AIDS - Colégio Ari de Sá Cavalcante

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Professor Regis Romero
Esquistossomíase
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), nas áreas tropicais e subtropicais, a
esquistossomíase só é superada pela malária em termos de importância sócio-econômica e de
saúde pública. A doença tem presença constante em mais de 74 países (praticamente todos
subdesenvolvidos), de 500 a 600 milhões de pessoas correm riscos de serem atingidas por ela e
mais de 200 milhões são infectadas a cada ano.
O Schistossoma mansoni. Na foto, o mais fino é a fêmea e o mais grosso, o
macho
A esquistossomíase (forma adotada pela Nomeclatura Internacional de doenças) também é
conhecida como bilharziose ou esquistossomose. É causada por vermes do gênero Schistosoma,
que parasitam as veias do homem e de outros animais, onde se fixam por meio de ventosas.
Dentre as diversas espécies, destacam-se o S. haematobium (mais comum na África e no
Mediterrâneo), o S. japonicum (mais presente no sudeste asiático) e o S. mansoni (presente,
sobretudo, em países americanos, como o Brasil), que será a espécie descrita aqui. O verme
apresenta sexo separado, pertence à família dos trematódeos e pode chegar a medir um
centímetro de comprimento.
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O ciclo
A água é o meio que o S. mansoni utiliza para infectar o homem (hospedeiro principal) e o
caramujo do gênero Biomphalaria (hospedeiro intermediário). O ciclo de evolução da
esquistossomíase começa quando fezes de algum enfermo infectadas com ovos entram em contato
com a água. Os ovos germinam e liberam a primeira forma larval do S. mansoni, conhecida como
miracídio. A larva precisa de condições ambientais apropriadas para sobreviver, o que acaba com o
mito de que a esquistossomíase ocorre apenas em águas poluídas.
O ciclo da esquistossomíase: os ovos
(foto à esquerda), lançados na água
junto com
as fezes de algum doente, eclodem e
originam o miracídio (foto à direita)
que...
Assim que sai do ovo, o miracídio busca e penetra o caramujo, onde, durante 20 ou 30 dias,
multiplica-se e transforma-se em outra larva, conhecida como cercária. Um caramujo é capaz de
liberar milhares de cercárias em um só dia, dando início à segunda fase do ciclo. Normalmente as
cercárias são libertas entre 11 e 17 horas, raramente à noite e são capazes de sobreviver só
durante algumas horas. Uma vez na água, a cercária nada em busca de seu hospedeiro definitivo.
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...penetra o caramujo do gênero
Biomphalaria (foto à esquerda), onde
multiplca-se e
transforma-se na segunda forma larval
do S. mansoni: a cercária (foto à
direita)
Após penetrar o corpo humano, a cercária migra para a corrente sangüínea ou linfática. Com um
dia de infecção, é possível encontrar larvas nos pulmões e nove dias depois as mesmas rumam
para o fígado, onde alimentam-se de sangue e iniciam sua maturação. No vigésimo dia, os vermes,
já adultos, começam a se acasalar e sete dias depois a fêmea já libera os primeiros ovos. Em
média, apenas após o quadragésimo dia de infecção será possível encontrar ovos de S. mansoni
nas fezes do enfermo.
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Os sintomas
Febre, dor de cabeça, calafrios, sudorese, fraqueza, falta de
apetite, dor muscular, tosse e diarréia, esse os sintomas da
esquistossomíase em sua fase aguda. O fígado e o baço também
aumentam devido às inflamações causadas pela presença do
verme e de seus ovos. Se não for tratada, a doença pode evoluir
para sua forma crônica, onde a diarréia fica cada vez mais
constante alternando-se com prisão de ventre e as fezes podem
aparecer com sangue. O doente sente tonturas, coceira no ânus,
palpitações, impotência, emagrecimento e o fígado endurece e
aumenta ainda mais. Nesse estágio, a aparência do enfermo
torna-se característica: fraco, mas com uma enorme barriga, o
que dá a doença seu nome popular de barriga d'água.
O tratamento
O tratamento é feito, sobretudo, por meio da administração de
medicamentos como o oxamniquine ou o praziquantel, porém, a
melhor maneira de enfrentar a esquistossomíase e evitar que ela
A esquistossomíase também é
popularmente conhecida como
aconteça. Para tanto, faz-se necessária uma extensa política de
barriga d'água
saúde pública e sanitária, já que a esquistossomíase está
diretamente ligada a problemas sócio-econômicos. Portanto,
controlar a existência da Biomphalaria não é suficiente, é preciso
melhorar a qualidade de vida das populações e tomar medidas sanitaristas, como, por exemplo, a
construção de sistemas adequados de esgoto.
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