aceleração da integração política e económica na áfrica austral

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ACELERAÇÃO DA INTEGRAÇÃO POLÍTICA E ECONÓMICA
NA ÁFRICA AUSTRAL TORNA REGIÃO MAIS ATRACTIVA
PARA INVESTIDORES ESTRANGEIROS
Joanesburgo, África do Sul, 14 março 2011 – A aceleração da integração
política e económica na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral
(SADC), que inclui Angola e Moçambique, torna-a mais atraente para o
investimento estrangeiro, nomeadamente chinês, afirma o centro de estudos
chineses da universidade sul-africana de Stellenbosch.
O estudo “Avaliação do Papel do Investimento Directo Estrangeiro da China na
África Austral”, sublinha que o continente e a região austral têm vindo a atrair
cada vez mais investimento nas últimas duas décadas, mas que este não é
suficiente por si só, dependendo o crescimento económico de políticas para
“colher os benefícios do IDE”.
Recomenda, como forma de melhorar o clima de investimento na SADC
através da redução dos custos empresariais, a aceleração da integração
política e económica, “melhorando a interligação e assim alargando o tamanho
e atractividade do mercado”, afirmam as autoras do estudo – Sanne van der
Lugt e Victoria Hamblin, com Meryl Burgess e Elizabeth Schickerling.
A integração económica e financeira da Comunidade de Desenvolvimento da
África Austral “melhora, em teoria, a atractividade do clima de investimento,
mas estas estratégias não estão a ser totalmente aplicadas devido à
capacidade limitada da SADC”, salientam.
“Os actores políticos na África Austral estão cada vez mais focados em
aumentar os impactos positivos potenciais do IDE, com os países membros da
SADC a aprovarem regulamentos específicos para atrair mais investimento
directo estrangeiro (IDE)”, sublinham.
De acordo com os últimos dados do investimento internacional, Angola e
Moçambique estão entre os principais destinos procurados pelos investidores
chineses.
Enquanto Angola recebeu um total de 8,31 mil milhões de dólares no ano
passado, longe do máximo de 41,19 mil milhões de 2007, em Moçambique o
nível de investimento em 2009 foi um recorde, 15,85 mil milhões de dólares.
A República Democrática do Congo e a Zâmbia foram os principais destinos de
IDE chinês, que atingiu 506,38 milhões de dólares na região, abaixo dos 5,2 mil
milhões do ano anterior, impulsionados pelo investimento na África do Sul.
Apesar de ser cada vez mais um destino de investimento, os países africanos
representam apenas 5,24 por cento do IDE total.
De acordo com o centro de estudos chineses, os países da África Austral
fizeram nos últimos anos “progressos substanciais na criação de um ambiente
de negócios mais atractivo e na atracção de IDE”.
Ainda assim, adianta, os investidores estrangeiros “vêem muito espaço para
melhorias”, nomeadamente na redução dos custos empresariais, mas também
a necessidade de melhoria de infra-estruturas.
Os autores do estudo defendem que a China “não deve ser tratada de maneira
diferente”, mais ou menos favorável, pelos países recipientes do investimento.
“Traz poucos frutos pôr à parte os investimentos chineses enquanto o
investimento estrangeiro de outros grandes investidores traz consequências
igualmente positivas ou negativas”.
“Em vez disso, é necessário um maior grau de acção pelas partes interessadas
africanas – governo e sociedade civil – sobre a direcção, modalidades e
objectivos do investimento, independentemente do país de origem”, adiantam.
O estudo chama atenção para as semelhanças entre a gestão de fluxos de
investimento (IDE) entre a China, Reino Unido ou África do Sul, nomeadamente
uma estrutura centralizada com uma entidade a nível estatal para apoiar e
regular o IDE, mas também em relação às perspectivas de longo prazo do
mesmo.
Uma diferença importante, salientam, é que na China a mesma entidade gere o
IDE e a ajuda ao desenvolvimento – o Ministério do Comércio.
O relatório baseou-se em documentação e entrevistas com uma amostra de
doze responsáveis governamentais chineses e africanos, bem como de
organizações da sociedade civil e empresas. (macauhub)
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