Relatório do 1 Seminário Virtual “Health Care in the Information Society. A Prognosis for the year 2013” Grupo responsável: - Aline Santos Sampaio - Charles Antonio Pires de Godoy - Daniel Camargo Pimentel - Elen Gonçalves dos Santos - Giuseppina Maria Patavino - Hong Jin Pai - João Eduardo Daud Amadera - Keila Furtado Vieira - Mariana Hausen Pinna - Tíbor Rilho Perroco Introdução: Neste seminário virtual foi discutido o artigo: “Health Care in the Information Society. A Prognosis for the year 2013”. O artigo é desenvolvido na tentativa de responder a dois questionamentos, sob a ótica de desenvolvimento alemã: 1 - Levando em conta o desenvolvimento da ICT (tecnologia da informação e comunicação), como o sistema de saúde poderia estar 10 anos após a data que este texto foi elaborado, isso é em 2013? 2 - Que medida deveria ser adotada pelos políticos, instituições públicas e pesquisa em informática médica para aumentar a eficiência e avanços do sistema de saúde em um futuro próximo? Também discorre sobre o aumento do custo da saúde com envelhecimento da população (aumento da expectativa de vida, vide pirâmide populacional do texto), Assim, espera-se que o avanço tecnológico diminua estes custos, A ecolega Carla Rosa Teixeira de Godoy comenta que o investimento em tecnologia na área da saúde poderia melhorar a qualidade de vida da população. Muitos ecolegas evidenciaram as diferenças da pirâmide populacional e da realidade política e econômica entre Alemanha e Brasil. Estas divergências devem ser levadas em conta, pois, investimentos sugeridos para Alemanha pode não surtir o mesmo efeito no Brasil. Sistema de saúde e informática atual O texto toma como base a Alemanha e discorrem como se encontra a evolução da indústria de ICT (comparação com a automobilística), os gastos com o sistema de saúde, a guarda dos documentos gerados e a interação entre ICT e saúde nos anos em que foi escrito, assim como o custo para desenvolvimento de novos “softwares” e “hardwares” para tal finalidade. Acrescenta dados estatísticos acerca da situação do sistema de saúde da Alemanha, das universidades e hospitais a ela vinculados. A e-colega Ana Karina Alves Moura questiona como estaria à Alemanha em 2002, a fim de definir se as teses foram frutos da imaginação dos autores ou se já havia uma evolução tecnológica que pudesse torneá-los. Aline Santos Sampaio relembra uma parte do artigo em que os autores comentam a situação da Alemanha naqueles anos (1996-2002) e discorre que eles já estavam bem adiantados em relação ao Brasil e compara nosso país em 2009 com a Alemanha de 2002. Sistema de saúde e informática num futuro próximo (Como será em 2013?) Segundo os autores, três são os fatores decisivos: desenvolvimento da população, avanços na medicina e na informática. 1 - Desenvolvimento da população: devido ao considerável desenvolvimento social e econômico e os avanços da medicina, as expectativas de vida média das populações vêm aumentando nas últimas décadas, com conseqüente aumento de doenças crônicas e comorbidades geriátricas. Isto, exige um maior número de profissionais de saúde especializados e maior troca de informação entre eles, o que pode ser provido por uma moderna ICT. 2 - Avanços na medicina: o contínuo desenvolvimento de novos métodos diagnósticos e terapêuticos com auxílio da informática, levará a maior divisão e especialização das atividades na área de saúde. Também aumentará as informações disponíveis aos pacientes e seus familiares acerca da doença, terapia e diagnóstico. Além disso, a troca de informações entre os profissionais de saúde também seria mais rápida e de melhor qualidade. 3 - Avanços na informática: houve um considerável avanço na informática na segunda metade do século XX, com o aprimoramento de “softwares” e “hardwares”, além da Internet. Isto foi apenas o início do desenvolvimento desta área que tende a crescer muito mais, criando oportunidades de melhorias no sistema de saúde, de modo a garantir maior eficiência e qualidade. Neste ponto houve um grande tópico de discussão no qual a e-colega Nadia Ricci Guilger inicia a discussão da heterogeneidade que existe no Brasil, discutida também por Juliana Cunha Ferreira, Fernanda Lago, Tíbor Rilho Perroco, Keila Furtado Veira, entre outros. A maioria dos e-colegas concordam com a pirâmide de envelhecimento da população e que o mesmo vem ocorrendo no Brasil, assim como o aumento dos custos na saúde. André Gustavo de Souza relata que as proposições a seguir não podem ser tratadas no Brasil nas mesmas proporções. Joaquim Xavier de Souza Júnior começa a discussão entre educação e possibilidade de uso da ICT no Brasil, comentada também por David Sadigurski, Juliana Cunha Ferreira e Keila Furtado Vieira. Thiago Habacuque Silva de Souza observa: que o Brasil é o 3° maior país em uso da Internet no mundo e ao mesmo tempo possuir tantas pessoas “excluídas” digitalmente. Analisando-se as 30 teses do texto, podemos dividi-las em 3 grandes grupos: Sistemas de saúde, Profissionais envolvidos nos cuidados com saúde, Sistemas de Informação da saúde. (Divisão proposta por Ana Karina Alves Moura - quarta, 14 outubro 2009, 13:27 no Moodle). 1) Sistema de saúde (T1 a T6): T1: Aumento da procura e utilização do sistema de saúde (aumento de custo e de trabalhadores na área); T2: A estrutura básica do Sistema de Saúde permanecerá essencialmente a mesma. Entretanto, a maior mudança ocorrerá nos serviços para cuidados de pacientes não hospitalizados (“home care”, entre outros). Relata-se diminuição em 20% nas internações e decréscimos do tempo de internação para menos de 7 dias. Segundo o e-colega Tibor Rilho Perroco, na psiquiatria vem ocorrendo um movimento de Reforma, com redução de leitos em instituições manicomiais, investimento em leitos psiquiátricos em Hospital geral para internações breves para manejo de crise, e a criação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Os CAPS promovem uma atenção ambulatorial intensiva, descentralizada, aumentando a oferta de tratamento longe dos grandes centros. Acompanhamento em Geriatria e oncologia também têm privilegiado a atenção ambulatorial e “home care”. Também o seguimento de recém-nascidos de baixo peso tem enfocado na terapia em domicílio, promovendo o aumento do contato mãe-bebê. Estas abordagens têm sido bem sucedidas em reduzir custos, aumentar o acesso e minimizar implicações negativas de internações prolongadas (infecção hospitalar, TVP, escaras de decúbito, etc). Os CAPS deveriam “dar conta” da maioria dos casos e para isto, deveriam receber maior financiamento. T3: Aumento de integrações, alianças ou cooperativas entre hospitais e clínicas médicas. Foi discutido que as integrações vêm acontecendo, porém o compartilhamento de informações não acontece por via eletrônica na maioria das vezes. A maior parte dos e-colegas pontuam que será difícil atingir as metas apresentadas no texto. O CNPq vem estimulando a criação de Institutos com a colaboração de diversas universidades e Centros de pesquisa em uma área específica. T4: Desenvolvimento de centros de saúde altamente especializados e uso da telemedicina para intercâmbio de informações. Também comparando com o Brasil, como disseram os e-colegas, já temos talvez o mais centralizador dos sistemas, “tudo vem parar em um Hospital Quarternário como o HC.”Também foi colocado que atualmente a tecnologia/pessoal envolvida em telemedicina ainda é muito heterogênea em todo mundo. T5: Aumento da busca por acreditações e certificações dos sistemas de saúde (40% de hospitais certificados, uso da Internet para fins publicitários). Os ecolegas colocaram que a preocupação com a "acreditação" tem aumentado, principalmente nos grandes centros. T6: Haverá diferentes modelos financeiros na área da saúde, com aumento da participação do setor privado. Foi observado, durante a discussão que essa "complementação" dos custos na forma dos reembolsos que existem com as seguradoras de saúde, da procura por serviços privados, da execução de procedimentos que não são cobertos pelo SUS ou planos de saúde com capital próprio vem ocorrendo em nosso País. Sendo assim, no que se refere ao Sistema de Saúde apenas a Telemedicina ainda está em fase de implementação na maioria das especialidades. As demais já podem ser observadas. Os e-colegas Ana Karina Alves Moura e Wagner Malago Tavares relatam que estes eventos já são realidade. André Gustavo Pires de Souza e Juliano Novaes Cardoso concordam com o aumento do custo e dizem que telemedicina é uma realidade. Segundo o depoimento de um e-colega, o uso de telemedicina nem sempre aumenta o custo: a disciplina da Telemedicina da FMUSP está fazendo vários projetos de ensino à distância, um deles é a transmissão de informação sobre a saúde para o povo da Amazônia, e outro é a permissão dos ortopedistas de assistir às reuniões científicas semanais do IOT-HCFMUSP, ou seja, a sua implantação inicial é cara, mas a longo prazo seu custo-benefício é viável e acessível. 2) Profissionais envolvidos nos cuidados com saúde (T7 a T11): T7: A especialização dos profissionais vai continuar aumentando, gerando maior divisão do trabalho e aumento das necessidades de comunicação entre estes profissionais. Diversos colegas colocaram que é notório o aumento da especialização e sub-especialização em todas as profissões da área de saúde. É possível que o percentual de acréscimo de 20% seja alcançado. T8: Devido ao envelhecimento da população e pressão para redução de custos haverá aumento do atendimento domiciliar e em ambulatórios, minimizando internações. (Já discutido em T2) T9: A importância dos médicos de família aumentará. A consideração do e-colega, André Gustavo Pires de Souza, comenta sobre a diversidade de especialidades que vem ocorrendo na área da saúde, a maior utilização de “home care” e médicos da família. Wagner Malago Tavares, Juliana Cunha Ferreira e Lecy Kawamura concordam com o colega, mas relatam que o médico da família ainda está em fase de implantação ou desenvolvimento ou ainda, trata-se de uma realidade distante. Daniela Andraus de Figueiredo Ferrarezi e Andrea Day falam do pouco incentivo do governo a este tipo de programa. Em termos populacionais, é possível que cerca de 70% da população em 2013 tenha um médico da família, visto que maioria da população brasileira é atendida pelo SUS. Porém, e-colegas ressaltam que há diferenças na atuação dos médicos de família no Brasil e em outros lugares do mundo, como os EUA. Segundo Hong Pai, o custo de formação de um médico é caro. Desta maneira o governo deveria incentivar a formação de uma equipe medica e multidisciplinar chefiada pelo médico da família,onde os casos estáveis e crônicos poderiam ser acompanhados por um enfermeiro, por exemplo, e se no caso de alguma ocorrência, o médico da família seria chamado. O Brasil tem um território muito grande, e a distribuição da população é desigual, sendo pouco provável que se tenha recurso financeiro e humano suficiente para cobrir a necessidade crescente e progressiva. T10: Pacientes cronicamente enfermos vão estabelecer relações duradoras com seus médicos e terão grande conhecimento da sua doença. T11: Os pacientes e familiares terão amplo acesso a informações na internet. Esta mudança de atitute será bem aceita por médicos e profissionais de saúde. Foi apontada uma diferença no perfil do paciente brasileiro daquele de países desenvolvidos, principalmente quanto ao nível educacional, cultural e ao acesso à informação médica. Quanto à aceitação disso pelos médicos, em 4 anos temos muito que melhorar... Apesar de muitos brasileiros terem acesso à internet, não há, na maioria dos casos, uma busca por informações de saúde. Também são escassos no Brasil sites estruturados, com informações médicas de qualidade. Porém na atenção privada é comum a busca de conhecimentos sobre a saúde na internet e a busca pelo paciente e familiar por informações relativas às doenças. Não é impossível que as metas de que 20% dos pacientes venham buscar informações sobre sua saúde na internet sejam cumpridas até 2013. Segundo ecolegas, as organizações médicas e governamentais devem fazer triagem destas informações na internet. De acordo com o grupo, estas previsões vêm se confirmando, algumas delas muito relacionadas ao nível sócio econômico da população (T10 e T11). 3) Sistemas de informação da saúde: Documentação (T12 a T15): T12: As informações dos pacientes ainda estarão espalhadas por diversas instituições. Entretanto, a importância do acesso internacional as informações de saúde vai aumentar. Segundo a previsão dos autores do artigo, haveria um aumento na necessidade de interação de dados. Porém apenas uma minoria dos casos teria acesso aos seus dados por internet (5%), ou por chip (10%). Esta é uma realidade mais distante dos brasileiros. Segundo Hong Pai, deve-se salientar a necessidade da privacidade, das informações sigilosas, e da ética médica. Preocupa-se com o fato das informações caírem nas empresas de seguradora de saúde ou do mau uso destas na área jurídica. Teoricamente esse conceito é o ideal, mas precisa ser melhor discutido T13: Refere-se à realidade alemã. Será necessário estabelecer uma identificação única do paciente na Comunidade Européia. A regulamentação legal ainda estará em andamento. Ainda não há uma identificação internacional única para cada paciente. Como previsto, maioria (90%) dos hospitais possui um código único para cada paciente (número do prontuário). No entanto, este cadastro nem sempre é informatizado. Há uma tentativa incipiente do SUS em criar uma identificação única nacional para cada indivíduo. Porém a informatização do acesso aos dados através dessa identificação ainda é uma realidade distante T14: Haverá aumento da documentação das instituições disponíveis eletrônicamente. Quanto à maior disponibilidade de documentação eletrônica, a maioria dos e-colegas concordou que o prontuário eletrônico já é praticado em alguns centros universitários, boa parte dos hospitais e clínicas privadas e em algumas unidades públicas. Possivelmente isto alcança a estimativa dos autores de que cerca de 10% dos hospitais fariam uso de prontuário eletrônico. A dificuldade no manuseio dos “softwares”, dificuldade com disponibilidade e manutenção dos “hardwares” e a falta de integração dos dados na clinica e entre unidades foram apontadas pelos e-colegas como barreiras à aplicabilidade dos prontuários eletrônicos. Aline Sampaio colocou que apenas em 2007, o CFM regulamentou o uso de prontuários eletrônicos e descartou a necessidade do prontuário em papel. Porém, a maioria dos serviços de saúde ainda utiliza o prontuário em papel, mesmo que de forma concomitante com o prontuário eletrônico. Como previsto pelos autores o armazenamento de dados de pacientes, a longo prazo, ainda é um problema. T15:A elaboração de relatórios será cada vez mais necessária devido a complexidade das doenças e necessidade de comunicação entre os serviços.. Ao mesmo tempo, ICT mais eficiente estará disponível. A complexidade do atendimento, a abordagem multidisciplinar e a maior disponibilidade de exames diagnósticos levam a um aumento na produção de documentos por paciente. O grupo concorda que estas teses também têm se concretizado. Um sistema de documentação único ainda está em fase de implementação muito inicial. Já é descrito em nível municipal no Brasil, em nível nacional em outros países, mas estamos muito longe de chegar à internacionalização destes dados. Comunicação (T16 a T19): T16: Dados de pacientes serão basicamente compartilhados eletronicamente. T17: E-mail será a principal forma de troca de informações. T18: A importância de métodos criptográficos e assinaturas digitais continuarão aumentando. T19: A importância do e-mail na comunicação médico-paciente aumentará. A troca de dados eletronicamente e a assinatura digital ainda estão em implementação em apenas alguns locais. Os contatos por e-mail já são uma realidade. Neste tópico os e-colegas André Gustavo Pires de Souza, Lecy Kawamura e Wagner Malago falam sobre a realidade dos prontuários eletrônicos e da inexistência do prontuário internacional. Juliano Novaes Cardoso diz que possuímos “ilhas” com diferentes tecnologias. Daniela Andraus de Figueiredo Ferrarezi relata experiência de uso de prontuário eletrônico, com permissão de acesso também aos pacientes, no interior de São Paulo. Todos comentam da importância do e-mail como forma de comunicação. Daniela Donha Oumo relata preocupação quanto à relação médico-paciente ser abalada com a informatização do atendimento e Emerson Vasconcelos de Andrade Lima e Giusepinna Maria Patavino reiteram a importância do contato médico-paciente. Conhecimento médico e suporte de decisão (T20 e T21): T20: O conhecimento estará amplamente disponível eletronicamente. Certificações internacionais estarão disponíveis para conferirem qualidade as informações. T21: Sistemas de tomada de decisão que dão diagnóstico e tratamento ainda não estarão estabelecidos. O conhecimento sobre as doenças atuais, compreensíveis e internacionalmente disponíveis via mídia eletrônica já é uma realidade; Sistemas de decisão de suporte, que ativamente dão conselhos diagnósticos e terapêuticos ainda não são uma realidade na maioria dos locais. O e-colega Wagner Malago discorre sobre a Internet e as publicações disponíveis. Fernanda Lago diz que o avanço em informática e a criação de bancos de dados impulsionaram as pesquisas nas instituições brasileiras. Segundo Marcelo Arthur Cavalli, a posibilidade de avaliação dos casos clínicos internacionalmente por meio eletrônico pode aumentar a capacidade de acertar diagnósticos e melhor conduzir os casos. Hong Jin Pai comenta que há necessidade urgente de melhorar a infraestrutura de telecomunicação para garantir a velocidade de transmissão de dados e a alta definição de imagens além da interação de dados. Pesquisa e relatos (T22 e T23): T22: Os relatórios de saúde e sua abrangência continuarão a aumentar. T23: Informações para pesquisa clínica estarão disponíveis “on line”. Entretanto, somente se as informações dos pacientes estiverem disponíveis e guardadas de maneira bem estruturada. Grande foi o crescimento desta área, porém nem todos as instituições de saúde possuem armazenamento de dados eletronicamente para realização de pesquisas de dados de pacientes mais facilmente. Nesta linha a e-colega Fernanda Lago diz que o avanço em informática e a criação de bancos de dados impulsionaram as pesquisas nas instituições brasileiras. Wagner Malago exemplifica os relatos do H1N1. Manejo dos sistemas de informação (T24 a T26): T24: O manejo de sistemas de informações será uma divisão importante e independente nos Hospitais. A T24 ainda não é a realidade na grande maioria dos locais. T25: Os custos do manejo da informação aumentarão. Como comentou nosso ecolega Ronald: “O desenvolvimento da IM facilita a pratica médica, melhora a qualidade técnica, reduziria a taxa de falhas.... isso tudo tem um custo alto..... quem acha que não vale a pena pagar esse preço???”. Hong Jin Pai cita o exemplo de custo de filmes de a ressonância magnética girar em torno de R$30,00, mas que gravado num DVD o preço cai para R$ 3,00 Entretanto, o custo do equipamento está em torno de US$ 200.000,00! Outro exemplo que viu numa empresa de desenvolvimento de IM na China, trata-se da transmissão de imagens obtidas pelo microscópio, de tecidos retirados do paciente na cirurgia para um Centro Hospitalar que tenha um patologista, e o diagnóstico pode ser dado para o cirurgião em menos de 30 minutos em qualquer ponto de planeta. Portanto, o investimento é aparentemente caro, mas traz uma série de vantagens. T26: Crescerão os serviços de suporte técnico e organizacional oferecidos por empresas de ITC às Instituições de Saúde. Andrea Day colocou que a informática na medicina também é “um ótimo negócio, financeiramente muito lucrativo, que gera empregos e faz o setor crescer exponencialmente”. Ferramentas ICT no sistema saúde (T27 a T30): T27: O uso de ferramentas computacionais aumentará muito em hospitais, consultórios e outras instituições de saúde. T28: Computadores pessoais, celulares e outros aparelhos para comunicação móvel serão muito usados para receber informações. Novas ferramentas disponíveis para recebimento e transmissão de informação aumentarão. T29: O número de ferramentas computacionais para monitorizarão permanente de sinais vitais de pacientes, assim como a transferência simultânea destas informações para instituições de saúde irá aumentar. T30: A importância dos processos organizacionais irá aumentar. O uso de ferramentas ICT baseada em computadores realmente aumentou dramaticamente em hospitais e outras instituições de saúde. O surgimento dos “mobile devices” é real, mas ainda está numa fase embrionária em nosso País. De acordo com Ronald Bispo Barreto da Silva, o uso das ferramentas da ICT qualifica e acelera a prática da medicina baseada em evidência e, acredita, reduzir o risco de erros de condutas. Conforme o Hong Jin Pai, o seu abuso pode induzir os médicos a não examinarem os pacientes como um todo, e na prática cada caso é um caso. A arte médica continua válida e sem desmerecer a medicina baseada em evidência. Texto do Mr. Adam e Dra. Bright Exemplo: Os autores descrevem o caso do acompanhamento de um paciente em 2000 e em 2013. Em 2000, Mr Adam começou a apresentar sintomas sugestivos de doença coronariana, porém não procurou atendimento médico por não conseguir identificá-los como sinais de uma patologia subjacente. Após episódio de angina pectoris, foi examinado por sua médica da família e com a apresentação de alteração no teste de esforço, foi submetido a um cateterismo para implante de stent. 13 anos depois: Mr. Adam estava em uso de um monitor de sinais vitais e de ECG contínuos, que tinha comunicação direta com sua médica, que é automaticamente avisada em caso de alterações. Com isso, havia a possibilidade de avaliar estes dados à distância, com maior rapidez entre o início dos sintomas o diagnóstico e o tratamento. A monitorização dos sinais vitais também ajuda na diferenciação diagnóstica entre um evento cardíaco e sintomas psiquiátricos. Estes aparatos são reembolsados pelos planos de saúde. O paciente tem acesso, pela internet a informações sobre sua patologia. Guidelines eletrônicos ajudam a médica assistente na tomada de decisões. A comunicação entre os centros facilita atividades assistenciais, epidemiológicas e de pesquisa. As informações são centradas na identificação do paciente. A possibilidade de compartilhamento de dados do paciente internacionalmente e em diversas línguas, via internet ou chip, assegura um cuidado adequado mesmo quando o paciente não está no domicílio. Considerações dos e-colegas: Ronald Bispo Barreto da Silva, Daniel Rebolledo e Juliana Cunha Ferreira considera que os autores exageram um pouco na ficção científica. Algumas questões, apontadas pelos autores, ainda merecem discussão Como será a atitude da sociedade diante das ferramentas do ICT? Quais seriam as mudanças na relação médico-paciente? A possibilidade de monitorar sinais vitais e ser avisado de alterações, dá ao paciente uma possibilidade de diagnóstico e intervenção precoce em um evento cárdiovascular. Porém, caso Dr. Bright, ao perceber um início súbito de taquicardia, acompanhada de elevação de pressão arterial e extra-sístoles, supondo um evento cardiovascular, entre em contato com o seu paciente, ela pode correr o risco de interrompê-lo em uma relação sexual ou um passeio na montanha russa. O paciente pode se sentir invadido pela equipe que o assiste entre em contato sempre que haja uma alteração nos seus sinais vitais. Por outro lado, se Dr. Bright não entrar em contato e de fato houver um evento cardiovascular significativo, ela poderia estar sujeita a processo judicial por negligência, visto que de posse de informações sobre o estado de saúde do seu paciente ela não realizou a intervenção médica cabível. A praticidade do prontuário eletrônico integrado e das ferramentas de ICT deve aumentar o acesso do paciente ao seu médico e reduzir o tempo gasto em consultas de rotina, internações e documentação. Isso pode propiciar o atendimento de maior número de pacientes por cada profissional, equilibrando os custos relacionados à maior tecnologia. Do ponto de vista do médico, parece desgastante ter a responsabilidade de monitorizar dados vitais de 150, 200 ou 300 pacientes, continua e simultaneamente, como havia mencionado o e-colega Ronald. Juliana Ferreira coloca que a excessiva informatização pode reduzir o contato direto do médico com o paciente, que é de grande importância nos processos de diagnóstico e tratamento. Goals and Measures: Armazenamento de dados centrado no paciente.- Cada profissional teria acesso às informações de acordo com autorizações respectivas. – Como foi colocado pelo colega Joaquim Xavier de Souza Júnior será necessário o desenvolvimento de ferramentas que aumentem a segurança digital, para garantir o sigilo do paciente. O prontuário único reduziria os custos, a realização de exames repetitivos, e aumentaria a rapidez do atendimento. Ainda se discute como seria organizado o acesso aos dados pelo paciente. Needs: Como mencionou Carla Godoy sobre o que foi colocado pelos autores, ainda é necessário: Estruturar e testar prontuários eletrônicos abrangentes; Concepção e testes adequados de sistema de informação; Concepção e testes de sistemas de arquitetura de centros de conhecimentos; Concepção e teste de métodos para análise de dados médicos; Integração e testes abrangentes, práticos e úteis e também ferramentas móveis de tecnologia de informação e comunicação para atendimento ao paciente. Vemos mais teses acontecendo do que as que faltam acontecer. Assim, pela velocidade com que a tecnologia se desenvolve e faltando 4 anos para 2013, acreditamos que quase todas estas previsões poderão acontecer.