ESCOLA PÚBLICA GROSSO JORGE D PÓS - GRADUAÇÃO À DISTÂNCIA EM ATENÇÃO BÁSICA NA SAÚDE DA FAMÍLIA ARIELA MILANI DE ALMEIDA VERUSKA LYRA ARANTES MOTIVOS DA NÃO ADESÃO AO EXAME DE COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA ENTRE AS MULHRES DE 25 Á 59 ANOS, NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE TIRADENTES CAMPO GRANDE - MS 2011 PÓS - GRADUAÇÃO À DISTÂNCIA EM ATENÇÃO BÁSICA NA SAÚDE DA FAMÍLIA ARIELA MILANI DE ALMEIDA VERUSKA LYRA ARANTES TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Trabalho elaborado para fins de conclusão do Curso de Pós Graduação à Distância em Saúde da Família, oferecido pela Escola de Saúde Publica de Mato Grosso do Sul “Dr. Jorge Davi Nasser”, com Titulação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, tendo como Tutora: As Mestre Carmen Ferreira Barbosa. CAMPO GRANDE – MS 2011 05 RESUMO A principal estratégia para detecção precoce do câncer do colo do útero é o exame citopatológico. Este estudo tem o objetivo de identificar os principais fatores culturais, sociais, econômicos, aspectos sexuais e reprodutivos e os motivos para a não realização do exame citopatológico, em mulheres de 25 à 59 anos, da região da área de abrangência da UBS Tiradentes, Campo Grande/MS, e ainda verificar uma possível associação destas variáveis com seu conhecimento sobre a finalidade do exame. Foram entrevistadas cento e vinte e três mulheres que não realizaram o exame, nos anos de 2010 e 2011. Palavras chave: Neoplasias do colo do útero; Esfregaço vaginal; Programa Saúde da Família. 07 SUMÁRIO 1.Introdução ___________________________________________________________ 09 2Revisão Bibliográfica ___________________________________________________11 3.Objetivos ____________________________________________________________17 4. Metodologia _________________________________________________________ 19 5.Resultados __________________________________________________________ 21 6.Considerações Finais Ariela_____________________________________________27 7.Considerações Finais Veruska ___________________________________________29 8.Referências Bibliográfica________________________________________________33 9.Apêndice____________________________________________________________35 09 1. INTRODUÇÃO O câncer tem sido responsável por seis milhões de mortes por ano, correspondendo a 12% das mortes mundiais. Estima-se a ocorrência de mais de dez milhões de novos casos de câncer por ano, sendo que para o ano de 2020, espera-se que haja mais de 15 milhões de casos novos. Nas unidades de Saúde do município de Campo Grande, são realizadas várias estratégias para alcance e aumento da cobertura da realização do exame Papanicolau nas mulheres, tendo como principal objetivo, a redução do câncer de colo uterino nas mulheres, possibilitando assim, o diagnóstico mais precoce e o tratamento adequado para as mulheres que tiverem câncer. No entanto, apesar das estratégias adotadas para ampliar o rastreamento precoce de novos casos de câncer de colo uterino, os resultados não têm sido satisfatórios. Uma explicação para estes resultados não satisfatórios podem estar relacionados a outros fatores, que podem vir a determinar a adesão ou não das mulheres ao exame preventivo, além da disponibilidade do serviço nos sistemas de saúde (Novais et AL, 2006; Martins et AL 2005). A falta de conhecimento sobre a importância da realização do exame, o tipo de acolhimento recebido no sistema de saúde, vergonha, dificuldades financeiras, dificuldades de transporte e de com quem deixar os filhos são alguns dos fatores citados por Assis e colaboradores ( 2007), que podem estar associados à não realização deste exame pelas mulheres. A condição socioeconômica das mulheres tem sido apontada como um dos fatores mais importantes a influenciar o comportamento preventivo feminino. Mas outros fatores podem comprometer esta adesão, como a situação conjugal, número de filhos, vida ocupacional, ter ou não planos de saúde, freqüência da utilização dos serviços de saúde, dentre outros. Este trabalho se justifica pela baixa cobertura da realização do exame de colpocitologia oncótica na UBS Tiradentes de Campo Grande /MS, analisada através da Planilha de Indicadores e Metas do município, que preconiza a coleta em 50% da 11 população feminina de 25 à 59 anos. Pretendemos avaliar os fatores que dificultam ou favorecem sua adesão ao exame, visto que a realização desse exame é a principal estratégia utilizada para detecção precoce do CCU). O objetivo deste estudo foi identificar os principais fatores culturais, sociais, econômicos, aspectos sexuais, reprodutivos e os motivos para a não realização do ECCU em mulheres de 25 à 59 anos da área de abrangência da UBS Tiradentes; e verificar uma possível associação destas variáveis com seu conhecimento sobre a finalidade desse exame. Com base nos resultados, pode- se posteriormente elaborar um plano de intervenção para melhoria dos indicadores na Saúde da Mulher. O trabalho é divido em dois capítulos,sendo o primeiro, uma revisão bibliográfica a respeito do câncer de colo cervico – uterino e sua epidemiologia no Brasil. O capítulo seguinte aborda os resultados da pesquisa em si, compilados de acordo com as respostas das mulheres de25 à 59 anos da área de abrangência da UBS Tiradentes, relacionados a prevenção do câver de colo uterino. 2.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O câncer de colo uterino é o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres, sendo responsável pelo óbito de aproximadamente 230 mil mulheres por ano. Sua incidência é cerca de duas vezes maior em países menos desenvolvidos, quando comparada à dos mais desenvolvidos. A incidência por câncer do colo útero torna – se evidente na faixa etária de 20 à 29 anos, e o risco aumenta, rapidamente, até atingir seu pico geralmente na faixa etária de 45 á 49 anos. BRASIL et al ( 2007). No Brasil, as estimativas para o ano DE 2008, válidas também para o ano de 2009, apontam que ocorrerão 466.730 casos novos de câncer. Os tipos mais incidentes no sexo feminino é o câncer de mama e de colo do útero, acompanhando o mesmo perfil da magnitude observada no mundo. BRASIL et al ( 2007). O controle obedece à estratégia de prevenção secundária baseada na citologia cervical. Esta técnica de detecção, conhecida popularmente como Papanicolau, ou simplesmente exame preventivo, vem sendo realizada por mais de 30 anos. BOSH F et al( 2002). O câncer de colo uterino, quando detectado precocemente,tem ampla possibilidade de cura. A estratégia utilizada em vários países para a detecção precoce deste câncer e 13 suas lesões precursoras, é a realização do exame citológico de Papanicolau. Este exame consiste em uma tecnologia simples, eficaz e de baixo custo para o sistema de saúde, podendo ser realizado por um profissional de saúde treinado adequadamente, sem a necessidade de uma infra – estrutura sofisticada Oliveira, et AL (2006). Ele possibilita um rastreamento de até 80% dos casos de câncer de colo uterino e se as lesões iniciais forem tratadas de forma adequada, a redução da taxa de câncer cervical pode chegar a 90% Tavares & Prado et al (2006). O exame de prevenção do câncer cervicouterino, além de sua importância para a saúde da mulher, é um procedimento importante de detecção precoce de lesões pré invasivas e, conseqüentemente, instrumento essencial para a diminuição da mortalidade por esta patologia. PELLOSO SM, et al ( 2002). Entre os anos 70 e 80, surgiram as primeiras evidências da provável associação do HPV com câncer de colo uterino e, no final dos anos 90, descrevia – se a presença viral em aproximadamente 100% dos casos de câncer cervical. NICOLAOU SM et al ( 2003). A ocorrência de infecção pelo papilomavírus humano ( HPV) é considerada como um fator de risco determinante, para o desenvolvimento de câncer de colo uterino Novais et AL,( 2006). Outros fatores que também são associados a um aumento no risco são o tabagismo, consumo deficiente de vitaminas, múltiplos parceiros sexuais, histórico de doenças sexualmente transmissíveis, vida sexual precoce e o uso de anticoncepcioanais orais Silva et AL, (2006), INCA ( 2008). Os tipos de HPV mais comumente associados ao câncer de colo uterino são o HPV 16 e o HPV 18. Associados ao HPV, e reconhecendo a multicausalidade da patologia, muitos outros fatores contribuem para a etiologia deste tumor, sendo estes: tabagismo, hipovitamina, uso de contraceptivos orais e, principalmente os fatores relacionados com o exercício da sexualidade, como a multiplicidade de parceiros sexuais e iniciação sexual precoce. BRASIL et al ( 2007). Assim sendo, a relação entre o câncer cervical e infecção por HPV está bem estabelecida na atualidade. O DNA do HPV de alto risco é detectado na maioria dos espécimes ( 92,9% a 99,7%) de câncer cervical invasivo. BOSH F, et al ( 2002). Por esta razão, até a década de 1990, o teste de Papanicolau convencional constituiu – se na principal estratégia utilizada em programas de rastreamento para o controle do câncer de colo de útero. BRASIL, et al ( 2007). Sabendo – se atualmente que, para o surgimento do câncer de colo uterino, a condição necessária é a presença de infecção pelo viris do papiloma humano ( HPV), 15 novos métodos de rastreamento se somaram ao exame citológico. Assim, os testes de detecção do DNA do HPV e a inspeção visual do colo do útero utilizando ácido acético ( VIA ) ou Lugol ( VILI ) são apontados como eficazes na redução das taxas de mortalidade por câncer do colo do útero. BRASIL et al ( 2007). No Brasil, o exame citopatológico continua sendo a principal estratégia de rastreamento, recomendada pelo Ministério da saúde, prioritariamente para mulheres de 25 à 59 anos de idade. BRASIL et al ( 2007). É estimado que uma redução de cerca de 80% da mortalidade por este câncer pode ser alcançada pelo rastreamento de mulheres na faixa etária de 25 à 65 anos com o teste de Papanicolau e o tratamento de lesões precursoras com alto potencial de malignidade ou carcinoma in situ. BRASIL et al ( 2007). Sob a ótica da perspectiva de gênero, as mulheres que são acometidas por câncer têm seus papéis no mercado de trabalho comprometido e a privação do convívio familiar quando internadas para tratamento, acarretando um prejuízo social considerável, bem como um transtorno familiar devido aos papéis sexuais definidos. BRENNA SM F et al (2001). É possível fazer a prevenção do câncer de colo uterino pela detecção das células precursoras do câncer de colo uterino, como também pelo caráter infeccioso atribuído ao vírus do papiloma humano. BOSH F et al (2002). As diferenças observadas na mortalidade por câncer de colo uterino entre os países em desenvolvimento e os desenvolvidos podem ser atribuídos diretamente à realização do exame de Papanicolau. GAMARRA C J et al ( 2005). 17 3.OBJETIVO GERAL O objetivo principal do seguinte estudo é identificar os principais fatores culturais, sociais, econômicos, aspectos sexuais e reprodutivos e os motivos para a não realização do exame citopatológico, em mulheres de 25 à 59 anos, da região da área de abrangência da UBS Tiradentes, Campo Grande/MS, e ainda verificar uma possível associação destas variáveis com seu conhecimento sobre a finalidade do exame. 19 4.METODOLOGIA Esta é uma pesquisa quali-quantitativa, exploratória e descritiva. É qualitativa por que visa compreender um problema da perspectiva dos sujeitos que o vivenciam. É quantitativa porque foram entrevistadas cento e vinte e três mulheres que não realizaram o exame, nos anos de 2010 e 2011 e é feita uma análise estatística dos resultados. É exploratória porque permite ao investigador aumentar sua experiência em torno de um determinado problema, e é descritiva porque satisfaz a necessidade de se explorar uma situação não conhecida, e seus resultados, como em toda investigação formal, são sempre aproveitáveis, no futuro, na alteração efetiva de certas práticas inoperantes. LEOPARDI,et al ( 2002). A pesquisa foi realizada na cidade de Campo Grande / MS, com mulheres de 25 à 59 anos da área de abrangência da UBS Tiradentes. O levantamento das mulheres foi realizado através das fichas A dos Agentes Comunitários da UBS. Foram entrevistadas centro e vinte e três mulheres que não realizaram o exame de colpocitologia oncótica no nos anos de 2010 e 2011. O instrumento utilizado para a coleta dos dados foi o formulário que contemplava variáveis sociais e econômicas: cor, escolaridade, estado conjugal, idade, ocupação principal, religião e renda mensal familiar; sexuais e reprodutivas: idade de início das atividades sexuais, número total de parceiros sexuais, número total de gestações e uso de contraceptivo; e culturais: conhecimento sobre o ECCU e motivos para a sua não realização. A coleta de dados foi realizada pelos ACS em suas respectivas microáreas, e posteriormente compilados pelas pesquisadoras. 21 5.RESULTADOS Durante a realização deste trabalho foram entrevistados, ao todo, 123 mulheres, residentes na área de abrangência da UBS Tiradentes. A faixa etária das mulheres entrevistadas foi entre 25 à 59 anos, sendo 2,4% de 25 à 29 anos, 35,7% de 30 à 39 anos, 3,2% de 40 à 49 anos e 30,8% de 50 à 69 anos. Destas, 55% são casadas. Em relação a cor, 47,9% das entrevistadas são brancas, 41,4% pardas, 3,2% indígenas e 7,3% negras. Com relação à escolaridade, constatou – se um índice alto de analfabetismo, sendo 7,3% analfabetas, 26% com ensino fundamental incompleto, 16% completaram o ensino fundamental, 33,3% com ensino médio completo e 16% das mulheres possuem ensino superior, ou pelo menos iniciaram. Quanto as atividades remuneradas, 57% das entrevistadas afirmaram realiza – las além das atividades do lar. Aquelas que realizam exclusivamente as atividades do lar compreendem 43% das entrevistadas. Em relação à renda mensal, 75,5% tem renda de até R$ 1200,00, sendo que, 30,8% têm renda entre R$ 300,00 à R$ 600,00 e 44,7% de R$ 600,00 à R$ 1200,00. Apenas 24% recebem salários superiores à R$ 1200,00 mensais. Destas mulheres, 60,1% afirmam não ter planos de saúde particulares e são usuárias do SUS. No questionamento sobre religião, 58,5% das mulheres referiram ser católicas, 19,5% evangélicas e 21,6% praticam outras regiões. Quanto ao número de parceiros sexuais, 48% afirmaram ter parceiro sexual único e todas que tem parceiro sexual referiram que este é fixo. 10% das entrevistadas relataram não ter parceiro sexual. Em relação ao início das atividades sexuais, 45,4% afirmaram ter iniciado a vida sexual após os dezoito anos. 49,5% das mulheres referiram utilizar pílula anticoncepcional para prevenção de gravidez. Sessenta e um por cento das entrevistadas tem entre 2 e 7 filhos, sendo que vinte por cento delas negaram ter filhos. Quando questionadas sobre o exame de colpocitologia oncótica, para prevenção de câncer colo uterino, 95% das entrevistadas afirmaram já o ter feito alguma vez, porém não respeitam a periodicidade em que deve ser realizado o exame por vários motivos, 23 sendo eles: 34% referiram falta de tempo para realização do exame, 28,4% referiram descuido, 10,5 % disseram sentir vergonha de realizar o exame e 10% afirmaram não fazer o exame por que o mesmo é doloroso. Cinco por cento das mulheres referiram não realizar o exame por não estarem doentes ou não apresentarem sintomas e 3% referem não saber a finalidade do exame. O restante das mulheres, totalizando 13% , relatou outros motivos, entre eles, não gostar do profissional que o realiza, não ter sido solicitado o exame por nenhum profissional da saúde. No quadro 1, são apresentados dados referentes aos motivos relatados pelas mulheres entrevistadas para não realização do exame de preventivo. Quadro 1: Motivos relatados pelas mulheres de 25 à 59 anos para não realização do exame de preventivo. Motivos Quantidade de Percentual respostas Não está doente ou não 06 4,8% tem sintomas Vergonha 13 10,5% O exame é doloroso 12 9,7% Descuido 35 28,4% Medo do resultado 0 0 Não sabia do exame ou 04 3,2% sua finalidade Falta de tempo 42 Não foi solicitado por 2 34,1 1,6% médico ou enfermeiro Dificuldade em agendar 0 0 o exame Não gosta do 2 1,6% profissional que o realiza Outros motivos 12 9,7% Fonte: dados da pesquisa Em relação ao conhecimento pessoal sobre a importância e finalidade do exame 84,5% das entrevistadas responderam a opção correta, que seria para prevenção do câncer de colo uterino e 15,3% responderam que a finalidade do exame seria para 25 diagnosticar DSTs e outras inflamações ou não sabem a importância do exame, apesar de 98,3% afirmarem ter sido orientadas por algum profissional de saúde sobre o exame . Quando questionadas sobre a acessibilidade para agendamento do exame 90% referiram saber como agendar na unidade de saúde e negaram qualquer dificuldade em relação à este agendamento. No quadro 2, apresentamos as respostas fornecidas a respeito do conhecimento das mulheres em relação a importância e finalidade do exame de colpocitologia oncótica. Quadro 2: Conhecimento das mulheres sobre a função do exame de CCO Função do exame Quantidade de Percentual respostas Prevenção de câncer de 104 84,5% colo uterino Diagnosticar 14 11,3% Detectar outras doenças 0 0 Não sabe 05 4% inflamações e outras DSTs Fonte: dados da pesquisa 27 6.CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho procurou conhecer as causas que influenciam as mulheres a não realizarem o exame preventivo do câncer de colo uterino, para podermos compreender os comportamentos preventivos destas mulheres. Muitos são os fatores determinantes deste resultado, sendo que um deles é o pouco conhecimento que se tem sobre a relação de mulheres com a prevenção desta doença. O motivo para a não realização deste exame mais citado pelas mulheres, foi a falta de tempo para cuidar de si, o que nos faz refletir como a evolução do mundo moderno, que levou as mulheres ao mercado de trabalho, afetou o auto – cuidado. A situação sócio – econômica das mulheres contribui seriamente para esta preocupação, pois o número de mulheres economicamente ativas, bem como o número de famílias chefiadas por elas, vem crescendo, e o adoecimento ou morte dessas mulheres contribui para a ocorrência de alguns problemas econômicos e sociais. Com este fator causal, os profissionais de saúde devem repensar atitudes em como driblar esta falta de tempo das usuárias economicamente ativas, que além de trabalharem no mercado de trabalho, ainda cuidam dos filhos e do lar, atraindo – as para o serviço, oferecendo – lhes horários alternativos de atendimento e sensibilizando – as da importância de se cuidar. Somente uma equipe de saúde humanizada poderá tratar a cliente como pessoa, encontrando espaço para a expressão dos seus sentimentos, respeitando – a, envolvendo – se com ela, colocando – se em seu lugar, desenvolvendo assim, uma relação intersubjetiva e levando em conta sua bagagem social, cultural, familiar e religiosa. Ouvir as mulheres que fizeram parte desta pesquisa, levantar dados referentes aos seus conhecimentos, medos, dúvidas, permite – nos pensar em caminhos que favoreçam a aderência da mulher ao exame preventivo. Para que haja redução da mortalidade de mulheres e melhoria da cobertura de exames, é necessário o rastreamento daquelas que não realizaram o Papanicolau, ou que não realizam com a freqüência desejada para atender o aspecto da prevenção do câncer de colo de útero. Finalizando a pesquisa, os resultados serão divulgados à população, controle social e funcionários da UBS Tiradentes e realizar- se - ão reuniões 29 educativas a fim de melhor sensibilizar estas mulheres quanto à importância do exame ginecológico para prevenção do câncer cérvico – uterino. 7.CONSIDERAÇÕES FINAIS O câncer de colo uterino apresenta altos índices de morbimortalidade entre as mulheres em diversas faixas etárias. Essas neoplasias constituem-se em um grande desafio para as autoridades sanitárias, haja vista que sua prevenção e cura dependem de um diagnóstico precoce. Para tanto, toma-se necessário à formação de hábitos relacionados à sua prevenção alem da motivação das pacientes para que haja a procura pelo serviço favorecendo a prevençao e o diagnostico precoce da neoplasia . O presente trabalho teve como objetivo verificar os motivos da não adesão das pacientes da área de abrangência ao exame preventivo do câncer de colo uterino , de modo a nos subsidiar em ações especificas para a reversão desta situação . Levando em consideração o fator holístico e a integralidade das ações, deve ser analisado o aspecto geral da mulher no momento do exame, pois o nervosismo pode levar a paciente a complicações. Cuidando integralmente da paciente, e realizando procedimentos de forma humanizada, a mulher vai passar a ter mais confiança no profissional, onde o mesmo vai ter mais facilidade de atingir as metas pactuadas pelo município. Resgatar uma prática mais humanizada, desenvolvendo a capacidade de interação, agindo não só como preparo técnico, mas também com a intuição e sensibilidade, certamente contribuirá para qualidade do atendimento prestado à mulher durante a realização do exame, permitindo refletir sobre o agir da equipe de saúde por meio da compreensão de ação da mulher, na vivência do Exame Preventivo do Câncer Colo do Útero e Câncer de Mama (EPCCUM), mediante ações humanizadas e individualizadas, que levam em conta, não só o cuidado físico, mas o contexto socioeconomico e cultural em sua totalidade existencial. Sendo assim, acredita-se que somente uma equipe de saúde humanizada poderá tratar a cliente como pessoa, encontrando espaço para a expressão de seus sentimentos, respeitando-a, envolvendo-se com ela, assim, uma relação intersubjetiva e ainda levando 31 em conta suas influência social, culturais, familiar e religiosa o que contribui para aplicação e ganho de espaço da equipe nas ações diante da mulher. 33 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Ministério da Saúde ( BR) Secretaria de Atenção à Saúde, Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2008: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro ( RJ ): INCA; 2007. Disponível em: HTTP: // www.inca.gov.br/estimativa/2008. 2. Pelloso SM, Carvalho MDB, Higashi IH. Conhecimento das mulheres sobre o câncer cérvico – uterino. Acta Sci Health Sci 2004; 3. Nicolau SM. Existe câncer de colo de útero sem HPV. Ver Assoc Med Brás 2003; 4. Rodrigues DP, Fernandes AFC, Silva Raimunda Magalhães da perecpção de algumas mulheres sobre o exame Papanicolau. ESc. Anna Nery Ver Enferm 2001; 35 APÊNDICE ENTREVISTA A MULHRERES QUE NÃO FIZERM PREVENTIVO 1) Cor: Branca ______________________________________________________ Parda _______________________________________________________ Amarela____________________________________________________ Indígena__________________________________________________ negra ___________________________________________________ 2) Escolaridade: Analfabeta __________________________________________________________ Ensino fundamental incompleto _________________________________________ Ensino fundamental completo___________________________________________ Ensino médio completo ________________________________________________ Ensino médio incompleto ______________________________________________ Ensino superior incompleto_____________________________________________ Ensino superior completo_______________________________________________ 3) Estado conjugal: Solteira ____________________________________________________________ Casada _____________________________________________________________ União consensual _____________________________________________________ Separada ____________________________________________________________ Divorciada __________________________________________________________ Viúva ______________________________________________________________ 4)Idade: 25 à 29 anos: ________________________________________________________ 30 à 39 anos: ________________________________________________________ 40 à 49 anos: ________________________________________________________ 50 à 59 anos: ________________________________________________________ 5)Ocupação Principal: Dólar: ______________________________________________________________ Trabalha pó conta própria ______________________________________________ Empregado: _________________________________________________________ 6) Religião Católica: ____________________________________________________________ Evangélica: _________________________________________________________ Outras ______________________________________________________________ Não tem religião _____________________________________________________ 7) Renda mensal familiar: 37 Até R$ 300,00 _______________________________________________________ De 301 à 600 ________________________________________________________ De 601 à 1200, 00 ____________________________________________________ De 1201, 00 à 2400, 00_________________________________________________ Mais que 2401, 00 ____________________________________________________ 8) Início das atividades sexuais: Nunca teve relação ____________________________________________________ Até 15 anos _________________________________________________________ De 16 à 17 anos ______________________________________________________ De 18 à 19 anos ______________________________________________________ Mais 20 anos ________________________________________________________ 9) Número de parceiros sexuais: Nenhum ____________________________________________________________ 1 __________________________________________________________________ 2 à 6 _______________________________________________________________ 7 ou mais ___________________________________________________________ 10) Número de gestações Nenhum ____________________________________________________________ 1 __________________________________________________________________ 2 à 6 _______________________________________________________________ 7 ou mais ___________________________________________________________ 11) Número de filhos Nenhum ____________________________________________________________ 1 __________________________________________________________________ 2 à 6 _______________________________________________________________ 7 ou mais ___________________________________________________________ 12) Uso de contraceptivo: Sim ________________________________________________________________ Não ________________________________________________________________ 13) Fez consulta médica ambulatorial em 2010 e 2011: Sim________________________________________________________________ Não________________________________________________________________ 14) Motivos para não realização do exame de preventivo: Não está doente ou não tem sintomas _____________________________________ Vergonha ___________________________________________________________ O exame é doloroso ___________________________________________________ Descuido ___________________________________________________________ Medo do resultado____________________________________________________ Não sabia do exame ou sua finalidade ____________________________________ Falta de tempo_______________________________________________________ Não foi solicitado pelo médico ou enfermeiro______________________________ È difícil agendar o exame_______________________________________________ Não gosta do profissional que o realiza ____________________________________ Outros motivos_______________________________________________________ 39 15) Tem plano de saúde Sim________________________________________________________________ Não________________________________________________________________ 16) Qual a função do exame: Prevenção do câncer de colo de útero _____________________________________ Diagnosticar inflamações e doenças sexualmente transmissíveis: ___________________________________________________________________ Detectar outras doenças: _______________________________________________ Não sabe ____________________________