RESUMÃO DE FILOSOFIA – UFU

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RESUMÃO DE FILOSOFIA – UFU
Prof. Gilberto
1. A palavra “Filosofia”: philos (amizade) + sophia
(sabedoria) – amor pela sabedoria ou amizade pelo saber.
Não um amor de quem já possui ou detém aquilo que ama,
mas de quem ainda procura a sabedoria, que busca alcançar
a verdade.
2. O Mito e filosofia: O mito é uma narração fabulosa, de
origem popular e não refletida, dotada de forte sentido
simbólico e pedagógico, que tem por finalidade a explicação
do mundo (cosmogonia), da realidade que nos circunscreve.
Inventada pelos gregos, a Filosofia, enquanto pensamento
lógico-racional, paulatinamente, substitui o modelo
explicativo do mito, oferecendo uma explicação racional e
crítica do mundo (cosmologia).
3. Filosofia Antiga – Pré-Socráticos:
3.1. Heráclito: A realidade do mundo é dinâmica, em
permanente transformação. A realidade é um fluxo constante
impulsionado pela luta de forças antagônicas: o calor e o frio,
o belo e o feio. Na sua filosofia, o ser (princípio ordenador de
tudo o que existe) nada mais é que o vir-a-ser. Por isso,
Heráclito é o pai da dialética, ou seja, é o precursor da
filosofia do movimento.
3.2. Parmênides: O ser é algo pleno, contínuo, fixo, sem
começo e sem fim. Sendo assim, o ser não está sujeito à
mudança, pois, do contrário, deixaria de ser. Parmênides
afirmava que o ser é e o não-ser não é. Ao mesmo tempo
identificou o ser com o pensamento: “pensar é ser”.
3.3. Os Sofistas: No contexto em que viveram os sofistas, a
arte de falar bem e de modo convincente (oratória) era
considerado um dom muito valioso e útil no exercício da
democracia. Excelentes oradores, os sofistas ensinavam sua
arte em troca de pagamento, o que lhes rendeu severas
críticas de Sócrates e Platão. Para os sofistas, tudo devia ser
avaliado segundo os interesses do homem e de acordo
como este vê a realidade social. Isso significava que as
regras morais, as posições políticas e morais deveriam ser
guiadas conforme a conveniência individual (relativismo).
Segundo a sofística, o que importava para o ser humano era
obter prazer com a satisfação dos seus instintos ou desejos.
Assim, até mesmo dominar outros cidadãos seria justificado,
se isso gerasse alguma vantagem pessoal.
4. Sócrates e o seu método: Seu método baseava-se nos
diálogos, que eram constituídos de dois momentos: a) Ironia:
evidenciar as contradições das afirmações e os novos
problemas que surgiam como conseqüência de determinada
resposta; b) Maiêutica: levar o indivíduo a “trazer à luz”
(maien) as idéias contidas no seu espírito. Parto (no sentido
de dar à luz) de idéias. Nem sempre, nos seus diálogos,
Sócrates chegava a uma conclusão definitiva do tema que
estava sendo discutido, o que dava aos seus diálogos uma
característica aporética (aporia).
configuração dada a determinada matéria pela ação da
causa eficiente. A causa forma torna a coisa cognoscível; d)
causa final (ou teleológica) – constitui o fim ou o objetivo das
coisas e das ações, ou seja, aquilo em vista de que ou em
função de que cada coisa é ou advém.
Teoria do ato e potência: * Potência – é o que está contido
numa matéria e pode vir a existir, se for atualizado por
alguma causa; por exemplo, a criança é um adulto em
potência; * Ato – é a atualidade de uma matéria, isto é, sua
forma num dado instante do tempo; o ato é a forma que
atualizou um potência contida na matéria; por exemplo, a
árvore é o ato da semente, o adulto é o ato da criança. A
matéria ou potência é uma realidade passiva, que precisa do
ato e da forma, isto é, da atividade que cria os seres
determinados.
Lógica: O silogismo é um raciocínio dedutivo, constituído de
três termos básicos, conforme a sua extensão: maior, médio
e menor. Exemplo: Todos os homens são mortais/ Sócrates
é homem/ Sócrates é mortal. Termo maior-mortal, termo
médio-homem, termo menor-Sócrates. As duas primeiras
proposições são as premissas, seguidas de uma conclusão.
Por ser uma dedução, o silogismo parte de uma verdade
absoluta, já dada (todo homem é mortal), aplicando-a em
casos particulares (homens, Sócrates), conforme o exemplo
dado.
Ética: Para Aristóteles, a ética é uma ciência da práxis
humana, isto é, um saber que tem por objeto a ação. O
fundamento da ética é o mesmo da metafísica, que afirma a
tese segundo a qual todo ser tende necessariamente à
realização de sua natureza, à atualização plena de sua
potência: e nisto está o seu fim, o seu bem, a sua felicidade,
e, por conseguinte, a sua lei. Logo, o fim último do ser
humano é a felicidade (eudaimonia), cuja realização supõe a
prática das virtudes morais e, conseqüentemente, da razão.
No entanto, as virtudes morais não são mera atividade
racional. Elas implicam, por natureza, um elemento
sentimental, afetivo, passional (o desejo), que deve ser
governado pela razão. Esta, apesar de dominar ou governar
o desejo ou as paixões, não as aniquila ou destrói. A virtude
ética atua no sentido de educar o desejo, direcionando-o
racionalmente, equilibrando-o. Por isso, Aristóteles define a
virtude como sendo “uma disposição de caráter para agir de
um modo deliberado, consistindo numa medida relativa a
nós, racionalmente determinada e tal como seria
determinada pelo homem prudente”. Esta “medida relativa a
nós” corresponde exatamente à noção de justo-meio ou meio
termo, ou seja, ao equilíbrio e harmonia, que somente o
homem prudente pode alcançar. Agir virtuosamente é atingir
o meio termo ou equilíbrio, ou seja, evitar a falta e o excesso
nas ações.
5. Platão: O processo de conhecimento se desenvolve por
meio de uma passagem progressiva do mundo sensível – da
realidade material – para o mundo inteligível – onde tudo
existe como essência, imutável, pura perfeição. A realidade
sensível não nos oferece um conhecimento verdadeiro, mas
somente o mundo das idéias (que existe independentemente
do nosso intelecto) pode nos dar tal certeza.
Reminiscência: Para Platão, quando, por meio da dialética,
tentamos acessar as verdades inteligíveis, estamos, na
verdade, buscando um conhecimento que contemplamos
numa vida anterior enquanto seres perfeitos, isto é, enquanto
alma. A alma já teria contemplado as essências, antes de se
prender a esse corpo, ao qual está provisoriamente
vinculada.
7. Filosofia Medieval
7.1. Patrística: Movimento intelectual dos padres da Igreja,
que buscou, à luz da filosofia de Platão, fundamentar
racionalmente os dogmas cristãos, aliando a fé à razão: “a
razão é auxiliar da fé e a ela se subordina”.
7.1.1. Santo Agostinho: influenciado por Platão, afirmava
que sem a fé a razão torna-se incapaz de promover a
salvação e a felicidade do homem. Deus cria as coisas a
partir de modelos imutáveis, que são as idéias divinas.
Todavia, essas idéias ou modelos não existem em um
mundo a parte, como afirmava Platão, mas na própria mente
ou sabedoria de Deus.
A Iluminação Divina: O conhecimento verdadeiro é resultado
da luz ou iluminação divina. Assim como os objetos
exteriores só podem ser vistos quando iluminados pela luz
do sol, também as verdades precisariam ser iluminadas pela
luz divina. Contudo, a iluminação divina não dispensa o
homem de ter intelecto próprio; a iluminação apenas teria a
função de tornar o intelecto capaz de pensar corretamente
em virtude de uma ordem natural estabelecida por Deus.
6. Aristóteles: tenta afirmar o conhecimento das coisas
sensíveis nas próprias coisas sensíveis. Todas as coisas
materiais – ou objetos – são construídas e passam a existir
segundo quatro causas ou princípios: a) causa material (ou
matéria) – aquilo de que é feito uma coisa. Por exemplo, a
matéria da esfera de bronze é o bronze; b) causa eficiente
(ou motora) – aquilo que promove a mudança e o movimento
das coisas; por exemplo, os pais são a causa eficiente dos
filhos; c) causa formal – forma ou essência das coisas, a
7.2. A Escolástica (valorização do pensamento de
Aristóteles)
7.2.1. A questão dos Universais: qual a relação entre as
palavras e as coisas? Por exemplo, Rosa é o nome de uma
flor. Quando a flor morre, a palavra ou o conceito universal
“rosa” continua existindo. Nesse caso, a palavra ou conceito
fala de uma coisa inexistente; tal palavra ou conceito geral
existe independentemente da coisa (no caso, o ser concreto
que morreu)? Que relação existe entre as coisas concretas
(as espécies, por exemplo) e os seus conceitos? Em relação
a essa questão, surgiram três respostas distintas:
a) Realistas (Guilherme de Champeaux, S. Anselmo) : O
universal tem realidade objetiva, são coisas (res) e existem
por si mesmas. Em cada membro de uma espécie está
presente uma natureza comum real.
b) Nominalistas (Guilherme de Ockam, Roscelino): O
conceito universal é uma simples emissão de voz, puro som
da palavra, mero nome e convenção linguística. Não existe
outra realidade além da realidade individual, existente na
natureza.
c) Conceptualismo (Pedro Abelardo): O universal é um
conceito tirado das coisas por abstração, isto é, os universais
não existem mais do que no intelecto, apesar de que eles se
referem a seres reais.
7.2.2. Santo Tomás de Aquino: Influenciado por Aristóteles,
afirmava que teologia (fé) e filosofia (razão) são conciliáveis,
desde que a razão ampare o caminho até a verdade
revelada, isto é, um bom uso da razão faz com que
possamos acessar a verdade de Deus. Portanto, não deve
haver conflito entre fé e razão. De acordo com a sua teoria
do conhecimento, o homem é um ser duplo, composto por
um corpo material e por uma alma inteligível. O homem
conhece porque é alma, mas não tem acesso direto a Deus
porque também é corpo. Nosso conhecimento sempre parte
dos sentidos, mas atinge o inteligível por meio da abstração.
As Cinco Provas da Existência de Deus: 1) Primeiro Motor
imóvel – tudo se movimenta; Deus é causa do movimento
dos seres (motor imóvel); 2) Causa eficiente – tudo tem uma
causa; Deus é a causa primeira, incausada; 3) Possível e
necessário – Deus é o ser necessário, isto é, o ser a partir do
qual todos os seres vieram. Não tendo uma origem, Deus é
eterno; 4) Graus de perfeição – Há seres mais perfeitos e há
seres menos perfeitos. Deus é o ser absolutamente perfeito;
5) Finalidade do Ser – o mundo é regido por uma inteligência
superior que ordena a finalidade de todas as coisas. Essa
inteligência é Deus.
8. Filosofia Moderna
8.1. A questão do conhecimento:
8.1.1. René Descartes e o racionalismo (ou inatismo):
buscou formular um método que deveria ser o eixo básico e
seguro das investigações no campo das ciências. A dúvida
metódica (o cogito): o objetivo da dúvida é encontrar uma
primeira verdade, impondo-se com absoluta certeza. A
primeira verdade a que chega Descartes é o cogito: “Penso,
logo existo”. De acordo com Descartes, possuímos três tipos
de idéias: as adventícias (originadas das nossas sensações
ou percepções), as fictícias (feitas ou inventadas pela
imaginação) e as idéias inatas, que nos são dadas por Deus.
Sendo congênitas em relação à nossa alma, essas idéias
formam o fundamento da ciência. Podemos conhecê-las
voltando-se sobre nós mesmos, isto é, por reflexão ou
intuição. Para Descartes, Deus é um ser que
necessariamente existe: O homem possui a idéia inata da
substância infinita, ou seja, de Deus. Mas o próprio homem,
como substância finita, não pode criar a idéia de substância
infinita. Daí a dedução cartesiana de que essa idéia só pode
ter por causa Deus. A alma, ao pensar, reconhece que ela
própria não pode ser a causa de Deus, porque, finita, não lhe
é possível ser a causa de uma idéia infinita. Logo se a alma
contém essa idéia é porque ela se encontra inata dentro de
nós. É através das idéias verdadeiras que Deus age sobre o
intelecto do homem. Deus é, portanto, a garantia da
realidade do mundo, comprovada pelos nossos sentidos.
8.1.2. O Empirismo de David Hume: buscou dar uma
explicação do conhecimento a partir da experiência,
eliminando assim a noção racionalista de idéia inata,
considerada obscura e problemática. Para os empiristas,
todo o nosso conhecimento provém de nossa percepção do
mundo externo, ou do exame da atividade de nossa própria
mente. Hume criticou a lei da causalidade (fundamental para
a ciência), que afirmava existir no mundo uma certa ordem
dos fenômenos, os quais se manifestam sob a forma de
causa e efeito. O filósofo argumentou que a lei da
causalidade não é inerente ao mundo físico, mas é, na
verdade, uma crença que se fundamenta no hábito de
observar, repetidas vezes, uma conjunção de eventos, o que
nos leva ao costume de inferir a existência de um objeto
(efeito) pelo aparecimento de outro (causa). Com essa
posição, Hume assume uma postura ceticista, ao afirmar que
a própria ciência da natureza estaria definitivamente limitada
à mera probabilidade.
8.1.3. O Criticismo de Immanuel Kant: Assim como
Copérnico, com a sua teoria, resolveu tirar a Terra do centro
do universo e colocar o sol em seu lugar, fazendo nosso
planeta girar ao redor da estrela, Kant propõe fazer o mesmo
com a questão do entendimento, ao afirmar que “são os
objetos que têm de se regular pelo nosso conhecimento”
(Revolução Copernicana). Isso quer dizer que quando, por
exemplo, vemos um objeto qualquer, a imagem que se forma
em nossa mente não é determinada por esse objeto e sim o
contrário, isto é, nós, através do nosso modo próprio de
perceber as coisas, é que determinamos e formamos essa
imagem. Kant afirmava que todos os nossos conhecimentos
começam com a experiência, mas esse conhecimento não é
simplesmente dado pelas coisas, como se o sujeito que
conhece ficasse totalmente passivo no processo. Por isso,
ele buscou saber como é o sujeito puro, a priori, isto é, o
sujeito antes de qualquer experiência sensível – que se
denomina, em sua filosofia, sujeito transcendental –, e
chegou à conclusão de que o sujeito possui certas
faculdades que possibilitam e determinam a experiência e o
conhecimento. Uma dessas faculdades é a sensibilidade,
pela qual percebemos e representamos em nossa mente
qualquer coisa externa; essa representação é sempre feita
no espaço e no tempo, que são as formas a priori da
sensibilidade. São estas formas que permitem ao homem
construir toda a sua experiência no mundo. Kant observou
também que quando enunciamos uma afirmação qualquer,
por exemplo, “o calor dilata os corpos”, ocorre uma síntese
ou organização lógica das representações que aparecem na
sensibilidade. Tal síntese ou organização lógica é feita por
uma outra faculdade: o entendimento. Se projetamos sobre a
natureza as nossas formas próprias de conhecer, o
conhecimento do mundo se restringe, pois nunca poderemos
saber com certeza como o mundo é em si, mas apenas
como ele aparece para nós. Em outras palavras, não
conhecemos as coisas em si (noumenon), mas apenas as
coisas “para nós” (fenômenos).
A moral kantiana - o dever: Por natureza, diz Kant, somos
egoístas, ambiciosos, cruéis, ávidos de prazeres que nunca
nos saciam e pelos quais matamos, mentimos, roubamos. É
justamente por isso que precisamos do dever para nos
tornarmos seres morais. A exposição kantiana sobre o
dever repousa na tese de que o homem é, universalmente,
um ser, cuja ação é dotada de razão prática. Por ser
racional, a ação humana é dotada de finalidade e liberdade.
Ora, se a razão é capaz de instituir finalidades para a ação,
então ela é instauradora de normas e fins éticos. E, tendo o
poder para criar normas e fins morais, a razão prática tem
também o poder para impô-los a si mesma. Essa imposição
que a razão prática faz a si mesma daquilo que ela própria
criou é o dever. Este, portanto, longe de ser uma imposição
externa feita à nossa vontade e nossa consciência, é a
expressão da lei moral em nós, manifestação mais alta da
humanidade em nós. Obedecê-lo é obedecer a si mesmo.
Por dever, damos a nós mesmos os valores, os fins e as leis
de nossa ação moral e por isso somos autônomos. Resta,
porém, uma questão: se somos racionais e livres, por que
valores, fins e leis morais não são espontâneos em nós, mas
precisam assumir a forma do dever? Responde Kant: porque
não somos seres morais apenas. Também somos seres
naturais, submetidos à causalidade necessária da natureza.
Nosso corpo e nossa psique são feitos de apetites, impulsos,
desejos e paixões. Nossos sentimentos, emoções são a
parte da natureza em nós, exercendo domínio sobre o nosso
comportamento. Mas quem se submete a tais sentimentos e
emoções não pode possuir a autonomia ética. A natureza
nos impele a agir por interesse ou inclinação. Esta é a
forma natural do egoísmo que nos leva a usar coisas e
pessoas como meios e instrumentos para o que desejamos.
Agir por interesse ou inclinação é agir determinado por
motivações físicas, psíquicas, vitais, à maneira dos animais.
Visto que os apetites, impulsos, desejos, tendências
costumam ser muito mais fortes do que a razão, a razão
prática e a verdadeira liberdade precisam dobrar nossa parte
natural e impor-nos nosso ser moral. Elas o fazem
obrigando-nos a passar das motivações do interesse ou
inclinação para o dever. O dever, afirma Kant, não se
apresenta através de um conjunto de conteúdos fixos, que
nos mostra o que fazer ou evitar em cada circunstância. O
dever é uma forma que deve valer para toda e qualquer
ação moral. Essa forma é imperativa. O imperativo não
admite hipóteses nem condições que o fariam valer em
certas situações e não valer em outras, mas vale
incondicionalmente e sem exceções para todas as
circunstâncias de todas as ações morais. Por isso, o dever é
um imperativo categórico. Ordena incondicionalmente. Não
é uma motivação psicológica, mas a lei moral interior. O
imperativo categórico exprime-se numa fórmula geral: age
em conformidade apenas com a máxima que possas
querer que se torne uma lei universal. Em outras palavras,
o ato moral é aquele que se realiza como acordo entre a
vontade e as leis universais que ela dá a si mesma. Essa
fórmula permita a Kant deduzir as três máximas morais que
exprimem a incondicionalidade dos atos realizados por
dever. São elas:
Age como se a máxima de tua ação devesse ser
erigida por tua vontade em lei universal da
Natureza;
2. Age de tal maneira que trates a humanidade, tanto na
tua pessoa como na pessoa de outrem, sempre
como um fim e nunca como um meio;
3. Age como se a máxima de tua ação devesse servir de
lei universal para todos os seres racionais.
Hobbes: é o instinto de conservação da própria vida que
leva ao contrato (pacto entre os súditos) que provoca a saída
do estado de natureza, a instauração do estado social (que
é, portanto artificial) e a legitimação do poder político em
favor do soberano (poder absoluto).
Locke: o contrato social provoca a instauração da sociedade
civil, que busca a segurança, o conforto e a paz, garantindo,
por meio das leis do Estado, a propriedade privada (direito
natural). O poder político do Estado tem origem democrática
ou parlamentar. O Estado não deve intervir, mas sim garantir
e tutelar o livre exercício da propriedade, da palavra e da
iniciativa econômica (Liberalismo).
Rousseau: Cada cidadão, como membro de um povo,
consente em submeter sua vontade particular à vontade
geral, o que resulta na formação do Estado (corpo moral e
coletivo), cuja função é defender o bem comum e não o bem
particular. O povo é soberano (cidadãos ativos) e a sua
soberania nunca pode ser alienada.
1.
8.2. A questão política
8.2.1. Nicolau Maquiavel: seu ponto de partida e de
chegada é a verdade efetiva, ou a realidade concreta. Sua
metodologia é ver e examinar a realidade tal como ela é e
não como gostaríamos que fosse. Essa postura “realista”
aplicada à prática política fez de Maquiavel o fundador do
pensamento político moderno. Para ele, a prática política é
mundana, feita por homens libertos de castigos do pecado.
Esta prática secular da atividade política exigia a virtù
(virtude), ou seja, o domínio sobre a fortuna (ocasião, sorte,
acaso). O conceito de virtude em Maquiavel se afasta
radicalmente do conceito cristão. Para o filósofo, virtude é
sinônimo de habilidade, de astúcia, de sabedoria no uso da
força. O príncipe ou governante virtuoso é aquele que é
capaz de perceber a ocasião favorável (fortuna) e, com
sabedoria, agir no sentido de conquistar e manter-se no
poder. A qualidade exigida do Príncipe que deseja se manter
no poder é, sobretudo, a sabedoria de agir conforme as
circunstâncias, sendo, sabiamente, capaz de aparentar
possuir qualidades valorizadas pelos governados.
8.2.2. os Contratualistas: Thomas Hobbes, John Locke e
Jean-Jacques Rousseau
Os contratualistas procuravam uma justificação racional para
a existência das sociedades humanas e para a criação do
Estado. De modo geral, essa questão apresentou-se da
seguinte forma:

qual é a natureza do ser humano? Qual é o seu
estado natural? – em suas diversas conjecturas
chegaram em geral à conclusão básica de que os
homens são, por natureza, livres e iguais.

Como explicar então a existência do Estado e como
legitimar seu poder? – com base na tese de que
todos são naturalmente livres e iguais, deduziram
que, em dado momento, por um conjunto de
circunstâncias e necessidades, os homens se viram
obrigados a abandonar essa liberdade e
estabelecer entre si um acordo, um pacto ou
contrato social, o qual teria dado origem ao Estado.
8.2.2.1. Estado de Natureza:
Hobbes: “O homem é o lobo do homem”; estado de guerra
contínua, aonde o medo da morte impera. Direitos naturais:
autopreservação
Locke: Os homens são iguais, livres e independentes.
Direitos naturais: propriedade privada (liberdade, vida, bens,
corpo, trabalho), independência (juiz em causa própria),
igualdade.
Rousseau: Os homens são selvagens, sadios, ingênuos e
felizes. Surge a propriedade privada e, conseqüentemente, a
discórdia e as desigualdades. Direitos naturais: vida,
liberdade, igualdade, felicidade.
8.2.2.2. Contrato Social:
9. Filosofia Contemporânea
9.1. A teoria do Estado de Hegel: a forma de pensar do
homem varia de acordo com o tempo histórico em que vive,
mas evolui à medida em que acrescentamos algo de novo
(visão progressista da história). De acordo com Hegel, o
Estado consiste no grau máximo de agrupamento entre os
diversos interesses contraditórios dos indivíduos que o
compõem. A família e a sociedade civil estariam situadas
em um patamar inferior ao do Estado, pois não teriam a
possibilidade de superar os antagonismos que imperam na
esfera social. Somente o Estado, único e soberano,
pacificaria tais tensões, pois em seu manto todos
reconheceriam a necessidade de atuar em prol do bem
comum. Não há liberdade sem lei. Sendo assim, liberdade e
Estado estão associados, uma vez que o Estado (expressão
máxima ou absoluta do Espírito ou consciência) é a
instituição responsável por instaurar todo o corpo de leis que
regula a vida social.
9.2. O Existencialismo de Jean-Paul Sartre: enquanto
existencialista, Sartre defende a tese de que, em relação ao
ser humano, “a existência precede a essência”. Em outras
palavras, não existe um Deus criador, que nos concebeu e
criou a partir de um projeto ou finalidade prévia. Sendo
assim, o homem simplesmente existe, e a sua “essência” ou
projeto será apenas aquilo que ele fizer de si mesmo, aquilo
que ele se quiser. O homem nada mais é do que o seu
projeto, um “ser-para-si”, aberto à possibilidade de construir
ele próprio a sua existência, sem que para isto haja modelo
ou essência para lhe orientar o caminho. Seu futuro se
encontra
disponível
e
aberto,
estando
portanto
irremediavelmente “condenado a ser livre”. Ao experimentar
a liberdade, e ao sentir-se como um vazio, o homem vive a
angústia da escolha. Muitas pessoas não suportam essa
angústia, fogem dela, aninhando-se na má fé. A má fé é a
atitude característica do homem que finge escolher, sem na
verdade escolher, imaginando que seu destino está traçado,
que os valores são dados. Se, no homem, a existência
precede a essência, ele é responsável por aquilo que é ou
por suas escolhas. Escolher ser isto ou aquilo é afirmar ao
mesmo tempo o valor do que escolhemos, porque nunca
podemos escolher o mal, o que escolhemos é sempre o
bem, e nada pode ser bom para nós sem que o seja para
todos. Assim, a nossa responsabilidade é muito maior do
que poderíamos supor, porque ela envolve toda a
humanidade.
EXERCÍCIOS
Filosofia Antiga
01. A respeito do nascimento da filosofia no mundo grego,
assinale a ÚNICA alternativa correta:
a) A filosofia está intimamente ligada à cosmologia,
tentando oferecer uma explicação racional para a
origem e a ordem do mundo.
b) A filosofia, como continuidade da tradição helênica dava
uma nova dimensão para o mito, inaugurando uma nova
maneira de explicar os conflitos e as tensões sociais,
conservando a base mítica.
c) A filosofia inicialmente na Grécia antiga, como o
resultado do contato entre povos antigos e a herança
recebida de outras civilizações.
d)
A filosofia nasceu no contexto da pólis e da experiência
de um discurso (logos) público pautado pelo diálogo.
02. No poema Sobre a Natureza Parmênides afirma: "os
únicos caminhos de inquérito que são a pensar: o
primeiro que é e portanto que não é não ser, de
Persuasão é caminho (pois à verdade acompanha); o
outro, que não é e portanto que é preciso não ser, este
então, eu te digo, é atalho de todo incrível; pois nem
conhecerias o que não é nem o dirias." Pode-se daí
inferir que:
a) apenas o ser pode ser dito e pensado.
b) o não ser de algum modo é.
c) o ser e o pensar são distintos.
d) o ser é conhecido pelos sentidos.
06. As diferenças básicas entre o pensamento de Platão e
Aristóteles podem ser resumidas no seguinte:
a) enquanto o primeiro privilegia o mundo das idéias,
o segundo desqualifica a matéria.
b) o segundo afirma a realidade da matéria, enquanto
o primeiro nega o mundo espiritual.
c) as idéias, para Platão, são as únicas verdades e
para Aristóteles são expressões 'lógicas' da
realidade mitológica.
d) o segundo recupera realismo como forma de
conhecimento enquanto o primeiro desqualifica o
mundo material, concebendo-o como cópia das
idéias.
07. Heráclito de Éfeso, filósofo pré-socrático, compreendia
que
03. Sócrates é tradicionalmente considerado como um
marco divisório da filosofia grega. Os filósofos que o
antecederam são chamados pré-socráticos. Seu
método, que parte do pressuposto "só sei que nada
sei", é a maiêutica que tem como objetivo:
I. o ser é vir-a-ser.
II. o vir-a-ser é a luta entre os contrários.
III. a luta entre os contrários é o princípio de todas as
coisas.
IV. da luta entre os contrários origina-se o não-ser.
I. "dar luz a idéias novas, buscando o conceito".
II. partir da ironia, reconhecendo a ignorância até
chegar ao conhecimento.
III. encontrar as contradições das idéias para concluir
pela impossibilidade de qualquer conhecimento.
IV. "trazer as idéias do céu à terra".
Assinale
a) se apenas I e II estiverem corretas.
b) se apenas I e III estiverem corretas.
c) se apenas II, III e IV estiverem corretas.
d) se apenas III e IV estiveren corretas.
e) se apenas I e IV estiverem corretas.
04. O “O mito da caverna” (livro, A república, Platão) tem
como pressuposto a teoria das idéias.
Considera-se então que seja
I.
uma metáfora do conhecimento: o movimento de
saída e a contemplação da luz significam o
processo de aquisição do conhecimento, o qual se
inicia com a opinião indo até o entendimento
(idéias).
II. Um relato da libertação dos grilhões que prendiam
os homens no interior da caverna.
III. uma forma de Platão representar a importância e a
superioridade do filósofo, como aquele que chega
ao conhecimento e tem a missão de transmiti-lo
aos outros.
IV. uma história que simboliza a vida do homem das
cavernas.
Assinale a correta:
a) I e III são interpretações possíveis.
b) II e IV são interpretações possíveis.
c) I e IV são interpretações possíveis.
d) I e II são interpretações possíveis.
05. Nos Primeiros e nos Segundos Analíticos Aristóteles
expõe a teoria geral dos silogismos, bem como as
especificidades do silogismo científico. O exemplo
clássico de silogismo é:
"Todo homem é mortal.
Sócrates é homem.
Logo, Sócrates é mortal."
Leia as seguintes afirmativas sobre esse silogismo:
I.
II.
III.
IV.
É composto por duas premissas e uma conclusão.
O termo maior não aparece na conclusão.
É um típico exemplo de raciocínio indutivo.
O termo "homem" é o termo médio.
Assinale a alternativa correta.
a) III e IV são verdadeiras.
b) II, III e IV são verdadeiras.
c) I, II e IV são verdadeiras.
d) I e IV são verdadeiras.
Assinale
a) se apenas I, II e III estiverem corretas.
b) se apenas I, III e IV estiverem corretas.
c) se apenas II, III e IV estiverem corretas.
d) se apenas I, II e IV estiverem corretas.
Gabarito
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
B
A
A
A
D
D
A
Filosofia Medieval
01. A patrística (séculos II ao V d.C.) é movimento
intelectual dos primeiros padres da Igreja,
destinado a justificar a fé cristão, tendo em vista
a conversão dos pagãos. Sobre a Patrística podese afirmar, com certeza:
I. assume criticamente elementos da filosofia
platônica na tentativa de melhor fundamentar a
doutrina cristã.
II. considera que as verdades da razão estão
sempre em contradição com as verdades
reveladas por Deus.
III. incorpora as teses da metafísica aristotélica
para
fundar
uma
teologia
estritamente
racionalista.
IV. considera a razão como auxiliar da fé e a ela
subordinada, tal como expressa a frase de Santo
Agostinho “creio para compreender”
a) II e IV são corretas.
b) I e IV são corretas.
c) III e IV são corretas.
d) Apenas II é correta.
02. Em suas reflexões sobre a questão da fé, Santo
Agostinho considera que
I. é preciso crer acima de tudo, mesmo que não
se entenda por que acreditar.
II. a razão e a fé são duas disposições do espírito
que dever ser consideradas no mesmo grau de
importância.
III. Deus é a voz interior daqueles homens que se
dedicam à busca do conhecimento; Ele os inspira
em suas investigações.
IV. a razão deve estar sempre acima da fé, só
assim se chega à verdade.
Assinale a ÚNICA opção que apresenta as
afirmativas corretas.
a) I e II
b) I e III
c) III e IV
d) I e IV
03. Sobre a doutrina da iluminação divina de Santo
Agostinho, considere o conteúdo das assertivas
abaixo:
I. A iluminação divina dispensa o homem de ter
intelecto próprio.
II. A iluminação divina capacita o intelecto
humano para entender que há determinada
ordem entre o mundo criado e as realidades
inteligíveis.
III. Agostinho nomeia as realidades inteligíveis de
forma pouco precisa como, por exemplo, idéia,
forma, espécie, regra ou razão e afirma,
platonicamente, que essas realidades já foram
contempladas pela alma.
IV. A iluminação divina exige que o homem tenha
intelecto próprio, a fim de pensar corretamente
os conteúdos da fé postos pela revelação.
Assinale a alternativa que contém somente as
afirmações corretas:
a) II e III
b) I e III
c) II e IV
d) III e IV
04. Sobre a questão dos universais, todas as
afirmativas abaixo são falsas, EXCETO:
a) Pedro Abelardo sustenta a tese de que as
palavras nada significam, porque são simples
emissão da voz humana, sendo por isso que
os universais devem ser necessariamente
incorpóreos.
b) O realismo sustenta a tese de que apenas as
palavras são reais, porque são corpóreas
enquanto som, e os universais nada
significam porque são incorpóreos, isto é, não
possuem realidade física.
c) O nominalismo sustenta a tese de que os
universais são corpóreos, porque o gênero e
a espécie não podem estar separados dos
indivíduos a que pertencem.
d) Pedro Abelardo sustenta a tese de que, por si
mesmo, os universais existem apenas no
intelecto, mas eles referem-se a seres reais.
05. O maior mestre da Escolástica é Tomás de
Aquino. Podemos destacar em relação a sua
teoria do conhecimento e suas bases filosóficas
as afirmações seguintes. Após analisá-las,
marque a INCORRETA.
a) A Súmula Teológica é uma obra que afirma
que a verdade em si já existe e para justificála assume uma visão aristotélica.
b) Entende que existem verdades da fé e da
razão, no entanto admite ele que estas
verdades não são contrárias entre si.
c) O aquinatense tem uma preocupação em
explicar Deus pelos princípios platônicos do
mundo das idéias, daí explicando as 5 vias
para se chegar a Deus através da teoria da
iluminação.
d) S. Tomás de Aquino se vale das verdades da
filosofia para fundamentar as verdades da
teologia.
Gabarito
01.
02.
03.
04.
05.
B
B
C
D
C
Filosofia Moderna (Descartes e Hume)
01.
Escolha a alternativa correta:
"E enfim, considerando que todos os mesmos
pensamentos que temos despertos nos podem
também ocorrer quando dormimos, sem que
haja nenhum, nesse caso, que seja verdadeiro,
resolvi fazer de conta que todas as coisas que
até então haviam entrado no meu espírito não
eram mais verdadeiras que as ilusões de meus
sonhos. Mas, logo em seguida, adverti que,
enquanto eu queria assim pensar que tudo era
falso, cumpria necessariamente que eu, que
pensava, fosse alguma coisa."
(R. Descartes, Discurso do método.São Paulo:
Cultural,1973.)
De acordo com a citação acima, Descartes quis
afirmar que:
a) o cogito nada mais é que a convicção que
tenho através das minhas percepções.
b) a realidade e os sonhos são da mesma
natureza e, portanto, as idéias são sempre
verdadeiras, independentemente do estado
de vigília do espírito.
c) o fato de se poder duvidar de tudo oferece
uma primeira idéia clara e distinta que é a
certeza de que o sujeito, que pensa, existe
verdadeiramente.
d) as sensações e as ilusões dos sonhos são
todas elas verdadeiras e conferem certeza ao
conhecimento.
02. David Hume, filósofo do século XVIII, partindo da
teoria do conhecimento, sustentava que
I.
o sujeito do conhecimento opera associando
sensações,
percepções
e
impressões
recebidas pelos órgãos dos sentidos e retidas
na memória.
II. as idéias nada mais são do que hábitos
mentais de associações e impressões
semelhantes ou de impressões sucessivas.
III. as idéias de essência ou substância nada
mais são que um nome geral dado para
indicar um conjunto de imagens e de idéias
que nossa consciência tem o hábito de
associar por causa das semelhanças entre
elas.
Assinale
a) se I, II e III estiverem corretas.
b) se apenas I e II estiverem corretas.
c) se apenas II e III estiverem corretas.
d) se apenas I e III estiverem corretas.
03. Para David Hume, a negação da validade
universal do princípio de causalidade e da noção
de necessidade que tal princípio implica, é
fundamentada:
a) na observação dos fenômenos que permite a
compreensão
e
o
conhecimento
do
mecanismo interno das coisas reais. Assim,
qualquer ciência pode atingir o conhecimento
pleno e definitivo dos fenômenos.
b) na observação dos fatos e no hábito que
permitem a afirmação mais geral quando a
observação
permite
a
associação
de
situações semelhantes; o hábito, portanto,
vai além da experiência.
c) em toda relação de causa e efeito, porém, é
a causalidade que permite a passagem de
um objeto para outro objeto, cada
associação permite o conhecimento da
natureza íntima das coisas, ou seja, da sua
realidade interior.
d) no conhecimento que só é possível pela
refutação de todas as crenças; isto significa
purificar o entendimento dos hábitos que o
condicionam, permitindo o fluir das idéias
inatas e independentes da experiência.
a)
b)
c)
d)
04. Sobre a filosofia de Descartes, pode-se afirmar,
com certeza, que as suas mais importantes
conseqüências foram
I.
a afirmação do caráter absoluto e universal
da razão que, através de suas próprias
forças, pode descobrir todas as verdades
possíveis.
II. a adoção do Método Matemático, que
permite estabelecer cadeias de razões.
III. a superação do dualismo psico-físico, isto é,
a dicotomia entre corpo e consciência.
Assinale a alternativa correta.
a) II e III
b) III
c) I e III
d) I e II
Gabarito
01. c
02. a
03. b
04. d
Filosofia Moderna (Kant)
01. Kant, filósofo alemão do séc. XVIII, realiza uma
"revolução copernicana", ao afirmar que:
I.
o sujeito do conhecimento é a própria razão
universal e não uma subjetividade pessoal e
psicológica, pois é sujeito conhecedor.
II. por ser inata e não depender da experiência
para existir, a razão, do ponto de vista do
conhecimento, é anterior à experiência; sua
estrutura é "a priori".
III. a experiência determina o conhecimento
para a razão e fornece a forma (universal e
necessária) do conhecimento.
Assinale
a) se as afirmações I e II são corretas.
b) se as afirmações I e III são corretas.
c) se apenas a afirmação I é correta.
d) se as afirmações II e III são corretas.
02. Observe o texto abaixo, de Kant, e marque a
CORRETA.
"Denominamos sensibilidade a receptividade de
nossa mente para receber representações na
medida em que é afetada de algum modo; em
contrapartida, denominamos entendimento ou
espontaneidade do conhecimento a faculdade do
próprio
entendimento
de
produzir
representações".
I.
As sensações são intuições empíricas; já o
espaço e o tempo são intuições a posteriori.
II. Mediante a cooperação recíproca das
faculdades subjetivas, unificando percepções
sob
conceitos,
o
sujeito
produz
a
experiência, que é um conhecimento real e
empírico constituído por uma conexão de
percepções operada pelo entendimento.
III. A
experiência
envolve
apenas
dados
empíricos e nunca elementos a priori.
IV. A sensibilidade é a faculdade das intuições e
o entendimento é a faculdade dos conceitos.
V. O Sujeito constrói o conhecimento segundo
certas condições que são as faculdades e
suas respectivas formas: a sensibilidade com
as formas de espaço e o tempo, e o
entendimento com os conceitos básicos
chamados categorias.
Estão
Estão
Estão
Estão
todas corretas.
corretas II, IV e V.
incorretas I, III e IV.
corretas I, III e V.
03. 'Marque abaixo a única alternativa que NÃO está
de acordo com os conceitos kantianos de
"fenômeno" e "coisa-em-si":
a) O espaço e o tempo são estruturas das
coisas-em-si e não fazem parte dos
fenômenos.
b) O fenômeno somente pode encontrar-se na
sua relação com o sujeito, sendo inseparável
de suas representações.
c) Não temos conhecimento das coisas-em-si,
mas somente das coisas-como-apreendidas.
d) O conhecimento só é possível quando o
espírito assume sob suas formas a priori os
dados da experiência imediata.
e) O fenômeno é aquilo que de modo algum
pode encontrar-se no objeto em si mesmo.
04.
Observe o texto abaixo:
"Mas embora todo o nosso conhecimento comece
com a experiência, nem por isso todo ele se
origina justamente da experiência. Pois poderia
bem
acontecer
que
mesmo
o
nosso
conhecimento de experiência seja um composto
daquilo que recebemos por impressões e daquilo
que a nossa própria faculdade de conhecimento
(apenas provocada por impressões sensíveis)
fornece de si mesma, cujo aditamento não
distinguimos daquela matéria-prima antes que
um longo exercício nos tenha chamado a atenção
para ele e nos tenha tornado aptos a abstraí-lo."
(KANT, lmmanuel. Crítica da razão pura. São Paulo: Abril
Cultural, 1980, p. 23 [B 1-2]).
Assinale, abaixo, a alternativa INCORRETA:
a) Nosso
conhecimento
não
se
origina
exclusivamente da experiência, porque o
sujeito é ativo e constrói subjetivamente
parte dele.
b) As
impressões
que
afetam
nossa
sensibilidade recebem as formas a priori do
espaço e do tempo.
c) A intuição empírica é a matéria do
conhecimento.
d) A intuição humana é sensível e a intuição de
Deus é intelectual.
Gabarito
01. a
02. b
03. a
04. d
Filosofia Moderna
Rousseau)
(Maquiavel,
Hobbes,
Locke
e
01. A respeito do conceito maquiaveliano de virtù, analise
as assertivas abaixo:
I- A virtú é a qualidade dos oportunistas, que agem guiados
pelo instinto natural e irracional do egoísmo e almejam,
exclusivamente, sua vantagem pessoal.
II- O homem de virtú é antes de tudo um sábio, é aquele que
conhece as circunstâncias do momento oferecido pela
fortuna e age seguro do seu êxito.
III- Mais do que todos os homens, o príncipe tem de ser um
homem de virtú, capaz de conhecer as circunstâncias e
utilizá-las a seu favor.
IV- Partidário da teoria do direito divino, Maquiavel vê o
príncipe como um predestinado e a virtú, como algo que
não depende dos fatores históricos.
Assinale a única alternativa que contém as assertivas
verdadeiras:
a)
b)
c)
d)
I, II e III
II e III
II e IV
II, III e IV
02. A filosofia política de Thomas Hobbes combatia
as tendências liberais de sua época. Hobbes
sustentava que o poder resultante do pacto
político deveria ser:
I.
ilimitado, julgando sobre o justo e o injusto,
acima do bem e do mal e em que a alienação
do súdito ao soberano deveria ser total.
II. dividido entre o rei e o parlamento,
superando as discórdias e disputas em favor
do bem comum da coletividade.
III. absoluto, podendo utilizar a força das armas
para manter a soberania e o silêncio dos
súditos.
Assinale a alternativa correta.
a) I e III
b)
II e III
c) I e II
d)
II
03. Sobre o conceito
podemos dizer que
de
estado
de
natureza,
I.
para Rousseau, está relacionado à idéia do
bom selvagem, quer dizer, o estágio em que
os homens viveriam em comunhão com a
Natureza, desconhecendo lutas e intrigas
entre si.
II. se refere a uma situação pré-social na qual
os indivíduos viveriam isoladamente sem
regulações ou regras.
III. Hobbes define o estágio no qual os
indivíduos viveriam em sucessivos períodos
de confronto e paz, até aprenderem a se
respeitar mutuamente.
Assinale.
a) se todas estiverem corretas.
b) se apenas I e II estiverem corretas.
c) se apenas II e III estiverem corretas.
d) se apenas I e m estiverem corretas.
e) se apenas II estiver correta.
04. Para Locke, os homens em estado de natureza
são, cada um, juiz em causa própria; assim é
necessário constituir a sociedade civil mediante
contrato social para organizar a vida em
sociedade. Isto se daria através do pacto,
tornando legítimo o poder do Estado. Para ele, o
poder
a) encontra-se
na
soberania
do
poder
executivo.
b) é confiado aos governantes e não pode ser
contestado em hipótese alguma.
c) é confiado aos governantes, podendo haver
insurreição, caso eles não visem o bem
público.
d) é absoluto e não há possibilidade de instituirse um novo pacto.
e) é instituído pela vontade geral.
05. As assertivas abaixo referem-se ao pensamento
político de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778).
I.
No estado de natureza os indivíduos vivem
isolados e vagueando pela imensa selva,
sobrevivem com aquilo que a natureza lhes
oferece, desconhecem as lutas; este estágio
equivale ao estado de felicidade original: o
homem é o bom selvagem.
II. O que originou o estado de sociedade foi o
aparecimento da propriedade privada, isto é,
a divisão arbitrária que define o que é meu e
o que é teu; tal situação, acarretou o
rompimento do estado de felicidade original.
III. O governante é o indivíduo que está
investido da soberania, é ele que representa
a vontade geral; sob esta situação política, o
povo transfere de livre e espontânea vontade
os seus direitos civis ao governante.
Assinale a única alternativa que contém as
afirmativas corretas.
a) Apenas I e II.
b) Apenas I e III.
c) Apenas II e III.
d) I, II e III.
06. O que há de comum entre as teorias dos filósofos
contratualistas é que
a) eles partem da análise do homem em estado
de natureza, isto é, antes de qualquer
sociabilidade, tendo direito a tudo.
b) no estado de natureza, o homem possui
segurança e paz, pois é dono de um poder
ilimitado.
c) os interesse egoístas não existem no estado
de natureza, pois os homens realizam todos
os seus desejos.
d) as disputas evitam a guerra de todos contra
todos, pois os homens desfrutam de todas as
coisas.
Gabarito
01. b
02. a
03. b
04. c
05. a
06. a
Filosofia Contemporânea (Hegel e Marx)
01. À ótica do materialismo marxista, é CORRETO
afirmar:
A) As relações de produção (infraestrutura
material) são determinantes da consciência
(superestrutura).
B) A natureza material é fruto da consciência
que se autodetermina na singularidade
concreta.
C) O materialismo corresponde a uma doutrina
filosófica imanente ao idealismo.
D) O materialismo explica o movimento do
mundo por um espírito divino.
E) O materialismo visa ao acúmulo de bens
materiais.
02. O materialismo marxista é histórico-dialético
porque:
A) Como o materialismo mecanicista, parte da
constatação de um mundo composto de
coisas inertes.
B) Funda-se numa causalidade linear, não
permitindo ao homem nenhuma liberdade.
C) Parte da consideração que é a realidade é
movimento e processo, explicando a história
por fatores materiais.
D) Parte da consideração de que o mundo é
incognoscível
regulado
pelo
“divino
relojoeiro”.
E) Lança mão dos fatos históricos para justificar
o idealismo hegeliano.
03. De acordo com o materialismo histórico-dialético
de Marx e Engels, é INCORRETO afirmar:
A) o Estado não é no fundo mais do que o
reflexo das necessidades econômicas da
classe reinante sobre a produção.
B) o materialismo de Marx e Engels visa oporse ao idealismo espiritualista hegeliano, para
o qual a força que move a história é a idéia,
o espírito, a consciência.
C) de acordo com o materialismo histórico as
relações sociais são determinadas pela
satisfação das necessidades da vida humana,
o que constitui a condição fundamental de
toda a transformação histórica.
D) quando Marx fala de materialismo, a matéria
à qual se refere não são os corpos físicos, os
átomos, os seres naturais, mas sim as
relações sociais de produção econômica.
E) é a consciência dos homens que determina o
seu ser; mas não o seu ser social que,
inversamente determina sua consciência.
b)
c)
d)
04. De acordo com o conceito de angústia em Sartre,
marque a alternativa correta.
04. Em relação ao pensamento de Hegel, assinale a única
alternativa verdadeira:
1.
A) O verdadeiro autor da história são as relações que os
homens estabelecem entre si para sua sobrevivência.
B) As massas em seu movimento buscando a liberdade é
que conduzem e efetivam a realização da consciência de
liberdade na história.
C) O Espírito é o verdadeiro autor da história e o fim que o
move é a conquista da liberdade.
D) No Espírito a consciência é determinada através das
condições de vida material dos homens.
2.
Gabarito
01. A
02. C
03. E
04. C
Filosofia Contemporânea (Sartre)
01. Jean-Paul Sartre (1905-1980), afirma que
“estamos condenados à liberdade”. Sendo assim,
afirma
a) que a liberdade é o poder do todo para agir
em
conformidade
consigo
mesmo,
instaurando leis e normas necessárias para
os indivíduos.
b) que estamos sob o poder de forças externas
mais poderosas que nossas vontades, que
nos obrigam a ser livres.
c) que a liberdade é a escolha incondicional que
o próprio homem faz de seu ser e de seu
mundo.
d) que a liberdade é resignar-se ou conformase às situações, que encontramos no mundo
e que nos determina.
02. Para Sartre (1905-1980) o homem a todo
momento está escolhendo o caminho a seguir em
sua existência, e esta escolha tem valor porque
é feita ente outra inúmeras possibilidades: esta
situação é de angústia, mas, uma vez feita a
escolha, a angústia passa a ser a autonomia do
querer. A situação existencialista da escolha, tal
como foi descrita, implica:
a) a má fé do homem, pois a escolha é feita
somente para a satisfação de si mesmo.
b) a responsabilidade do homem, pois ele é
sempre o autor da escolha feita.
c) a falsa consciência, que desconhece a
autonomia e aceita aquilo que fazem de si.
d) a natureza humana imutável do indivíduo,
que é a certeza da liberdade espiritual.
03. Sartre fundou um existencialismo ateu. Para este
filósofo, não há um Deus que cria o homem e
ordena-lhe a vida segundo um fim prévio. Sobre
o existencialismo de Sartre as afirmativas abaixo
são corretas, EXCETO
a) A liberdade do homem só poderá efetivar-se
plenamente
no
âmbito
da
sociedade
burguesa que defende a livre iniciativa e o
papel mínimo do Estado.
O homem é o único ser que é ser-para-si,
isto quer dizer que ele é o seu próprio
projeto.
A má fé resulta da fuga da experiência da
angústia de ter sempre que escolher.
Os valores que estruturam a existência
humana não são obrigações metafísicas
individuais e nem imposições da tradição;
cabe apenas ao homem criá-las.
3.
4.
5.
a)
b)
c)
d)
A angústia resulta da revelação da nossa
própria liberdade, limitada apenas por si
mesma.
Ela é o sentimento experimentado pelo
homem quando se faz qualquer escolha.
Se o homem não faz nenhuma escolha,
ainda assim escolhe: “a sua condição está
em ser condenado à liberdade”. Este é o
tema da angústia sartreana.
A angústia é a experiência vivida em face da
descoberta da liberdade.
Está implícita na idéia de que “ficar
angustiado é agir de má-fé”.
1,
2,
1,
1,
2, 3 e 5 são corretas.
4 e 5 são incorretas.
2, 3 e 4 são corretas.
2, 3 e 4 são incorretas.
05. De acordo com a filosofia de Jean-Paul Sartre,
marque a alternativa correta.
I.
O homem primeiramente existe, está
condenado a ser livre e é o seu próprio
projeto, ou seja, toda e qualquer escolha
depende dele mesmo, já que Deus não
existe.
II. A natureza humana não depende de escolhas
que o próprio homem faz de si mesmo.
III. O tema liberdade é a principal discussão do
existencialismo ateu onde o homem escolhe
a si mesmo.
IV. A náusea para Sartre é a possibilidade que
todos os homens possuem de fazer escolhas
e assumir a responsabilidade de tudo o que
escolher.
V. A má-fé é a fuga da responsabilidade.
a)
b)
c)
d)
II – IV – V.
I – III – V.
III – IV.
II – III – IV.
Gabarito
01. c
02. b
03. a
04. c
05. b
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