UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE HOSPITAL UNIVERSITARIO ONOFRE LOPES Treinamento Muscular Respiratório e Exercícios Respiratórios em Indivíduos com Distrofia Muscular Miotônica Projeto de Pesquisa Programa de Mestrado em Fisioterapia Proponente: Thaise Lucena Araújo Orientador: Prof. Dr. Guilherme Augusto de Freitas Fregonezi Natal-RN 2007 2 SUMÁRIO RESUMO .................................................................................................................... iii 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4 2 JUSTIFICATIVA................................................................................................... 9 3 OBJETIVOS............................................................................................................ 10 4 CASUÍSTICA E MÉTODOS................................................................................ 10 4.1 Sujeitos.................................................................................................................... 10 4.2 Casuística................................................................................................................ 11 4.3 Desenho do estudo................................................................................................. 11 4.4 Programa de treinamento muscular respiratório ou exercícios respiratórios................................................................................................................... 11 4.4.1 Grupo exercícios respiratórios.............................................................................. 12 4.4.2 Grupo treinamento muscular respiratório.......................................................... 12 5 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO............................................................................ 13 5.1 Prova de Função Pulmonar..................................................................................... 13 5.2 Avaliação das Pressões Respiratórias..................................................................... 14 5.3 Avaliação do Padrão Respiratório.......................................................................... 15 5.4 Os hábitos do sono e a sonolência, utilizando o Índice de Qualidade do Sono de 15 Pittsburgh................................................................................................................. 5.5 Avaliação dos fatores relacionados à qualidade de vida......................................... 15 5.6 Análise estatística.................................................................................................... 16 6 CONTRIBUIÇÕES ESPERADAS E PERSPECTIVAS PARA O AVANÇO DO CONHECIMENTO........................................................................................ 16 7 ÓRGÃOS ENVOLVIDOS E LOCAIS DE REALIZAÇÃO............................. 17 8 CRONOGRAMA................................................................................................... 18 9 ORÇAMENTO ESTIMADO............................................................................... 18 10 TERMO DE CONSENTIMENTO...................................................................... 19 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 21 3 RESUMO As distrofias musculares compreendem um conjunto de miopatias de origem genética que afetam a musculatura esquelética de maneira progressiva, assim como a musculatura respiratória. Dentre as distrofias, destaca-se a distrofia muscular miotônica (DMM) que apresenta complicações respiratórias ameaçadoras à vida de seus portadores e apesar disso, poucos estudos mostram tratamento efetivo no que diz respeito ao treinamento da musculatura respiratória para minimizar as complicações respiratórias. Este trabalho terá o objetivo de determinar os efeitos do treinamento muscular respiratório e de exercícios respiratórios sobre os testes de função pulmonar, pressões respiratórias (pressões inspiratória e expiratória máximas, pressões nasais, SNIF teste) em indivíduos com DMM, bem como sobre a qualidade de sono e de vida desses indivíduos. Para tanto, aproximadamente 50 indivíduos com DMM serão divididos em dois grupos aleatoriamente e estratificados quanto à idade e sexo: grupo Treinamento dos músculos respiratórios (TMR) e grupo Exercícios respiratórios (ER). O grupo TMR fará o treinamento dos músculos respiratórios inspiratórios e expiratórios utilizando dispositivos com resistência limiar inspiratória – Threshold® IMT e expiratória - Threshold® PEP, sendo a resistência aumentada progressivamente de 20 % a 60% dos valores das pressões inspiratória e expiratória máximas (PImáx e PEmáx), obtidos na primeira avaliação dos participantes . O grupo ER, que será o grupo controle, realizará exercícios respiratórios – respiração diafragmática e respiração freno-labial. Para ambos os grupos, o período de treinamento será composto de duas etapas, com duração de 12 semanas cada, nas quais a primeira parte será de forma ambulatorial com seguimento restrito, e a segunda, domiciliar, com supervisão por chamadas telefônicas diárias e uma visita semanal. 4 1. INTRODUÇÃO As distrofias musculares compreendem um conjunto de miopatias de origem genética que afetam a musculatura esquelética de maneira progressiva. São definidas por critérios clínicos, histológicos e através da eletromiografia. Não há sinais de desnervação nem de perda da sensibilidade, e as alterações histológicas incluem degeneração e regeneração do músculo, não se evidenciando armazenamento anormal de um produto metabólico (ROWLAND, 1997). Dependendo do fator genético, a sua apresentação clínica varia muito, principalmente no que diz respeito à idade de início, grupo muscular envolvido e sintomas clínicos (MELO-SOUZA, 2000). As principais variedades de distrofia muscular diferenciam-se pela topografia inicial e pela predominância da lesão muscular, pela idade do início, pelo modo evolutivo, por certas manifestações associadas e pelas modalidades da transmissão genética (CAMBIER, MASSON e DEHEN, 1999). A forma mais freqüente e grave é a distrofia muscular tipo Duchenne (DMD), que afeta crianças do sexo masculino, numa proporção de 1:3500 nascimentos, com uma expectativa de vida atual em torno de 20 anos (LANGER, 2003). Neste tipo de distrofia, a idade de início é precoce (três anos) e a evolução é rápida, com perda da marcha por volta dos dez anos, havendo acometimento inicial de músculos abdominais e de cintura pélvica e, posteriormente, de membros, músculos respiratórios e coração (GILARDEAU e PAINDESTRE, 1992). O tipo Becker é uma forma relativamente benigna, cujo início é mais tardio e a evolução é mais prolongada. O tipo Emery-Dreyfuss caracteriza-se por déficit motor pouco evolutivo, desenvolvimento precoce de contraturas e freqüentes distúrbios do ritmo e da condução cardíaca. A miopatia de Landouzy-Dejerine (facioescapuloumeral) tem evolução lenta, acometendo principalmente músculos da face, cervicais e da cintura escapular, além do trapézio e esternocleidomastóideo (CAMBIER, MASSON e DEHEN, 1999). 5 Dentre as miopatias nas quais as complicações respiratórias são significativamente ameaçadoras à vida de seus portadores e que são pouco estudadas, destaca-se a distrofia muscular miotônica (DMM) ou doença de Steinert, que é uma doença neuromuscular multissistêmica, hereditária autossômica dominante, lentamente progressiva, com uma incidência de 1 para 8000 nascimentos, em que está presente o fenômeno da antecipação, em que as gerações sucessivas desenvolvem mais severamente e precocemente as manifestações da doença (UGALDE et al, 2000; TRAMONTE e BURNS, 2005). Uma forma congênita precoce de DMM é acompanhada por sintomatologia muito mais grave, com mortalidade de aproximadamente 25% dos indivíduos até os dezoito meses de vida, na maioria das vezes por complicações pulmonares secundárias, e os que sobrevivem ao período neonatal demonstram continuado atraso do desenvolvimento motor e freqüentemente significativo prejuízo mental (PERRIN et al, 2004). A DMM é caracterizada pela fraqueza muscular progressiva, miotonia, fraqueza temporal e calvície frontal, atrofia gonadal, cataratas, disritmias cardíacas e doença pulmonar restritiva (UGALDE et al, 2000; PERRIN et al, 2004). Disfagia orofaríngea também é uma característica comum nesses pacientes que, juntamente com desordens da motilidade esofágica, constitui a causa mais importante em relação à ocorrência de pneumonia aspirativa (ERTEKIN et al, 2001). O envolvimento respiratório ocorre durante a idade média de vida, com um padrão respiratório restritivo progressivo sendo a mais comum anormalidade da função pulmonar. Entretanto, as manifestações respiratórias são variáveis, com alguns pacientes desenvolvendo paralisia no diafragma e outros tendo principalmente distúrbios do sono, com apnéias centrais ou obstrutivas ou hipoventilação central. Há sinais de que o grau de dessaturação noturna é mais elevado e os pacientes tendem a ser mais irritados que em doenças neuromusculares não-miotônicas com um grau similar de fraqueza muscular respiratória. Na maioria dos pacientes com DMM, a sonolência não está claramente atribuída à hipercapnia, a respiração desordenada no sono ou distúrbio da arquitetura do sono e influência central, têm sido sugeridos (PERRIN et al, 2004). 6 Veale et al (1995), em um estudo com 7 pacientes com DMM, analisaram os padrões respiratórios duarante a vigília e durante o sono, utilizando a polissonografia, comparando com 7 sujeitos semelhantemente fracos não-miotônicos e 7 sujeitos-controle normais. Esses autores concluíram que nos indivíduos com DMM eventos de hipopnéias e apnéias foram mais freqüentes, ocorrendo nas fases do sono estudadas. Bégin et al (1997) estudaram 134 pacientes com DMM buscando determinar a prevalência de hipercapnia crônica, o nível de fraqueza muscular e o volume expiratório forçado nos quais a insuficiência respiratória hipercápnica seria provável de ocorrer, e ainda, como a avaliação clínica poderia ajudar a predizer essa insuficiência respiratória. Concluíram que esta deve ser suspeitada em pacientes com fraqueza muscular proximal ou sonolência diurna, e que há a possibilidade de a hipercapnia aumentar com a restrição de volume e fraqueza muscular respiratória. Os autores sugeriram que a combinação de fraqueza muscular inspiratória e sobrecarga muscular desempenham um papel predominante na patogênese da hipoventilação alveolar crônica nesses pacientes, e acrescentaram que a ocorrência de hipersonolência diurna sugere que outros fatores, como baixo drive ventilatório central ou apnéia do sono, podem desempenhar um papel adicional. Na DMM, a doença pulmonar restritiva é tida como severa em 14% dos indivíduos, moderada em 5% e leve em 42%, está primariamente relacionada à fraqueza muscular respiratória e hipoventilação, que leva a reduções na capacidade vital forçada (CVF), capacidade pulmonar total, pressões inspiratória e expiratória estáticas máximas (PImáx e PEmáx) e complacência pulmonar e do gradil costal. Os padrões respiratórios na doença pulmonar restritiva são marcados por serem rápidos e superficiais, com redução do volume corrente e aumento da freqüência respiratória, e apesar de as trocas gasosas serem normalmente bem mantidas, em alguns casos, a hipercapnia pode se desenvolver, bem como outras complicações pulmonares como o surgimento de pneumonias, às vezes associadas à morbidade importante nesses indivíduos (UGALDE et al, 2000). Um estudo com 20 pacientes com doenças 7 neuromusculares, sendo 1 com DMM, buscando avaliar o mecanismo de retenção de CO2 nos mesmos, observou um padrão respiratório rápido e superficial em relação ao grupo controle e concluiu que, nesses pacientes, a sobrecarga elástica e a fraqueza muscular respiratória são responsáveis por um padrão de respiração rápido e curto, levando à retenção crônica de CO2 (MISURI et al, 2000). Bach e Kang (2000) complementam estas afirmações relatando que como nos indivíduos com doenças neuromusculares há deficiência em respirar profundamente periodicamente, podem ocorrer mudanças nas forças de superfície alveolar, ocorrendo uma tendência maior ao colapso alveolar. Primeiramente esses pacientes podem desenvolver microatelectasias, que podem se instalar num intervalo de 1 hora quando volumes correntes normais não são aumentados. A longo prazo, a incapacidade em respirar profundamente, resulta em restrição pulmonar permanente que ocasiona aumento do trabalho respiratório. Perrin et al (2004) acrescentam que devido à redução das complacências pulmonar e torácica, a carga mecânica para o músculo respiratório já enfraquecido está aumentada, o que pode levar à fadiga e falência respiratórias, devido ao desequilíbrio entre carga e capacidade dos músculos respiratórios. Apesar de a insuficiência respiratória crônica ser uma complicação freqüente e potencialmente ameaçadora à vida na distrofia miotônica, há poucos estudos sobre treinamento da musculatura respiratória para minimizar as complicações respiratórias (ABE et al, 1998). Nesse contexto, o tratamento dos músculos respiratórios visando o aumento de força e resistência, ainda constitui um desafio. Estudos sugerem que força e resistência dos músculos respiratórios podem ser melhoradas através de programas de treinamento específicos (PERRIN, 2004). Topin et al apud Perrin et al (2004), utilizando um protocolo duplo-cego, mostraram que um treinamento muscular inspiratório de baixa intensidade realizado em domicílio melhorou a resistência muscular respiratória em crianças com distrofia muscular de Duchenne, e que a efetividade do tratamento pode ser dependente da intensidade do treinamento. Estudos 8 controlados similares realizados em adultos não têm sido descritos com freqüência, bem como outros estudos têm demonstrado que esforços intensos no treino muscular inspiratório em pacientes severamente enfraquecidos pode acelerar a fadiga por excesso de trabalho nos músculos já fracos. Embora as discrepâncias entre os estudos sejam numerosas, mais relacionadas às diferenças na população de pacientes estudados e no tipo de treinamento utilizado, vários estudos têm sugerido que o treino com uma carga inspiratória (com 70 a 80% da PImáx) aumenta a capacidade dos músculos respiratórios tanto em gerar pressão como fluxo, e portanto pode fornecer uma abordagem prática para o treino tanto em adultos como em crianças (PERRIN et al, 2004). Winkler et al (2000), buscando uma correlação entre a intensidade de um treino muscular respiratório específico e a melhora da força e resistência muscular inspiratória em pacientes com doenças neuromusculares, executaram um treinamento muscular inspiratório domiciliar por nove meses, em 16 pacientes (13 com DMD e 3 com atrofia muscular espinhal) e concluíram que os efeitos do treinamento são dependentes da intensidade, contanto que o envolvimento do sistema respiratório na doença seja somente lentamente progressivo. Abe et al (1998) avaliaram o efeito do treinamento respiratório em 10 pacientes com distrofia muscular miotônica que utilizaram um dispositivo de resistência inspiratória durante 15 minutos, três vezes ao dia, durante 4 semanas, e chegaram às seguintes conclusões: houve uma correlação significativa entre capacidade vital inspiratória e PImáx, sugerindo que a fraqueza nos músculos respiratórios contribuem para reduzir a capacidade vital; o treinamento muscular respiratório foi eficaz na medida em que houve melhora na função pulmonar e PImáx e PE máx desses pacientes. Em outro trabalho sobre treino respiratório na DMM, Ugalde et al (2000) realizaram um programa em 11 pacientes, utilizando padrão ventilatório com freno labial e respiração profunda, e observaram aumento do volume corrente, volume-minuto e da saturação do oxigênio com 9 redução da freqüência respiratória e do volume pulmonar expiratório final, concluindo que o método foi eficaz, porém que há necessidade de estudos clínicos adicionais para se verificar se há também melhora na função pulmonar na DMM. 2. JUSTIFICATIVA Indivíduos com distrofia muscular, de forma paralela ao enfraquecimento da musculatura periférica, têm progressivamente afetada sua musculatura respiratória (LANGER, 2003). A debilidade desta musculatura propicia a instalação de atelectasias, pneumonias e insuficiência respiratória, que constituem a principal causa de morte nessas pessoas (SIMONDS, 2001). Estes pacientes podem necessitar de internações freqüentes devido à insuficiência ventilatória (LEITE, FILHO e OLIVEIRA, 2004). Portanto é notória a importância de buscar recursos terapêuticos que possam prevenir ou melhorar as complicações respiratórias ocasionadas pela fraqueza muscular respiratória, podendo assim reduzir a necessidade de internações hospitalares. Além disso, sabe-se que a presença de distúrbios do sono é freqüente nesses pacientes e que isto, juntamente com os danos na função pulmonar diretamente ocasionados pela debilidade da musculatura respiratória, pode interferir de maneira negativa na qualidade de vida dos mesmos, tornando-se também importante avaliar a relação entre distúrbios do sono, fraqueza muscular respiratória e qualidade de vida dos indivíduos com DMM. Finalmente, observa-se na literatura especializada uma escassez de estudos clínicos experimentais que evidenciem a eficácia do treino muscular respiratório em pessoas com DMM para fundamentar a intervenção fisioterapêutica respiratória nesses indivíduos, havendo assim a necessidade de desenvolver estudos experimentais acerca dessa temática. 10 3. OBJETIVOS - Determinar os efeitos do treinamento muscular respiratório (inspiratório e expiratório) e dos exercícios respiratórios (padrão ventilatório diafragmático e padrão ventilatório com freno labial) sobre os testes de função pulmonar e as pressões respiratórias (inspiratória e expiratória) máximas em indivíduos com distrofia muscular miotônica . - Avaliar a relação entre esses modos de intervenção e a qualidade do sono desses indivíduos. - Avaliar a importância dessas intervenções sobre a qualidade de vida dos mesmos. - Analisar as diferenças entre os efeitos individualmente causados pelo treino muscular respiratório e pelos exercícios respiratórios sobre as variáveis estudadas (função pulmonar e pressões respiratórias, qualidade de sono e qualidade de vida). 4. CASUÍSTICA E MÉTODOS 4.1. Sujeitos A população indicada para o estudo será de aproximadamente 50 indivíduos com DMM no Hospital Universitario Onofre Lopes (HUOL) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) com diagnóstico confirmado molecularmente de DMM e em acompanhamento médico Neurologista. Serão excluídos pacientes que apresentarem co-morbidades cardíacas, respiratórias, músculo-esqueléticas ou com dificuldade de compreensão intelectual, estabelecida por diagnóstico médico, que os impeça de realizar os exercícios ou que tenham dificuldade para a realização dos testes, e pacientes tabagistas ou ex-tabagistas. Os pacientes e seu(s) cuidador(es), quando necessário, serão solicitados a participar do estudo e serão incluídos aqueles que derem seu consentimento por escrito como estabelecido pela Comissão de Ética do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL). 11 4.2.Casuística Os pacientes serão abordados durante uma visita ambulatorial e, após consentimento, será avaliada a função pulmonar, a força muscular respiratória, os padrões respiratórios, os aspectos clínicos, distúrbios do sono dos pacientes e a qualidade de vida. Após os pacientes terem realizado estas avaliações, eles serão aleatoriamente divididos e comporão um dos 2 grupos: exercícios respiratórios (ER) e controle ou grupo treinamento muscular respiratório (TMR). A seguir, os pacientes serão contatados por telefone para comparecerem ao Serviço de Fisioterapia para dar-se início ao programa de treinamento. Após início do treinamento serão agendadas datas para serem reavaliados. 4.3. Desenho do estudo Trata-se de um estudo experimental, segundo Bloch e Coutinho (2002), prospectivo aleatório estratificado (randomizado e estratificado). O grupo ER receberá informação sobre as doenças, técnicas de conservação de energia e higiene brônquica, assim como serão instruídos a realizar exercícios respiratórios durante o programa sob supervisão do Fisioterapeuta responsável. O grupo TMR receberá as mesmas informações que o grupo ER e será instruído a realizar treinamento muscular inspiratório e expiratório durante o programa sob supervisão do Fisioterapeuta responsável. Os pacientes serão avaliados em 5 momentos: antes do início do treinamento (momento 0) e após 2, 4, 8 e 12 semanas (respectivamente, momentos 1 a 4). Em todos estes momentos serão avaliados a função pulmonar, a força muscular respiratória, os aspectos clínicos, os padrões respiratórios e a qualidade de vida e distúrbios do sono. 4.4. Programa de treinamento muscular respiratório ou exercícios respiratórios O período de treinamento deverá ser de 12 semanas, intensivo, de forma ambulatorial, a ser realizado no Setor de Fisioterapia do Hospital Universitário Onofre Lopes UFRN. Os 12 participantes deverão aprender os exercícios para dar continuidade ao programa de treinamento no próprio domicílio até completarem 12 meses de treinamento. Realizarão o treinamento em um período semelhante ao do ambulatório, sendo supervisionados por chamadas telefônicas e uma visita semanal. O grupo TMR fará o treinamento dos músculos respiratórios inspiratórios e expiratórios utilizando dispositivos com resistência limiar inspiratória – Threshold® IMT (Respironics®; Cedar Grove, NJ, USA), e expiratória - Threshold® PEP (Respironics®; Cedar Grove, NJ, USA). O grupo ER realizará os exercícios respiratórios – respiração diafragmática e respiração freno-labial. 4.4.1.Grupo Exercícios Respiratórios O grupo ER realizará treinamento com os exercícios respiratórios de respiração diafragmática e respiração freno-labial. Os exercícios se realizarão em duas sessões de 20 minutos, sendo as manobra respiratória uma após a outra: 10 minutos de respiração diafragmática e 10 minutos de respiração freno-labial (total de 20 minutos, todos os dias da semana - três dias no Setor de Fisioterapia e os demais dias em casa), durante a primeira etapa do programa (12 semanas). Da 12ª semana até 24 ª semana será avaliado qual o melhor tipo de treinamento, segundo os resultados obtidos (treinamento muscular respiratório ou exercícios respiratórios), e oferecido aos pacientes deste grupo a melhor opção terapêutica. Após a 24ª semana e até 12 meses os pacientes que mantiverem o tratamento serão orientados a realizar o mesmo treinamento e protocolo utilizado da 12ª semana até 24 ª semana. 4.4.2.Grupo Treinamento Muscular Respiratório O grupo TMR realizará treinamento muscular inspiratorio e expiratório, utilizando a válvula comercial Threshold® IMT “inspiratory muscle trainer” e Threshold PEP como já citado. O treinamento será progressivo quanto a cargas, em ambos os grupos musculares através de 13 protocolo adaptado ao publicado previamente (FREGONEZI et al, 2005). A carga aumentará progressivamente de 20 % a 60% dos valores de PImáx e PEmáx com acréscimo de 5 % a cada duas semanas até atingir o máximo de 60 % dos valores de PImáx e Pemáx que serão mantidos até o final do treinamento (12 semanas) com seguimento restrito. Durante o treinamento, o programa consistirá em 5 séries de 20 ciclos respiratórios com a válvula nas 2 primeiras semanas; 4 séries de 20,30,30 e 20 ciclos respiratórios, respectivamente, da 2ª à 4ª semana; 4 séries de 20,30,30 e 20 ciclos respiratórios da 4ª à 6ª semana e 3 séries de 30,40 e 30 ciclos respiratórios da 6ª à 12ª semanas. Nas seguintes semanas, 12ª à 24 ª, o treinamento domiciliar se manterá com o protocolo realizado nas semanas 6ª à 12ª. Da 24ª semana até os 12 meses seguintes será mantida a carga máxima alcançada - 60% da PImáx e PEmáx, e o protocolo de treinamento da 6ª à 12ª semanas. Após 12 meses, os pacientes que mantiverem o tratamento domiciliar serão orientados a realizar o mesmo treinamento e protocolo utilizados da 6ª à 12ª semana. 5. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO 5.1. Prova de Função Pulmonar O procedimento técnico, os critérios de aceitabilidade, reprodutibilidade, valores de referência e interpretativos, bem como a padronização e equipamento seguirão as recomendações da American Thoracic Society (ATS, 1991; ATS, 1995). Resumidamente, cada paciente realizará o teste na posição sentada, numa cadeira confortável, usando um clipe nasal e, previamente à realização do teste, eles serão instruídos detalhadamente sobre todos os procedimentos, sendo dadas as seguintes observações por escrito: não ter tido problemas respiratórios nas últimas três semanas como gripe, resfriado, bronquite ou pneumonia; não utilizar medicamentos broncodilatadores 4 horas antes (de curta duração, p. ex. Berotec) ou 12 horas antes (de longa duração, p. ex. Atrovent); não fazer refeição 1 hora antes do teste; não 14 tomar chá ou café 6 horas antes; não fumar 2 horas antes; não ingerir álcool 4 horas antes; evitar roupas apertadas no dia do teste. Para cada paciente, os testes serão feitos aproximadamente no mesmo horário do dia, pelo mesmo examinador (PEREIRA, 2002). Os pacientes irão respirar através de um bucal de papelão descartável colocado entre seus dentes e assegurado que não haverá vazamentos durante a respiração. A seguir, será solicitado que eles façam uma inspiração máxima (próximo à capacidade pulmonar total; CPT) seguida de uma expiração máxima (próximo ao volume residual; VR). Serão realizados, no máximo, oito testes em cada paciente e considerados os três melhores, sendo que a variabilidade entre eles seja inferior a 5% ou 200mL. Serão considerados o volume expiratório forçado do 1º segundo (VEF1), a capacidade vital forçada (CVF) e o índice de Tiffenau (VEF1/CVF) nos seus valores absolutos e relativos, sendo este último obtido pela comparação com a curva de normalidade para todas as variáveis espirométricas (NEDER et al, 1999). O equipamento utilizado será um DATOSPIR® 120 (Siblemed®, Barcelona, Espanha) calibrado diariamente. 5.2. Avaliação das Pressões Respiratórias A força dos músculos respiratórios, avaliada pelas pressões respiratórias máximas e o SNIFF teste, será analisada utilizando-se um manuvacuômetro digital MicroRPM® (MICRO Medical®, Rocjester Kent, UK). Os testes serão sempre realizados com os pacientes em posição sentada. Antes de cada teste, os pacientes serão detalhadamente orientados sobre os procedimentos, bem como será feita a demonstração do teste pelo examinador, e os resultados obtidos serão avaliados nos seus valores absolutos e relativos. Para a obtenção da pressão inspiratória máxima (PImáx), será solicitado aos pacientes que realizem uma expiração máxima (próxima ao VR) seguida de uma inspiração máxima (próxima à CPT), com o nariz ocluído por uma pinça nasal. Para a obtenção da pressão expiratória máxima (PEmáx), será solicitado aos pacientes que realizem uma inspiração máxima (próxima a CPT) seguida de uma expiração 15 máxima (próxima ao VR) (BLACK e HYATT, 1969). Para cada avaliação, será considerado o valor máximo obtido em ao menos cinco provas, com três manobras aceitáveis (sem vazamentos e com duração de pelo menos dois segundos), sendo anotada a pressão mais elevada alcançada após o primeiro segundo, havendo entre as manobras aceitáveis pelo menos duas manobras reprodutíveis (com valores que não difiram entre si por mais de 10% do valor mais elevado) (SOUZA, 2002). Os valores obtidos serão comparados com uma curva de normalidade previamente descrita (NEDER et al, 1999). O SNIFF teste, feito para a obtenção da pressão inspiratória nasal (SNIP), será realizado solicitando ao paciente que realize uma expiração seguida de uma inspiração máxima, com uma fossa nasal ocluída. A máxima SNIFF (inspiração pelo nariz) será obtida pela fossa nasal contralateral à ocluída, através de um plug com um orifício de aproximadamente 1mm, acoplado a um catéter conectado ao manuvacuômetro digital. O SNIFF teste será realizado em 10 medidas separadas por um período de repouso de 30 segundos e será realizado desde a Capacidade Residual Funcional (CRF) (HÉRITIER et al, 1994), utilizando-se as equações dscritas por Uldry e Fitting (1995) para a obtenção dos valores de referência. Todas as medidas serão registradas na ficha individual do paciente e será escolhida a manobra ou o resultado de maior valor. 5.3. Avaliação do Padrão Respiratório Com o equipamento DATOSPIR® 120 (Siblemed®, Barcelona, Espanha) em ambiente silencioso e em respiração espontânea, na posição sentada, se avaliará o padrão respiratório [ventilação minuto (VE), volume corrente (VC), freqüência respiratória (FR), tempo total do ciclo respiratório (Ttot)] e calculado o índice “freqüência respiratória/volume corrente” (FR/VC). A medida será realizada depois de 20 minutos de repouso, com o paciente em uma 16 posição confortável (sentado). Serão utilizados os valores médios de 10 ciclos respiratórios obtidos na seqüência do tempo de repouso para a análise dos resultados. 5.4. Os hábitos do sono e a sonolência, utilizando o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh Os hábitos de sono e a sonolência serão avaliados através do questionário de hábitos de sono e sonolência traduzido e validado para as condições psicométricas da população brasileira (PEDROSO et al, 1996). O índice de qualidade de sono será avaliado pelo questionário de Pittsburgh, também traduzido e validado para as condições psicométricas da população brasileira (BUYSSE et al, 1989). 5.5. Avaliação dos fatores relacionados à qualidade de vida A qualidade de vida relacionada com a saúde será avaliada utilizando o questionário geral de avaliação de qualidade de vida relacionada com a saúde SF-36. “Medical Outcomes Short Form 36 (SF-36)”. Este é um questionário genérico que foi amplamente utilizado para avaliar a qualidade de vida em diferentes doenças assim como na população saudável de maneira geral. Será utilizada a versão traduzida e adaptada ao português e à população brasileira com suas propriedades psicométricas testadas e aprovadas (CICONELLI, 1997). O questionário avalia nove conceitos: função física, o papel das limitações físicas, índice de dor, percepção geral de saúde, vitalidade, função social, papel das limitações emocionais, índice de saúde mental, e modificações gerais na saúde. Cada domínio é avaliado em uma escala de 1 a 100, com o maior valor correspondendo a melhor qualidade de vida relacionada à saúde. 5.6. Análise estatística Serão comparados os valores iniciais entre os grupos controle, ER e TMR (análise inicial entre-grupos) e a variação entre os valores finais e iniciais de cada variável quantificada (análise 17 entre-grupos). Nos dois casos, será inicialmente utilizado o teste Kolmogorov–Smirnov para verificar a distribuição normal dos dados e, em caso afirmativo, utilizado uma análise de variância (ANOVA) simples para o primeiro caso e de dois fatores para estudar variação entre os valores finais e iniciais de cada variável quantificada (análise entre-grupos). Todas as análises serão realizadas utilizando-se o programa estatístico Bioestat 3.0 . Em todos os casos, será considerado como estatisticamente significante quando p<0,05. 6. CONTRIBUIÇÕES ESPERADAS E PERSPECTIVAS PARA O AVANÇO DO CONHECIMENTO Esse trabalho pretende avaliar e comparar os efeitos obtidos com o treinamento muscular respiratório e com o treinamento a exercícios respiratórios, e contribuir para o esclarecimento da influência deste tipo de intervenção da Fisioterapia Respiratória em aspectos clínicos (função pulmonar e função muscular respiratória, padrão respiratório), nas complicações respiratórias e nos distúrbios do sono e na qualidade de vida, em curto prazo (período de um ano). Sendo assim, este estudo poderá acrescentar dados significativos à literatura, já que o tamanho da amostra é relevante em relação à incidência da distrofia muscular miotônica, como também pode contribuir para guiar o tratamento fisioterapêutico de indivíduos com a patologia em questão. Este trabalho poderá estimular novas pesquisas sobre o treinamento de músculos com foco nas demais distrofias musculares com característica de comprometimento respiratório e evolução semelhante à da DMM, contribuindo assim para o embasamento do manejo fisioterapêutico de outras distrofias musculares. Também temos como objetivo apresentar todos os nossos resultados em nível nacional e internacional, assim como publicar pelo menos 2 artigos em revistas de bom fator de impacto (>2), CAPES Qualis A. Por último, compreenderemos que o estudo dos efeitos do treinamento muscular respiratório (inspiratorio e expiratório), assim como o treinamento a exercícios respiratórios nos pacientes portadores de 18 DMM contribuirá para uma maior importância da aplicação destas técnicas de Fisioterapia Respiratória. 7. ÓRGÃOS ENVOLVIDOS E LOCAIS DE REALIZAÇÃO 1) Departamento de Fisioterapia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 2) Ambulatório de Neurologia Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) e Hospital de Pediatria (HOSPED). 8. CRONOGRAMA ATIVIDADES/MESES - 2008 Fev 6 Mar Preparação das técnicas e materiais necessários Avaliação dos pacientes Inicio do treinamento x x Abr Mai Jun x x x Re-avaliação após treinamento Redação do artigo científico e trabalhos para eventos Tabulação e análise estatística Redação do artigo científico e trabalhos para eventos Apresentação da tese Jul Ago Set Out x x x x x Elaboração de relatórios x 9. ORÇAMENTO ESTIMADO ITEM Resma de Papel Ofício Cd Room Válvula de treinamento muscular inspiratório Válvula de treinamento muscular expiratório Válvula de PEEP Nov QUANTIDADE 5 unidades 10 unidades 50 unidades VALOR (R$) 15,00 1,00 125,00 TOTAL 75,00 10,00 6250,00 25 unidades 125,00 3125,00 25 unidades TOTAL 125,00 3125,00 12585,00 As despesas serão assumidas pelo Programa de Mestrado em Fisioterapia. 19 10. TERMO DE CONSENTIMENTO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE MESTRADO EM FISIOTERAPIA TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Esclarecimentos Este é um convite para você participar da pesquisa Treinamento Muscular Respiratório e Exercícios Respiratórios em Indivíduos com Distrofia Muscular Miotônica que é coordenada pelo Professor Dr. Guilherme Augusto de Freitas Fregonezi e sua orientanda de mestrado Thaise Lucena Araújo. Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade. Não haverá pagamento pela sua participação. Essa pesquisa procura avaliar os efeitos do treinamento dos músculos respiratórios e de exercícios respiratórios sobre os testes de função pulmonar em pessoas com distrofia muscular miotônica. Serão realizados os seguintes procedimentos: avaliação da função pulmonar, da força muscular respiratória, do padrão respiratório, do quadro clínico, do sono e da qualidade de vida para posterior participação de um programa de tratamento fisioterapêutico que será composto ou por exercícios respiratórios ou por treinamento dos músculos respiratórios através de equipamentos apropriados. O tratamento que será realizado não trará nenhum risco para a sua saúde, pois não serão realizados procedimentos que envolvam corte, introdução de instrumentos e coletas de sangue. Você poderá se beneficiar deste tratamento devido à possibilidade de prevenção de complicações pulmonares e respiratórias que podem interferir na qualidade do sono e de vida das pessoas que têm distrofia muscular miotônica. Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será identificado em nenhum momento. Qualquer dúvida que você tiver a respeito desta pesquisa, poderá perguntar diretamente para Thaise Lucena Araújo no endereço: Coordenação do Mestrado em Fisioterapia da UFRN no Centro de Ciências da Saúde, Rua General Gustavo Cordeiro de Farias, S/N, CEP 59010-180 ou pelos telefones (84)32154274/4275. Endereço do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes: Rua General Gustavo Cordeiro de Farias, S/N, Petrópolis. 20 Consentimento Livre e Esclarecido Eu,___________________________________________________________, declaro estar ciente e informado(a) sobre os procedimentos de realização da pesquisa, conforme explicitados acima, e aceito participar voluntariamente da mesma. Assinatura:_____________________________________________________________ Data:___________ 21 11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ABE, K. et al. Respiratory Training for Patients with Myotonic Dystrophy. Neurology, 1998, 51: 641-642. 2. ATS - American Thoracic Society. Lung Function Testing: selection of reference values and interpretative strategies. Am Rev Respir Dis 1991; 144: 1202-1214. 71. 3. ATS - American Thoracic Society. Standartization of Spirometry. Am Rev Respir Dis. 1995; 152: 1107-1117. 71. 4. BACH,J. R.; KANG, S. Disorders of Ventilation: Weakness, Stiffness, and Mobilization. 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