Revista nº2, 2º Semestre de 2005, GFE/Instituto de Filosofia da

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Revista nº2, 2º Semestre de 2005, GFE/Instituto de Filosofia
da FLUP
Coordenação editorial: Edições Afrontamento, Porto
Neste número da revista Itinerários de Filosofia da Educação
proporciona-se ao leitor o acesso a um conjunto de comunicações
que foram apresentadas, para debate, no seio de um grupo restrito
de investigadores que se reuniram para reflectir sobre os
pressupostos da interculturalidade. Partiu-se do princípio de que,
tratando-se de uma noção com múltiplos contornos epistemológicos e
práticos, utilizada sistematicamente no quotidiano da nossa
contemporaneidade, adquire, por isso, uma polissemia que a torna
facilmente manipulável por projectos ideológicos. Partiu-se
igualmente da constatação de que há neste domínio uma um défice
de intervenção da filosofia que urge colmatar , principalmente quando
a noção em causa é mobilizada para o terreno educativo. Neste, é
usada em nome de preocupações éticas nem sempre bem
esclarecidas bem como de vagas orientações de reivindicado perfil
humanista.
Como se poderá constatar, as várias contribuições reflectem
formações diversificadas e prioridades estabelecidas em função dos
contextos culturais de cada um dos intervernientes. Isto é, o debate
foi ele mesmo interdisciplinar e intercultural, o que nos pareceu ser o
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contexto mais adequado e coerente com os propósitos em causa,
obrigando, por acréscimo, a um reforço da abertura da reflexão
filosófica. É assim que se precorre um leque de temáticas que vão
desde o etnocentrismo até à educação moral, passando-se pela
globalização, pela aprendizagem das línguas, pela investigação
educacional, pela dialéctica entre as periferias e os centros e ainda
pela indagação da ideia de uma lógica intercultural.
Este número inclui ainda um extenso artigo sobre a criatividade em
C. Rogers em que a autora pocura procura interrogar as conexões
filosóficas de um pedagogo que marcou indelevelmente a história das
ideias educativas no séc. XX. A noção de criatividade com que ele
lida, profundamente ligada a uma inspiração psicanalítica, é sujeita a
um estudo - que não se conforma com os parâmetros originariamente
traçados - em que se exploram outras pistas como a da
intempestividade nietzscheana.
Desta forma, partilham-se saberes e alargam-se os debates. É esta,
afinal, a função central desta revista.
do Editorial
INDICE
– Adalberto Dias de Carvalho, Universidade do Porto, Do
etnocentrismo à interculturalidade como utopia – algumas
interpelações, p. 3
– Jean Houssaye, Universidade de Rouen, França, Une éducation
morale pour une société sécularisée, p. 13
– José Luís de Almeida Gonçalves, Investigador do GFE – FLUP,
Interculturalidade:soteriologia antropológica num mundo
globalizado?, p. 29
– Jurgen Helmchen, Universidade de Munster, Alemanha, Ensaio
sobre as Ciências da Educação como teoria e disciplinas na Alemanha
no fim do século XX, p. 45
– Loic Chalmel, Universidade de Rouen, França, Interculturalité et
appretissage des langues de l'humanisme à l'école nouvelle, p. 57
– Nilda Alves, Inês Barbosa de Oliveirs, Paulo Sgarbi, Valter Filé,
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil, Pensar as culturas
nas/das/com as periferias dos centros, p. 69
– Sérgio Arzola M, Pontifícia Universidade Católica do Chile, La
logique interculturelle de l'action éducative: homogeneité ou
hétérogénéité?, p. 85
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– Maria Luísa Valente, Investigadora do GFE – FLUP, Criatividade
intempestiva – para repensar a criatividade em Carl Rogers a partir
dos contributos de Gilles Deleuze, p. 99
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