferramentas dimensionais, ou seja, utiliza ferramentas de rastreamento para sofrimento ou dano psíquico. Obviamente a utilização de uma ou outra ferramenta para identificação da comorbidade tem prós e contras determinado por fatores que vão desde o alcance de cada uma delas, até a praticidade, tempo de administração, custo, e possibilidade de contribuir para o diagnóstico, avaliação e plano de tratamento. Sendo assim, não há a melhor ferramenta, ou um único critério que seja capaz de indicar qual é a melhor ferramenta para identificar co-morbidade entre transtornos decorrente do uso de substâncias e transtornos mentais. A escolha de uma ou outra deve ser feita baseada nos argumentos citados acima e no reconhecimento de sua importância e capacidade em cada situação. Dentre as ferramentas disponíveis para a possível identificação da comorbidade, focaremos no K-10. Esta é uma ferramenta dimensional, que pode sugerir a presença de comorbidade psiquiátrica entre pessoas com transtorno por uso de substâncias psicoativas. Esta é uma ferramenta muito útil para responder a seguinte pergunta: “existe evidencia de possível problema mental que requeira mais investigação”, nesta população específica? (Zimmerman, 2008). Esta ferramenta tem sido utilizada em todo o mundo para rastrear sofrimento psíquico na população em geral. Foi também validada para o uso especifico entre pessoas com transtorno por uso de substâncias psicoativas (Hides, 2007; Karen, 2007; and Ours, 2008, Urbanoski, 2007). Estudos COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 44 para esta população especifica, entretanto, ainda são pouco comuns. Os dados existentes produzidos por estes estudos confirmam o que já havia sido indicado por outros estudos que utilizam outras ferramentas de rastreamento e entrevistas de diagnóstico estruturadas: o risco e a possibilidade de problemas mentais é alto para o grupo de pessoas com transtornos decorrentes do uso de substâncias, assim como a prevalência de comorbidade psiquiátrica. Quase todos os estudos considerando a presença de sofrimento psíquico em adulto com transtornos por uso de substâncias psicoativas , que utilizam o K-10, foram feitos na Austrália e nos EUA. Na AL não há nenhum usando o K-10 para esta população específica e poucos usando outras ferramentas de rastreamento (Silveira and Jorge, 1999). O projeto de investigação apresentado aqui busca estimar a presença e a implicação da ocorrência de transtorno mental entre pessoas com transtornos decorrente do uso de substâncias psicoativas em tratamento em centros para tratamento de pessoas que abusam de álcool e outras drogas em sete países da America Latina e um país do Caribe. Questão Norteadora Qual é a prevalência de Sofrimento Psíquico durante o ultimo mês entre pacientes que se encontram em tratamento para abuso ou dependência de álcool ou drogas? Objetivo Geral Estimar a prevalência de comorbidade entre Sofrimento Psíquico e abuso / dependência de drogas entre pacientes em centros de tratamento. Objetivos Específicos 1) Estimar a prevalência de Sofrimento Psíquico em pacientes que recebem assistência emcentros especializados de tratamento para abuso / dependência de substâncias. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 45 2) Examinar variações na prevalência de Sofrimento Psíquico dentro dos países e entre os mesmos. 3) Comparar fatores socais, econômicos e demográficos bem como antecedentes judiciais entre pacientes com e sem Sofrimento Mental que estão recebendo tratamento em centros de tratamento para abuso de substâncias. 4) Comparar a estrutura familiar e a funcionalidade familiar percebida entre pacientes com e sem Sofrimento Mental que estão recebendo tratamento em centros de tratamento para abuso de substâncias. 5) Caracterizar a assistência que recebem os pacientes em centros especializados de tratamento para abuso de substâncias. Métodos Tipo de estudo Será realizado um estudo epidemiológico transversal na população sob tratamento para abuso / dependência de álcool e drogas em centros de assistência especializada. Apesar das limitações dos estudos de corte seccional, que serão expostos na última parte da Seção de Métodos, este tipo de estudo é considerado o mais eficiente para uma avaliação rápida da situação atual e também o mais factível sob condições de restrição orçamentária. População A população-alvo será composta da totalidade dos pacientes de ambos os sexos, maiores de 18 anos, que se encontram em tratamento para abuso / dependência de substâncias em centros de tratamento públicos de sete países da América Latina e um do Caribe. Em casos em que não seja possível ter acesso a centros de tratamento públicos ou quando os mesmos não existam, ser]ao selecionadas instituições pertencentes a organizações não-governamentais ou a instâncias COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS comunitárias. 46 Os pesquisadores selecionarão do marco amostral, um número de centros de características homogêneas dando prioridade para services públicos gratuitos que ofereçam assistência ambulatorial ou residencial, de acordo com a realidade de cada local de estudo. Cidades participantes e locais de estudo Trata-se de um estudo multicéntrico que sera levado a cabo em nove cicades ou áreas metropolitanas, segundo a seguinte explicação: Brasil: duas cidades participarão no estudo. A primeira, é Brasilia-Distrito Federal, constituindo uma unidade federal (capital do país) com cerca de 2,6 milhõesde habitantes. Há dois centros especializados públicos (Centros de Apóio Psico-Social – Álcool e Drogas - CAPSAD) nos quais aproximadamente 900 patients encontram-se matriculados. A segunda cidade é a cidade de Macaé, localizada no norte do Estado do Rio de Janeiro (população do Estado: 15.406.468 habitantes), ocupa o 14o lugar na população do Estado (~189.000 habitantes). Há apenas um CAPS-AD no qual cerca de 70 pacientes se encontram sob tratamento. Chile: Área Metropolitana de Valparaíso (~803.683 habitantes) inclui a municipalidade de Valparaíso, que é a terceira maior cidade do país (cerca de 290.000 habitantes), Viña del Mar (~300.000 habitantes), bem como os municípios de porte médio de Concón, Quilpué e Villa Alemana. Há também algumas cidades satélites (não são municípios) do Grande Valparaíso (Limache, Quillota e La Calera). Os centros de estudo serão 15 dos 20 centros de tratamento públicos que oferecem assistência para pessoas em abuso / dependência. O número de pacientes sob tratamento varia (media de 10 pacientes por centro). Guatemala: a Cidade de Guatemala (~2.156.000 habitantes) é a capital emaior municipalidade do país. Nela, há um centro de freferência para adições onde a assistência é oferecida. Há 91 outros centros oficialmente registrados (particulares e pertencentes a ONGs). O número total de pacientes novos matriculados no centro de referência público no primeiro semestre de 2009 foi de 171, e o número de pacientes antigos e sob controle ou COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 47 acompanhamento foi 317 nesse mesmo período. É razoável que haja, em um período de três meses, um total de 125 pacientes disponíveis como população da qual pode ser tirada a amostra. Jamaica: Kingston (651.880 habitantes) é o maior centro urbano na Jamaica, seguido de Montego Bay (96.488 habitantes). Ambas as cidades têm os mais importantes centros de tratamento e de cuidados diários direcionados a pessoas em situação de abuso / dependência de álcool e drogas. O estudo cobrirá toda a Área Metropolitan de Kingston, com a Paróquia de St. Andrew (paróquia ou Parish constitui a divisão política da Jamaica, equivalente aos estados brasileiros), cuja população é de aproximadamente 600.000 habitantes. Há poucos dados sobre os centros públicos e privados que oferecem assistência a esses pacientes. Porém, a informação disponível indica que um número de serviços de saúde eferece assistência especializada para 120 pacientes em ambos as cidades. Nicaragua: León (174.000 habitantes) é a segunda cidade mais povoada de Nicaragua. Não há serviços especializados estatais de assistência para pessoas com abuso / dependência na cidade de León. A maior parte da assistência é proporcionada por ONGs, incluindo entidades religiosas. Há uma separação dos serviços para mulheres e para homens. Sabe-se também que problemas relacionados com álcool são tratados em unidades diferentes das destinadas a tratamento de abuso / dependência de substâncias ilícitas. Panamá: a Cidade de Panamá (1.863.000 habitantes) é o maior centro urbano e cidade capital do país. Serviços destinados à assistência de homens e mulheres em situação de abuso / dependência de álcool ou drogas ilícitas são oferecidos por três centros principais. Do total dos pacientes tratados em esses centros será tirada a amostra. Trata-se de instituições pertencentes a ONGs. Paraguai: Assunção (637.249 habitantes) é a capital emaior cidade do Paraguai. Há, na cidade, dois grandes centros de tratamento para abuso / dependência de álcool e drogas. Um é o COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 48 Centro nacional de Toxicologia e o outro é o Centro de Adições. Um número aproximado de 250 pacientes s]ao tratados em ambos os serviços. Uruguai: Montevideo (~1.326.000 habitantes) é o maior centro urbano e capital do Uruguai. A instituição na qual sera conduzida a pesquisa sera o Portal Amarillo (Potal Amarelo) que oferece serviços ambulatórios de cuidado diário para um número aproximado de 200 pacientes. Uma amostra consecutiva de pacientes sera selecionada para participar no estudo de acordo com os seguintes critérios: Critérios de Inclusão Pacientes com 18 anos de idade ou mais, que voluntariamente aceitem participar na pesquisa após consentimento livre e esclarecido. Critérios de Exclusão Pacientes com incapacidade para responder o questionário / entrevista devido a problemas mentais ou de inteligência que causem impedimentos na comunicação ou compreensão, aqueles com comportamentos agressivos no momento da abordagem, aqueles com intoxicação e / ou aqueles que recusem a participação voluntária. Marco Amostral e Cálculo do Tamanho da Amostra Os cálculos de poder da amostra levaram em conta a proporção estimada de Sofrimento Psíquico (psychological distress) em níveis alto e muito alto, nas pessoas em situação de abuso / dependência de álcool ou drogas ilícitas bem como o número de pacientes em tratamento em cada centro (microuniverso). Dadas as diferenças esperadas com respeito ao tamanho das cidadades e áreas metropolitanas incluídas neste estudo, e também às diferenças entre os centros de assistência, COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 49 uma primeira aproximação ao problema da definição do marco amostral foi examinar a informação disponível. Inicialmente foi estimada uma prevalência de abuso e /ou dependência de drogas e / ou álcool em 12,0%, taxa hipotética para todos os países (dados prévios de dependência de álcool: 11,3% - OPAS-PAHO, 2005; dependência de álcool: 7,6%-14,9% Saraceno et al., 2005). Na Tabela 11, as primeiras quarto colunas descrevem as cidades ou regiões metropolitanas, sua população e o número estimado de pessoas com abuso / dependência (com base na prevalência estimada de 12,0%). A quinta coluna da tabela 11 mostra o número total aproximado de pacientes nos locais de tratamento com base nas informações disponíveis até o momento. A última coluna corresponde ao tamanho de amostra calculado considerando a capacidade de detectar uma prevalência de 40,0% de Sofrimento Psíquico em níveis alto e muito alto, considerando um ponto de corte de 22 na Escala K-10 (van Ours & Williams, 2008). A amostra foi dimensionada de modo a detectar uma difefrença minima de 5,0% na prevalência, mantendo os critérios de erros tipo I e II nos níveis de 0,05 e 0,20, respectivamente. Tabela 11. População das cidades e áreas metropolitanas, prevalências estimadas de abuso e / ou dependência de drogas e / ou álcool, número de pacientes em centros de tratamento e estimativas de tamanho de amostra. PAÍS CIDADE POPULAÇÃO POPULAÇÃO EM CENTROS DE TRATAMENTO TAMANHO DE AMOSTRA ESTIMADO * 2.557.158 POPULAÇÃO ESTIMADA COM ABUSO & DEPENDÊNCIA 306.859 Brasil Brasília (DF) 900 262 Macaé (RJ) 188.787 22.654 70 59 Chile Valparaíso** 803.683 96.442 150 107 Guatemala Cidade de 2.156.000 258.720 125 93 651.880 78.226 110 85 Montego Bay 96.488 11.579 60 52 Nicarágua León 174.000 20.880 90 72 Panamá Cidade do 1.863.000 223.560 280 159 Guatemala Jamaica Kingston / St. Andrew Area ** COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 50 Panamá Paraguai Assunção 637.249 76.470 250 149 Uruguai Montevideo 1.325.968 159.116 200 130 *Erro tipo I < 0,05; poder > 0,80; prevalência esperada = 0,40; diferença = 0,05. **No Chile e na Jamaica, incluiem-se as áreas metropolitanas de Valparaíso e Kingston / Saint Andrew. Com o propósito de estimar associações internas entre variáveis independentes e a existência de Sofrimento Psíquico, foram realizadas algumas simulações: para um evento (proporção de Sofrimento Psíquico em níveis alto e muito alto) cuja freqüência é estimada em 30,0% na categoria menos exposta, o tamanho da amostra em cada categoria de uma variável dada seria de N = 380 se a categoria mais exposta fosse 40,0% (com uma probabilidade de Erro tipo I <0,05; poder i.e., 1- probabilidade de Erro tipo II > 80,0%). Para uma outra situação em que a proporção de Sofrimento Psíquico seja 20,0% na categoria menos exposta, o tamanho da amostra seria N = 310 se a diferença esperada entre expostos e não expostos fosse 10,0% (com os mesmos parâmetros de erros dos tipos I e II). Como estes números de participantes não serão atingidos em cada local, é concebível que o terceiro objetivo específico (referente aos fatores associados à presença de Sofrimento Psíquico) seja apenas realizável para a totalidade da amostra (todos os países) e não para cada local. Procedimentos de Coleta de Dados Serão treinados estudantes universitários de Graduação e Pós-Graduação como pesquisadores auxiliares para ajudar na coleta de dados. Será solicitado dos sujeitos elegíveis a leitura cuidadosa e assinatura do consentimento livre e esclarecido (Apêndice A), e posteriormente se procederá ao preenchimento do questionário auto-administrado (Apêndice A). Os pesquisadores auxiliares assistirão os participantes em caso de dúvidas e, eventualmente, na condução de entrevistas. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 51 Se os participantes não conseguem ler e escrever, os pesquisadores auxiliares os entrevistarão. Um Manual do Estudo sera utilizado como guia e para assegurar consitência na aplicação dos instrumentos em todos os locais. A coleta de dados sera realizada em local que garanta privacidade para os participantes. Medidas e Instrumentos Neste estudo, a prevalência de Sofrimento Psíquico (i.e., a proporção de casos de comorbidade expressa como Sofrimento Psíquico) na população de pacientes sob tratamento para abuso / dependência de álcool / drogas, é considerada a medida de epidemiológica de freqüência mais importante no presente estudo. Portanto, os dados serão coletados utilizando o formulário EU-LAC-CICAD, que foi adaptado para este estudo prévia autorização. Esse formulário consiste em 30 questões sobre status sócio-ecômico e demográfico, história do abuso de álcool e drogas, história judicial, problemas mentais no passado e na atualidade, e alguns aspectos sobre o centro de tratamento. O Sofrimento Psíquico sera avaliado mediante a aplicação do Instrumento Kessler-10 (K10). O K-10 é um questionário de 10 ítens que medem o Sofrimento Psíquico desde uma perspectiva orientada por sintomas (Kessler et al., 2002). Os valores possíveis vão de 10 (indicando a ausência de Sofrimento Psíquico) até 50 (indicando grave Sofrimento Psíquico). A categorização do Sofrimento Psíquico tem sido realizada em quarto grupos: baixo (10-15), moderado (16-21), alto (22-29) e muito alto (30-50). Para propósitos analíticos, a maioria dos estudos unem as duas últimas categorias (alto e muito alto). Encontra-se demonstrado que um nível muito alto de Sofrimento Psíquico, avaliado por meio da escala K-10 está associado com uma alta probabilidade de ter transtornos de ansiedade ou depressão (Andrews & Slade, 2001). Para a avaliação da Funcionalidade Familiar Percebida, será aplicado o instrumento APGAR-Família (Smilkstein, 1978). Nesta escala, os valores possíveis vão de 0 a 10 e é baseada na satisfação do participante com as relações dentro de sua família, que incluem cinco COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 52 campos: adaptabilidade, parceria, crescimento, afeição e resolutividade (inicialmente denominados em inglês de modo a conformar um acrônimo adaptability, partnership, growth, affection and resolve). The acrônimo resultante “APGAR” emula a escala da Dra. Apgar para avaliação do estado do recém-nato. A escala também foi validada (Smilkstein et al., 1982) e é amplamente utilizada. A interpretação do APGAR-Família é baseada no score sendo que cada questão tem valores de 0 a 2. Um escore total de 7 ou mais sugere uma percepção de alta funcionalidade familiar; entre 4 e 6, sugere moderada disfunção familiar e 3 ou menos reflete grave disfunção familiar. O ponto de corte para dicotomização sera decidido de acordo com outros estudos. Outras variáveis numéricas (idade, renda), serão também categorizadas conforme distintos pontos de corte previamente estabelecidos. Variáveis O quadro 5 mostra as principais variáveis do estudo. Quadro 5. Variávesi incluídas no estudo. FATORES INDIVIDUAIS SOFRIMENTO PSÍQUICO Escala do tipo Likert variando de Sempre a Nunca (escore de 5-1) Q-31a-se sentindo cansado(a) sem razão ou motivo relevante; Q31-b- se sentindo nervoso preocupado(a) – aflito(a); Q31-c- se sentindo que nada pode acalmá-lo(la); Q31-d- se sentindo sem esperança; Q31-e- se sentindo inquieto(a) e agitado(a); Q31-f- tão agitado(a) que não consegue parar quieto(a); Q31-g- se sentindo deprimido(a); Q31-h- se sentindo tão deprimido(a) que nada poderia estimulá-lo(la); Q31-i-sentindo que tudo é difícil demais; Q31-j- sentindo que não vale nada. COMORBIDADE Q-24a-Diagnóstico prévio de: Ansiedade; depressão; esquizofrenia; transtorno bipolar; outros transtornos (pergunta aberta) Q-24b-Anos transcorridos desde o diagnóstico de: Ansiedade; depressâo; esquizofrenia; transtorno bipolar; outros transtornos mentais (pergunta aberta) Q-25a-Tratamento atual para: Ansiedade; depressâo; esquizofrenia; transtorno bipolar; outros transtornos mentais (pergunta aberta) Q-25b-Anos transcorridos em tratamento parta: Ansiedade; depressâo; esquizofrenia; transtorno bipolar; outros transtornos mentais (pergunta aberta). Q-25c-Tratamento para cada um dos seguintes transtornos: Ansiedade; depressâo; esquizofrenia; transtorno bipolar; outros transtornos mentais (pergunta aberta). Q-26-Tipo de tratamento que o(a) paciente está recebendo neste Centro: Medicamentoso; Psicoterapia; Terapia de Grupo; Grupos de Apóio; Terapia Familiar; Aconselhamento; COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 53 Meditação; Auto-ajuda; Yoga. Q-26a-Medicamentos que o paciente está recebendo no momento. Inclui “não sei” Q-16-Forma de acesso a este Centrod e Tratamento Q-17-Número de vezes que foi tratado(a) para álcool e drogas Q-18-Tipo de tratamento recebido antes do atual Q-19-a-Primeira substância (de três) pela qual está recebendo tratamento Q-19-b-Segunda substância (de três) pela qual está recebendo tratamento Q-19-c-Terceira substância (de três) pela qual está recebendo tratamento Q-20-Via de administração mais comum da primeira substância mencionada acima Q-21a-Idade à qual o(a) participante começou a utilizar a primeira substância mencionada acima Q-21b- Idade à qual o(a) participante começou a utilizar bebida alcoólica Q-21c- Idade à qual o(a) participante começou a utilizar outras drogas Q-22-Consumo de álcool ou drogas nos 30 dias antes do começo deste tratamento GÊNERO Q-6-Gênero IDADE Q-7a Data de nascimento Q-7b Idade FATORES FAMILIARES DISFUNÇÃO FAMILIAR Escala de “quase sempre” a “quase nunca” (escore de 2 a 0) Q-32a- está satisfeito(a) de poder recorrer à família quando tem problemas; Q32-b- está satisfeito(a) com a maneira como a família fala sobre os problemas e compartilha as questões; Q32-c- está satisfeito(a) com a amneira como a família aceita e apóia os desejos de realizar mudanças; Q32d- está satisfeito(a) com a maneira como a família expressa afeto e reage a sentimentos de raiva,tristeza,amor; Q32-e- está satisfeito(a) com a maneira como a família passa o tempo junto. ESTRUTURA FAMILIAR Q-11-Com quem viveu nos últimos 30 dias Q-12-Com quem vive atualmente FATORES SÓCIO-CULTURAIS E POLÍTICOS Q-1- País Q-2-Cidade Q-8-Cidade onde reside Q-9-Nacionalidade ESTADO CIVIL Q-13-Estado civil COR / ETNIA Q-10-Raça – cor – grupo étnico (cetgorias do IBGE) ESCOLARIDADE Q-14-a- Sabe ler Q-14-b- Sabe escrever Q-14-c- Nível de escolaridade SITUAÇÃO DE EMPREGO Q-15-a-Status de emprego nos últimos 30 dias RENDA Q-15-b-Renda pessoal mensal ($R) SERVIÇO DE SAÚDE (CENTROS DE TRATAMENTO) COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 54 Q-4-Centro de Tratamento Q-5a-Tipo de centro de tratamento Q-5-b-Tipo de assistência recebida neste centro Ambulatorial; Internação / Residencial; Unidade de assistência – dia; outros. Q-27-Grau de satisfação com o tratamento Q-28-Coisas que o(a) paciente mais gostou do tratamento atual. Q-29- Coisas que o(a) paciente não gostou do tratamento atual. Q-30- Coisas que o(a) paciente gostaria de mudar do tratamento atual. PROBLEMAS LEGALES (POLICIALES E JUDICIALES) Q-23a-Antecedentes de problemas legais relacionados com a droga ou álcool na vida. Q-23b- Antecedentes de problemas legais relacionados com a droga ou álcool no último ano. Q-23c- Número de vezes que a pessoa teve problemas legais relacionados com a droga ou álcool no último ano. Variável de Desfecho / Variável Dependente O evento de interesse mais importante é a presence ou ausência de Sofrimento Psíquico, que se encontra documentado da questão Q-31a à Q-31j que correspondem ao Instrumento K-10. Os resultados do escore serão recodificados em termos de Sofrimento Psíquico “alto” e “muito alto”, para, a partir do dado dicotomizado, se proceder ao cálculo da prevalência. Outras Variáveis e Fatores Associados Outras variáveis e possíveis fatores associados (variáveis independentes) se encontram no Quadro 5. Encontram-se agrupadas em variáveis sócio –demográficas e econômicas (grosso modo, correspondem às primeiras 15 questões), variáveis relacionadas com o problema das drogas (anos de tratamento, a substância pela qual o paciente se enconbtra no tratamento atual, consumo atual – questões Q16 a Q22); problemas legais (Q-23a,b,c); diagnósticos e tratamentos prévios para ttranstornos mentais (Q24 a Q26); grau de satisfalçao com o tratamento (Q27 a Q30) e Disfunção Familiar percebida (grupo Q32). Entrada de Dados COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 55 Será utilizado o programa Epi Info versão 3.5.1 (CDC, 2008) de domínio públicopara entrada e análise dos dados. Em cada local, um membro da equipe de pesquisa sera treinado para a entrada e manuseio dos dados. As análises de consistência e limpeza do banco serão realizadas antes da análise preliminar da situação local. Os países participantes enviarão seus bancos à CICAD para análise geral. Análise dos Dados Para análise preliminar dos dados, serão calculadas as medidas de tendência central e dispersão das variáveis numéricas bem como as proporções das variáveis categóricas. Para determinar as diferenças na prevalência de Sofrimento Psíquico entre as diversas categorias de variáveis independentes, serão calculadas as razões brutas de prevalências e de chances (Prevalence Ratio e Odds Ratio). Na seqüência, serão calculados os Intervalos de Confiança de 95% dessas medidas de efeito. A significância das respectivas associações será aferida utilizando os testes Chi-quadrado e Teste Exato de Fisher para proporções, considerando um nível de significância de p<0.05. Possíveis modificações de efeito e confundimento entre as variáveis serão efeitos serão dimensionados mediante análise de estratificação e posteriormente obtidas as medidas ajustadas por meio de métodos multivariados (regressão logística). Para análise de das variáveis numéricas, diferenças entre as médias (e.g., entre os escores de Sofrimento Psíquico nas categorias de uma dada variável categórica), serão testadas. Com esse propósito, será levada em consideração o tipo de distribuição das variáveis para determinar a adequação dos testes, sejam eles paramêtricos (Student’s T Test, ANOVA para comparação de variáveis depois da verificação de homogeneidade das variâncias) ou não paramêtricos (KruskalWallis; mais adequados para distribuição não normal). A significância das diferenças será avaliada no nível de p<0.05. Teste Piloto do Instrumento COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 56 Em cada local de estudo, os pesquisadores conduzirão um estudo teste piloto do instrumento. Cada pesquisador escolherá um centro semelhante ao de estudo e distribuirá 10 questionários para auto-preenchimento e também farão entrevistas. Os dados serão utilizados para identificar dificuldades, modificar e melhorar a redação de perguntas no questionário. Limitações As limitações desta pesquisa estão relacionadas com três aspectos: o primeiro está relacionado com o tipo de estudo transversal. É provável que haja viéses de prevalência ou de sobrevivência devido ao fato de que em um estudo de corte seccional, apenas são coletados dados de um momento na vida dos participantes. Como conseqüência, perde-se a visão mais dinâmica dos eventos de vida tais como migração, morte e incidência de outras doenças. A falta de acompanhamento dos participantes impede uma percepção clara da seqüência dos eventos (tanto de exposições como de outras variáveis de efeito) limitando inferências de causa-efeito. Uma outra limitação está relacionada com a seleção dos locais de estudo, cujas características podem variar de acordo com a estrutura e organização dos serviços de saúde. Portanto, é provável que haja viéses de referência bem como diversas situações de acesso aos serviços que limitam a capacidade de generalizar os resultados para a população-alvo com abuso / dependência. Uma outra limitação que pode ser antecipada deste estudo decorre do uso de um questionário auto-administrado como meio de coleta de dados. Ao tenpo que a opção por esse método de coleta de dados assegura maior confidencialidade e rapidez no trabalho de campo,é provável que haja uma proporção maior de dados faltantes Este efeito pode dser minimizado pela ajuda proporcionada pelosassistentes de pesquisa. A occorência de dados faltantes pode ser mais freqüênte entre participantes com dificuldades para preencher o questionário devido a baixa escolaridade, ou a falta de familiaridade com este tipo de pesquisa. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 57 Considerações Éticas A aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) será obtida antes do começo da mesma. Serão obtidos os pareceres em três instâncias: (1) no exterior, no Research Ethics Board (REB) do Centro de Adições e Saúde Mental do Canadá (Centre for Addiction and Mental Health - CAMH), filiado à Universidade de Toronto (Ontário - Canadá), que é a instituição parceira internacional; (2) no nível federal, da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Saúde (CNS); e, (3) dos CEPs locais na Fundação de Ensino em Ciências da Saúde do Distrito Federal (FEPECS) e no Instituto dePsiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Cada participante da pesquisa sera informado sobre o fato da sua participação na pesquisa ser voluntária; que não haverá incentives ou benefícios diretos associados à sua participalçao; que se por ventura houver algum risco, o mesmo sera mínimo; que seu tratamento no centro de atenção não sera afetado de nenhuma maneira pelo envolvimento na pesquisa e que a não participação também não terá nada a ver com o tratamento; que os prontuários não serão investigados para se obter dados do estudo ou com qualquer outro propósito; que a informação obtida deste estudo não será repassada a prontuários ou quaisquer meios de registro do centro de tratamento; e que o(a) participante tem a opçãode recusar a participação ou de abandonar sua participação a qualquer momento. Para assegurar confidencialidade e anonimato, a entrevista com os participantes será conduzida em uma sala em que a privacidade seja garantida dentro do centro de tratamento. Cada participante deve assinar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) que será separado dos questionários que serão numerados de maneira seqüencial. O TCLE é um requerimento tanto das instâncias que regulam a ética na pesquisa como dos governos da maioria dos países participantes como salva-guarda do bem-estar e dos direitos dos pacientes participantes. O TCLE sera assinado também pelo pesquisador presente no campo. Depois de COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 58 concordar com a participação, cada participantes receberá uma cópia do TCLE, que contém os contatos com o(a) ivestigador(a) principal, um membro do corpo docente da universidade local, um membro dos orientadores (tutores) do CAMH bem como do diretor do Comitê de Ética (REB) dessa instituição. Tais informações devem ser disponibilizadas em caso de houver quaisquer dúvidas ou preocupações. Deve ser apontado que em caso do(a) participantes ter dificuldades lendo ou tentando entender o TCLE, o pesquisador principal ou o assistente de pesquisa poderão assitir essa leitura e esclarecer as dúvidas. Com o propósito de assegirar o anonimato da participação, os nomes de participantes não serão revelados. Cada questionário sera numerado seqüencialmente e esse código de identificação não terá ligação nenhuma com o TCLE. A versão eletrônica (banco de dados) dos dados coletados do estudo será gravada em arquivos sem acesso aos usuários dos computadores e mantido com axcesso restrito a uma senha impedindo que qualquer pessoa não ligada à pesquisa os abra. Tanto os formulários em papel como as cópias de software serão arquivados por cinco a sete anos dependendo da legislação do país ou das diretrizes das instâncias reguladoras de Ética em Pesquisa. No Brasil, tais medidas estarão de acordo com a Resolução 097 de 1997. Depois desse periodo, os questionários serão cuidadosamente destruídos por incineração. Dada a natureza deste estudo, onde é necessária a entrada dos pesquisadores em centros de tratamento para abuso / dependência de álcool ou drogas, quer sejam governamentais ou não, a assistência de professionais de saúde desses centros deve estar disponível em caso de necessidade. Porém, os professionais diretamente envolvidos no tratamento não terão participação na seleção dos pacientes além do simples direcionamento e também não terão acesso aos dados coletados. Portanto, o papel desses profissionais estará limitado a proporcionar minima informação necessária para sensibilizar potenciais candidatos à participação na pesquisa, a orientar os assistentes de pesquisa dentro dos centros, e também a atuar em qualquer assistência que o paciente demande caso haja algum estresse decorrente da participação. No entanto, é COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 59 relevante frisar que os riscos esperados advindos da participação neste estudo sejam mínimos ou mesmo não existentes. Os(as) assistentes de pesquisa serão treinados e em todo momento estarão sob a supervisão dos profissionais em cada centro de tratamento. Eles(as) estarão também sob a direção e supervisão direta do pesquisador principal que, quando não puder estar presente na atividade, poderá realizar visitas em diversos momentos para monitorar o controle de qualidade da coleta de dados. Cada assistente de pesquisa assinará um termo de confidencialidade prévio ao seu engajamento no estudo. Os questionários, enquanto durar a fase de coleta de dados, serão mantidos em armários com fechadura e chave e transportados com cuidado em pastas quepossam ser fechadas ao local selecionado pelo(a) pesquisador(a) principal. Os(as) assistentes de pesquisa participarão de reuniões semanais com o(a) pesquisador(a) principal de cada local de modo a monitorar o progresso do trabalho de campo. Plano de Disseminação de Dados e Intercâmbio de Informações da Pesquisa Os pesquisadores definem Disseminação de Conhecimento / Informações (Knowledge Transfer - KT) como um processo pelo qual o conhecimento, expertise e habilidades adquiridas em pesquisa são comunicados a outros. Este processo sera levado a cabo entre os oito países participantes no Programa de Pesquisa da CICAD para 2009, suas universidades afiliadas, serviços de saúde e as respectivas comunidades. O processo de comunicação dos resultados deve aumentar a qualidade da assistência dos centros de tratamento, a efetividade dos serviços públicos de saúde mental bem como a própria política sde saúde e indiretamente, a qualidade de vida dos(as) pacientes que apfresentam comorbidade. Tal definição abrange os quarto tipos de conhecimento que seriam produzidos nesta pesquisa: (a) conhecimento a ser divulgado em veículos de comunicação científica (periódicos e eventos científicos); (b) conhecimento a ser divulgado a uma audiência mais ampla, i.e., à COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 60 comunidade em geral; (c) conhecimento sobre os métodos de pesquisa ('know-how'); e, (d) informalçao útil para outros pesquisadores tal como as modificações realizadas em questionários usados paar coleta de dados. A transferência de conhecimento sera realizada mediante ações que envolvem vários âmbitos de divulgação: (a) as universidades participantes (reuniões, seminários, seminários e conferências, papers acadêmicos; (b) eventos científicos nacionais e internacionais (pósters e apresentações em conferências, mesas redondas, páneis etc...); (c) gestores em saúde públic (rteuniões, apresentações, relatório); (d) publicações dos meios de comunicação (entrevistas em rádio, televisão; entrevistas e outras publicações em jornais e revistas); (e) serviõ de saúde (apresentação dos fresultados aos profissionais de saúde e coordenadores do(s) centro(s) de tratamento. References Allerton, M., Champion, U. et all. (2003). 2003 NSW Young People in Custody Health Survey. Key Findings Report. Australia: NSW Department of Juvenile Justice. American Psychiatric Association (2000). Diagnostic and statistical manual of mental disorders. (4th ed., text rev.).Washington, DC. American Psychiatric Publishing, Inc. Andrews, G. & Slade, T. (2001). Interpreting scores on the Kessler Psychological Distress Scale (K10). Australian and New Zealand. Journal of Public Health, 25(6): 494-497. Austarlian Bureau of Statics (2001). Use of the Kessler Psychological Distress Scale in ABS Health and Wellbeing Survey, Psychological distress in the Western Australian population. Australia, 1997 and 2001. Retrieved June 25 2009, from www.abs.gov.au/ausstats/[email protected]/.../4817.0.55.001. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 61 Brady, S., Hiam, C. M., Saemann, R., Humbert, L., Fleming, M. & Dawkins-Brickhouse, K. (1996). Dual diagnosis: A treatment model for substance abuse and major mental illness. Community Mental Health Journal. 32. (6), 573 -578. Brady, K. & Randall, C. (1999). Gender differences in substance use disorders psychiatric. Clinics of North America, Volume 22, Issue 2, 241-252 Burnan, M.A. & Watikins, k. E. (2006). Substance Abuse with mental disorders: specialized public systems and integrated care. Health Affairs, 25, no. 3: 648-658 Carey, K. (1996). Substance use reduction in the context of outpatient psychiatric treatment: A collaborative, motivational, harm reduction approach. Community Mental Health Journal. 32. (3), 291 -306. Carlini, E. A., Galduróz, J.C., Noto, A. R. &, Nappo, S.A. (2002). First dwelling survey on psychotropic drug use in Brazil: a survey involving 107 major municipalities 2001. Brasilia: Brazilian Secretariat Anti-Drugs. Central Intelligence Agency. (2009). The world fact book: Jamaica. Retrieved June 22, 2009, from www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/JM.html Clark, R.E. (2001). Family support and substance use outcomes for persons with mental illness and substance use disorders. Schizophrenia Bulletin; 27(1):93-101. Colin, C. (2006). Substance abuse issues and public policy in Canada: Canada’s federal drug strategy. Retrieved June 25, 2009, from www.parl.gc.ca/information/library/PRBpubs//prb0615-e.html Comisión Interamericana para el Control del Abuso de Drogas (CICAD). (2004). Informe comparativo 7 países, encuestas escolares a nivel nacional: El Salvador, Guatemala, Nicaragua, Panamá, Paraguay, República Dominicana y Uruguay. OEA/CICAD/OID/SIDUC COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 62 Comisión Internacional para el control del abuso de drogas (2008). Noticias del Observador. Cuarto Trimestre. Número 4. Año 2. Retrieved from http://www. cicad.oas.org. Comisión Contra las Adicciones y Tráfico Ilícito de Drogas (SICCATID). Seccion Asuntos Narcoticos (NAS). (2003). National research of psychological deregulation and the relation with drug consumption in Guatemalan adolescents. Embajada de los Estados Unidos de America en Guatemala. 60. Consejo Nacional para el Control de Estupefacientes. (CONACE). ( 2004). Minuta sobre la realidad de Paraguay y su relación con Chile en materia de drogas. Septiembre, Santiago, Chile. Conway, K.P., Compton W., Stinson, F.S. & Grant, B.F. (2006). Lifetime comorbidity of DSMIV mood and anxiety disorders and specific drug use disorders: results from the National Epidemiologic Survey on Alcohol and Related Conditions. J Clin Psychiatry.;67:247-257. Dalex, D. C. & Moss, H. B. (2002). Dual Disorders. Counseling Clients with Chemical Dependency and mental Illness. Hazelden Foundation Center, City of Minnesota, 3a Edition (pags161-170, and 233-275). De La Haye, W. (2008). Dual diagnosis. Retrieved June 22, 2009, from http://www.cicad.oas.org/reduccion_demanda/esp/pp-eng.pdf De la Revilla L. (1988). Conceptos e instrumentos de intervención familiar. Una perspectiva desde la atención primaria. Barcelona, España: Doyma. Dixon, L., McNary, S. & Lehman, A. (1995). Substance abuse and family relationships of persons with severe mental illness. American Psychiatric Association; 152: 456-45. Drake, R., McLaughlin, P., Pepper, B. & Minkoff, K. (1991). Dual diagnosis of major mental illness and substance disorder: An overview. New Directions for Mental Health Services, 50 Summer, 3 - 11. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 63 Drake, R, Mueser, K. T, Brunette, M. & McHugo, G. J. (2004). A review of treatments for people with severe mental illnesses and co-occurring substance use disorders. Psychiatric Rehabilitation Journal. Volume 27, Number 4 / Spring 2004- 360-274. Drake, R., Mueser, K., Clark, R., & Wallach, M. (1996). The course, treatment, and outcome of substance disorder in persons with severe mental illness. American Journal of Orthopsychiatry, 66. (1), 42 -51. Eldermire-Shearer, D. (2004). Jamaica intra II findings. Retrieved June 18, 2009, from www.who.int/ageing/projects/intra/phase_two/alc_intra2_finalreport_ jamaica.pdf. Evans, K. & Sullivan, J. M. (2001).Dual Diagnosis. Counseling the Mentally III Substance abuser. The Guilford Press. United States of America.(pags 99 -108; 115 – 117). Francis, P. (2007). More need for mental health care. The Jamaica Gleaner. Retrieved June 22, 2009, from www.jamaica-gleaner.com/gleaner/20071010/lead/lead5.html Grant, B. F. (1997). The influence of comorbid major depression and substance use disorders on alcohol and drug treatment: results of a national survey. In: National Institute on Drug Abuse (NIDA). Treatment of Drug-Dependent Individuals with Comorbid Mental Disorders. NIH, Rockville. Helpguide.org. (2009). Drug abuse and addiction: signs, symptoms, effects and what you can do. Retrieved June 22, 2009 from www.helpguide.org/mental/drug_substance _addiction_signs_effects_treatment.htm. Hersh D.F., Modesto-Lowe, V. (1998). Drug abuse and mood disorders. Henry BK, Bruce J, Rounsaville MD, editors. Dual Diagnosis and treatment New York: New York: Marcel Dekker, Inc.; p. 177-201. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 64 Hides, L., Lubman, D. L., Devlin H., Cotton, S., Aitken, C., Gibbie, T., et al. (2007). Reliability and validity of the Kessler 10 and Patient Health Questionnaire among injecting drug users Australian and New Zealand. Journal of Psychiatry, 1440-1614, Volume 41, Issue 2, Pages 166 – 168. Instituto Nacional de Estadística.(2008) Uruguay en cifras 2008. Retrieved from: http://www.ine.gub.uy/biblioteca/uruguayencifras2008/Uruguay%20en%20cifras%202008 International Narcotics Control Board (2003). Annual Report. United Nations, New York. Retrieved from http://www.incb.org/pdf/s/ar/2003/incb_report_2003_3_es.pdf Junta nacional de Drogas. Observatório Nacional de Drogas. Organización de Estados Americanos. Comisión Interamericana para el Control del Abuso de Drogas. (2006). Cuarta Encuesta Nacional en Hogares sobre Consumo de Drogas. Uruguay. Retrieved from:http://www.infodrogas.gub.uy/html/informesdocumentos/docs/Presentacion_4a_En cuesta_HogaresDrogas.pdf. Kelk, NJ, Luscombe, GM, Medlow, S, Hickie, IB (2009) Courting the blues: Attitudes towards depression in Australian law students and lawyers, BMRI Monograph 2009-1, Sydney: Brain & Mind Research Institute. Kenny, D.T. and Nelson, P. K. (2008). Young Offenders on Community Orders: Health, Welfare and Criminogenic Needs. Sydney, Australia: Sydney University Press. Kessler, R.C., (1995). Epidemiology of psychiatric comorbidity. In: Tsuang MT, Tohen M, Zahner GEP, New York, eds. Psychiatric Epidemiology. Ann Arbor, Mich: Wiley-Liss, 179-197. Kessler, R.C., Andrews, G., Colpe, L.J., Hiripi, E., Mroczek, D.K., Normand, S.L.T., et al. (2002). Short screening scales to monitor population prevalances and trends in nonspecific psychological distress. Psychological Medicine, 32: 959-976. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 65 Kessler R. C, Nelson C.B., McGonagle K.A., et al. (1996). The epidemiology of co-occurring addictive and mental disorders: implications for prevention and service utilization. Am J Orthopsychiatry. 66:17-31. Kilkkinen, A. Kao-Philpot,A, et all.(2007) Prevalence of psychological distress, anxiety and depression in rural communities in Australia. Australian Journal of Rural HealthVolume 15 Issue 2, Pages 114 – 119. Kohn, R., Levav, I., Almeida, J. M., Vicente, B., Andrade, L., Caraveo-Anduaga, J. et al. (2005). Los trastornos mentales en América Latina y el Caribe: asunto prioritario para la salud pública. Rev Panam Salud Publica. vol.18, n.4-5. pp. 229-240. Kranzler H.R., Mason B. & Modesto-Lowe V. (1998). Prevalence, diagnosis, and treatment of comorbid mood disorders and alcoholism. In: Kranzler HR and Rounsaville B. eds. Dual Diagnosis and Treatment. New York: Marcel Dekker, Inc. 107-36. López L, González L, Pacheco L. (2006). Prevalencia del consumo de Bebidas Alcohólicas en estudiantes de colegios de Asunción. Anales de la Facultad de Ciencias Médicas v.38 n.3 Asunción. Lotufo-Neto F., & Gentil, V. (1994). Alcoholism and phobic anxiety--a clinical-demographic comparison. Addiction; 89(4):447-53. Mecanismo de Evaluación Multilateral. (2006). Brasil: Evaluación del Progreso de Control de Drogas 2005-2006. Organización de los Estados Americanos –OEA & Comisión Interamericana para el Control del Abuso de Drogas-CICAD Mecanismo de Evaluación Multilateral (MEM) (2004). Evaluación del progreso de control de drogas 2003-2004. Chile. Grupo de expertos gubernamentales (GEG). Organización de los Estados Americanos (OEA). Comisión Interamericana para el Control del Abuso de Drogas (CICAD) COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 66 Mecanismo de Evaluación Multilateral. (2006). Guatemala: Evaluación del Progreso de Control de Drogas 2005-2006. Organización de los Estados Americanos –OEA & Comisión Interamericana para el Control del Abuso de Drogas-CICAD Mecanismo de Evaluación Multilateral. (2006). Guatemala: Evaluación del Progreso de Control de Drogas 2005-2006. Organización de los Estados Americanos –OEA & Comisión Interamericana para el Control del Abuso de Drogas-CICAD Mecanismo de Evaluación Multilateral. (2006). Nicaragua: Evaluación del Progreso de Control de Drogas 2005-2006. Organización de los Estados Americanos –OEA & Comisión Interamericana para el Control del Abuso de Drogas-CICAD Mecanismo de Evaluación Multilateral. (2006). Panama: Evaluación del Progreso de Control de Drogas 2005-2006. Organización de los Estados Americanos –OEA & Comisión Interamericana para el Control del Abuso de Drogas-CICAD Mecanismo de Evaluación Multilateral. (2006). Paraguay: Evaluación del Progreso de Control de Drogas 2005-2006. Organización de los Estados Americanos –OEA & Comisión Interamericana para el Control del Abuso de Drogas-CICAD Mecanismo de Evaluación Multilateral. (2006). Uruguay: Evaluación del Progreso de Control de Drogas 2005-2006. Organización de los Estados Americanos –OEA & Comisión Interamericana para el Control del Abuso de Drogas-CICAD Míguez, H., Pecci, M.C., Garrizosa, A. (1992). Estudio de hábitos tóxicos en Paraguay. Acta Psiquiátrica y Psicológica de América latina. Vol. 38 (1), 19-29. Ministerio del Interior (2008). Octavo Estudio Nacional de Drogas en Población General de Chile. Retrieved from www.conace.cl/.../OctavoEstudioDrogas2008_Region Metropolitana.pdf Ministry of Public Health. National Drugs Commit. (2007). National Program for care persons with drug use problems. Montevideo. Uruguay. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 67 Minkoff, K. (1989). An integrated treatment model for dual diagnosis of psychosis and addiction. Hospital and Community Psychiatry. 40. (10), 1031 -1036. Minkoff, K. (1991). Program components of a comprehensive integrated care system for serious mentally ill patients with substance disorders. New Directions for Mental Health Services CICAD-CAMH GROUP PROPOSAL 2009 REVISED50, Summer, 13 -27. Multilateral Evaluation Mechanism. (2006). Jamaica: evaluation of progress in drug control 2005-2006. USA: Organization of American States, Inter-American Drug Abuse Control Commission. National Drug Observatory. National Drugs Commit. (2007). First census in Montevideo of Treatment Centers and Users in Treatment. Montevideo. Uruguay. National Institute on Drug Abuse. (2007). Trends in drug abuse. Retrieved June 25, 2009, from http://www.nida.nih.gov/about/welcome/aboutdrugabuse/trends/ National Institute on Drug Abuse. (2009). Comorbid drug abuse and mental illness: a research update from the national institute on drug abuse. USA: National Institute of Health, U.S. Department of Health and Human Services. National Survey on Drug Use and Health. (2003). SAMHSA’s latest national survey on drug use and health. Retrieved June 25, 2009, Retrieved from http://www.oas.samhsa.gov.nsduhLatest.htm Organización Panamericana de la Salud/Organización Mundial de la Salud. (2006). Informe WHO-AIMS sobre el Sistema de Salud Mental en Paraguay. Oficina Regional de la OMS para las Américas. Osher, F. & Kofoed, L. (1989). Treatment of patients with psychiatric and psychoactive substance abuse disorders. Hospital and Community Psychiatry, 40, (10), 1025 -1030. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 68 Osher, F. & Drake, R. (1996). Reversing a history ofun-mett needs: Approaches to care for persons with co-occurring addictive and mental disorders. American Journal of Orthopsychiatry, 66 (1), 4-11. Ours, J. C. V., & Williams, J. (2009). Cannabis use and mental health problems. Discussion Paper. Tilburg University Ed. Australia. Pan American Health Organization. (1986). Drug use in Latin America and the Caribbean. Epidemological Bulletin, Vol.7, No.2. Retrieved June 25, 2009, from http://www.paho.org/english/dd/ais/EB_v7n2.pdf Pepper, B. (1991). Overview: Mentally ill alcohol and substance abusers. The Journal of the California Alliance for the Mentally Ill, 2, (2), 2 -4 Pratt L, Dey A, & Cohen A. (2007). Characteristics of Adults with Serious Psychological Distress as Measured by the K6 Scale: United States, 2001–04. Advance data from vital and health statics, 383. Retrieve from: www.cdc.gov/nchs/data/ad/ad382.pdf Regier, D., Farmer, M., Rae, D., Locke, B., Keith, S., Judd, L., & Goodwin, F. (1990). Comorbidity of mental disorders with alcohol and other drug abuse: Results from the epidemiologic catchment area (ECA) study. Journal of the American Medical Association. 264. (19),2511 -2518. Ridgely, M.S. (1991). Creating integrated programs for severely mentally ill persons with substance disorders. New Directions for Mental Health Services. SO. Summer, 29 -41. Revilla L. (1988). Conceptos e instrumentos de intervención familiar.. Una perspectiva desde la atención primaria. Barcelona: Doyma. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 69 Rush, B. R., Castel, S., Brands, B., & Toneatto, T. (June, 2008). Validation and comparison of screening tools for mental disorders in sustance abusers. Presented to the 2008 annual meeting of the College on Problems of Drug Dependence, San Juan, Pueto Rico. Rush, B. (2008). Editorial. International Journal of Mental Health & Addiction, 6(1), January 2008. 1-7. Sabin, M., Sabin, K., Yong Kin, H., Vergara, M. & Varese L. (2006). The mental health status of Mayan refugees after repatriation to Guatemala. Panamerican Journal of Public Health. Vol 19(3) Marzo / March 2006 163-171.Retrieved from http://journal.paho.org/?a_ID=350 Sacks, S. (2008). Brief overview of screening and assessment for co-occurring disorders. International Journal of Mental Health & Addiction, 6(1), 7-19. Skinner, W. J. W. (2005). Treating Concurrent Disorders a Guide for Counselors. CAMH Centre for addiction and Mental Health. Canada. Saraceno, B., Saxena, S., Caraveo – Adnurga, J., Khon, R., Levav, I. & Caldas de Almeida, M. (2005). Los trastornos mentales en America Latina y el Caribe: asunto prioritario para la Salud Publica. PAHO Journal, 18: 229 – 240. Retrieved from: http: //journal.paho.org/?a_ID151&catID. Saunders, D. & Daly, A. (2000). Collaborative Health and Wellbeing Survey: Psychological distress in the Western Australian population. Health Department of Western Australia, June 2001. Schuckit, M.A., Monteiro, M.G. (1988) Alcoholism, anxiety and depression. Br J Addiction 83:1373-80. GA, Gordon JR. Relapse prevention. New York: Guilford Press; 1985. Shehane, E., Jacobson, J. & Iguchi, M. Un Estudio para Identificar Comportamientos de Riesgo y Necesidades de Prevención de VIH/SIDA en Centros de Tratamiento de Drogadicción COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 70 en la Ciudad de Guatemala y San Salvador. Retrieved from http://www.drpapmspas.gob.gt/drupal/files/VIH_UDI_Esp_6ago08_limpio.pdf</ span> Silveira, J.(1999). Co-morbidade psiquiátrica em dependentes de substâncias psicoativas: resultados preliminares. Rev. Bras. Psiquiatr. vol. 21 n.3 São Paulo. Skinner, W. J. W, Grady, C. P. Bartha, C. & Parker, C. (2004). Concurrent Substance Use and Mental Health Disorders: An Information Guide. Toronto. CAMH Publications. Smilkstein, G. (1978). The Family APGAR: A proposal for family function test and its use by physicians. Journal of Family Practice, 6(6), 1231-1239. Smilkstein, G., Ashworth, C., & Montano, D. (1982). Validity and reliability of the Family APGAR as a test of family function. Journal of Family Practice, 15, 303-311. The National Council on Drug Abuse (2008). NCDA/EPI-SIDUC Summary 2004-2008. National council on Drug Abuse, Jamaica. The National Council on Drug Abuse (2001). National household survey of drug use and abuse in Jamaica. National council on Drug Abuse, Jamaica. Townsend, A., Biegel, D., Ishler, K., Wieder, B. & Rini, A., (2006). Families of persons with substance use and mental disorders: a literature review and conceptual framework. Family Relations Volume 55 Issue 4, Pages 473 – 486. United Nations Development Programme. (October 2008). Strategy of Cooperation of PAHO/WHO in Nicaragua 2004-2008. Health and Development in Nicaragua: Demographic characterization. Evaluation Office. United Nations Office for Drug Control and Crime Prevention (2000). Demand reduction: a glossary of terms. New York. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 71 Urbanoski, K. A., Rush, B. R., Wild, C. T., Bassani, D. G., Castel, S. (2007). Use of Mental Health Care Services by Canadians With Co-occurring Substance Dependende and Mental Disorders. Psychiatric Services. July 2007 Vol. 58 No. 7, 962-969. Vidal, R. (2001). Conflicto psíquico y estructura familiar. Sistemas abiertos. Ed.Psicolibros. Montevideo. Uruguay. Watkins,T.R., Lewellen, A. & Barret, M. (2001). Issues and problems with dual diagnosis. In: Dual diagnosis: An integrated approach to treatment. Thousand Oak: Sage Publications, p. 11-24. WHO (1992). The use of essential drugs. Technical report. Geneva, 825: 13. WHO (2001). World Health Day. Retrieved from: http://www.emro.who.int/mnh/whd/PublicInformation-Part6.htm. World Health Organization. (2004). WHO global status report on alcohol. Retrieved on June 18, 2009, from www.who.int/substance abuse/publications/en/jamaica.pdf. World Health Organization (WHO). (2005). Guatemala. Menthal Heatlh Atlas. Washington, EE:UU. Retrieved from http://www.who.int/mental_health/evidence/mhatlas05/en/index.html. Zaleski, M., Ramos, R., Petta, A., Ratto, L., Romano, M., Nastasy, H., et al. (2006). Diretrizes da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (ABEAD) para o diagnóstico e tratamento de comorbidades psiquiátricas e dependência de álcool e outras substâncias. Rev. Bras. Psiquiatr. vol.28, n.2, pp. 142-148. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 72 Zimmerman, M. (2008). To Screen or Not to Screen: Conceptual Issues in Screening for Psychiatric Disorders in Psychiatric Patients with a Focus on the Performance of the Psychiatric Diagnostic Screening. International Journal of Mental Health & Addiction, 6(1), January 53-63. Manual do Projeto de Investigação: ESTUDO MULTICÊNTRICO DE COMORBIDADE ENTRE SOFRIMENTO PSÍQUICO E ABUSO DE DROGAS EM PACIENTES DE CENTROS DE TRATAMENTO EM SETE PAÍSES DA AMERICA LATINA E UM DO CARIBE: IMPLICAÇÕES PARA AS POLÍTICAS E PROGRAMAS DE SAÚDE. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS ÍNDICE Conteúdo Página PROPÓSITO DO MANUAL ............................................................................................. 4 I. INDICAÇÕES GERAIS ................................................................................................. 5 A. Pesquisadores Principais ............................................................................................... 5 B. Pesquisadores Assistentes .............................................................................................. 6 II. INÍCIO DA COLETA DE DADOS .............................................................................. 8 - Seleção dos Participantes ............................................................................................... 8 - Apresentação do Projeto de Pesquisa aos Participantes ............................................. 8 III. CONSENTIMENTO INFORMADO PARA PARTICIPAÇÃO NA PESQUISA.... 11 - Apresentação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo4).................. 11 IV. DEFINIÇÃO DE TERMOS ........................................................................................ 14 V. APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS........................................................................ 18 - Passos para aplicação dos instrumentos (Anexo A6)................................................ - Explicação de algumas perguntas dos Instrumentos............................................... - Codificação dos Pesquisadores Assistentes............................................................... - Finalização da Administração do Instrumento......................................................... 18 20 21 21 VI. CONSIDERAÇÕES GERAIS...................................................................................... 23 -Tempo de Duração do Preenchimento dos Instrumentos ......................................... 24 -Atenção às Necessidades e Diferenças Entre os Participantes................................... 24 -Considerações sobre o manejo de situações complexas ............................................ 25 VII. ENTRADA DA INFORMAÇÃO NA BASE DE DADOS……..……………............. 26 VIII. ANEXOS ........................................................................................................................28 A1- Acordo de Confidencialidade............................................................................28 A2- Diário de Campo .................................................................................................29 73 COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS A3- Registro da seleção da mostra ............................................................................30 A4- Termo de Consentimento Informado ................................................................31 A5- Guia de Segurança de Trabalho de Campo da Universidade de Toronto .....35 A6- Instrumentos .......................................................................................................36 A7- Códigos .................................................................................................................51 A8- Drogas Ilícitas ......................................................................................................60 74 COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 75 PROPÓSITO DO MANUAL Este manual contém instruções para os Pesquisadores Principais (P.P) e Pesquisadores Assistentes (PA), que estarão responsáveis pela coleta dos dados da pesquisa “Estudo multicêntrico de comorbidade entre sofrimento psíquico e abuso de drogas em pacientes em centros de tratamento em sete países da América Latina e um no Caribe: implicações para as políticas e programas de saúde”. Este estudo multicêntrico se refere á investigação que se realizará sobre o tema descrito anteriormente, em 8 países (Brasil, Chile, Guatemala, Nicarágua, Jamaica, Panamá, Paraguai e Uruguai) sob responsabilidade de um ou dois profissionais em cada lugar. Em cada país se coletará os dados segundo as indicações deste manual. Ao completar a mostra requerida, os dados serão enviados aos coordenadores e às autoridades da CICAD para realização das analises e relatórios finais. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 76 I. INDICAÇÕES GERAIS Tantos os PPs como os Ps deverão levar eem conta os dados abaixo indicados: A. Pesquisadores Principais (PPs) Os PPs são os investigadores responsáveis de cada pais tem as seguintes responsabilidades: 1- Informar e apresentar o protocolo de investigação às autoridades universitárias de cada país. 2- Solicitar a aprovação dos Comitês de Ética de acordo com a realidade de cada país. 3- Estabelecer contatos com as autoridades dos centros de tratamento para informalos sobre a pesquisa sob sua responsabilidade e solicitar formalmente a autorização para realizar a investigação. 4- Seleção dos pesquisadores assistentes. 5- O treinamento dos PA sobre os conceitos gerais de drogas, seu uso, manejo e aplicação dos instrumentos, dos códigos para entrada dos dados, uso do manual, e preenchimento dos formulários e relatórios. 6- Seleção dos participantes do estudo. 7- Reuniões periódicas do os PAs. 8- Supervisão da coleta dos dados do estudo. 9- Armazenamento dos documentos. 10- Envio dos dados do estudo a CICAD. 11- A elaboração do relatório final. 12- Apresentação do relatório às autoridades universitárias, aos centros de tratamento e Ministério da Saúde e cumprimento do plano de tranferencia de conhecimento. 13- Realizar publicações do estudo tanto em grupo como individualmente. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 77 14- Se necessário, realizar o estudo em outra cidade de seu país, além daquela já estabelecidade. Se isso acontecer, para fins de codificação os coordenadores deverão ser consultados sobre o número que identificaria a nova cidade. 15- Quando um participante se retirar do estudo guarde o questionário, anote no diário de campo esta situação e não anule o código sem alterar a sequencia. 16- O Pesquisador Principal deve guardar toda a informação relativa ao presente estudo em três cópias com o mesmo conteúdo, armazenadas de maneira a que sempre tenha a informação disponível, diante de qualquer situação imprevista. B. Pesquisadores Assistentes (P.As) Os pesquisadores assistentes são estudantes de graduação e pós-graduação que tenham sob sua responsabilidade: 1- firmar o acordo de confidencialidade (A1). 2- Responsabilizar-se pelo cumprimento de todos os passos indicados pelos PP e que o estudo requeira. 3- Assistir a capacitação proposta pelo PP. 4- Respeitar as normas do centro de tratamento. 5- O contato direto com os participantes demonstrando respeito e amabilidade com todas as pessoas do centro. 6- A aplicação dos intrumentos (A6) 7- Preencher os formulários e os anexos seguindo orientação. 8- Transporte do material do estudo e o seu armazenamento para a entrega ao PP. 9- Atender a situações complexas que eventualmente possam ocorrer com os participantes e referi-los aos profissionais do centro. 10- Entrada dos dados na base dos dados. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 78 Estas instruções serão seguidas pelos Pesquisadores Principais e pelos Pesquisadores Assistentes, para assegurar a uniformidade da administração dos protocolos de investigação. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 79 II. INÍCIO DA COLETA DE DADOS Antes de iniciar o trabalho de investigação os PAs deverão assinar o Documento de Acordo de Confidencialidade (Anexo A1) Os Pesquisadores deverão registrar no Diário de Campo os eventos que acontecerem durante o processo da aplicação dos Instrumentos (Anexo A2). - Seleção dos Participantes O diretor e os trabalhadores do centro de tratamento receberão informações gerais sobre a presente investigação com o fim de facilitar a informação dos usuários do centro onde se realizará esta investigação. O pessoal do centro colaborará auxiando na identificação dos prováveis participantes, a partir da consideração dos critérios de inclusão e exclusão. Será solicitado que os usuários interessados sejam encaminhados ao PAs, para que tenham informações adicionais. - Apresentando o Projeto de Pesquisa aos Participantes 1. Cumprimente o participante. 2. Informe ao participante de que se trata este projeto de investigação: " Este é um estudo sobre a presença de sofrimento psíquico entre as pessoas que tem problemas com drogas e álcool. Se você aceitar participar, será convidado a dar a sua opinião sobre esse assunto. Para isso serão feitas algumas perguntas sobre o seu problema de uso de drogas e alcool, outros problemas de saúde mental, e o seu tratamento." COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 80 3. Informe de forma clara aos participantes que os pesquisadores não têm nenhuma relação com o sistema judicial e que os dados da pesquisa serão utilizados apenas para os propósitos deste estudo e para nenhuma outra finalidade além dessa. 4. Termindo o processo de identificação das pessoas que são elegíveis ou não, registre esta etapa no "Formulário Registro de Seleção da Amostra" (Anexo A3). 5- Aos participantes elegíveis que estiverem de acordo em participar do estudo informa-se o que se segue abaixo: Como você soube desse estudo? Em seguida lhe dê algumas informações sobre o projeto de investigação: A sua participação neste estudo depende completamente de sua vontade, logo você tem o direito de aceitar participar ou não e ainda interromper a sua participação a qualquer momento sem nenhuma conseqüência para você. Você será convidado a responder um questionário com algumas perguntas com duração entre 30 a 45 minutos, e será acompanhado por um pesquisador. Antes de responder a este questionário, será lido um documento explicando o que é esta pesquisa e as consequencias que a sua participação pode ter. Se depois de lido você continuar de acordo em participar, pedirei que o assine. Este documento se chama Consentimento Livre e Esclarecido. Ele registra que você entendeu do que se trata a pesquisa, para que ela serve, quais as conseqüências de participar ou não; garante a você o direito de decidir COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 81 participar ou não por conta própria e sem pressão de ninguém, o direito de sair deste estudo a qualquer momento e que teve todas as suas dúvidas esclarecidas. Para que eu possa saber melhor como acompanhá-lo no preenchimento do questionário da pesquisa e na apresentação do documento no qual dará a sua autorização para participar, precisamos saber se você tem alguma dificuldade para ler ou escrever. Caso você tenha, por favor, me diga, para que eu possa ajudá-lo lendo o documento e o questionário para você. Informe ao participante que ele não receberá qualquer ajuda de custo por participar deste estudo. 6- É importante que você saiba que este questionário será respondido numa sala fechada e confortável. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 82 III. CONSENTIMENTO INFORMADO PARA PARTICIPAÇÃO NA PESQUISA - Apresentação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo A4) 1- Depois de seguir a orientação dada no item anterior - apresentação do projeto de pesquisa ao participante - entregue a ele (a) uma cópia do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. 2- Informe ao participante: "Antes de começar a responder o questionário deste estudo, eu preciso que você dê o seu consentimento para participar desta pesquisa. Aqui está o Consentimento Livre e Esclarecido, que é o documento sobre o qual te falei antes. Leremos este documento juntos para garantir que você entendeu sobre o que está dando o seu consentimento. Eu vou responder a qualquer pergunta que você tenha e depois que todas as suas dúvidas estiverem esclarecidas, se você concordar em participar, pedirei sua assinatura". 3- Para os participantes que podem ler: peça para a pessoa iniciar a leitura. Após a leitura de cada parágrafo certifique-se que ele entendeu pedindo para que explique o que foi lido. Se ele tiver dúvidas de compreensão, repita o que está escrito com palavras que ele possa entender. Certifique-se que ele entendeu sua explicação. Ao final, solicite novamente que a pessoa lhe diga de que se trata o Consentimento Livre e Esclarecido, pedindo para que destaque os pontos mais importantes do documento. Para os participantes que não podem ler: leia o documento em voz alta para o participante, de modo pausado. Após cada parágrafo, certifique-se que o participante entendeu o conteúdo pedindo para que ele compartilhe contigo a sua compreensão. Caso ele demonstre, com perguntas, silêncios ou observações equivocadas, que não compreendeu, explique o conteúdo COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 83 com palavras acessíveis ao seu nível cultural. Repita este procedimento para cada parágrafo. Assegure-se que o participante entendeu adequadamente todo o conteúdo do Termo de Consentimento, especialmente o que diz respeito a confidencialidade, segurança e as iniciativas de apoio que serão tomadas caso o participante tenha algum problema durante o preenchimento do questionário e necessite de ajuda. 4- Pergunte ao participante se ele tem qualquer dúvida. Responda as perguntas com o objetivo de esclarecê-las. Assegure-se de que o participante ficou satisfeito com as respostas dadas. Assegure ao participante que os aspectos relacionados à segurança e anonimato das informações serão tratados adequadamente. Faça referência ao Guia de Segurança do Trabalho de Campo da Universidade de Toronto (Anexo A5) e ao guia de sua universidade. 5. Verifique se o participante tem qualquer preocupação com a segurança da cópia que ficará com ele. Se ele expressar qualquer preocupação em relação ao risco de sua cópia ser vista por outros, você pode sugerir modos para proteger a privacidade da informação (por exemplo, não levando o Termo de Consentimento com ele ou guardando-o em lugar seguro). 6. Assegure-se que o participante assinou duas cópias do consentimento informado. Se o participante não está habilitado a escrever, garanta que ele possa colocar a sua impressão digital no documento. 7. O investigador escreverá a data o seu nome, e assinaturá, nos locais apropriados. A primeira parte do consentimento informado será entregue ao participante se ele quiser. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 84 8. Guarde a segunda cópia do consentimento informado, ou ambas, caso o participante não deseje leva-la consigo, num lugar seguro e separado do questionário. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 85 IV. DEFINIÇÃO DOS TERMOS. Para fins desta investigação as seguintes definições serão adotadas: Sofrimento Psíquico: se refere a presença de sintomas mentais inespecíficos capazes de afetar o funcionamento individual, e cuja a severidade se associa a uma maior probabilidade de que a pessoa apresente uma transtorno psiquiátrico (especialmente ansiedade e depressão) Família: se refere a(s) pessoas(s) com quem se vive regularmente. Se a pessoa vive só, será considerada família aquele(s) com quem esta pessoa atualmente mantém laços emocionais mais fortes. Co-morbidade: se refere a presença simultânea, em uma mesma pessoa, de sofrimento psíquico e transtornos relacionados ao uso de substancias psicoativas ( abuso/dependência a álcool e outras drogas). Ambiente: contexto global de interrelações entre fatores familiares e socioculturais, determinante das condições de saúde-enfermidade dos indivíduos e da sociedade. Tipos de atenção em saúde oferecida a pessoas que usam ou abusam de substâncias psicoativas: a) tratamento ambulatorial: tipo de cuidados não-residenciais e sem internação. Os usuários vão um número limitado de horas, com freqüência que pode ser diária, semanal quinzenal ou mensal. b) Centro de atenção diária: é um modo de abordagem não-residencial mas mais intensivo do que aquela oferecida para pacientes em regime ambulatorial. Esta modalidade exige que o paciente fique um determinado período de tempo (manhã, tarde ou ambos), com um regime de alta freqüência (diariamente ou alternativo). Este modo é projetado para os COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 86 usuários cujos problemas têm um grau de complexidade que requer cuidados intensivos, mais estruturados, e mais recursos do que geralmente é fornecido em regime ambulatório. Esse tipo de abordagem pode incorporar componentes que são fornecidos no modo residencial. Os tratamentos que podem ser oferecidos no Centro de Dia são: abordagem psicoterápica, o individual, familiar e abordagens grupais, psico-pedagógicos e também abordagens psicofarmacológicas. c) Unidade de internação especializada para tratamento de usuários de drogas: são aqueles centros com internações para usuários com alto risco ou perigo iminente para si ou para outrem, e sem problemas de saúde moderada ou grave de saúde orgânica ou mental. d) Serviço de modalidade Residencial: requer a presença do usuário durante todo o dia (24 horas), Esta modalidade de serviço pode ajudar melhor aqueles tem maiores dificuldades para enfrentar e resolver os seus problemas sem suporte permanente. Alguns serviços residenciais podem oferecer uma modalidade de atenção alternativa, "intermediária", em que a contratação de permanência é feita por períodos: finais de semanas, noites, etc... e) Unidade de Desintoxicação: centros voltada para a atenção para as síndromes de intoxicação e abstinência severas. f) Unidade de Psiquiatria ou Hospital Psiquiátrico: centros de atendimento para usuários de drogas com complicações moderadas e graves na área de saúde mental ou que tenham outros problemas de saúde mental que necessitam de recursos específicos. g) Grupos de auto-ajuda (Alcoólicos anônimos, narcóticos anônimos): associação de pessoas com história de abuso de dependência de drogas que partilham a sua experiência com o propósito de ajudarem-se mutuamente. Em geral funcionam autonomamente na sociedade. Tipos de tratamento por abuso/dependência de drogas e álcool: a) Medicação: se refere ao tratamento centrado no uso dos fármacos COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 87 b) Psicoterapia: se refere ao processo de comunicação terapêutica entre um profissional capacitado em psicoterapia e uma pessoa com problemas de Saúde Mental. O objetivo é ajudar a promover mudanças na conduta, pensamento ou afetos dos últimos, para alcançar uma melhor qualidade de vida. c) Terapia de grupo: Forma especial de psicoterapia na qual o processo comunicação terapêutica se dá entre um grupo pequeno de pessoas e um profissional capacitado em Psicoterapia, com a finalidade de promover a melhora dos problemas de saúde mental. d) Aconselhamento: Processo a partir do qual um conselheiro (pessoa capacitada nesta técnica), partindo do aceite da possibilidade de transformação do caráter individual pelo aconselhado, o ajuda a alcançar as condições para essa transformação. e) Grupo de apoio: Ver definição prévia de grupos de auto- ajuda f) Terapia familiar: forma de psicoterapia centrada nas relações interpessoais entre os integrantes de uma família. Considera-se família como um sistema único com características próprias e particulares, determinante do funcionamento de cada integrante. g) Auto-ajuda: técnica que foca o desenvolvimento de recursos próprios, internos, para o enfrentamento e solução dos problemas que se apresentam. Esta técnica pode ser u recurso espontâneo ou induzido por um terapeuta. h) Meditação: tipo de exercício no qual a atenção é liberada da atividade cotidiana e focalizada em um tema ou questão especifica. As drogas podem ser classificadas em sua relação com o sistema legal da seguinte forma: a) Drogas Ilícitas: substâncias psicoativas cuja a produção, venda e consumo são proibidas COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 88 em uma determinada jurisdição. Exemplo: cocaína e maconha. b) Drogas Lícitas: substancias psicoativas, legalmente disponíveis mediante prescrição médica ou em algumas ocasiões também sem ela, em uma determinada jurisdição. Exemplo: tabaco e álcool. V. APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS - Passos para aplicação dos instrumentos (Anexo A6) 1. Indique aos participantes que o questionário é auto-adminsitrado e que o pesquisador estará presente para clarear qualquer dúvida. 2. Indique aos participantes que o tempo aproximado de preenchimento do questionário é de aproximadamente 30-45 minutos. Diga também que é importante que responda a todas as perguntas sempre buscando aquela que melhor expressa a sua realidade. 3. Informe aos participantes que utilizem apenas lápis e que as respostas deverão ser marcadas com uma cruz. Caso se enganem e marquem a resposta errada, oriente-os a por uma roda em torno da resposta errada e marcar com X a resposta certa. 4. Preencha os dados de indentificação dos Instrumentos: - Número do Formulário - Data da aplicação dos Instrumentos (d= dia/ m= mês/ a= ano) - Hora de início da aplicação dos Instrumentos (h= hora /m= minutos) - Hora do fim da aplicação dos Instrumentos (h=hora / m= minutos) COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 89 5. Coloque na cópia dos Instrumentos o número do país (Q1), da cidade (Q2) e o número de identificação dos participantes – Código ID (Q3), este código está composto pelo código do país + o código da cidade + o número da entrevista (a partir de 001 em cada cidade) de acordo com o quadro abaixo: Código / Código PAIS Cidade País Código ID cidade Brasil 1 Brasilia 01 101001… Brasil 1 Macaé 02 102001… Chile 2 Grande Valparaíso 03 103001… Guatemala 3 Cidade de Guatemala 04 104001… Jamaica 4 Kingston 05 105001… Jamaica 4 Montego Bay 06 106001… Nicaragua 5 Leon 07 107001… Nicaragua 5 Manágua 08 108001… Panamá 6 Cidade de Panamá 09 109001… Paraguai 7 Assunção 10 110001… Uruguai 8 Montevideo 11 111001… 6. Insira o Código do Centro de Tratamento (Q4) (ver anexo A7 para identificar códigos necessários). 7. Responda as questões Q5a e Q5b, relativa à caracterização do tipo do Centro. 8. Entregue o questionário ao participante para que possa respondê-lo. Se o participante não sabe ler ou escrever, você deverá le-lo em voz alta, pausadamente, pergunta a pergunta, preenchendo as resposta, seguindo a orientação dada anteriormente para tais casos. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 90 9. Insira os números na base de dados de acordo com a tabela de códigos. Caso o participante responder: - não tenho – insira o número 0; - não sei – insira o número três sete vezes (3333333) - se o participante deixar em branco – registre que não respondeu e insira o número 8 sete vezes (8888888) Em todas as partes onde aparecer as duas últimas situações – não sei e não responde – assegurese de que os números indicados foram inseridos adequadamnte. Observe que para cada uma destas situações acima descrita há um número especifico e que todos os espaços precisam ser preenchidos e nehuma casa deve ficar em branco. Explicação de algumas perguntas dos Instrumentos Q3 (número do código do participante)- Anotar o código do país, o código da cidade iniciando sempre com 0. Q7 (idade) – A idade refere-se aos anos completos. Se a pessoa não souber a sua idade, peça que registre a idade aproximada e anote ao lado esta informação. Q8 (cidade/Estado) – Registrar o lugar que a pessoa está vivendo no momento. Q10 (Grupo etnico/raça) – Esta resposta diz respeito à percepção do participante a respeito de sua cor. Q15b. (pregunta sobre renda) – Ao terminar o questionário, NÃO SE ESQUEÇA de converter o valor indicado pelo participante para dólares americanos, de acordo com o cambio oficial de seu país nesta data. Q24b. (número de anos desde o diagnóstico) – O participante indicará o tempo transcorrido desde o início do tratamento para o problema indicado. Se o tempo indicado pelo participante for inferior a 1 ano, ao registrar esta informação no banco de dados registre como 1 ano. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 91 Q26a (Que medicação você está tomando agora neste centro?) – O participante deverá escrever o nome do medicamento no lugar indicado. Se o participante pedir ajuda para esclarecer o nome do medicamento você poderá ajudá-lo. Nas perguntas onde a opção OUTROS está presente, caso ela seja escolhida pelo participante, oriente-o a não marcar X. ESTA ALTERNATIVA EXIGE QUE SEJA ESCRITO O QUE ESTÁ SENDO REFERIDO PELO PARTICIPANTE COMO OUTROS. Codificação dos Pequisadores Assistentes: O Código do Pesquisador se inicia com um 0. A este se adiciona o Código do País, seguido de outro 0 e o número referente ao pesquisador. No caso de haver mais de nove pesquisadores, será eliminado o 0 referente ao pesquisador. Finalização da Administração do Instrumento Antes de terminar, certifique-se que o participante não deixou nenhuma questão em branco. Se ao final do preenchimento do questionário o participante lhe parecer estressado e cansado, o apóie e o encaminhe para conversar com um profissional do centro. Não esqueça de referir eventos como esse no Diário de Campo. Encerre esta atividade agradecendo ao participante por seu interesse em participar e pelo tempo dispendido com a pesquisa. Informe-o que assim que os resultados da investigação forem publicizados ele poderá tomar conhecimento no retorno que será dado ao Centro de Tratamento, para profissionais e usuários. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 92 VI. CONSIDERAÇÕES GERAIS É fundamental que os entrevistadores conheçam com profundidade os intrumentos e que o processo de coleta de dados para que possa responder a qualquer pergunta que possa surgir da parte dos participantes. Para estabelecer um ambiente de confidencialidade e boa relação com o participante é necessário que você se comunique com ele de forma respeitosa, amável e clara. Confira todo o máterial que necessitará para garantir a boa aplicação dos instrumentos (insturmentos, Formulários A1, A2, A3, A4, A6, A7), lapis, pasta, pranchetas e envelopes em quantidade suficiente. Assegure-se de que durante o preenchimento dos isntrumentos o seu celular e o do participante estarão desligados. Leia atentamente o Guia de Segurança de Trabalho de Campo da Universidade de Toronto, a informação referente aos distintos tipos de droga, seu uso abuso e dependência e as caracteristicas gerais dos consumidores de drogas que o Pesquisador Principal lhe fornecerá. Além disso, você deverá ter, para o bom desenvolvimento do trabalho, um conhecimento profundo dos instrumentos, e do funcionamento do Centro de Tratamento. Tempo de Duração do Preenchimento dos Instrumentos O PA deverá estar atento ao tempo utilizado para o preenchimento dos intrumentos. Caso COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 93 observe que o participante está tendo dificuldades para preenchê-lo, necessitando mais tempo do que o suposto, o PA deverá se oferecer para auxiliá-lo. Neste caso, pergunte ao participante se ele precisa de ajuda, se gostaria que você o acompanhasse na leitura das perguntas ou se está tendo alguma dificuldade especial em algum ponto especifico. O preenchimento dos instrumentos não deveria consumir mais de uma hora. Atenção às Necessidades e Diferenças Entre os Participantes. É necessário que o PA evite execer qualquer tipo de pressão sobre o participante e permita que os instrumentos sejam respondidos no tempo que o participante necessitar. Entretanto, se você observar que o participante está necessitando de mais tempo do que o usual e que o preenchimento dos instrumentos demandará muito mais de uma hora, pergunte se necessita ajuda. Aceite se o participante resistir a responder alguma pergunta ou a continuar no processo de preenchimento dos instrumentos. Seja sensível às diferentes habilidades de leitura e formas de comunicação dos participantes. É importante que você seja sensível a esta diferenças. A sua capacidade de avaliá-las garantirá o bom preenchimento dos instrumentos. Você não deve demonstrar surpresa ou julgar as respostas dadas pelos participantes nem mesmo através da expressão facial ou do tom de voz. As situações que o supreederem ou o impressionarem anote no diário de campo e discuta com o Pesquisador Principal. É importante que o PA reduza ao máximo a sua possibilidade de influenciar o participante em suas respostas. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 94 Considerações sobre o manejo de situações complexas 1. Caso observe a mudança da conduta e do comportamento do participante durante a aplicação dos instrumentos, informe o diretor do centro ou profissional da equipe. 2. Caso observe mudança na saúde física do participante, informe o diretor do centro ou profissional da equipe. 3. Você não deve intervir sozinho em nenhuma situação complexa que por ventura venha ocorrer. Busque sempre ajuda de alguém do centro. 4. Caso observe em algum participante indicadores de sofrimento psíquico, nos níveis 4 ou 5, que sejam evidentes, pergunte a ele se o autoriza comunicar o diretor do centro, ou se prefere buscar um especialista para ser atendido imediatamente. 5. Registre no Diário de Campo (Anexo A2) todas as situações complexas que se apresentarem. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 95 VII. ENTRADA DA INFORMAÇÃO NA BASE DE DADOS DIGITAÇÃO DE DADOS (EPI-INFO). A informação a seguir mostra os passos para a entrada de dados coletados no estudo. Siga todos os passos especificados para assegurar uma entrada correta de todos os dados. Por favor preste atenção aos códigos que foram designados para cada variável (Anexo A 7) conforme as respostas dos participantes. Se acontecer algum problema ou inconveniente enquanto esteja sendo feita a digitação, por favor entre em contato com o(a) pesquisador(a) principal. Como entrar os dados no Epi Info? a) Deve ter instalado o programa Epi Info versão 3.5.1 no computador que usará. b) O acesso à base de dados será realizado da seguinte maneira: 1- Clique duas vezes sobre o ícone do Epi Info que aparece na área de trabalho; 2- Clique sobre “Enter data” 3- No plano “File”, clique em “Open” e procure o arquivo na localizalção onde esteja salva a planilha de entrada. 4- Uma vez aberta a planilha pode começar a entrada de dados usando os códigos já especificados (Anexo A 7). 5- Uma vez preenchida a última questão de cada registro (um registro corresponde a um participante), a página mudará automáticamente para o registro seguinte. 6- Se acontecer algum erro você pode usar as setas “<<” para regressar (na tela, no canto inferior esquerdo) e corrigir o erro ou para verificar a informação de qualquer registro. 7- Se ocorrer um erro grave, irreparável, pode eliminar a página completa clicando em “Delete” ou em “Mark record as deleted”. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 96 8- Repita o passo 4 até a entrada de todos os registros (dados de todos os participantes). 9- Não se esqueça de salvar os dados entrados clicando em “Save” ou sob “file”, cada vez que se disponha a fechar o Programa para evitar perder a informação. 10- Ao abrir de novo, o programa mostrará um novo registro vazio que está numerado a continuação do último registro entrado. 11- Ter sempre três cópias do banco! Ir salvando com datas atualizadas a cada semana. Data traveller o upen-drive não é confiável como back-up. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 97 VIII. ANEXOS ANEXO A1 DOCUMENTO DE ACORDO DE CONFIDENCIALIDADE Título da Pesquisa: “Estudo multicêntrico de comorbidade entre sofrimento psíquico e abuso de drogas em pacientes em centros de tratamento em sete países da América Latina e um no Caribe: implicações para as políticas e programas de saúde”. . Nome do Pesquisador Assistente:………………………. Número de Telefone (fixo e celular):............................. Local:.......................... Nome do Pesquisador Principal:.............................. As informações relativas aos participantes devem ser estritamente confidenciais e não devem ser discutidas com nenhuma pessoa que não pertença ao grupo da pesquisa. Quem romper este contrato de confidencialidade poderá ser excluído do projeto. Li esta declaração e estou de acordo com a regras de privacidade. Assinatura do Pesquisador Assistente: Data: Assinatura do Pesquisador Principal: ANEXO A2 DIÁRIO DE CAMPO Data: Pesquisador: Notas Gerais do Campo Incidentes (Descriçao) Observações COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS Assinatura do Investigador Assistente: Assinatura do Investigador Principal: 98 COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 99 ANEXO A3 FORMULÁRIO PARA REGISTRO DE SELEÇÃO DA AMOSTRA Pesquisador Assistente: Local: Registro dos Dados de Seleção: Número Data da Avaliação Dados de Seleção: Elegível SIM-NÃO Se SIM Data de Seleção Se NÃO Especificar a razão Código *Favor observar que os números são diferentes do Número do Código de Participante, que identifica os participantes selecionados para a pesquisa. ANEXO A4 TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO Nome de Estudo: Estudo multicêntrico de comorbidade entre sofrimento psíquico e abuso de drogas em pacientes em centros de tratamento em sete países da América Latina e um no Caribe: implicações para as políticas e programas de saúde. Patrocinadores do estudo: Comissão Interamericana para o controle e Abuso de Drogas (CICAS/OAS) e Centro de Adição e Saúde Mental (CAMH). Pesquisadora Responsável: Dr. Carol Strike (CAMH) Este estudo está sendo dirigido pelos seguintes pesquisadores e universidades afiliadas: Edgar la Merchan Hamann Universidade de Brasília Erotildes Leal Universidade Federal de Rio de Janeiro Liliana Basso Musso Universidade de Valparaíso Miriam García Universidade de São Carlos Patrice Reid Universidade de West Indies, Mona Campus Eddy Vásquez Universidade Autônoma Nacional de Nicarágua, León, COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 100 Olga Kulakova Universidade Autônoma Nacional de Nicarágua, León, Opal Jones Universidade de Panamá Ricardo Prieto Universidade Iberoamericana Diana Domenech Universidade da República Propósito: Este projeto de investigação ocorrerá em 8 países. Aproximadamente 1230 pessoas dos países integrantes participarão deste estudo. O seu propósito é recolher informações sobre os pacientes com problemas com drogas e problemas psicológicos, em tratamento em centros para uso e abuso de álcool e outras drogas. O objetivo é estimar a freqüência de problemas psicológicos entre pacientes que estão recebendo atenção nos centros de tratamento para pessoas com problemas com drogas, e identificar os fatores Iniciais do participante: ________________ tais como sexo, idade, renda, situação de trabalho, educação, problemas legais, bem como a percepção dos participantes sobre o funcionamento de sua família. Portanto, solicitamos que responda a um questionário com várias perguntas, para coletar informações sobre as áreas previamente mencionadas, e que será tratado de forma confidencial. A informação coletada aqui será relacionada com a informação dos demais países participantes. Espera-se que este estudo gere conhecimento, identificação dos problemas, promova mudanças e melhoras nos serviços de saúde, e ajude, no futuro, a todas as pessoas que abusam de drogas e/ou álcool e também tem problemas de saúde mental. Procedimentos: Este estudo requer a aplicação de um questionário. Portanto se estiver de acordo em participar, deverá antes assinar este documento de consentimento informado. Este questionário tem o total de 50 perguntas sobre o seu uso corrente de drogas, problemas de saúde mental, sua visão sobre o funcionamento de sua família e sua experiência com o sistema judicial, o a tiver. Por favor, responda as perguntas da maneira mais próxima de sua realidade. Sinta-se livre, caso tenha dúvidas, para fazer qualquer pergunta. Você também tem o direito de se recusar a responder as perguntas que quiser bem como a se retirar do processo. Isso não trará qualquer conseqüência negativa para você. Espera-se que em aproximadamente 30-45 minutos todas as perguntas deste questionário estejam respondidas. Elegibilidade: Para tomar parte deste estudo é preciso que a pessoa esteja em acompanhamento neste Centro de Tratamento, tenha 18 anos de idade ou mais, e esteja de acorde em participar voluntariamente. Confidencialidade: Por favor, saiba que sua participação neste estudo será anônima, confidencial, e não haverá qualquer implicação legal. Nenhuma informação deste questionário é capaz de identificá-lo diretamente. Saiba que apenas os pesquisadores poderão ver as informações dadas pelos participantes. O Termo de Consentimento Informado e as respostas do questionário serão guardados em separado, para garantir que os participantes não sejam identificados. Todos os consentimentos informados e questionários serão guardados em lugares fechados com chave e apenas os pesquisadores terão acesso a eles. As versões eletrônicas dessas informações serão protegidas pelo uso de senhas para o seu acesso e identificadas apenas por códigos. Os resultados deste estudo só serão utilizados para publicações e evento de divulgação cientifica. Para fins de avaliação da pesquisa, as suas informações poderão ser acessadas pelo Comitê de Ética em Pesquisa CAMH. Membros do Comitê de Ética e Pesquisa do Centro para Adição e Saúde Mental (CAMH) poderá entrar em contato com você (se a informação sobre como contatá-lo estiver disponível) para te perguntar sobre a pesquisa e Iniciais do participante: ________________ sobre o seu consentimento para participar. A pessoa que por ventura entre em contato com você deverá manter a confidencialidade e seguir as regras que garantam o seu anonimato como sugerido por lei. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 101 Riscos: Embora não se tenha previsto nenhum risco significativo para os participantes deste estudo, não é impossível que surja algum desconforto ou que se incomode alguma pergunta. Caso experimente este incomodo, ou sinta que necessita de ajuda, por favor, informe o pesquisador para que ele lhe diga a quem deve procurar no seu centro de tratamento, caso você tenha dificuldade para fazê-lo sem ajuda, ou para que ele lhe sugira outras formas de ajuda. Benefícios: Não haverá qualquer beneficio econômico ou de qualquer outro tipo por sua participação neste estudo. Você estará, sem dúvida, contribuindo para o desenvolvimento do conhecimento sobre a associação dos problemas decorrentes do uso das drogas e os problemas de saúde mental no seu centro de tratamento. Este conhecimento será útil para o desenvolvimento dos serviços de apoio para pessoas com os dois problemas. Participação voluntária: Sua participação neste estudo é completamente voluntária. Você tem o direito de abandoná-lo quando quiser. Não haverá nenhuma conseqüência negativa, nem para você, nem para o seu tratamento, caso decida não participar ou inicie e depois resolva interromper. Os pesquisadores responsáveis por este estudo também podem, a seu critério, suspender a sua participação a qualquer momento sem afetar o seu tratamento ou qualquer tipo de ajuda que você tenha recebido aqui Informação adicional: Caso tenha alguma dúvida sobre este estudo que não tenha sido esclarecida com a leitura do Termo de Consentimento Informado, por favor, faça agora suas perguntas. Caso alguma pergunta lhe ocorra no futuro, sinta-se livre para contatar o investigador principal deste estudo na ___________________________Universidade_________________________,telefone _________. Você pode também contatar (alguém não associado a este estudo)_________,_______ nesta universidade, se você tiver perguntas sobre os seus direitos como participante. Todos os participantes desta pesquisa podem contatar o Dr. Padraig Darby Chair, do Comitê de Ética e Pesquisa do Centro para Adição e Saúde Mental (CAMH), em Toronto, Canadá, se for necessário esclarecer dúvidas sobre seus direitos. Dr Padraig Darby pode ser localizado no telefone (416) 535-8501, ramal 6876. ACORDO DE PARTICIPAÇÃO Eu____________________________, li este Termo de Consentimento Informado e tive o tempo necessário para fazer perguntas relativas à minha participação no Estudo multicêntrico de comorbidade entre sofrimento psíquico e abuso de drogas em pacientes em centros de tratamento em sete países da América Latina e um no Caribe: implicações para as políticas e programas de saúde, e estou satisfatoriamente informado sobre esta pesquisa. Minhas dúvidas foram esclarecidas satisfatoriamente. Reconheço que não terei nenhum beneficio direto com a minha participação neste estudo. Sei que minha participação depende completamente de minha vontade e que tenho o direito de me recusar a responder algumas perguntas ou a interromper a minha participação a qualquer momento, sem conseqüências para o meu tratamento. Estou de acordo em participar. ____________________ ____________ ________________________ Nome Assinatura Data Pesquisador ____________________ ____________ ________________________ Nome Assinatura Data Eu recebi uma cópia deste documento para guardar comigo. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 102 ANEXO A5 TÍTULO: ORIENTAÇÕES EXTRAÍDAS DO GUIA DE SEGURANÇA DE TRABALHO DE CAMPO DA UNIVERSIDADE DE TORONTO -GSTC Nas pesquisas os riscos potenciais à saúde da equipe de pesquisa estão relacionados com a natureza da investigação e as características dos participantes (enfermidade mental, uso e abuso de drogas). O principal risco previsto é o possível comportamento agressivo de alguns participantes em relação aos pesquisadores. Apresentaremos abaixo os itens do GSTC que são relevantes para o trabalho de campo de investigação. 3.2. Pesquisador principal. - Avaliar a natureza dos riscos de saúde da equipe de investigação. (3.2 c) - Assegurar-se de que foram tomadas as medidas preventivas pertinentes ao risco de agressão por parte dos participantes (3.2d) - Comunicar os possíveis riscos aos membros da equipe (3.2.e) - Assegure-se de os possíveis riscos identificados serão adequadamente prevenidos nos locais onde se realizará a investigação comunicando-se com os trabalhadores do centro (3.3a) - No treinamento dos pesquisadores assistentes oriente-os sobre como reagir em caso de potenciais emergências (3.3.c) - 3.4. Pesquisador assistente Esteja consciente dos riscos (3.4a) Leva a pesquisa até o fim de maneira segura prevenindo as possíveis emergências que possam gerar riscos de saúde (3.4.c) Mantenha comunicação fluida com o Pesquisador Principal e com outros membros da pesquisa (3.4.g) COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 103 ANEXO 6- A6 ESTUDO MULTICÊNTRICO DE COMORBIDADE ENTRE SOFRIMENTO PSÍQUICO E ABUSO DE DROGAS EM PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO EM SETE PAÍSES DE AMERICA LATINA E UM DO CARIBE: IMPLICAÇÕES PARA AS POLÍTICAS E PROGRAMAS DE SAÚDE. EU – LAC Esta informação esta sendo coletada apenas para fins de pesquisa. Sua confidencialidade será respeitada. Número de Formulário Data da entrevista Hora de início da entrevista: h d h d m m m m a A a a Hora do fim da entrevista: h h m m Q 3. Número do Código do participante Q 1. País Q 2. Cidade Q 4. Código do Centro de tratamento Q 5b. Quais as modalidades de atendimento Q 5 a. Tipo de Centro de tratamento oferecidas por este centro Consultas ambulatoriais Publico / estatal Residencial Privado / particular Atenção diária ONG (inclui centros religiosos) Unidade de internação Outros Centros especializada para tratamento de álcool e drogas Unidades de desintoxicação Outros Centros POR FAVOR, RESPONDA TODAS AS PERGUNTAS MARCANDO COM UM (X) OU ESCREVENDO A RESPOSTA, SEMPRE CONSIDERANDO A ALTERNATIVA QUE MELHOR SE APROXIMA DA SUA REALIDADE. Q 6. Sexo Feminino Masculino Q 7a.data de nacimiento d Q 7b. Idade (anos) d m m a a a a COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS Q 8. Cidade e Estado de Residência (Cidade de residência permanente, onde você vive atualmente) Q 10. Cor / Etnia Qual é a sua cor? Marque com X uma das alternativas. Q 9. Nacionalidade Q 11. Onde você morou nos últimos 30 dias?(se for preciso, marque mais de uma resposta. Se nenhuma servir para você, escreva a sua situação em OUTROS) Na casa de minha família de origem (própria ou alugada) Branco Pardo Preto Índio Oriental Outro s 104 Na minha casa (e sou o proprietário) Abrigos, casas de acolhimento e asilos Em áreas invadidas e assentamento Na minha casa (e eu alugo) Vaga ou quarto em pensão Na rua Outras (escrever ao lado) 12. Com quem você mora? Q 13. Estado Civil (se for preciso, marque mais de uma resposta. Se nenhuma servir, escreva com quem mora em OUTROS). Pai Irmão / irmã Padrasto Namorado / Namorada Sozinho (a) Mãe Madrasta Marido / Esposa Solteiro (a) Casado (a) Divorciado (a) Separado (a) Vive junto sem ter casado no papel Viúvo (a) Amigos (a) Filhos Outro s Q14a. Sabe ler Q14b. Sabe escrever SIM SIM Q 14. NÍVEL EDUCACIONAL Q 14c. Nivel educacional (marque o mais alto nível educacional alcançado) NÃ Nunca foi a escola O Fundamental incompleto Fundamental completo NÃO Médio incompleto Médio completo Universitário incompleto Universitário completo COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS Q 15a Qual foi a sua ocupação nos últimos 30 dias (se for preciso marque mais de uma resposta) Trabalhando: empregado ou autônomo Trabalhando e estudando Desempregado Estudando (não trabalha) Trabalha em casa Não trabalha (aposentado) Não trabalha (aposentado por incapacidade) Não trabalha por outros motivos (escrever ao lado) Outros Q 16. Como você chegou a este Centro em busca de tratamento? Encaminhado por outro programa de tratamento de drogas (comunidades terapêuticas, unidades de internação especializadas para tratamento de álcool e droga e CAPS AD) Encaminhado de uma unidade de saúde básica (policlínicas, centros de saúde, ambulatórios,PSF, Caps) Encaminhado de uma unidade saúde secundária ou terciária(Hospitais, CTIs, Emergências e outros) Encaminhado de serviços sociais ou outros (igrejas, e instituições comunitárias) Encaminhado de conselhos nacionais de drogas Encaminhado de prisões ou centro de detenção juvenil Encaminhado de justiça ou pela policia Encaminhado pelo empregador (patrão) Encaminhado pelo sistema escolar Encorajado por amigos ou membros da família Voluntariamente (veio por iniciativa própria) Outros(escrever ao lado): 105 Q15b- QUANTO VOCÊ GANHA POR MÊS? ( você pode dizer o valor aproximado) Renda na moeda local Não sei Q17. Quantas vezes você foi já foi tratado pelo problema de álcool ou outras drogas antes de iniciar o tratamento atual neste centro? “Por favor, indique o número de vezes” Eu fui tratado _____ Não sei vezes COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS Q18. Por favor, marque o(s) o(s) tipo(s) de atendimento que você recebeu pelo o abuso de droga antes de iniciar o tratamento atual neste centro? (Por favor, marque todos os tratamentos que você recebeu) Q19- Qual é a principal droga pela qual está buscando tratamento agora? (se houver mais de uma, escreva as drogas por ordem de importância) Q19 a. Primeira droga Consulta ambulatorial Unidade de internação especializada para tratamento de droga Serviços residenciais Serviços de atenção diária Grupo de Auto Ajuda (e.g., AA, NA) Unidade de desintoxicação Unidade Psiquiátrica Nenhum Q20. De que maneira você usa a droga que é a mais importante para você, respondida na questão 19? 1 Come ou bebe Fuma Cheira Pica (injeta) Outra (escrever ): 106 Q 19b. Segunda droga Q 19c. Terceira droga Q 21a. Com que idade você começou a usar a droga mais importante para você, respondida na questão 19? Q 21b. Com que idade você começou a usar bebida alcoólica? Q 21c. Com que idade você começou a usar outras drogas proibidas? COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 107 22. TIPOS DE DROGAS QUE VOCÊ USOU NOS ÚLTIMOS 30 DIAS ANTES DE INICIAR TRATAMENTO Você usou alguma das drogas abaixo nos últimos 30 dias antes de iniciar o tratamento atual? (Por favor, marque todas as drogas que você usou) Álcool (cerveja, cachaça, traçado, vinho, rum, whisky, vodka, etc.) Maconha Maconha (baseado, erva, tora, beise, fumo, bagulho, fininho, ret, perninha de grilo, haxixe, cânhamo, bangh, ganja, diamba, marijuana, marihuana) Maconha misturada com cigarro ou com outra droga (escrever ao lado): SIM NÃO SIM NÃO Cocaína Cocaína (pó, farinha, neve, branquinha, brisola, bright, pico) Pasta de Coca (merla, Mela, mel, melado, basuko) Crack (pedra) Cocaína misturada com ou com outras drogas (escrever ao lado a mistura) SIM NÃO Hipnóticos e Sedativos Barbitúricos ( sonífero, bola, bolinha, Gardenal, Comital, Bromosedan, nembutal, tiopental) Benzodiazepinas (calmante, valium, dizepan, lorax, lexotan, Rohipnol) SIM NÃO Estimulantes Anfetaminas (rebite, Dualid S ; Hipofagin S ; Inibex S ; Moderine SIM NÃO ® ® ® ® Desobesil-M® Fagolipo®; Absten-Plus, pervitin, ritalina) Metanfetaminas (ecstasy) e outros derivados Outros estimulantes (escrever ao lado) Opioídes Heroína Metadona Outros opioides (escrever ao lado) SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO Alucinógenos LSD Outros alucinógenos tipo: cogumelo, Jurema(escrever ao lado): SIM NÃO Esteróides Anabólicos (bomba): SIM NÃO Abuso de medicação indicada pelo médico (se sua resposta for SIM diga qual é a medicação) Inalantes (cheirinho da loló ou loló, lança-perfumes ou lança, cola, benzina, gasolina) COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 108 Outras drogas: Q 23. INFORMAÇÃO JUDICIAL 23 a. Alguma vez você teve qualquer problema legal- com polícia ou SIM com a justiça – por causa do uso de álcool ou outras drogas? 23b. No último ano, você teve algum problema legal – com a policia ou SIM a justiça – por causa do uso de álcool ou outras drogas? 23.c. Quantas vezes você teve problemas legais – com a polícia ou a justiça – por causa do uso de álcool e outras drogas no último ano? NÃO NÃO Q 24. HISTORIA DE OUTROS PROBLEMAS DE SAÚDE MENTAL Q24a. Marque se alguma vez, no passado, você foi diagnosticado, por algum profissional de saúde, para: NÃO Não sei SIM b. Número de anos desde o diagnóstico Ansiedade Depressão Esquizofrenia Transtorno bipolar Outros Q 25. OUTROS TRATAMENTOS DE SAÚDE MENTAL. Q25a. Atualmente, você está sendo tratado, por profissional de saúde, para alguns destes problemas? NÃO Não sei SIM b. Tempo de tratamento c. Se a resposta for SIM, responda a pergunta seguinte: Você recebeu tratamento para o problema escrito ao lado neste Centro? SIM Ansiedade Depressão Esquizofrenia Transtorno bipolar Outros NÃO COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 109 Q26. Que tipo de tratamento para o problema de uso drogas você está recebendo neste Centro (Por favor, marque todos os tratamentos que está recebendo agora): Psicoterapia Terapia de grupo Aconselhamento Grupo de apoio Terapia familiar Auto-ajuda Meditação Yoga Medicação Outros tratamentos NÃO SEI informar Q 26.a. Que medicação(s) você está tomando agora neste centro?(escrever abaixo) SIM NÃO NÃO SEI 27. Você está satisfeito com o tratamento atual que recebe neste centro? Q 28. Escreva por favor, o que você MAIS gosta no tratamento que recebe aqui. Q 29. Escreva, por favor, o que você NÃO gosta no tratamento que recebe aqui. COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 110 Q 30. Escreva, por favor, O que você MUDARIA no tratamento que recebe aqui. Q 31. K10 (Para cada pergunta, marque APENAS UMA resposta) SEMPRE QUASE SEMPRE AS VEZES QUASE NUNCA NUNCA COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS Q 31a - Durante os últimos 30 dias com que freqüência você se sentiu exausto(a) (muito cansado, esgotado) sem um bom motivo? Q 31b - Durante os últimos 30 dias com que freqüência você se sentiu nervoso (preocupado, aflito)? Q 31c - Durante os últimos 30 dias com que freqüência você se sentiu tão inquieto (a) que nada podia acalmálo (a)? Q 31d - Durante os últimos 30 dias com que freqüência você se sentiu sem esperança? Q 31e- Durante os últimos 30 dias com que freqüência você se sentiu inquieto (a) ou agitado (a)? Q 31f- Durante os últimos 30 dias com que freqüência você se sentiu tão inquieto(a) que não conseguiu ficar parado (a)? Q 31g - Durante os últimos 30 dias com que freqüência você se sentiu deprimido (a)? Q 31 h- Durante os últimos 30 dias com que freqüência você se sentiu tão deprimido (a) que nada conseguiu animá-lo (a)? Q 31i- Durante os últimos 30 dias com que freqüência você se sentiu que tudo era um esforço? Q 31j- Durante os últimos 30 dias com que freqüência você se sentiu sem valor(sentindo-se inútil, que não vale nada)? 5 4 3 5 4 3 2 2 111 1 1 2 5 4 3 5 4 3 5 4 3 1 2 2 1 1 2 5 4 3 5 4 3 1 2 1 2 5 4 3 5 4 3 5 4 3 1 2 1 2 1 COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS Q 32. APGAR FAMILIAR Q 32a- Você está satisfeito com a atenção que recebe da sua família quando algo está te incomodando Q 32b- Você está satisfeito com a forma com que sua família conversa sobre as coisas que envolvem a todos (da sua família) e resolvem juntos os problemas Q 32c- Você sente que sua família aceita e dá apoio a sua vontade de iniciar novas atividades ou mudar sua vida Q 32d - Você está satisfeito com a forma com que sua família expressa carinho e reage em relação aos seus sentimentos de raiva, tristeza e amor Q 32e- Você está satisfeito com a forma com que você e sua família passam o tempo juntos Código e Assinatura do Pesquisador Assistente QUASE SEMPRE AS VEZES QUASE NUNCA 2 1 0 112 COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS ANEXO A7 ESTUDO MULTICÊNTRICO DE COMORBIDADE ENTRE SOFRIMENTO PSÍQUICO E ABUSO DE DROGAS EM PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO EM SETE PAÍSES DE AMERICA LATINA E UM DO CARIBE: IMPLICAÇÕES PARA AS POLÍTICAS E PROGRAMAS DE SAÚDE. EU – LAC VARIÁVEL Q1-País Q-2-Cidade CÓDIGOS CATEGORIAS Brasil Chile Guatemala Jamaica Nicaragua Panamá Paraguai Uruguai Brasilia Macaé Grande Valparaíso Cidade de Guatemala Kingston Montego Bay León Managua Cidade do Panamá Assunção Montevideo Q-3-Número de Código do participante Q-4-Centro de tratamento Q-5-a-Tipo do centro de tratamento Q-5-b-Modalidades de atendimento oferecidas por este centro. (Checkboxes) Consultas ambulatoriais; Residencial; Atenção diária; Unidade de internação especializada para tratamento de álcool e drogas; Hospitalização; Unidade de desintoxicação; Outros (especificar). Q-6-Sexo Q-7-a-Data de nascimento Q-7-b- Idade Q-8-Cidade de residência Q-9-Nacionalidade Público - governamental Privado; particular ONG (inclui religioso) Other Mulher Homem ---------------------Brasileira Chilena Guatemalteca Jamaicana Nicaragüense Panamenha Paraguaia Uruguaia Outras nacionalidades CÓDIGO 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 País + Cidade + Número de ordem (desde 001) Código da cidade + número de ordem do centro (desde 01) 1 2 3 4 1 2 -------------------Cidade (Estado em duas letras) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 113 COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS Q-10-Cor – etnia Q-11-Onde morou nos últimos 30 dias (ou nos últimos 30 diass antes do atual tratamento) Q-12-Com que mora Q-13-Estado civil Q-14-a- Sabe ler Q-14-b- Sabe escrever Branca Parda Preta Indio Oriental Outra -------- 1 2 3 4 5 Codificar a posteriori ---------- --------Solteiro Casado Divorciado Separado União consensual (Vive junto sem ter casado no papel) Viúvo Não responde Sim Não Não responde Sim Não Não responde ----------1 2 3 4 5 Nunca foi à escola Fundamental incompleto Fundamental completo Ensino Médio incompleto Ensino Médio completo Univeristário incompleto Universitário completo Não responde ----------------------- 1 2 3 4 5 6 7 8 ------------ 6 8 1 2 8 1 2 8 Q-14-c-Nível educacional alcançado Q-15-a-Situação de ocupação nos últimos 30 dias (ou antes do atual tratamento) Q-15-b-Renda mensal individual: quanto ganha por mês (em Reais) Q15-c-Monthly income (US$) Q-16-Como chegou a este local em busca de tratamento Q-17-Quantas vezes foi tratado por problema de álcool ou drogas antes de iniciar o tratamento atual neste centro Q-18-Tipo(s) de atendimento mais recente que recebeu antes do atual Q-19-a-Primeira substância (de três, pela qual buscou tratamento) Q-19-b-Segunda substância (de três, pela qual buscou tratamento) Q-19-c-Terceira substância (de três, pela qual buscou tratamento) R$ (numérico 7 caracteres) Pessoas sem renda registar zero (0 valor válido) Não sabe Não responde US$ (numérico 5 caracteress) Não sabe Não responde --------------------- 3.333.333 8.888.888 33.333 88.888 -------------Número de vezes Não responde Não sabe Não há código, Apenas preencher 88 99 Não há código, apenas preencher (mesmos códigos) Bebida alcoólica 1 Maconha Crack Cocaína Pasta Base (Merla) 2 3 4 5 114 COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS Ansiolíticos Anfetaminas Éxtase Opioides Solventes inalantes Aluninógenos Esteróides e anabolizantes não prescritos Outros medicamentos prescritos No response 6 7 8 9 10 11 12 Oral Fumada Inalada Injetada Outras Não responde -------- 1 2 3 4 5 8 No response -------- 88 No response -------- 88 No response Sim 88 1 Não Não responde Sim 2 8 1 Não Não responde Outras substâncias Sim 2 8 Aberto 1 Não Não responde Sim 2 8 1 Não Não responde ------------- 2 8 Número de vezes Não responde Sim 88 1 Não Não sabe Não responde Outros 2 3 8 (aberto) 13 88 Q-20-Qual é a via mais freqüente de adminsitração da 1ª substância mencionada Q21a-Com que idade você começou usar essa droga (1ª) Q21b-Com que idade você começou a usar bebida alcoólica Q21c-Com que idade você começou a usar outras drogas (exceto cigarro) Q22-Você consumiu álcool ou alguma das seguintes drogas durante os últimos 30 dias antes de iniciar este tratamento Q22-Para todas as substâncias nos últimos 30 dias Q23a-Alguma vez você teve quakquer problema com a polícia ou a justiça por causa do uso de álcool ou drogas. Q23b-No último ano, você teve algum problema com a polícia ou a justiça por causa do uso de álcool ou drogas. Q23c- No último ano, quantas vezes você teve algum problema com a polícia ou a justiça por causa do uso de álcool ou drogas. Q24a-Alguma vez, no passado, você foi diagnosticado por um profissional de saúde para: Ansiedade; depressão; esquizofrenia; Transtorno Bipolar; outros (aberto) 115 COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS Q24b-Anos desde o diagnóstico de Ansiedade; depressão; esquizofrenia; Transtorno Bipolar; Outras condições (aberto) Q25a-Tratamento atual por parte de profissional de saúde para: Ansiedade; depressão; esquizofrenia; Transtorno Bipolar; outros (aberto) Q25b-Anos desde o tratamento do transtorno atual: Ansiedade; depressão; esquizofrenia; Transtorno Bipolar; Outras condições (aberto) Q25-c-Recebe tratamento neste centro para cada um dos transtornos ----- ----- Sim 1 Não Não sabe Não responde ----- 2 3 8 ----- Sim 1 Não Não responde Outros 2 8 (aberto) Outros --------- (aberto) --------- Sim 1 Não Não sabe Não responde ------ 2 3 8 ------- ------- -------- -------- -------- Q26-Que tipo de tratamento recebeu neste centro- Check boxes para: Medicação, Psicoterapia, Terapia de Grupo, Grupo de apóio, Terapia Familiar, Aconselhamento, AutoAjuda, Meditação, Yoga. Q26a-Que medicação (remédios) você está tomando agora (texto). Inclui um box para “não sei” Q27-Você está satisfeito com o tratamento atual neste centro Q28-O que você mais gosta do tratamento que recebe aqui (texto) Q29-O que você não gosta do tratamento que recebe aqui (texto) Q30-O que você mudaria no tratamento que recebe aqui (sentido amplo) (texto) Q-31-a à Q-31-j (10 questões) Nos últimos 30 dias você se sentiu: Q31-a- se sentir cansado sem motivo; Q31-b- nervoso, Q31-c- tão nervoso que nada pode acalmá-lo; Q31-d- sem esperança; Q31-e- agitado ou inquieto; Q31-f- tão inquieto que não podia permanecer sentado; Q31-g- deprimido; Q31-h- tão deprimido que nada podia animá-lo; Q31-i- que tudo custava muito esforço; Q31-j- inútil. APGAR – Família Da questão Q31a à questão Q31j (mesmos códigos). Sempre Quase sempre Às vezes Quase nunca Nunca Da questão Q32a à questão Q32e 5 4 3 2 1 116 COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS (mesmos códigos). Q32-a- estou satisfeito com a atenção que recebo da minha família quando algo está me incomodando Q32-b- estou satisfeito com a forma como aminha família conversa sobre as coisas que envolvem a todos da sua família e resolvem juntos os problemas Q32-c- estou satisfeito com a forma com que sua família aceita sua vontade de iniciar novas atividades ou de mudar sua vida; Q32-d- estou satisfeito com a forma com que a minha família expressa carinho e reage em relação aos meus sentimentos de raiva, tristeza e amor. Q32-e- estou satisfeito com a forma com que eu e minha família passamos o tempo juntos. Quase sempre Às vezes Quase nunca 2 1 0 Anexo -A8 DROGAS ILICITAS 117 COMORBIDADE/SOFRIMENTO PSIQUICO ENTRE PACIENTES EM CENTROS DE TRATAMENTO PARA ABUSO DE SUBSTÂNCIAS Crack/Cocaína Cannabis/Maconha Heroína/Opio Alucinógenos (ex: LSD) Cola de sapateiro/Outros inalantes 118