fruto

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FRUTO
Após a fecundação, os óvulos se transformam em sementes e os ovários em
frutos. Observa-se, contudo, em muitos frutos, haver estreita correlação entre a sua
forma, tamanho e composição com o número de sementes, como se comprova na
tamareira, em certas variedades de videira, cujos frutos, providos de sementes, são
maiores do que aqueles que não as possuem. O fruto do tomateiro, cujos lóculos
possuem poucas sementes se apresentam menos desenvolvidos. É fato conhecido que
os frutos mal conformados do tomateiro são o reflexo dos lóculos poucos
desenvolvidos devido ao seu pequeno número de sementes. Entretanto, em muitas
plantas, o fruto se desenvolve sem a formação de sementes e, em algumas espécies,
sem mesmo a polinização e a fertilização. Por partenocarpia entende-se, pois, a
formação de frutos sem fertilização. Praticamente, tais frutos não possuem sementes,
e nesse caso se distingue-se em tamanho e formados frutos pertencentes a mesma
variedade
com
sementes.
Raramente
as
sementes
se
desenvolvem
partenogenéticamente, quer dizer, sem fertilização em frutos partenocárpicos.
Epicarpo
Mesocarpo
Endocarp
o
Semente
Abertur
a
Por outro lado, nem sempre os frutos sem sementes são partenocárpicos, pois a
ausência de sementes pode ser devida ao abortamento dos embriões, como nas
variedades de uva corinto e sutanina, consideradas boas para passas. Entre as plantas
cultivadas, destacamos certas variedades de berinjela, de pepinos, de citros como na
laranja-baiana e baianinha-de-Piracicaba, de peras, de maçãs, e o abacaxis e a
banana, que não possuem sementes, sendo, pois, frutos partenocárpicos. Tem-se
comprovado que a simples polinização sem a conseqüente fertilização pode ser
suficiente para induzir o desenvolvimento do fruto. Em algumas orquídeas o ovário
pode entrar em desenvolvimento com a colocação do pólen morto ou de um extrato
aquoso de pólen sobre o estigma. Certas variedades de videiras européias podem ser
polinizadas pelo pólen de cortina-japonesa (Parthecissus sp.) em nenhum dos casos de
partenocarpia citados ocorre a fertilização do óvulo. As demais partes da flor como o
cálice, a corola e a androceu uma vez consumada a fertilização dos óvulos, murcham e
se desprendem. Entretanto, em muitos frutos elas podem persistir, protegendo-o ou
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Pericarpo
recobrindo-o, recebendo a denominação de (Rumex acetosella), é o perianto que
permanece. Na berinjela, o cálice se torna maior e no camapú (Physalis pubessens), o
cálice se torna acrescente, envolvendo o fruto. No russamié ou sete-marias (Cleome
spinosa), o ginóforo se transforma em carpóforo que sustenta o fruto. O fruto
compõem-se de duas partes principais: - pericarpo, - semente.
Epicarp
o
Mesocarpo
Endocarpo
Semente
PERICARPO
Provém das paredes do ovário e consta, geralmente, de três partes: epicarpo, a
parte externa e comumente delgada; mesocarpo, a parte mediana por vezes muito
espessas; endocarpo, situado internamente e em contato com a semente ou sementes.
A parte da Morfologia que estuda os frutos denomina-se carpologia. Diversas são as
classificações carpológicas. Consideremos, todavia, a que divide os frutos nas
seguintes categorias:
Frutos propriamente ditos originários de uma única flor:
Nesta categoria, incluem-se os frutos unicarpelares, os frutos gamocarpelares,
secos ou carnosos, deiscentes ou indeiscentes e os frutos chamados múltiplos, os quais
se originam também de uma única flor, mas dialicarpelar.
Frutos Secos Deiscentes
Folículo, Unicarpelar e polispermo, isto é, com muitas sementes. E deiscência
opera-se ao longo da sutura ventral da folha carpelar que lhe deu origem. Encontra-se
grevílea, na esporinha e no acônito. Plurifolículo ou Plífolículo, como seu nome indica,
constitui-se de vários folículos, resultantes de um gineceu dialicarpelar ou apocárpico.
Ocorre nas Ranunculáceas e outras. Legumes ou vagem, Unicarpelar, cuja deiscência
se faz por duas fendas longitudinais, uma na sutura ventral e outra na nervura dorsal
da folha carpelar, resultando duas valvas. É o fruto característico das Leguminosas,
como o feijoeiro, ervilha e outras.
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Contudo, a vagem pode sofrer modificações diversas, tornando-se indeiscentes.
As vagens modificadas serão estudadas mais adiante.
Síliqua, Bi e gamocarpelar polispérmico, alongado. A deiscência se faz por
quatro fendas, situadas próximas as placentas, geralmente de baixo para cima,
separando-se o fruto em duas valvas laterais; entre elas permanece o falso septo ou
replum com as sementes. Encontra-se nas Crucíferas, como na couve, no repolho, na
mostarda. Quando a síliqua é pouco mais longa que larga, aproximadamente três
vezes a largura, denomina-se silícula.
Cápsula, Bi ou pluricarpelar, normalmente polispérmica, uni ou plurilocular. A
deiscência da cápsula pode dar-se de quatro maneiras:
Septicida a abertura é feita pela linha de união dos carpelos, como na azálea
(Rhododendron
indicum).
Loculicida a abertura se faz por um fenda longitudinal e no meio de cada carpelo, como
no
algodoeiro.
Pixidiária a abertura é feita por uma fenda transversal, separando-se o fruto em um
opérculo e uma parte capsular. Tais frutos denominam-se pixídios e encontram-se
entre as Lecitidáceas, como nas sapucáias e jequitibás (Cariniana sp.). Com o
desprendimento do opérculo ou tampa, as sementes se libertam. Poricida há formação
de uma série de poros, na parte apical do fruto, como nas cápsulas de papoula-dosjardins (Papaver rhoeas) e na boca-de-leão. Utrículo é uma cápsula simples, seca e de
deiscência irregular.
Frutos Secos Indeiscentes
São os frutos que não se abrem, de sorte que na dispersão, as sementes
continuam encerradas no pericarpo, ou em parte do mesmo. Constam de um ou mais
carpelos.
Frutos Carnosos Indeiscentes
Baga, caracteriza-se por possuir epicarpo geralmente delgado, mesocarpo e
endocarpo carnudos. Ás vezes, o endocarpo é muito tênue ou constituido por uma
membrana fina. O número de sementes varia de uma a muitas. A baga pode ser:
monocarpelar, uvaespim (Berbieris vulgaris); bicarpelar, uva, tomate da variedade
Santa Cruz; tricarpelar, banana; pluricarpelar, tomates das variedades "Floradel",
"Tropic" e "Caqui", goiaba e outros.
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Drupa, de natureza semi-carnosa. Conquanto o mesocarpo seja em grande
parte carnudo, sua porção mais interna, juntamente com o endocarpo, forma o caroço,
de consistência óssea, dura ou lenhosa, possuindo, geralmente, uma semente.
Origina-se de ovário súpero e monocarpelar. Entre os exemplos, temos a manga, o
cajá-mirim, o pêssego, a azeitona, o abacate, a cereja (Prunus cerasus) e o oiti
(Moquilea tomentosa).
A trima, é uma drupa modificada, com epicarpo e mesocarpo carnosos, os
quais, na maturação do fruto, estão mais ou menos separados, formando uma casca
deiscente, de maneira irregular, e o endocarpo bivalvo, com septos falsos, como na
fruto bicarpelar da nogueira-européia (Juglans regia); na amêndoa; fruto da
amendoeira (Prunus amygdalus), o epicarpo e mesocarpo são de natureza coriácea e
no fruto tricarpelar do coqueiro-da-bahia (Cocos nucifera) são fibrosos.
Nuculânio ou nuculânia, drupa policárpica, com epicarpo e mesocarpo carnosos,
sucosos ou então coriáceos e mesmo fibrosos, possuindo endocarpo endurecido e
geralmente lenhoso, com uma ou mais sementes, como nos frutos de (Rhamus
cathartica) e nos de sabugueiro (Sambucus sp.)
Frutos Carnosos Deiscentes
São poucos os frutos carnosos que possuem deiscência, figurando entre eles as
cápsulas de melão-de-são-caetano, que se abrem por meio de três valvas e as
cápsulas de beijo-de-frade, cuja deiscência se realiza, explosivamente, ao simples
toque, em virtude de um mecanismo provocado por diferenças de elasticidade das
faces interna e externa, lançando as sementes a distâncias apreciáveis. Finalmente,
trataremos dos frutos múltiplos, que procedem, como já descrevemos, de uma única
flor, dialicarpelar, em que cada carpelo produz um fruto distinto.
Como exemplos, mencionamos os frutos da roseira, que são núculas encerradas
no interior do receptáculo floral, côncavo e acrescido e que na maturidade se torna
avermelhado. Ao conjunto dá-se o nome de cinorródon e forma um pseudofruto. No
moranguinho e na framboesa o receptáculo floral é convexo, de forma cônica, em cuja
superfície se dispõem helicoidalmente os carpelos, que se transformam em núculas, e
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o conjunto que é um pseudo fruto, denomina-se conocarpo, que na maturidade, se
torna carnoso.
Infrutescências
São frutos originários de inflorescências.
A infrutescências são também denominadas frutos sinatocarpados ou
sinantocárpicos. Nas inflorescências que se transforma em infrutescências, as flores se
dispõem bem próximas umas das outras, isto é, concrescentes, resultando dai uma
única unidade carpológica: - sorose, fruto do abacaxi (Ananas spp.), com eixo da
inflorescência hipertrofiado, tornando-se carnosos e sucoso, e os frutos embutidos em
sua superfície. A casca é constituida pelas sépalas persistentes, embricadas; - sicônio,
fruto da figueira provém de uma inflorescência em forma de urna carnosa, com as
flores no seu interior, originando cada uma um pequeno aquênio. Temos ainda, a jaca
que resulta da fusão dos frutos drupáceos com o perianto e eixos florais, formando
uma densa e enorme infrutescência e a amora, isto é, o fruto da amoreira (Morus
spp.), pequena infrutescência em que sua numerosas partes se originam de flores
femininas, cujo perianto, espessado, contém substâncias de reservas, notadamente
açúcar e ácidos orgânicos.
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