Documento 2086076

Propaganda
ESCOLA: Estadual Humberto de Alencar Castelo Branco – Ensino fundamental
NRE: Apucarana
MUNICÍPIO: Borrazópolis
DISCIPLINA: Língua Portuguesa
NÍVEL: Ensino Fundamental
PROPOSTA CURRICULAR DE LÍNGUA PORTUGUESA
PROFESSORAS:
Eliana Aparecida Silva
Eliza Cristina Henning Alves
Kelly Cristina Paulino
Maria Lúcia Sanches Razaboni
Marcilei Alves de Oliveira
Natalina da Luz Minateli
Nelma Miskalo Barbosa
Terezinha de Oliveira Boro
BORRAZÓPOLIS – PARANÁ
2012
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A Constituição Brasileira, em seu artigo 5º, prescreve: “Todos são
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
igualdade, à segurança e à propriedade (...)”.
O Estado de Direito garante a todos os cidadãos a igualdade perante
as leis, porém sabemos que, historicamente, em nosso país, há um descompasso
entre o que a lei propõe e a realidade vivida pela sociedade, incluídos, aí, os
processos de educação.
Nesse quadro, que papel desempenha a escola? É nos processos
educativos, e notadamente nas aulas de Língua Materna, que o estudante brasileiro
tem a oportunidade de aprimoramento de sua competência linguística, de forma a
garantir uma inserção ativa e crítica na sociedade. É na escola que o aluno, e mais
especificamente o da escola pública, deveria encontrar o espaço para as práticas de
linguagem que lhe possibilitem interagir na sociedade, nas mais diferentes
circunstâncias de uso da língua, em instâncias públicas e privadas. Nesse ambiente
escolar, o estudante aprende a ter voz e fazer uso da palavra, numa sociedade
democrática, mas plena de conflitos e tensões, neste sentido o aluno deve empregar
a língua oral em diferentes situações de uso, sabendo adequá-la a cada contexto e
interlocutor, descobrindo as intenções que estão implícitas nos discursos do
cotidiano e posicionando-se diante dos mesmos.
A democratização do ensino levou para a instituição escolar os
integrantes das classes menos favorecidas. A consequência foi a instalação do
conflito entre a linguagem ensinada na escola, que é a norma das classes
privilegiadas, e a linguagem das camadas populares. O conflito persiste quando se
observa que
[...] segundo os princípios democráticos nenhuma
discriminação dos indivíduos tem razão de ser,
com base em critérios de raça, religião, credo
político, a única brecha deixada aberta para a
discriminação é aquela que se baseia nos critérios
da linguagem e da educação (GNERRE, 1991, p.
18).
A Língua Portuguesa, enquanto disciplina escolar, passou a integrar os
currículos escolares brasileiros somente nas últimas décadas do século XIX, depois
de já há muito organizado o sistema de ensino. O ensino manteve sua característica
elitista até meados do século XX. Em 1967 iniciou-se no Brasil um processo de
democratização do ensino, com a ampliação das vagas. Com isso as condições
escolares e pedagógicas, as necessidades e as exigências culturais passam a ser
outras bem diferentes.
Aprender a língua não significa apenas aprender as palavras e suas
combinações, mas apreender seus significados que são construídos no processo de
interação verbal, determinados pelo contexto.
Daí ser fundamental desenvolver o uso da língua escrita em situações
discursivas
realizadas
por
meio
de
praticas
sociais,
considerando-se
os
interlocutores, os seus objetivos, o assunto tratado, os gêneros e suportes textuais e
o contexto de produção leitura.
Portanto, pela língua ser mais do que um código e está em contínua
mudança, vê-se a necessidade dela estar presente durante todo o processo de
ensino e aprendizagem do educando. É a prática da linguagem, enquanto discurso,
enquanto produção social que dá vida à língua a serviço da intenção comunicativa.
O objeto de estudo da disciplina é a língua e o conteúdo estruturante
de Língua Portuguesa é o discurso enquanto prática social, concretizando-se na
oralidade, leitura e escrita, sendo mediado entre professor e aluno baseado em
conhecimentos da realidade de ambos, direcionado a uma aprendizagem mais
significativa. Visto que os processos que a constituem são histórico-sociais e trazem
consigo a visão de mundo de seus produtores, ela não é neutra. Como diz Geraldi,
“a língua não é um sistema fechado, pronto, acabado de que poderíamos nos
apropriar”. No próprio ato de falarmos, de nos comunicarmos com os outros, pela
forma como o fazemos, estamos participando, queiramos ou não, do processo de
constituição da língua.
O sujeito que utiliza a língua não é um ser passivo, mas alguém, que
interfere na constituição do significado do ato comunicativo. Portanto, há uma
relação intrínseca entre o linguístico e o social que precisa ser considerada no
estudo da língua. Por isso, o lugar privilegiado para a análise desse fenômeno é o
discurso que se materializa na forma de um texto.
É tarefa da escola possibilitar que seus alunos participem de diferentes
práticas sociais que utilizem a leitura, a escrita e a oralidade, com a finalidade de
inseri-los nas diversas esferas de interação.Para isso e necessário refletir os textos
produzidos, lidos ou ouvidos, atualizando o gênero e tipo de texto, assim como os
elementos gramaticais empregados na sua organização. Se a escola desconsiderar
esse papel, o sujeito ficará à margem dos novos letramentos, não conseguindo se
constituir no âmbito de uma sociedade letrada.
No ambiente escolar, a racionalidade se exercita com a escrita, de
modo que a oralidade não é muito valorizada; entretanto, é rica e permite muitas
possibilidades de trabalho a serem pautadas em situações reais de uso da fala e na
produção de discursos nos quais o aluno se constitui como sujeito do processo
interativo.
A escola deve então acolher os alunos independentemente de origem
quanto à variação linguística de que dispõem para sua expressão e compreensão do
mundo. Compete à escola tomar como ponto de partida os conhecimentos
linguísticos dos alunos, promovendo situações que os incentivem a falar, ainda que
do seu jeito, ou seja, fazer uso da variedade de linguagem que eles empregam em
suas relações sociais.
O espaço escolar, então, deve propiciar e promover atividade que
possibilitem ao aluno tornar-se um falante cada vez mais ativo e competente, capaz
de compreender os diferentes discursos e de organizar os seus de forma clara,
coesa e coerente.
O professor precisa ter clareza de que tanto a norma padrão quanto as
outras variedades, embora apresentem diferenças entre si, são igualmente lógicas e
bem estruturadas.
As variações linguísticas não são consideradas boas ou ruins,
melhores ou piores, primitivas ou elaboradas, pois constituem sistemas linguísticos
eficazes, falares que atendem a diferentes propósitos comunicativos, dadas as
práticas sociais e os hábitos culturais das comunidade.
O professor deve planejar e desenvolver um trabalho com a oralidade
que, gradativamente, permita ao aluno conhecer, usar também a variedade
linguística padrão e entender a necessidade desse uso em determinados contextos
sociais.
Na concepção de linguagem assumida por estas Diretrizes, a leitura é
vista como um ato dialógico, inter-locutivo. O leitor, nesse contexto, tem um papel
ativo no processo da leitura, e para se efetivar como co-produtor, procura pistas
formais, formula e reformula hipóteses, aceita ou rejeita conclusões, usa estratégias
baseadas no seu conhecimento linguístico, nas suas experiências e na sua vivência
sócio-cultural.
Ler é familiarizar-se com diferentes textos produzidos em diversas
esferas sociais: jornalísticas, artística, judiciária, científica, didático-pedagógica,
cotidiana, midiática, literária, publicitária, etc.
No contexto da diversidade dos textos deve-se aprimorar, pelo contato
com os textos literários, a capacidade de pensamento critico e a sensibilidade
estética dos alunos, propiciando, através da Literatura, a constituição de um espaço
dialógico que permita a expansão lúdica do trabalho com as praticas da oralidade,
da leitura e da escrita.
No processo de leitura, também é preciso considerar as linguagens
não-verbais. A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens
digitais e virtuais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo
cotidiano, deve contemplar os multi-letramentos mencionados nestas Diretrizes.
Trata-se de propiciar o desenvolvimento de uma atitude crítica que leva
o aluno a perceber o sujeito presente nos textos e, ainda, tomar uma atitude
responsiva diante deles. Sob esse ponto de vista, o professor precisa atuar como
mediador, provocando os alunos a realizarem leituras significativas. Assim, o
professor deve dar condições para que o aluno atribua sentidos a sua leitura,
visando a um sujeito crítico e atuante nas práticas de letramento da sociedade.
É importante ponderar a pluralidade de leituras que alguns textos
permitem, o que é diferente de afirmar que qualquer leitura é aceitável. Deve-se
considerar o contexto de produção sócio-histórico, a finalidade do texto, o
interlocutor, o gênero.
Do ponto de vista pedagógico, não se trata de ter
no horizonte a leitura do professor ou a leitura
historicamente privilegiada como parâmetro de
ação; importa, diante de uma leitura do aluno,
recuperar sua caminhada interpretativa, ou seja,
que pistas do texto o fizeram acionar outros
conhecimentos para que ele produzisse o sentido
que produziu; é na recuperação desta caminhada
que cabe ao professor mostrar que alguns dos
mecanismos acionados pelo aluno podem ser
irrelevantes para o texto que se lê, e, portanto, sua
“inadequada leitura” é consequência deste
processo e não porque se coaduna com a leitura
desejada pelo professor (GERALDI, 1997, p.188).
Dependendo da esfera social e do gênero discursivo, as possibilidades
de leitura são mais restritas. Por exemplo, na esfera literária, o gênero poema
permite uma ampla variedade de leituras, já na esfera burocrática, um formulário não
possibilita tal liberdade de interpretação.
Desse modo, para o encaminhamento da prática da leitura, é preciso
considerar o texto que se quer trabalhar e, então, planejar as atividades. Antunes
(2003) salienta que conforme variem os gêneros (reportagem, propaganda, poemas,
crônicas, história em quadrinhos, entrevistas, blog), conforme variem a finalidade
pretendida com a leitura (leitura informativa, instrumental, entretenimento...), e,
ainda, conforme variem o suporte (jornal, televisão, revista, livro, computador...),
variam também as estratégias a serem usadas.
Na sala de aula, é necessário analisar, nas atividades de interpretação
e compreensão de um texto: os conhecimentos de mundo do aluno, os
conhecimentos linguísticos, o conhecimento da situação comunicativa, dos
interlocutores envolvidos, dos gêneros e suas esferas, do suporte em que o gênero
está publicado, de outros textos (intertextualidade).
Para a prática da intertextualidade também e necessário reconhecer e
valorizar a identidade, historia e cultura dos afro-brasileiros, garantindo a igualdade
de valorização das raízes africanas da nação brasileira, através de musica, religião e
costumes.
Para Koch (2003, p. 24), o trabalho com esses conhecimentos realizase por meio das estratégias:
•
cognitivas: como as inferências, a focalização, a busca da
•
sócio-interacionais: como preservação das faces, polidez,
relevância;
atenuação,
atribuição de causas a (possíveis) mal-entendidos, etc.;
•
feitas pelo
textuais: conjunto de decisões concernentes à textualização,
produtor do texto, tendo em vista seu “projeto de dizer” (pistas,
marcas, sinalizações).
Entende-se que a leitura é um processo de produção de sentido que se
dá a partir de interações sociais ou relações dialógicas que acontecem entre o texto
e o leitor.
Conteúdo Estruturante: Discurso como prática social.
Conteúdos Básicos
Gêneros textuais a serem trabalhados –
6° ano



























Adivinhas.
Anedotas.
Bilhetes.
Cantigas de roda.
Cartão.
Convites.
Aviso.
Biografias.
Autobiografias.
Contos de fadas.
Tirinhas.
Lendas.
Cartazes.
Músicas.
Piadas.
Quadrinhas.
Receitas.
Trava-línguas.
Poemas.
Cartum.
Tiras.
Classificados.
Regras de jogos.
Rótulos/embalagens.
Fábulas.
Histórias em quadrinho.
Narrativas de enigmas.
Práticas discursivas: Escrita, Leitura e
Oralidade – Análise Linguística






















Gêneros textuais a serem trabalhados –
7° ano



Cantigas de roda.
Carta ao leitor, de reclamação, de
solicitação.
Aviso.
Tema do texto.
Papel do locutor e interlocutor.
Finalidade do texto.
Argumentos do texto.
Intertextualidade.
Ambiguidade.
Informações explícitas e
implícitas.
Elementos extralinguísticos:
entonação, pausas, gestos e
outros.
Discurso direto e indireto.
Elementos composicionais do
gênero.
Léxico.
Adequação do discurso ao
gênero.
Turnos da fala.
Variações linguísticas.
Contexto de pŕodução.
Informatividade.
Divisão do texto em parágrafo.
Processo de formação de
palavras.
Acentuação gráfica/ortografia.
Concordância verbal/nominal.
Marcas linguísticas: coesão,
coerência, gírias, repetição,
recursos gráficos (como aspas,
travessão, negrito), figuras de
linguagem.
Semântica.
Práticas discursivas: Escrita, Leitura e
Oralidade – Análise Linguística




Tema do texto.
Papel do locutor e interlocutor.
Finalidade do texto.
Argumentos do texto.





















Biografias.
Autobiografias.
Contos de fadas.
Conto maravilhoso.
Narrativas de aventuras, de ficção
científica, de enigma, mítica.
Tirinhas, tirinhas e cartons.
Lendas.
Cartazes.
Músicas.
Piadas, anedotas ou caso.
Notícia.
Quadrinhas.
Receitas.
Trava-línguas.
Poemas.
Classificados.
Regras de jogos.
Rótulos/embalagens.
Fábulas.
Histórias em quadrinho.
Narrativas de enigmas.

















Gêneros textuais a serem trabalhados –
8° ano











Contos populares.
Contos.
Memórias.
Resumo.
Debate.
Palestras.
Pesquisa.
Relatório.
Exposição oral.
Mesa redonda.
Abaixo-assinado.
Intertextualidade.
Ambiguidade.
Informações explícitas e
implícitas.
Elementos extralinguísticos:
entonação, pausas, gestos e
outros.
Discurso direto e indireto.
Elementos composicionais do
gênero.
Léxico.
Adequação do discurso ao
gênero.
Turnos da fala.
Variações lingüísticas (semântias
e lexicais)
Contexto de produção.
Informatividade.
Divisão do texto em parágrafo.
Acentuação gráfica/ortografia.
Concordância verbal/nominal.
Marcas linguísticas: coesão,
coerência, gírias, repetição,
recursos gráficos (como aspas,
travessão, negrito), figuras de
linguagem.
Semântica.
Práticas discursivas: Escrita, Leitura e
Oralidade – Análise Linguística









Conteúdo temático.
Papel do locutor e interlocutor.
Finalidade do texto.
Argumentos do texto.
Intertextualidade.
Vozes sociais presentes no texto.
Ambiguidade.
Informações explícitas e
implícitas.
Elementos extralinguísticos:
entonação, pausas, gestos e
outros.





















Entrevista (oral e escrita).
Seminário.
Carta ao leitor.
Carto do leitor.
Depoimento.
Artigo de opinião.
Cartum.
Charge.
Classificados.
Anúncios.
Crônica jornalística.
Diálogo/discussão argumentativa.
Cartazes.
Comercial para TV.
Filmes.
Resenha crítica.
Sinopses de filmes.
Vídeo clip.
Blog.
Chat.
Fotoblog.
















Gêneros textuais a serem trabalhados –
9° ano










Crônicas de ficção.
Literatura de cordel.
Memórias.]pinturas. Romances.
Poesias.
Músicas.
Resumo.
Paródias.
Relatório.
Cartazes.
Resenha.
Discurso direto e indireto.
Elementos composicionais do
gênero.
Relação de causa e consequência
entre as partes e elementos do
texto.
Léxico.
Adequação do discurso ao
gênero.
Turnos de fala.
Variações linguísticas.
Contexto de pŕodução.
Informatividade.
Divisão do texto em parágrafo.
Processo de formação de
palavras.
Acentuação gráfica/ortografia.
Concordância verbal/nominal.
Marcas linguísticas: coesão,
coerência, gírias, recursos
semânticos, função das classes
gramaticais, pontuação, recursos
gráficos (como aspas, travessão,
negrito), figuras de linguagem.
Papel sintático e estilístico dos
pronomes na organização,
retomadas e sequenciação do
texto.
Semântica: operadores
argumentativos; ambiguidade;
sentido figurado; significado das
palavras; expressões que
denotam ironia e humor no texto.
Práticas discursivas: Escrita, Leitura e
Oralidade – Análise Linguística










Conteúdo temático.
Papel do locutor e interlocutor.
Intencionalidade do texto.
Finalidade do texto.
Argumentos do texto.
Conteúdo de produção.
Intertextualidade.
Discurso ideológico no texto.
Vozes sociais presentes no texto.
Elementos extralinguísticos:


















Seminário.
Texto de opinião.
Diálogo/discussão argumentativa.
Carta do leitor.
Editorial.
Entrevista.
Notícia/reportagem.
E-mail.
Carta de reclamção.
Carta de solicitação.
Depoimentos.
Ofício.
Procuração.
Leis.
Requerimento.
Telejornal.
Relenovela.
Teatro.


















entonação, pausas, gestos e
outros.
Discurso direto e indireto.
Elementos composicionais do
gênero.
Léxico.
Adequação do discurso ao
gênero.
Turnos de fala.
Variações linguísticas (lexicais,
semânticas, prosódias entre
outras.)
relação de causa e consequência
entre as partes e elementos do
texto.
Partículas conectivas do texto.
Progressão referencial do texto.
Divisão do texto em parágrafo.
Processo de formação de
palavras.
Acentuação gráfica/ortografia.
Concordância verbal/nominal.
Sintaxe e regência.
Marcas linguísticas: coesão,
coerência, gírias, recursos
semânticos, função das classes
gramaticais, pontuação, recursos
gráficos (como aspas, travessão,
negrito), figuras de linguagem.
Semântica: operadores
argumentativos; modalizadores;
polissemia.
Adequação da fala ao contexto
(uso de gírias, repetições, etc.).
Diferenças e semelhanças entre o
discurso oral e escrito.
METODOLOGIA
Na sala de aula e nos outros espaços de encontro com os alunos, os
professores de Língua Portuguesa e Literatura têm o papel de promover o
amadurecimento do domínio discursivo da oralidade, da leitura e da escrita, para que
os estudantes compreendam e possam interferir nas relações de poder com seus
próprios pontos de vista, fazendo deslizar o signo-verdade-poder em direção a
outras significações que permitam, aos mesmos estudantes, a sua emancipação e a
autonomia em relação ao pensamento e às práticas de linguagem imprescindíveis
ao convívio social. Esse domínio das práticas discursivas possibilitará que o aluno
modifique, aprimore, reelabore sua visão de mundo e tenha voz na sociedade.
Isso significa a compreensão crítica, pelos alunos, das cristalizações
de verdade na língua: o rótulo de erro atribuído às variantes que diferem da norma
padrão; a excessiva formatação em detrimento da originalidade; a irracionalidade
atribuída aos discursos, dependendo do local de onde são enunciados e, da mesma
forma, o atributo de verdade do aos discursos que emanam dos locais de poder
político, econômico ou acadêmico. Entender criticamente essas cristalizações
possibilitará aos educandos a compreensão do poder configurado pelas diferentes
práticas discursivo-sociais que se concretizam em todas as instâncias das relações
humanas.
As atividades orais oferecem condições ao aluno de falar com fluência
em
situações
formais;
adequar
a
linguagem
conforme
as
circunstâncias
(interlocutores, assunto, intenções); aproveita os imensos recursos expressivos da
língua e, principalmente, praticar e aprender a convivência democrática que supõe o
falar e o ouvir. Ao contrário do que se julga, a prática oral realiza-se por meio de
operações lingüísticas complexas, relacionadas a recursos expressivos como a
entonação.
As possibilidades de trabalho com os gêneros orais são diversos e
apontam diferentes caminhos, como: apresentação de temas variados (histórias de
família, da comunidade, um filme, um livro); depoimento sobre situações
significativas vivenciadas pelo aluno ou pessoas do seu convívio; dramatização;
recado; explicação; contação de histórias; declamação de poemas; troca de
opiniões; debates; seminários; júris-simulado e outras atividades que possibilitem o
desenvolvimento da argumentação e a análise da linguagem em uso.
O exercício da escrita leva em conta o relação entre o uso e o
aprendizado da língua, sob a premissa de que o texto é um elo de interação social e
os gêneros discursivos são construções coletivas. Assim, entende-se o texto como
uma forma de atuar, de agir no mundo. Escreve-se e fala-se para convencer, vender,
negar, instruir, etc.
As atividades de escrita se realizarão de modo interlocutivo,
relacionando o dizer escrito às circunstâncias de sua produção, ou seja o produto do
texto assumir-se como locutor, tendo o que dizer, razão para dizer, como dizer, e
interlocutores para quem dizer; textos de gêneros que têm função social
determinada, conforme o que vigora na sociedade
A ação com a língua escrita, deve valorizar a experiência lingüística do
estudante em situações específicas, na produção de textos argumentativos,
descritivos, de notícia, narrativos, memorandos, poemas, abaixo-assinados, crônicas
ou textos de humor, convite, bilhete, carta, cartaz, editorial, artigo de opinião, carta
do leitor, relatórios, resultados de pesquisa, resumos, resenhas, solicitações,
requerimentos, crônica, conto, relatos de experiências, receitas. Destaca-se também
a importância de realizar atividades com os gêneros digitais, como: e-mail, blog,
chat, lista de discussão, fórum de discussão, dentre outros, experienciando usos
efetivos da linguagem escrita na esfera digital.
A leitura vista como um ato dialógico, interlocutivo, o leitor tem um
papel ativo no processo da leitura, e para se efetivar como co-produtor, procura
pistas formais, formula e reformula hipóteses, aceita ou rejeita conclusões, usa
estratégias baseadas no seu conhecimento lingüístico, nas suas experiências e na
sua vivência sócio-cultural.
Ler é familiarizar-se com diferentes textos produzidos em diversas
esferas sociais: jornalísticas, artísticas, judiciária, científica, didático-pedagógica,
cotidiana, midiática, literária, publicitária, etc. No processo de leitura, também é
preciso considerar as linguagens não-verbais. A leitura de imagens, como: fotos,
cartazes, propagandas, imagens digitais e virtuais, figuras que povoam com
intensidade crescente nosso universo cotidiano; a leitura compreenderá o contato do
aluno com uma ampla variedade de textos-notícias, crônicas, piadas, poemas,
artigos científicos, ensaios, reportagens, propaganda, charges, romances, contos,
etc. – percebendo em cada texto, a presença de um sujeito histórico, de uma
intenção.
Os temas relacionados aos Desafios Educacionais Contemporâneos:
Educação Ambiental, enfrentamento à violência na Escola, História e Cultural
Afrobrasileira e Africana, Educando para as Relações Étnico-Raciais, Prevenção ao
uso indevido de drogas, Sexualidade, será abordado na disciplina de Língua
Portuguesa, através do trabalho com letras de músicas, produções e debates
relacionados ao preconceito, racismo no Brasil, presença do negro na mídia, cotas,
mercado de trabalho, obras literárias de escritores negros e que abordem a
contribuição do povo negro à cultura nacional.
O
trabalho
com
a
literatura
será
baseado
na
Estética
da
Recepção/Método Recepcional, uma vez que este tipo de texto permite múltiplas
interpretações, e é na recepção que ele significa.
A metodologia será aplicada através de recursos tecnológicos tais
como: vídeos, DVDs, retro-projetor, televisão, rádio e internet.
SISTEMA DE AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO
A Avaliação está diretamente associada à concepção pedagógica que
rege a prática do educador e é considerada um instrumento auxiliar indispensável no
processo de aprendizagem.
A Avaliação precisa ser entendida como um instrumento de compreensão
do nível de aprendizagem dos alunos em relação aos conceitos estudados, às
habilidades desenvolvidas. Ação que necessita ser contínua, pois o processo de
construção de conhecimentos dará muitos subsídios ao educador para perceber os
avanços e dificuldades dos educandos e, assim, rever a sua prática e redirecionar as
suas ações, se for preciso.
Conforme Regimento e Projeto Político Pedagógico da nossa escola,
avaliar é analisar a prática pedagógica de todos os envolvidos, com o objetivo de
corrigir rumos e repensar situações para que a aprendizagem ocorra.
Ao avaliar a aprendizagem dos alunos está se avaliando a prática dos
professores, a gestão e o currículo escolar, bem como o próprio sistema de ensino
como um todo.
Esse processo dar-se-á de forma intrínseca ao processo de ensino
aprendizagem, preponderando os aspectos qualitativos sobre os quantitativos,
sendo uma avaliação contínua e cumulativa, utilizando vários instrumentos de
avaliação para se alcançar determinado fim conduzindo o aluno, não a uma
aquisição pura e simples de conhecimentos, mas sim a um processo de elaboração
e ações que conduzam a uma prática social transformadora.
A Avaliação será feita através de prova escrita ou oral; trabalhos como
produção de textos, cartazes, pesquisas, leituras literárias, critérios, tais como
compromisso, participação e respeito, será diagnóstica, formativa e somativa.
A oralidade será avaliada em função da adequação do discurso-texto
aos diferentes interlocutores e situações através de: seminários, debates, troca
informal de idéias, entrevistas, contação de histórias, análise da produção oral dos
estudantes, sendo necessário que o aluno se posicione como um avaliador de textos
orais com os quais convive, assim como as suas próprias falas.
A leitura irá considerar a compreensão que os alunos terão do texto
lido, a reflexão, a resposta ao texto e a estratégia que empregam no decorrer da
leitura, sempre considerando as diferenças que cada aluno possui.
Na escrita serão avaliados as circunstâncias de sua produção e o
resultado dessa ação, e a partir daí os seus aspectos textuais e gramaticais.
Em todo esse processo o principal objetivo é de tornar o aluno um
avaliador de seus textos orais e escritos para que ele adquira autonomia.
Os instrumentos de avaliação utilizados pela disciplina de Língua
Portuguesa serão:

Atividades de leitura e interpretação de textos, oral e escrita;

Atividades de pesquisa bibliográfica;

Produção de textos;

Palestras;

Apresentação oral de trabalhos;

Atividades experimentais;

Projeto de pesquisa de campo;

Relatório;

Seminário;

Debate;

Atividades com textos literários e/ou informativos;

Atividades a partir de recursos audiovisuais (música, filmes, slides,
imagens.);

Questões discursivas;

Questões objetivas.
As atividades serão realizadas em grupo ou individual, sendo sempre
uma avaliação somatória e diagnóstica.
Todo processo de avaliação pressupõe clareza nos seus critérios, que
são compreendidos com um referencial que gera parâmetros que devem ser
previamente estabelecidos. Os critérios serão apresentados para os alunos,
favorecendo a transparência, orientando o trabalho discente e a co-responsabilidade
do aluno no processo de responsabilidade. Os critérios seguidos por esta área de
conhecimento, serão:

Realiza leitura compreensiva de textos;

Localiza informações explícitas e implícitas no texto;

Emite opiniões a respeito do que leu;

Utiliza o discurso de acordo com a situação da produção;

Apresenta clareza de ideias;

Produz textos atendendo às circunstância de produção proposta;

Diferencia a linguagem formal da informal;

Utiliza adequadamente os recursos linguísticos;

Reconhece o poder da informação e comunicação dos textos visuais;

Relaciona uma informação identificada no texto com outras pressupostas pelo
contexto;

Desvenda posicionamentos ideológicos no meio social e cultural;

Estabelece relações dialógicas entre os textos lidos e/ou ouvidos;

Elabora argumentos convincentes para defender suas ideias;

Identifica efeitos de ironia ou humor em textos variados;

Elabora argumentos consistentes;

Produz textos respeitando a sequência lógica;

Identifica a concordância presente em textos longos e de estruturas
complexas;

Reconhece quando e como estabelecer complementação do verbo e de
outras palavras;

Utiliza as flexões verbais para indicar diferenças de tempo e modo;

Reconhece textos verbais e não verbais;

Utiliza textos verbais e não verbais em seu contexto diário;

Identifica a tese de um texto;

Apresenta produções poéticas em forma de paródias e paráfrases;

Reconhece a forma e estrutura dos textos poéticos;

Relata de forma coerente fatos vivenciados no cotidiano;

Identifica, observa os elementos que compõem a narrativa: espaço, tempo,
personagens...;

Identifica os discursos direto, indireto e indireto livre na manifestação das
vozes que falam no texto;

Identifica as conjunções adequadas a cada situação;

Utiliza os períodos e as orações coordenadas e subordinadas em situações
práticas.
De acordo com Vasconcellos (2003) a Recuperação de Estudos
consiste na retomada de conteúdos durante o processo de ensino e aprendizagem,
permitindo que todos os alunos tenham oportunidades de apropriar-se do
conhecimento historicamente acumulado, por meio de metodologias diversificadas e
participativas.
Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9394196, no Art.
13, os docentes incumbir-se-ão de:

estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor
rendimento.
Nesta perspectiva esta disciplina propõe que o processo de
recuperação seja realizado concomitantemente de duas formas: através da
retomada de conteúdo a partir de diagnósticos oferecidos pelas atividades realizadas
pelos alunos em sala de aula e pelos instrumentos de avaliação; e através da
reavaliação do conteúdo já retomado em sala.
Assim, expressa-se aqui que o processo de avaliação e
recuperação desta disciplina de Língua Portuguesa estará comprometida com a
clareza nos critérios utilizados, com a intencionalidade do ato educativo, com a
reflexão crítica sobre a prática, enfim, o comprometimento com a aprendizagem do
aluno.
REFERÊNCIAS
CEREJA,
William
Roberto
e
MAGALHÃES,
Thereza
Cochar.
Português
Linguagens. Coleção português. São Paulo: Atual, 5 ed. 2009.
ESCOLA ESTADUAL HUMBERTO DE ALENCAR CASTELO BRANCO. Projeto
Político Pedagógico. Borrazópolis, 2012.
GERALDI, J. W. Concepções de linguagem e ensino de Português. In: O texto na
sala de aula. 5 ed. Cascavel: Assoeste, 1990.
______. Portos de passagem. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
GNERRE, M. Linguagem, Escrita e Poder. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
KOCH, I. G. V. Desvendando só segredos do texto. 2 ed. São Paulo Cortez, 2003.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Cadernos Temáticos: Educação do
Campo. Curitiba: SEED, 2005.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Cadernos Temáticos: Educação
Ambiental. Curitiba: SEED, 2005.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Cadernos Temáticos: Relações
Étnico-Raciais e História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Escola Educação do
Campo. Curitiba: SEED, 2005.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Cadernos Temáticos Desafios
Educacionais Contemporâneos: Prevenção ao uso indevido de drogas. Curitiba:
SEED, 2005.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Cadernos Temáticos Desafios
Educacionais Contemporâneos: Enfrentamento à violência na escola. Curitiba:
SEED, 2005.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação
Básica: Língua Portuguesa. Curitiba: SEED, 2008.
Download