Pólio: crianças devem tomar a segunda dose da vacina no próximo

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Chegou a hora de tomar a gotinha
O Ministério da Saúde promove no próximo sábado a segunda etapa da Campanha Nacional de
Vacinação contra a Poliomielite. Cerca de 17 milhões de crianças menores de cinco anos
receberão a dose contra a paralisia infantil
Em um campo de futebol, crianças uniformizadas com camisetas amarelas mostram
a necessidade de mobilização contra a paralisia infantil e associam o êxito da estratégia
de vacinação ao esforço de um grande time. Essas imagens pertencem à campanha
publicitária produzida pelo Ministério da Saúde para alertar os brasileiros sobre os riscos
da poliomielite, doença conhecida como paralisia infantil, e divulgar a segunda etapa da
Campanha Nacional de Vacinação contra a Pólio, que será realizada no próximo sábado,
dia 20 de agosto. A campanha tem como meta imunizar 17 milhões de crianças com
menos de cinco anos. A vacinação será de 8h às 17h, em 94 mil postos espalhados pelo
Brasil.
Com a pólio não se pode facilitar jamais. Essa doença infecto-contagiosa provoca
efeitos devastadores e deixa marcas na criança para o resto da vida. O poliovírus se
desenvolve na garganta ou nos intestinos e, a partir daí, espalha-se pela corrente
sanguínea, ataca o sistema nervoso e paralisa os músculos das pernas. Em outros casos,
pode até matar, quando o vírus paralisa músculos respiratórios ou de deglutição.
Todas as crianças menores de cinco anos devem ser vacinadas, mesmo as que
estiverem com tosse, gripe, rinite ou diarréia e as que participaram da primeira etapa da
campanha de vacinação, em junho passado. “Não existe tratamento para a poliomielite.
Somente a prevenção com a vacina garante que a criança seja imunizada contra a
doença”, alerta o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas
Barbosa.
A vacina contra a pólio é segura e não traz contra-indicações. No caso de crianças
que sofrem de doenças graves, recomenda-se que os pais consultem profissionais nos
postos e centros de saúde, pois existe a possibilidade de um procedimento diferenciado.
Em raros casos, pode ser necessário que a criança receba uma dose injetável, com um
vírus inativo.
A prevenção da poliomielite começa pouco depois do nascimento de uma criança. O
bebê precisa tomar as primeiras doses da vacina aos 2, 4 e 6 meses de idade, com um
reforço aos 15 meses. Mesmo tendo tomado as doses regulares, os especialistas
recomendam o reforço da vacinação em todas as crianças menores de cinco anos
durante as campanhas.
Duas etapas – Todos os anos, o Ministério da Saúde promove duas etapas da
Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite. A primeira foi realizada no dia 5
de junho. Nessa ocasião, a campanha alcançou 94,6% das crianças menores de cinco
anos. Essa porcentagem está um pouco abaixo da meta estipulada pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) para manter a doença erradicada, que é de, no mínimo, 95% de
crianças vacinadas em pelo menos 80% dos municípios. “O cumprimento da meta evita a
formação de bolsões de pessoas vulneráveis ao vírus em algumas áreas geográficas”,
explica Jarbas Barbosa.
Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, o percentual alcançado tem relação
com índices menores de cobertura na Região Norte. A menor cobertura ocorreu no
Amazonas, com 84,81% das crianças abaixo de cinco anos vacinadas. Rondônia, com
94,4% de cobertura, e Tocantins, com 92,2%, também não conseguiram cumprir a meta
da OMS. Jarbas Barbosa afirma que se intensificarão as ações nesses estados, para que
não deixem de cumprir a meta no próximo sábado. “Nessas áreas, o Ministério da Saúde
vai redobrar a divulgação e o estímulo às campanhas. Queremos que as secretarias
estaduais e municipais de Saúde supram essa lacuna”, afirma o secretário de Vigilância
em Saúde.
Para isso, haverá mobilização de 329 mil pessoas, entre servidores e voluntários,
em 94 mil postos de vacinação. Embarcações e automóveis estarão à disposição para o
transporte dos profissionais envolvidos na ação. “Esta é uma das maiores mobilizações
em saúde pública do mundo e garante a vacinação mesmo em áreas de difícil acesso,
como a Região Amazônica”, assinala Barbosa.
O Ministério da Saúde investiu R$ 21,6 milhões na segunda etapa de vacinação.
Desse valor, R$ 10,7 milhões foram destinados para compra de 26,2 milhões de doses da
vacina e R$ 6,4 milhões repassados para fundos estaduais e municipais de Saúde. Foram
gastos ainda R$ 4,5 milhões para a produção de cartazes, folders, outdoors, propaganda
em ônibus e para a divulgação da campanha no rádio e na televisão.
Outros países ainda enfrentam casos da doença
No Brasil, as campanhas nacionais começaram em 1980 e não existem casos de
pólio desde 1989. Naquele ano, o Ministério da Saúde começou a intensificar a cobertura
das vacinações fora das campanhas e dos dias nacionais, que acontecem em junho e
agosto. “Isso fez com que o Brasil erradicasse a pólio e evitasse novas transmissões”,
lembra o secretário Nacional de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa. Até a década de
70, antes das campanhas nacionais de vacinação contra a poliomielite, registravam-se
cerca de dois mil casos da doença por ano no Brasil.
Mesmo com as ações de imunização e seus resultados positivos, as campanhas
ainda são necessárias. O fluxo intenso de viajantes pelo mundo poderia trazer a doença
de volta ao Brasil. “O fato de países da África, Sudeste da Ásia e Mediterrâneo Oriental
ainda não terem eliminado o vírus transmissor da poliomielite exige das nações que já
erradicaram a paralisia infantil, como o Brasil, manter a vacinação contra a doença”,
ressalta Jarbas Barbosa. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) registraramse no último ano mais de 1,2 mil casos de poliomielite na Nigéria, Índia e Paquistão,
países que ainda não conseguiram erradicar a doença.
Segunda etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a Pólio
Onde e quando: No próximo sábado (20 de agosto), das 9h às 17h, em postos de
vacinação no Brasil inteiro.
Quem deve tomar: crianças menores de 5 anos, mesmo as que já tenham se vacinado.
A vacina é gratuita.
Informações para a imprensa:
Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Saúde: (61) 3315-2351.
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