RECUPERAÇÃO SEMESTRAL (1º SEMESTRE – 2011) Filosofia - ANDRE 3ª Série do Ensino Médio ROTEIRO FILOSOFIA GREGA 1. O período antropológico ou socrático: O homem, o conhecimento e a verdade, a política e a moral. 1.1 Sócrates: a questão da verdade e da eticidade O método socrático e a busca da verdade; A indagação, a ironia e a maiêutica; Uma ética racionalista: virtude e conhecimento racional 1.2 Platão: “O mito da caverna”: Explicação de sua Filosofia. O mundo das idéias e a verdade. O conhecimento: a dialética platônica= doxa e episteme. O homem: O conhecimento e a teoria da reminiscência. A política: O Rei filósofo. FILOSOFIA CRISTÃ 1. A Igreja e a Doutrina Cristã: a conciliação entre Razão e Fé revelada Patrística: doutrina dos Santos Padres: a legitimidade da nova religião Patrística: Santo Agostinho: síntese entre a Filosofia pagã e a fé cristã. Cristianização da Teoria Platônica: O conhecimento e a Teoria da Iluminação Divina de Agostinho. 2. A escolástica: a revitalização do conhecimento – a continuidade da submissão da Razão a Fé – o saber teológico e filosófico. 2.1 A Filosofia de Tomás de Aquino: a cristianização de Aristóteles. * A aquisição e a construção do conhecimento: intelecto passivo e intelecto agente. * A distinção e a conciliação entre Razão e Fé revelada: Razão natural: Filosofia, a Razão Divina: Teologia. * As cinco vias ou provas racionais da existência de Deus. FILOSOFIA MODERNA 1. Transição da Idade Média para a Idade Moderna: ruptura fé e Razão O Renascimento cultural: antropocentrismo, humanismo, racionalismo; A revolução Técnico cientifica e o método cientifico experimental; O advento da ciência moderna: a física 2. O racionalismo de René Descartes As regras do método; A dúvida metódica e o cogito: penso, logo existo; As idéias inatas. REFERÊNCIAS TEÓRICAS E CONTEÚDOS + Livro de conteúdo teórico + Anotações do caderno ministrado pelo professor em sala de aula + Internet: www.mundodosfilosofos.com.br Será analisado o nível de raciocínio e domínio de conteúdos a partir das questões exigidas e corrigidas pelo professor, incluindo as provas. As questões vão exigir domínio de categorias e conceitos próprios do conhecimento científico, o que exige evitar a linguagem coloquial e vulgar. 1 LISTA DE EXERCÍCIOS 01 Com Sócrates inaugura-se o período antropológico do pensar filosófico: a reflexão sobre a condição e a conduta humana, o conhecimento e a Verdade. Como ponto de partida para a busca do saber em Sócrates e a sua herança para o Ocidente. Diante dos seus conhecimentos julgue as assertivas abaixo e marque com (V) as verdadeiras e com (F) as que lhe são impróprias. 1 ( ). 2 ( ). 3 ( ). 4 ( ). Os princípios da filosofia socrática revelam a fraqueza e a fragilidade da natureza humana que sempre depende de algo superior, pois o homem é um ser no mundo, mutável como as coisas, sujeito ao ser e ao não-ser, portanto a verdade somente é encontrada numa realidade exterior, isto é, nas esferas do mundo celestial, morada dos deuses. Segundo a filosofia socrática, a vida humana e seus valores estão submetidos ao domínio da razão. Se o homem é fundamentalmente alma racional, o que o aperfeiçoa é o conhecimento. Nessa perspectiva, Sócrates formulou uma ética racionalista em que a virtude se identifica com o conhecimento. A finalidade do diálogo socrático é universal, pois é ético e educativo: leva a um exame da alma, em que a nova concepção do herói não é aquele capaz de vencer inimigos ou perigos externos, mas aquele que sabe vencer os inimigos interiores; daí a necessidade de exame e auto-reflexão da própria vida. A ironia e a maiêutica como constituinte do diálogo socrático representa um método que tem como ponto de partida a arte de interrogar e reconhecer a própria ignorância do não-saber e, num segundo momento, que é a maiêutica, temse o “partejar”, dar à luz novas idéias. A alma só pode atingir a verdade se desejar realmente romper com as aparências, o saber de opinião. 02 O método argumentativo de Sócrates (469-399 a.C.) consistia em dois momentos distintos: a ironia e a maiêutica. Sobre a maiêutica socrática, pode-se afirmar que: I. II. III. IV. a) b) c) d) Tinha um caráter catártico, à medida que levava o interlocutor a confessar suas próprias contradições e ignorâncias. Buscava trazer à luz um conhecimento presente no interior do interlocutor que, mesmo não sendo definitivo, já superou os preconceitos e aparências, pois é fundamentado na reflexão pessoal rigorosa. Tornava o interlocutor um mestre na argumentação sofistica, voltada para o convencimento político e a persuasão. Confirmava que o interlocutor tinha um saber fundamentado em reflexões sobre conceitos claros e precisos, legitimando certezas universais e necessárias. estão corretas as assertivas I e II estão corretas as assertivas II e III estão corretas as assertivas II e IV estão corretas as assertivas III e IV 03 Leia o texto com atenção, julgue as assertivas abaixo e marque a alternativa correta. “Imaginem-se escravos algemados desde sempre com o rosto voltado par o fundo da caverna. O sol que brilha fora projeta sobre a superfície rochosa as sombras que passam pela abertura. Os escravos, por não terem tido outro tipo de contato com a realidade, senão com as sombras moventes não admitem a existência de outros seres além destes. Ocorre que um dos escravos se liberta e busca a luminosidade exterior. No primeiro instante, os raios do sol o cegam. Habituando-se, porém, à luz, percebe o mundo verdadeiro de quem apenas conhecia as sombras, tidas como reais. A alegria da descoberta o faz retornar à prisão para denunciar o mundo de ilusões em que todos vivem. Os companheiros, tomando-o como insolente, matam-no”. SCHULER, Donald. Literatura Grega. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1985. p.6l. Apud NADAI, Elza e Neves, Joana. História Geral: Antiga e Medieval. São Paulo: Saraiva. 1994, p.l 29) O mito da caverna é a ilustração de como Platão, filósofo grego, concebia o mundo, analise as proposições e marque a alternativa verdadeira com (V) e a alternativa falsa com (F). 1 ( ). Para Platão, é permitido aos homens comuns libertarem-se do mundo das visões superficiais, para verem as coisas como realmente são. 2 ( ). Na visão alegórica platônica, o sol simboliza a luz da verdade, a caverna e as sombras moventes representam a nossa concepção superficial do mundo, denominada de realidade sensível, material. 3 ( ). O texto piloto sugere que a multidão prefere ver apenas aquilo que lhe interessa, sem se preocuparem a superar a aparência das coisas, portanto, de modo algum esse texto pode ser aplicado aos dias atuais. 4 ( ). As narrativas míticas gregas, ou de qualquer outra cultura no tempo e espaço, não podem ser vistas como algo vazio, sem sentido, pois expressam sempre uma tentativa de resposta aos anseios humanos. 2 04 O trecho a seguir, do diálogo platônico Fédon, concerne ao modo de aquisição do conhecimento. “É preciso admitir, portanto, que tenhamos conhecido a igualdade antes do tempo em que, vendo pela primeira vez objetos iguais, observamos que todos eles se esforçavam por alcançá-la, porém lhe eram inferiores.” Platão. Fédon. Trad. De Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2002, p. 275, 75 a. A partir do fragmento apresentado, marque a alternativa que expresse corretamente o pensamento de Platão sobre o conhecimento. a) Platão distingue duas ordens de realidade: o mundo sensível e o mundo dos deuses. O conhecimento só é possível porque a alma recebe uma informação divina antes que tenha percebido os objetos sensíveis, pois todo conhecimento vem dos deuses. b) Platão não distingue a realidade inteligível de outra sensível. O conhecimento é o produto das sensações. O conhecimento nada mais é do que a reminiscência dessas sensações. c) Platão distingue duas ordens de realidade: o mundo sensível e a alma. O conhecimento de todas as coisas só é possível porque as sensações informam a alma sobre o mundo sensível e, a partir disso, formam a reminiscência. d) Platão distingue uma realidade inteligível de outra sensível. O conhecimento de todas as coisas só é possível porque as percepções advindas dos sentidos desencadeiam a reminiscência das Formas inteligíveis, apreendidas pela razão antes do nascimento. e) Platão distingue duas ordens de realidade: o mundo sensível, lugar da matéria e da multiplicidade com fundamento do verdadeiro ser, e o mundo inteligível das ideias, essências ou formas eternas sujeito a contingência, por isso realidade de pseudo-ser. 05 O pensamento de Platão (428-347 a.C.) busca superar o contraditório entre as afirmações de Parmênides e Heráclito sobre o Ser. É correto afirmar sobre a filosofia de Platão, os seguintes argumentos analisados abaixo e marcando (V) para os verdadeiros e (F) para os falsos. 1 ( ). Platão vai afirmar o pensamento de Heráclito sobre o fluir de todos os seres e concluir que a aparência sensível das coisas em permanente mudança é que pode nos dar a sua essência. 2 ( ). Platão fará uma distinção ontológica entre o mundo sensível e o mundo inteligível; o mundo sensível, das aparências, é uma ilusão, uma cópia do mundo das idéias, das essências ou formas puras, que é a verdadeira realidade. 3 ( ). Platão volta-se para a afirmação de Parmênides sobre o Ser: que é puro pensamento; mas recusa a afirmação de um só Ser, há seres, que são as idéias. 4 ( ). O mundo sensível só tem existência na medida em que participa como cópia do mundo das ideias. 06 Considere o trecho a seguir e assinale a única alternativa incorreta. “Agostinho afirmava que as verdades da fé não são atingíveis pela razão, mas acreditava ser possível demonstrar o acerto de nelas se crer. Fé e razão guardariam, portanto, estreita relação, daí a sua máxima, inspirada num versículo de Isaías: “Compreende para crer, crê para compreender”. INÁCIO, Inês & LUCA, Tânia R. de. O pensamento medieval. São Paulo: Ática, 1988, p.25. a) Agostinho procurou dar à exposição das verdades cristãs uma forma racionalmente compreensível, daí a recorrência a filosofia, no caso, a influência do platonismo. b) Para compreender os mistérios da fé, a razão não é suficiente, é preciso antes a fé, a crença em tais mistérios para, em seguida, sermos iluminados por Deus, daí podermos entender as verdades da fé. c) Agostinho considera a filosofia útil porque nos auxilia a entender algo sobre os mistérios da fé. d) A razão é algo inato e exclusivo do homem, ela é capaz de compreender as verdades universais da matemática, assim como discernir o certo e o errado, mas ela não é suficiente para compreender os mistérios da fé. e) Segundo Agostinho, nada que nossa razão não seja capaz de compreender deve ser digno da fé, isto é, a razão humana é o critério absoluto que nos leva a crer ou não em Deus. 07 Considere a citação abaixo: “Sócrates: Tomemos como princípio que todos os poetas, a começar por Homero, são simples imitadores das aparências da virtude e dos outros assuntos de que tratam, mas que não atingem a verdade. São semelhantes nisso ao pintor de que falávamos há instantes, que desenhará uma aparência de sapateiro, sem nada entender de sapataria, para pessoas que, não percebendo mais do que ele, julgam as coisas segundo a aparência?” Glauco – “Sim”. Fonte: PLATÃO. A República. Tradução de Enrico Corvisieri. São Paulo: Nova Cultural, 1997. p. 328. Com base no texto acima e nos conhecimentos sobre a mímesis em Platão, assinale a alternativa verdadeira com (V) e a alternativa falsa com (F). 1( 2( 3( 4( ). ). ). ). A poesia e a pintura são criticadas por Platão porque são cópias imperfeitas do mundo das idéias. Para Platão, os poetas e pintores têm um conhecimento válido dos objetos que representam. Tanto os poetas quanto os pintores estão, segundo a teoria de Platão, afastados um grau da verdade. Platão critica os poetas e pintores porque estes, à medida que conhecem apenas as aparências, não têm nenhum conhecimento válido do que imitam ou representam. 3 08 Considerando o pensamento de Tomás de Aquino, analise o texto abaixo e as preposições a seguir e marque as verdadeiras com (V) e as falsas com (F) “Tomás de Aquino considera que certas verdades relativas a Deus não podem ser demonstradas unicamente pela razão, tais como o dogma da trindade; outras, porém, são suscetíveis de receber uma demonstração racional, como a existência de Deus. Para ilustrar esse ponto, ele compôs, a partir de elementos da filosofia aristotélica, um conjunto de cinco provas da existência de Deus. Em todas elas, parte-se da observação sensível que coloca um problema e em pôr em evidência uma série causal que tem por base essa realidade e a Deus como vértice...” PEPIN, Jean. Santo Tomás e a filosofia do século XIII.In: Chatelet, François. A filosofia medieval. Rio de Janeiro: Zahar, 1983, p. 158. 1 ( ). Segundo o texto, as provas de existência de Deus são elaboradas a partir da doutrina da Iluminação divina, que Tomás de Aquino herdou de Santo Agostinho. 2 ( ). Segundo o texto, o pensamento aristotélico teve grande influência na elaboração das provas da existência de Deus tal como as formulou Tomás de Aquino. 3 ( ). Algumas verdades relativas a Deus, especialmente o dogma da Santíssima Trindade são suscetíveis de explicação racional, desde que o homem siga uma reflexão metódica, sistemática e rigorosa como bem demonstra as verdades matemáticas. 4 ( ). Tudo o que existe tem uma causa. Como não podemos retroceder ao infinito na série de causas, é preciso admitir um princípio absoluto; ora, esse princípio absoluto, causa absoluta de todas as coisas, é Deus. Assim podemos resumir uma das provas da existência de Deus citadas no texto acima. 09 Leia o texto abaixo considerando o pensamento de Tomás de Aquino e assinale a alternativa correta. Segundo Gilson, poderíamos resumir um dos célebres argumentos de Tomás de Aquino da seguinte maneira: “Há movimento no universo; é o fato a se explicar. Todo movimento tem uma causa e essa causa deve ser exterior ao ser que está em movimento; de fato, não poderia ser, ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto, princípio motor e coisa movida. Mas o próprio motor deve ser movido por um outro, e esse outro por outro mais. Logo, forçoso é admitir ou que a série das causas é infinita e que não há primeiro termo, mas então nada explicaria que existe movimento, ou que a série é finita e que há um primeiro termo, e esse primeiro termo não é outro senão Deus.” GILSON, Higiene. A filosofia na idade média. Martins Fontes: São Paulo, 1988, pp. 658-659. I. II. III. IV. V. O texto refere-se a uma das famosas provas da existência de Deus formuladas por Tomás de Aquino em sua Suma Teológica. O texto revela a influência que Tomás de Aquino recebeu das obras de Aristóteles, à medida que o argumento retoma a teoria aristotélica do primeiro motor. O argumento referido é um exemplo do uso que faz São Tomás de sua doutrina da iluminação divina. O argumento toma como ponto de partida um dado da realidade sensível, o movimento das coisas e a afirmação de uma série da qual essa realidade é a base e Deus é o topo. É uma opinião de Tomás de Aquino, conforme se nota pelo argumento apresentado, que a razão humana nada pode nos dizer a respeito da existência de Deus, só a fé pode nos ajudar a compreender essa realidade. a) São verdadeiras I – II e IV. b) São verdadeiras II – III e V. c) São verdadeiras III e IV. d) São verdadeiras I – IV e V. e) São verdadeiras II e III 10 Agostinho, para explicar como é possível ao homem receber de Deus o conhecimento das verdades eternas, elabora a doutrina da Iluminação Divina. De acordo com esta doutrina julgue as proposições abaixo e marque as verdadeiras com (V) e as que lhe são impróprias com (F). 1 ( ). Todo conhecimento só é possível ao homem graças à lembrança de vidas passadas, princípios estes que o cristianismo herdou da concepção platônica. 2 ( ). O conhecimento se dá por meio do contato com novas palavras, e o caminho da inteligibilidade mostra que só se pode conhecer o que é ensinado por outro ser humano racional. 3 ( ). Todo conhecimento verdadeiro é o resultado de um processo de Iluminação Divina, que possibilita ao homem contemplar interiormente as verdades eternas. 4 ( ). A Iluminação Divina foi baseada na teoria da reminiscência de Platão, portanto, se distancia deste quando nega a reminiscência como lembrança de vida passada, mas sim o que ocorre no presente quando o homem é iluminado por Deus. 11 O período conhecido como o Grande Racionalismo Clássico tem as seguintes características, exceto: a) A secularização do conhecimento possibilitou representou a razão a se libertar da tutela da fé, o que não representou a negação das verdades cristãs, mas abriu novos caminhos para o desenvolvimento da ciência e da filosofia moderna. b) A Filosofia moderna começa pela reflexão, isto é, pela volta do pensamento sobre si mesmo para conhecer sua capacidade de conhecer; nessa perspectiva epistemológica que se apresenta o “sujeito do conhecimento”. c) Para os modernos, as coisas exteriores (a Natureza, a vida social e política) podem ser conhecidas desde que sejam consideradas representações, ou seja, idéias ou conceitos formulados pelo sujeito do conhecimento. d) O sujeito do conhecimento é um intelecto no interior de uma alma, cuja natureza ou substância é completamente diferente da natureza ou substância de seu corpo e dos demais corpos exteriores. e) A possibilidade ou não do conhecimento está intimamente relacionada com a razão e a predestinação, tendo como fundamento último a Revelação Divina e a idéia de um Deus criador. 4 12 A ciência moderna sofreu uma série de transformações em relação à ciência antiga. Analise as alternativas abaixo e julgue-as com (V) ou (F) sobre as características da ciência moderna resultante dessa transformação: 1 ( ). O predomínio da concepção de natureza hierarquizada, segundo uma ordem divina. 2 ( ). A submissão do saber ao conhecimento teórico, para o qual torna-se relevante a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos. 3 ( ). A primazia da análise das qualidades dos corpos em si mesmos, tais como cor, tamanho e peso. 4 ( ). A valorização do saber experimental, que visa à apropriação, ao controle e à transformação da natureza. 13 A figura de Descartes vai influenciar intensamente o pensamento do século XVII. Deve-se a ele a defesa do Racionalismo na filosofia, o que não era novo. Novo era o seu método, que era baseado: a) b) c) d) e) Na dialética socrática Nas impressões comuns da humanidade. No instrumento matemático da dedução pura. Na contemplação da natureza. Na revelação divina. 14 Leia atentamente os textos de Descartes, analise as assertivas e marque V ou F: 1ª Meditação “/§1/ Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão muito duvidoso e incerto; de modo que me era necessário tentar seriamente, uma vez na vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente desde os fundamentos, se quisesse estabelecer algo de firme e de constante nas ciências.(...)” 2ª Meditação “/§4/ (...) Mas eu me persuadi de que nada existia no mundo, que não havia nenhum céu, nenhuma terra, espíritos alguns, nem corpos alguns: não me persuadi, portanto, de que eu não existia? Certamente não, eu existia sem dúvida, se é que eu me persuadi, ou, apenas, pensei alguma coisa. (...) De sorte que, após ter pensado bastante nisto e de ter examinado cuidadosamente todas as coisas, cumpre enfim concluir e ter por constante que esta proposição eu sou, eu existo é necessariamente verdadeira todas as vezes que a enuncio ou que a concebo em meu espírito. (...)”. DESCARTES, René. Meditações Metafísicas. Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1987-1988, pp. 17-24. 1 ( ). Os trechos acima mostram o processo de investigação a que Descartes se pôs em suas Meditações Metafísicas, cujo ponto de partida fundamental é a chamada dúvida metódica, expediente este que permitiria, ao filósofo, se desvencilhar de todos os conhecimentos que abarcassem a mais mínima incerteza, levando-o a alcançar o primeiro conhecimento absolutamente indubitável: a existência do eu que pensa (cogito). 2 ( ). Descartes pode ser considerado o fundador do pensamento moderno justamente por assumir atitude realista da tradição filosófica, que não punha em questão a existência do objeto ou a realidade do mundo. 3 ( ). Para Descartes, as idéias inatas são as únicas não sujeitas a erros, porque derivam única e exclusivamente da razão, distintamente das idéias provenientes dos sentidos ou formadas pela imaginação. 4 ( ). Com o critério de clareza e distinção, atributos necessários das idéias inatas, Descartes conseguiu garantir a correspondência entre o objeto pensado e seu referente real no mundo, constituindo, assim, o conhecimento verdadeiro. 15 Sócrates se indispôs com os poderosos de seu tempo, sendo acusado de não crer nos deuses e corromper a juventude, por isso, foi condenado e morto. Sua condenação, a defesa e morte são contadas no diálogo de Platão, Apologia de Sócrates. O que se pode revelar é que, ao criticar o saber dogmático daqueles que dizem ter esse saber (sofistas, políticos e outros) não quer com isso dizer que ele próprio é detentor de um saber. O filósofo desperta as consciências adormecidas, mas não se considera um “farol” que ilumina; o caminho novo deve ser construído pela discussão, que é intersubjetiva, e pela busca criativa de soluções. Preocupado com o método do conhecimento, Sócrates parte sempre do pressuposto “só sei que nada sei”, que consiste justamente na sua sabedoria. a) Nesse contexto, em que sentido “só sei que nada sei” seria uma atitude filosófica? b) “o caminho novo deve ser construído pela discussão, que é intersubjetiva, e pela busca criativa de soluções.” Nesse contexto o que significa a indagação, a ironia e a maiêutica? 5 16 Platão é conhecido na história da Filosofia, como o filósofo que propôs a hipótese da existência de uma ordem de realidade inteligível que é, ao mesmo tempo, distinta dos seres sensíveis e em relação com eles. - Logo – prosseguiu Sócrates – não compreendo nem posso admitir aquelas outras causas científicas. Se alguém me diz por que razão um objeto é Belo, e afirma que é porque tem cor ou forma, ou devido a qualquer coisa desse gênero – afasto-me sem discutir, pois todos esses argumentos me causam unicamente perturbação. Quanto a mim, estou firmemente convencido de um modo simples e natural, e talvez até ingênuo, que o que faz belo um objeto é a existência daquele belo em si, de qualquer modo que se faça a sua comunicação com este. O modo porque essa participação se efetua não examino neste momento, afirmo apenas, que tudo que é Belo, é belo em virtude do Belo em si. Platão. Fédon 100 c-d Trad. e notas de Jorge Paleikat e João Cruz Costa 5º ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991, p. 107 (Os Pensadores) A partir do trecho do Fédon explicite: a) A hipótese proposta por Platão b) A relação entre essas duas ordens de realidade. 17 Aurélio Agostinho é considerado o principal pensador da Patrística, que conseguiu fazer a síntese mais precisa entre as verdades cristãs com a filosofia de Platão e assim fundamentar os pontos principais da fé cristã e do conhecimento. Como é construída a aquisição do conhecimento segundo Agostinho e, nesse contexto o que seria a Teoria da Iluminação Divina? 18 A escolástica representa a segunda etapa do pensamento cristão na Idade Média, e nesse contexto assistimos no Ocidente a uma revitalização do conhecimento, o gosto pelo debate, pela dialética, o que iria provocar os choques de idéias reivindicando a autonomia da Razão e o embate com a tradição. Nesse ambiente, para contribuir nesse intento reaparece a doutrina de Aristóteles, o sistematizador do conhecimento das coisas do mundo que foi interpretado por Tomás de Aquino. a) Partindo da Filosofia de Aristóteles qual a proposta de Tomás de Aquino em relação à fé cristã? Como o homem produziria o conhecimento? b) Explique como Tomás de Aquino elabora as cinco vias racionais para a existência de Deus. 19 "Por método eu entendo regras certas e fáceis, graças às quais todos aqueles que as observarem corretamente jamais suporão verdadeiro aquilo que é falso, e chegarão, sem fadiga e esforços inúteis, aumentando progressivamente sua ciência, ao conhecimento verdadeiro de tudo o que podem atingir". (Descartes-Regras para a direção do Espírito, IV Lisboa, Ed. Estampa) Para Descartes, o método é instrumento fundamental para a razão conseguir a "verdade nas ciências". Mas o método, conforme o texto citado exige regras. Cite e descreva as regras que, segundo Descartes, a razão deve observar para agir corretamente em sua investigação pela verdade. 20 De acordo com Descartes: A razão (…)“é naturalmente igual em todos os homens; e, destarte, que a diversidade de nossas opiniões não provém do fato de serem uns mais racionais do que outros, mas somente de conduzirmos nossos pensamentos por vias diversas e não considerarmos as mesmas coisas. Pois não é suficiente ter o espírito bom, o principal é aplicá-lo bem”. DESCARTES. Discurso do Método, para bem conduzir a própria razão e procurar a verdade nas ciências. São Paulo: Nova cultural, 1987, p.29. Com relação ao fragmento acima responda: Quais são as vias diversas, que prejudicam a boa aplicação da razão? 6