INSTITUTO FEDERAL FLUMINENSE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA PÓS-GRADUAÇÃO LATO-SENSU EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL INTEGRADA À EDUCAÇÃO BÁSICA NA MODALIDADE DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (PROEJA) MARIA LÚCIA TAVARES BALTHAZAR A INCLUSÃO DIGITAL NO MUNDO DA EJA-ÊNFASE NA CAPACITAÇÃO DOCENTE: UM ESTUDO DE CASO NO CIEP BRIZOLÃO 416 WILSON BATISTA (CAMPOS DOS GOYTACAZES) Artigo apresentado ao curso de Pós-Graduação Lato-Sensu em Educação Profissional Integrada à Educação Básica da Educação de Jovens e Adultos,como trabalho de conclusão de curso, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense. Orientador: Professora Guiomar do Rosário Barros Valdez Campos dos Goytacazes 2011 1 A INCLUSÃO DIGITAL NO MUNDO DA EJA - ÊNFASE NA CAPACITAÇÃO DOCENTE: UM ESTUDO DE CASO NO CIEP WILSON BATISTA Maria Lúcia Tavares Balthazar Guiomar Valdez As crescentes mudanças ocorridas na sociedade atual, devido à inserção das novas Tecnologias da Informação e Comunicação no cotidiano das pessoas, têm exigido uma reestruturação da educação, uma nova postura da prática pedagógica docente e uma constante atualização dos mesmos, propiciando assim a transformação das informações em conhecimento mediante a utilização dos recursos tecnológicos em prol de uma construção de qualidade ao ato de ensinar e aprender. O CIEP Wilson Batista em Campos dos Goytacazes é a base desta pesquisa que tem como foco a atualização docente e a inclusão digital dos discentes da educação de jovens e adultos. Palavras -Chave: Educação. Práticas Pedagógicas. Avanços Tecnológicos. Formação Docente.EJA. Sociedade. 1 Introdução Os avanços tecnológicos que vem ocorrendo de forma acelerada na sociedade tem, atualmente, provocado muitas mudanças nas diversas áreas de atuação do homem moderno, demandando a formação de um profissional cada vez mais atualizado e com uma formação integral capaz de se adaptar as constantes variações do mundo do trabalho. A educação torna-se a via aos homens que almejam alcançar à condição ideal para inserir-se na sociedade atual denominada por muitos como sociedade do conhecimento. O computador, na contemporaneidade, vem a ser um instrumento - entre tantos outros - que o professor utiliza para acompanhar o aluno nas suas relações de produção e reelaboração do conhecimento. Quando o assunto é a formação do educador para o uso das novas tecnologias há uma observação importante e que se precisa destacar, já postulada por MERCADO(1999): Na formação de professores, é exigido dos professores que saibam incorporar e utilizar as novas tecnologias no processo de aprendizagem, exigindo-se uma nova configuração do processo didático e metodológico tradicionalmente usado em nossas escolas nas quais a função do aluno é a de mero receptor de informações, e Artigo apresentado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense Campus CamposGuarus como requisito parcial para conclusão do curso de Pós-graduação Lato Sensu em Educação Profissional Integrada à Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos, em outubro de 2010. Pós-graduanda pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense no curso de Pósgraduação Lato Sensu em Educação Profissional Integrada à Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos. Professora orientadora. Mestre em História Social/UFRJ. 2 uma inserção crítica dos envolvidos, formação adequada e propostas de projetos inovadores. (p.12) As novas tecnologias inseridas cada vez mais ao cotidiano das pessoas provocam uma repensar na educação, na forma de como os professores vêm colocando em prática suas tarefas pedagógicas no interior da escola, a sua formação que mais do que nunca tem de se manter atualizada. Mas a inclusão das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC’s) no processo educacional implica em outras questões que podem passar despercebidas. ARAÚJO ( 2005), inclusive adverte: O valor da tecnologia na educação é derivado inteiramente da sua aplicação. Saber direcionar o uso da Internet na sala de aula deve ser uma atividade de responsabilidade, pois exige que o professor preze, dentro da perspectiva progressista, a construção do conhecimento, de modo a contemplar o desenvolvimento de habilidades cognitivas que instigam o aluno a refletir e compreender, conforme acessam, armazenam, manipulam e analisam as informações que sondam na Internet. (p. 23-24). Neste sentido é que se entende que a formação do educador seja para além do técnico. Não é a quantidade e a qualidade dos equipamentos que irão garantir que a formação será de qualidade. Para irmos além deste pensamento tecnológico ALMEIDA & PRADO (2006) relembra que: [...] para evitar ou superar o uso ingênuo dessas tecnologias, é fundamental conhecer as novas formas de aprender e de ensinar, bem como de produzir, comunicar e representar conhecimento, possibilitadas por esses recursos, que favoreçam a democracia e a integração social. (p.32 ). Haja vista que tal integração social deve se estender ao público das camadas populares que freqüentam a EJA. O público do Ensino Fundamental da EJA é composto por cidadãos adultos excluídos da escola durante sua infância ou adolescência. São alunos com menos de oito anos de escolaridade e com dificuldades para se inserir na vida social (política, cultural e econômica) e no mundo do trabalho. Estes alunos, através da ação do educador têm a oportunidade de se inserirem no mundo virtual tornando-se mais autônomos e assim concluírem o Ensino Fundamental para ter mais chance de competir por empregos em uma sociedade onde, cada vez mais, são exigidas escolarização e certificação. Interagir com as novas Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) é imprescindível. Contudo existe professor em sala que sente-se ameaçado pelo desconhecido por não tentar um contato mais íntimo com os atuais meios de comunicação. .Resistir só o mantém atrelado a tradicional educação ministrada, inicialmente pelos padres jesuítas, por longos séculos no Brasil. Ações governamentais com o intuito de capacitar o docente e contribuir para a educação do mesmo e do aluno têm realizado a informatização das escolas, mediante programa e projeto, visando também a reorganização da escola pública e melhorar a qualidade da instituição escolar. 3 2 Considerações sobre a prática pedagógica docente no Brasil Em vários momentos da história da educação brasileira as práticas pedagógicas docentes, com a missão de fornecer mão-de-obra ao sistema capitalista, ocorrem, organizamse e institucionalizam-se de maneira bastante distintas. Vê-se que elas tinham que atender (e atendem) a conjuntura vigente no país. Vê-se, por aí, que: A coerência externa de um sistema educacional se define por sua capacidade de responder às solicitações que o contexto lhe faz. Incluem-se entre elas as solicitações do sistema econômico vigente. Um sistema de industrialização dependente, que importa tecnologia, evidentemente tem solicitações a fazer quanto a formação de recursos humanos para o trabalho especializado (...) É de sua coerência interna e externa que depende o grande rendimento de um sistema educacional. (ROMANELLI, 2006. p, 66 ) As considerações sobre a prática educativa, ao longo do tempo, poderão ser úteis neste momento para ajudar-nos a perceber a evolução, a profundidade, as diferentes formas de interação ocorridas ao longo do tempo. Em épocas remotas a formação do homem era apenas parcial, a escola estava voltada apenas para a formação de mão de obra. A educação pedagógica era repetitiva, monótona, e repressiva e assim se resumiu a profissão docente em decorrência das mudanças na ordem política-econômica do país por décadas. No período colonial do Brasil, a educação estava nas mãos da igreja através dos padres jesuítas que tinham como objetivo a aculturação dos nativos. As práticas jesuíticas perduraram por mais de duzentos e dez anos e não relegou suas funções como dominadores espirituais. Eles conduziram a sua linha curricular de forma muito competente, fazendo intenso investimento na erudição de seus alunos com o pleno apoio da realeza. Assim: ... a realeza e a igreja aliavam-se na conquista do novo mundo para alcançar de forma mais eficiente seus objetivos: a realeza procurava facilitar o trabalho missionário da igreja, na medida em que esta,procurava converter os índios aos costumes da coroa portuguesa. No Brasil, os jesuítas dedicaram-se a duas tarefas principais: pregação da fé católica e o trabalho educativo. Com seu trabalho missionário, procurando salvar almas, abriam caminho à penetração dos colonizadores.(PILETTI, 1988, p.165) Desta forma iniciou -se as primeiras atividades pedagógicas em nosso país. Vale lembrar que a educação neste período não tinha o valor de hoje, pois não havia necessidade de formação especial para desempenhar as funções agrárias. A tradição religiosa do ensino jesuítico foi marcante para nós brasileiros e durou até a República. Os padres jesuítas atuaram até 1759 no Brasil, quando foram expulsos pelo Marquês de Pombal. No século XIX, devido a atritos entre Portugal e Napoleão, em 1808, a despeito do Brasil, a vinda da família real portuguesa produziu expressivas mudanças especialmente nas cidades do Rio de Janeiro, Vila Rica, Salvador e Recife, estando, portanto, diretamente ligadas às demandas administrativas produzidas pela Corte. D. João VI promove a abertura dos portos, ou seja, é a ruptura do pacto colonial. 4 A mudança política em 1822 com a proclamação da independência do Brasil não gera uma transformação na estrutura social centrada na manutenção dos privilégios dos grandes proprietários rurais e no trabalho escravo. A escola primária já era marcada pelo ingresso nos arsenais de guerra. O ensino dos ofícios era feito nos arsenais da Marinha para a aprendizagem dos menores como aprendizes, tendo sido regulamentada tal prática a partir de 1857, pelo regulamento que ditava as normas de funcionamento das Companhias de aprendizes Menores dos Arsenais da Marinha. É importante destacar que a aprendizagem técnica dos artífices tinha caráter de caridade pública destinada a amparar os desvalidos. Nesse sentido os jovens aprendizes teriam que “(...) ser necessariamente órfãos, indigentes da Santa Casa de Misericórdia ou filhos de pais reconhecidamente pobres” (CUNHA, 1973,p.3-4). As práticas educativas desse período refletem, de modo geral, as duas concepções distintas e complementares: uma de cunho assistencialista e compensatório, destinada aos pobres e desafortunados; e a outra para viabilizar a educação como veículo de formação para o trabalho artesanal, considerando-o qualificado, socialmente útil e legitimador da dignidade, da pobreza. No império a instrução oferecida pelas províncias nas Casas de Educandos Artífices seria um registro exemplar das práticas dirigidas ao jovem pobre que visava controlar, refrear as paixões,os “vícios da juventude”.Nessa trilha, foi criada em 1866 no Brasil uma escola noturna de instrução primária de adultos, com uma função moralizadora.Esses careciam de um mínimo de educação (ler e escrever) para que pudessem empregar-se nas recentes indústrias. Mais uma vez a prática docente adquire um novo formato. O professor aparecia no cenário educacional como a única fonte de informação. Aos alunos, cabiam apenas serem espectadores sem nenhuma efetiva participação nas aulas, levando-a assim a alienação e adestramento e dessa forma a atender aos interesses daqueles que detinham o poder político e econômico da época em questão sem contestar. Os educadores ministravam aulas diferenciadas para os filhos dos trabalhadores que eram preparados para o trabalho fabril e para aqueles que detinham poder aquisitivo elevado, a educação era a que muitos desejavam, ou seja, a propedêutica que propiciava a continuidade dos estudos, porém, esta somente era destinada à elite tida com a camada social que pensava e aos demais sujeitos restava a execução de tarefas nos setores de trabalho e o mínimo de escolarização. A educação era bancária, pois o professor sabia tudo, e o aluno só ouvia e memorizava. Assim, pela educação destinava-se às camadas pobres a submissão aos desígnios de uma fadada à obediência. A escola noturna a ser oferecida como uma pré-formação para os cursos ligados à industria já ia, pela via ideológica, determinando a posição desses alunos (que já eram trabalhadores, inclusive artífices da construção civil no horário diurno) na sociedade. Em fins de Império e início da República em 1889, segundo Nosella (1997),”a escola vai passar por três momentos importantes no século XX: a escola republicana (1889-1930), a escola brasileira populista e corporativa(1930-1990) e a escola brasileira do final do século”.(Década de 1990 em diante) Em 1889 a 1930 período da educação da 1º República que se utilizava uma pedagogia tradicional onde o professor era transmissor do conhecimento, a relação professor –aluno era hierárquica e verticalizada, o docente usava da autoridade para manutenção do “status quo.” A escola era elitizada, pois esta era para poucos. A elite tinha dinheiro para comprar todo o material necessário e tempo para total dedicação para os estudos ao contrário da grande massa. Portanto fica explícito que: “A escola sempre expressa uma doutrina pedagógica a qual implícita ou explicitamente se baseia em filosofia de vida, concepção de homem e sociedade; 5 numa realidade social concreta, o processo educacional se dá através de instituições específicas ( família, igreja,escola, comunidade) que se tornam porta-vozes de uma determinada doutrina pedagógica”.(FREITAG,1986,p.15). A educação no Brasil só foi encarada efetivamente como dever do Estado, após a revolução de 1930, sendo essa instrução historicamente parcial e fragmentada, pois a educação dada à população sempre teve um caráter limitado, fragmentada e dual. Em 1940,com a 4ª Constituição republicana, a competência para legislar sobre diretrizes e bases da educação Nacional passou à União e estabeleceu-se o princípio de que a educação é um direito de todos., ao contrário da outorgada em 1937 que, numa visão paternalista, a considerava apenas como um dever do Estado. Contudo, nesta primeira fase, a escola era também elitizada, quem freqüentava eram os filhos da elite, com raras exceções. era autoritária e repressora. O elitismo dos educadores expressava a seriedade e rigor nos estudos das escolas Normais e dos Grupos Escolares, rigor este, que excluía a maioria da população do acesso a educação de qualidade. O centro do processo ensino-aprendizagem era o professor, onde o conhecimento transmitido era restrito das instituições, porém, no decorrer das décadas esse quadro foi se modificando, pois o educador foi perdendo este papel de centro. A escola populista (1930), inaugurada por Getúlio Vargas e que durou até bem pouco tempo, passa por uma série de mudanças. As escolas ficam cheias, a educação é para todos. Mas ela apresenta-se dual, pois era fruto da sociedade desigual porque se cria rede de escolas só para formação de mão-de-obra e outra para continuação dos estudos. Portanto, o populismo ao mesmo tempo em que coloca as massas dentro da escola não oferece uma educação de qualidade como nas antigas Escolas Normais. Em essência o populismo democratiza a clientela, deforma o método, rebaixando a qualidade.(Buffa, 1996 apud Nosella,1997p.175). No final do século XX (anos 70) aparece uma nova tecnologia da inteligência, é a informática, que pode armazenar informações além da memória e do papel, armazena em arquivos digitais. A nova sociedade que está sendo constituída é a chamada de sociedade da informação, ou sociedade pós-moderna e nela temos a transferência das operações intelectuais para as máquinas. Até este período, o professor sabia o que fazer: transmitir conhecimento. Na década de 80 foi marcado pelo tema da democracia, o mundo vive o neoliberalismo, enquanto no Brasil vivemos a elaboração de uma constituição: a constituição cidadã, que reconhece os direitos dos trabalhadores, dentre estes o direito a educação. A Constituição Federal de 1988 em seu artigo 205 diz: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.(CONSTITUIÇÃO FEDERAL,2006). Observa-se aí que a educação, restrita até então a dever do Estado e da família, amplia essa obrigação até a sociedade. Na década de 90, com o início das políticas neoliberais no Brasil, no governo de Fernando Henrique Cardoso, foi marcado pela idéia de globalização, de livre mercado e da revolução tecnológica. Começou a reforma da constituição brasileira, A educação explodiu como um grande negócio para ganhar dinheiro. 6 “Assim a década de 1990, será marcada pela tentativa de reformas educacionais que busquem, sobretudo, estender a educação a toda população e erradicar o analfabetismo, porém contaminadas de uma compreensão restritiva do termo educação básica. Ao lado das exigências de universalização do acesso à educação, procurava-se combinar medidas de racionalidade técnica penosa desses dois fatores resultou na maior oferta de serviços educacionais pelo poder público, porém, com o achatamento dos custos empregados, colocando em risco a tão propagada qualidade!” (OLIVEIRA: 2001 p.109). Atualmente, a sociedade contemporânea, cada vez mais, sofre pressões para que a democracia penetre nas relações sociais. Ainda temos o avanço científico e tecnológico que provocam uma dinamização no sistema produtivo. Por isso, exige-se mais e mais do trabalhador em termos de conhecimento, criatividade, dinamismo entre outras habilidades para que este possa participar ativamente das atividades culturais e sociais e usufruir dos benefícios do desenvolvimento social,científico e tecnológico. Para tanto, se faz necessário à construção de uma nova escola, de uma nova sociedade onde todos os envolvidos com a educação adquira novas posturas diante do processo de ensino aprendizagem e assim poder romper com um passado excludente da nossa trajetória educacional .Esse é um desafio a ser enfrentado pelos profissionais da educação, dos quais, mais do que nunca, se exige resultados qualitativos em relação ao ato de ensinar e aprender. 3 Formação continuada e a prática docente no mundo atual: Novos desafios . A adaptação diante da velocidade com que o mundo muda, a sociedade cada vez mais complexa onde o aumento do desenvolvimento tecnológico e científico brasileiro tem afetado todos os setores da sociedade ampliando à necessidade de preparação do cidadão para atuar nas diversas áreas de produção. Repensar a educação é um dever. Neste sentido, o professor MORAN (2005)em Tendências da educação online no Brasil), nos convida para uma reflexão quando diz: É difícil prever o futuro, porque ele não se desenvolve linearmente. Na educação, contudo é mais fácil antecipar algumas perspectivas. A educação será cada vez mais importante para as pessoas, corporações, países, para o mundo todo.Com as tecnologias cada vez mais rápidas e integradas, o conceito de presença e distância se altera profundamente e as formas de ensinar e aprender também. A educação será cada vez mais complexa, porque a sociedade, exige e necessita de aprendizagem contínua. A educação acontecerá, cada vez mais ao longo da vida, de forma seguida, mais inclusiva, em todos os níveis e modalidades e em modalidades e em todas as atividades profissionais e sociais.(p.48) No documento do Ministério da Educação - MEC - referente às orientações para formação de professores, entre as competências pretendidas para os professores da educação básica, independentemente do nível de ensino em que atuam, encontra-se o seguinte: “(...) fazer uso das novas linguagens e tecnologias, considerando os âmbitos do ensino e da gestão, de forma a promover a efetiva aprendizagem do aluno”. 7 Mais do que nunca se torna necessário repensar o papel do docente, sua formação e a capacidade de mudar e ser objeto de mudança. A educação cada vez mais adquire um valor imprescindível ao homem moderno, pois quem não tiver conhecimento diminuem consideravelmente as chances inserir-se no mercado de trabalho. Nos dias atuais, o mundo do trabalho carece de um profissional capacitado, criativo, inteligente, flexível para exercer funções diversas nos mais variados setores. E nesse contexto, a educação deve possibilitar ao homem desenvolver atividades necessárias à vida em sociedade. A importância do conhecimento cresceu tanto que a nova economia, globalizada, capitalista, passou a ser chamada de Economia do Conhecimento. O acesso a melhores posições requer cada vez mais escolaridade. O educando deve ter no mínimo 12 anos de estudos e a sua formação, para ser ideal, deve perdurar por toda a vida e ser plena. Até os anos 70 o educador sabia o que fazer: transmitir conhecimentos. Nos dias atuais, o papel do professor é outro, ele tem muitos desafios a enfrentar. Dentre eles podemos citar: a permanente formação, adequação aos novos meios de informação e comunicação, transformar informações em conhecimentos, ter uma posição crítica ao que é oferecido, checar a informação e dialogar com o aluno entre outros. O educador deixou de ser o centro de atenção no nosso sistema educacional, o foco nos dias atuais na escola não é mais ensinar e sim o de aprender. Vale lembrar que: “As velozes transformações tecnológicas da atualidade impõem novos ritmos e dimensões à tarefa de ensinar e aprender. É preciso que se esteja em permanente estado de aprendizagem e de adaptação ao novo”.(KENSKI, 1998). Os alunos aprendem em múltiplas e variadas situações. Já chegam à escola sabendo muitas coisas ouvidas no rádio, vistas na televisão, na Internet,em apelos de outdoors e informes de mercado e shopping centers que visitam desde pequenos Conhecem relógios digitais, calculadoras eletrônicas, vídeo-games, discos a laser, gravadores e muitos outros aparelhos que a tecnologia vem colocando à disposição para serem usados na vida cotidiana. Estes alunos estão acostumados a aprender através de sons, das cores, das imagens fixas das fotografias ou, em movimento, nos filmes e programaselevisivos.(...) O mundo desses alunos é polifônicoe policrônico. É cheio de cores, imagens e sons, muito distante do espaço quase que exclusivamente monótono, monofônico e monocromático que a escola costuma oferecer.(KENSKI, 1996.p, 133). Outro fator importante é que uma boa parte dos alunos seja ela do ensino regular ou da educação de jovens e adultos (EJA), têm um certo convívio direto e indireto com as tecnologias da informação mediante a e-mail, orkut, twiter, blogs e outros mais, contudo encontramos docentes sem nenhuma intimidade com tais meios de informação e comunicação. Sendo assim a formação continuada do professor é algo importante para diminuir a distância das relações entre docentes e discente. Assim: O novo professor precisaria, no mínimo, de adquirir sólida cultura geral, capacidade de aprender, competência para saber agir na sala de aula, habilidades comunicativas, domínio da linguagem informacional e dos meios de informação, habilidade de articular as aulas com as mídias e multimídias (LIBÂNEO, 2010, p.30). Ou mais explicitamente: É importante que os professores sintam-se verdadeiramente integrados no processo educativo. Se a evolução tecnológica é permanente, subtende-se a necessidade de 8 uma constante atualização por parte do professor, o que pode ser feito institucionalmente ou não (Pedrosa, 2005, p.45). Pedro Demo (1998, p.191) acrescenta: Nenhum profissão envelhece mais rapidamente do que a do professor, precisamente porque lida mais de perto com a lógica do conhecimento. Mais decisivo do que colher um diploma é manter-se atualizado pela vida afora. Mediante a este fato, o profissional da educação tem que estar disposto a enfrentar o desconhecido, e torná-lo conhecido, não se sentir ameaçado, tão pouco criar resistência diante das dificuldades e sim buscar meios de saná-las e adquirir a estabilidade, social e profissional. Sendo assim: Tais resistências precisam ser trabalhadas na formação inicial e continuadas de professores por meio de integração das novas tecnologias da comunicação e informação (NTCI) nos currículos, de desenvolvimento de habilidades cognitivas e operativas para o uso das mídias e formação de atitudes favoráveis ao seu emprego e a inovação tecnológica em geral.(LIBANÊO, 2010, p.68). Mas para isso ter em mente que “ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação”.(Paulo Freire, 1996). O professor tem que manter acesa à vontade de continuar se atualizando, para não ficar fora das novas tecnologias lançadas no cotidiano de todos as pessoas, pois a escola é apenas um dos ambientes onde ocorrem à aprendizagem. A convivência com outros grupos sociais também promove conhecimento. Utilizar ferramentas tecnológicas em seu trabalho, não se limitar apenas ao livro didático, ao quadro-negro, ao caderno. Vale lembrar que: A escola continuará durante muito tempo dependendo da sala de aula, do quadro negro, dos cadernos. Mas as mudanças tecnológicas terão um impacto cada vez maior na educação escolar e na vida cotidiana. Os professores não podem ignorar a televisão, o vídeo, o cinema, o computador, o telefone, o fax, que são veículos de informação, de comunicação, de aprendizagem, de lazer, porque há tempos o professor e os livros didáticos deixaram de ser as únicas fontes de conhecimento. Ou seja, professores, alunos, pais, todos precisamos aprender a ler sons e imagens, movimentos e a lidar com eles.(LIBANÊO, 2010, p.40). Torna-se necessário para o professor saber interagir criticamente com os meios de comunicação. Tornar-se gerenciador de seu tempo de estudos e da preparação de suas atividades, não se omitir. E assim romper com o chamado ‘analfabetismo tecnológico “e abrir-se para o mundo”.Lembrando que: As informações vêm de forma global e desconexa através dos múltiplos apelos da sociedade tecnológica. A escola precisa aproveitar essa riqueza de recursos externos, não para reproduzi-los em sala de aula, mas para polarizar essas informações, orientar as discussões, preencher as lacunas do que foi aprendido, ensinar os alunos a estabelecer distâncias críticas com o que é vinculado pelos meios de comunicação.(KENSKI, 1996, p.143). 9 O Ministério da Educação e Cultura, interessado em melhorar as condições de formação continuada do professor e tentar eliminar com o “analfabetismo tecnológico” do mesmo, tem criado alguns programas para a utilização e aplicação de informática nas escolas públicas. Dentre esses temos Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo). Vale lembrar que a qualificação do professor não deve ficar limitada a esses programas o educador deve sempre se manter reflexivo diante das ações governamentais para que possa desta forma manter a sua autonomia pedagógica. E lembrar do que afirmava Paulo Freire: “Transformar a experiência educativa em puro treinamento é mesquinhar o que há de fundamentalmente humano no exercício educativo; o seu caráter transformador”. 4 Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo) O Ministério da Educação e Cultura, interessado em melhorar as condições da formação continuada do professor tem criado alguns programas de suma importância para a utilização e aplicação da informática nas escolas públicas. Também é esse objetivo da Secretária de Educação a Distância (SEED) e, para tanto, contribuem seus principais programas TV Escola, o Proformação e aquele ao qual será descrito em diante __ visto que corresponde às ações desenvolvidas pela Secretaria de Estado da Educação do Rio de Janeiro, que é o Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo). O Proinfo é um programa educacional que visa à introdução das novas tecnologias de informação e comunicação na escola pública como ferramenta de apoio ao processo ensinoaprendizagem. Ele foi criado pela Portaria nº 522, de 9 de abril de 1997, desenvolvido em parceria com governos estaduais e com alguns municipais. Esse programa foi implantado em todos os estados do território nacional, e a distribuição de computadores ocorreu de acordo com o número de alunos matriculados em cada estado. As diretrizes do programa são estabelecidas pelo Ministério da Educação e pelo Conselho de Secretários Estaduais de Educação. Em cada unidade da federação, há uma comissão Estadual de Informática, cujo papel é o de introduzir as novas tecnologias de informação e comunicação nas escolas públicas de ensino médios e fundamental, que posteriormente serão utilizadas por professores e alunos incluindo os da EJA. Quanto à estratégia e articulação, o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação (Consed) estabeleceria as diretrizes do programa, e o Estado, a operacionalização. A adesão do Estado se dava a partir da apresentação de um Programa de Informática na Educação e da Escola, mediante a elaboração de um projeto pedagógico de aplicação da tecnologia, preparação das instalações físicas e capacitação de professores. O programa tem na preparação de recursos humanos sua principal condição de sucesso, capacitando profissionais em dois níveis: como multiplicadores e como professores nas escolas. O professor multiplicador é um especialista em capacitação de professores (de escolas) para o uso da telemática em sala de aula: adota-se no programa, portanto o princípio “professor capacitando professor”.Os professores envolvidos com as ações do Proinfo são profissionais da rede pública de ensino. Os Núcleos de Tecnologia Educacional (NTEs), são estruturas descentralizadas de apoio ao processo de informatização das escolas e que auxiliam tanto no processo de planejamento e de incorporação das novas tecnologias quanto ao suporte técnico e a capacitação dos professores e das equipes administrativas das escolas. 10 O modelo tecnológico disponibilizado pelo MEC para a rede pública de ensino é o mais próximo possível do predominante nas organizações informatizadas do Brasil Para a entrega dos equipamentos é necessária à adesão entre Secretarias de Educação e Proinfo (MEC). Ao disponibilizar os computadores, com interligação em rede e Internet, para as escolas que terão laboratórios de informática, o MEC realiza a compra de equipamentos após licitação. Todo esse aparato tem uma importância fundamental para a formação contínua dos professores. Visto que: O computador pode ser empregado como ferramenta de reflexão pedagógica, pode ajudar o professor a tomar a tomar consciência de sua prática e tentar modificá-la. Mas para isso é necessário que o professor faça a “leitura” dessa prática fundamentada em teorias que lhe permitam identificar os problemas, as limitações e o estilo assumido em seu modo de agir e ainda buscar formas de atuação que promovam um maior desenvolvimento de seus alunos.(BETTEGA, 2010.p, 57). A Secretaria da Educação do Rio de Janeiro, fazendo sua parte como parceira do Proinfo, colocou em prática cursos de Educação Continuada em Informática Educacional para professores da rede pública de ensino, como também investiu na compra de mais computadores para as escolas através do projeto Conexão Educação. O Conexão Educação é um projeto pioneiro na educação pública brasileira, onde um sistema de integração escolar,através de cartão eletrônico inteligente, fornecerá, em tempo real, informações detalhadas sobre todos os alunos da Rede Estadual de Ensino, permitindo que direção, corpo docente e a própria SEEDUC possam acompanhar o aprendizado do estudante de forma individual e permanente. O objetivo é, além de garantir um sistema de gestão escolar eficiente, ágil e estratégico, reduzir a evasão escolar e melhorar os índices de desempenho em sala de aula. Sendo incluídos nesse projeto os alunos da EJA. O Conexão Educação está dividido em quatro subsistemas: Escola, Gestão, Docente Online e Aluno Online. O projeto está alicerçado em cinco eixos: cadastro do aluno; pauta eletrônica e envio de SMS; novo sistema acadêmico; rede sem fio nas escolas e leitor de cartão O projeto está alicerçado em cinco eixos: cadastro do aluno; pauta eletrônica e envio de SMS; novo sistema acadêmico; rede sem fio nas escolas e leitor de cartão. Como funcionará o “Conexão”? No início de cada aula, o educador deverá abrir o sistema com senha própria, acessando uma pauta eletrônica, com os nomes dos alunos da turma e espaços para anotações diversas. Durante a aula, o docente vai registrar na pauta observações a respeito do desempenho de cada aluno, sobre aspectos negativos e positivos – dados que podem ser compartilhados por colegas que dão aulas para a mesma classe – facilitando a troca de informações e propiciando um melhor atendimento aos estudantes. Os alunos faltosos receberão torpedos, e, caso a falta se repita por três dias consecutivos, as mensagens irão para os responsáveis. Permitindo assim, que a Secretaria de Educação conheça os motivos que levam à ausência do estudante em sala de aula e à evasão escolar. Todos os alunos terão o cartão eletrônico, que será passado por leitores ópticos instalados em todas as salas de aula. O cartão também garantirá aos alunos da rede a 11 gratuidade nos ônibus. Com este sistema será possível acompanhar a freqüência, o desempenho escolar e a quantidade de merenda servida a cada estudante, ajudando as escolas na organização e no planejamento pedagógico. Além do mais os professores passam por capacitação para desempenhar o seu trabalho pedagógico utilizando-se do computador ligado a Internet. Orientadores tecnológicos, que são professores capacitados para o atendimento tecnológico necessário aos demais educadores, atuaram no laboratório de informática educativa(LIE) orientando e auxiliando os docentes , alunos e gestores nas mais diversas tarefas onde a informática se fizer presente. Com esta nova forma de trabalho nas escolas Estaduais vemos a possibilidade de inclusão dos nossos alunos no mundo virtual, mundo este tão presente no dia a dia de todos, melhoria da qualidade das práticas pedagógicas e conseqüentemente a aquisição de conhecimento por parte do educando. 5 A inclusão digital na EJA com ênfase na formação docente: Um estudo de caso no CIEP Wilson Batista: Segundo GADOTTI (2007): A educação é necessária para a sobrevivência do ser do humano. Para que ele não precise inventar tudo de novo, necessita apropriar-se da cultura, do que a humanidade já produziu. Educar é também, aproximar o ser humano do que a humanidade produziu. (GADOTTI, 2007, p.46). Dentro deste contexto estão inseridos os alunos da EJA que necessitam de um professor qualificado que os conduzam ao saber, contudo o docente deve ter consciência de como é difícil para o discente perceber essa relação entre o que ele está aprendendo e o legado da humanidade. A aprendizagem deste aluno deve apresentar algum sentido para que este seja inserido ao processo ensino aprendizagem. Tal processo deve ter sentido para que seja verdadeiramente, educativo contribuindo assim, com o projeto de vida do educando. O ART 37 (LDB, 2008), de jovens e adultos é destinados àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. Esta população distribui-se em três grupos distintos: 1- Aqueles reconhecidamente analfabetos. 2- Os analfabetos funcionais 3- Aqueles que tiveram na escola em momentos intermitentes. Estes carecem de uma política própria de atendimento capaz de lhes conferir os meios adequados para a superação ou da escolaridade que não ocorreu ou que ocorreu de forma inadequada. Este público necessita de um novo professor. Professor este que é um aprendiz permanente, um organizador do trabalho do aluno,consciente mais também sensível, ele desperta o desejo de aprender para que o aluno seja autônomo e se torne sujeito da sua própria formação (GADOTTI,2007 p. 53) “Para tanto o novo professor deve deixar de ser aquele que transmite conhecimento e torna-se aquele que ajuda aos alunos a encontrar, organizar e gerir o saberes essenciais para a construção de valores fundamentais que devem orientar toda a vida”. A presente pesquisa, realizada ao longo do ano de 2010 no CIEP Brizolão 416 Wilson Batista, localizado na Av. Campista s/n PQ Guarus Campos dos goytacazes RJ,tem como objetivo apontar a necessidade de inclusão digital para professores e alunos do segundo segmento mediante inserção das novas tics na escola em questão. A instituição conta em seu corpo discente com alunos da rede regular dos anos iniciais do 1º até o 9ºano do segundo 12 segmento e com alunos da EJA do ensino fundamental. Dentre os professores, dezesseis atuam na Educação de Jovens e Adultos. A partir das ações governamentais foi instalado em 2008, através do PROINFO, no CIEP BRIZOLÃO 416 WILSON BATISTA, um laboratório de informática educativa com o objetivo de levar a todos da referida comunidade escolar a terem acesso a Internet e aos professores a programas educativos. Complementando tal ação, a instituição conta com o projeto Conexão Educação da rede Estadual de Ensino. O uso do computador e da Internet configuraram-se como ganhos indiretos do programa e do projeto. Muitos professores que inicialmente não tinham contato com essas tecnologias passaram a incorporá-las no seu dia a dia naturalmente. Contudo, somente será possível obter o sucesso pedagógico esperado se conduzidos por profissionais comprometidos com uma educação de qualidade, visando à superação do atraso educacional e a plena formação do educando. Mediante a esta estrutura a escola proporciona acesso aos seus alunos ao principal meio de comunicação que é a Internet, possibilitando assim,mesmo que a pequenos passos,a inclusão digital dos educandos matriculados nesta UE (Unidade escolar). De acordo com Moran(2003):”Na implantação de tecnologias o primeiro passo é garantir o acesso. Que cheguem à escola, que estejam fisicamente presentes ou que professores, alunos e comunidades possam estar conectados”. Este primeiro passo já foi dado no CIEP Brizolão 416 W. Batista. As orientadoras tecnológicas (ots) Edna Freitas e Márcia Cristina Thomé da escola declaram ser a informatização de suma importância, pois facilita e, agiliza as tarefas, viabilizando à autonomia de seus usuários em relação as novas Tecnologias da Infomação e Comunicação (Tics ), contudo elas apontaram alguns entraves que limitam o uso dessa informatização como:1- Dificuldade do professor para usar a sala de informática, principalmente a Internet, pois nem todo professor participa do curso que orienta o uso e a elaboração para esse fim. 2-A equipe gestora dificulta, em alguns momentos, o uso da sala de informática. Isso com receio do professor de os alunos quebrarem os equipamentos, ou pelo fato de não gostar do movimento nos corredores, do ir e vir dos de alunos de uma sala para outra. Muitas vezes fruto da insegurança, um curso de gestão em tecnologia ajuda os gestores a vencer esses medos. 3-Quantidade de computadores na sala de informática é insuficientes, maior acesso dos funcionários ao laboratório e resistência por parte de alguns alunos da EJA aos quais chamamos de “migrantes digitais”, geralmente são os alunos com idade mais elevada. De acordo com as entrevistadas todos esses entraves são facilmente vencidos, desde que o professor participe de cursos de formação continuada no uso de tecnologias ou receba incentivo de uma equipe externa como parceria na apropriação do uso das novas tecnologias na escola. Segundo elas existem pontos positivos em relação ao bom uso da sala de informática por parte dos professores e alunos na escola, há professores que conseguem inovar, com a tecnologia que a escola possui. Como o caso da professora Bartholoneuza de Carvalho, docente de história, auxilia seus alunos da EJA (7º do noturno) realizar pesquisas na Internet de forma crítica. Levando-os a adquirir uma outra visão ao que se apresentam aos olhos. A orientadora tecnológica (Ot) Edna Freitas aponta as disciplinas mais acessadas no Laboratório de informática Educativa (LIED) pelos alunos sendo elas: História (professores José Sergio e Bartholoneuza) e Educação Física (professor Wagner), Geografia( professor Guilherme) e Ciências Naturais(professores Pedro e Maria Eugênia). O orientador tecnológico,segundo a Ot Edna Freitas: Deve ser aquele professor que tem conhecimento básico em informática, ter boa comunicação, ser dinâmico, ter bom entrosamento com os demais e disponibilidade de horário. O Ot é considerado professor regente que realiza um trabalho diferenciado dentro da instituição. Ele é responsável pela 13 elaboração e execução de materiais audiovisuais e pedagógicos incluindo cartazes, projeções, videoteca, pesquisa na net, oferece suporte tecnológico para os professores em suas aulas entre outras. Os Orientadores Tecnológicos são capacitados em horário contrário ao do seu trabalho da escola de atuação. O Núcleo Tecnológico Educacional é o local onde eles ficam ciente dos programas educacionais (LINUS) e dos cursos de mídias. Ensinar com ajuda da tecnologia; um grande espinho para o professor; Conselho de Classe; Inclusão Digital; O professor e o computador; A tecnologia precisa estar presente na sala de aula. São temas trabalhados junto aos Ots em curso de capacitação. Que posteriormente são levados pelos mesmos para dentro da escola,onde são trabalhados juntos aos demais docentes. Portanto, entre os professores o consenso em relação a necessidade de utilizarem pedagogicamente as novas Tics na educação de maneira consciente e a constante busca de cursos para aprimorar a prática docente almejando ampliar o conhecimento é quase que unânime, com exceção daquele professor empedernido no giz em no quadro-negro. Conforme Freire (2000), ensinar não é transferir conhecimento, pois quando entramos em sala teremos indagações sobre curiosidades, assim como situações de inibições dos alunos. E assim, poder levar aos alunos do ensino fundamental terem acesso e conviverem de maneira crítica com as tecnologias. o que permitiria o desenvolvimento de habilidades e conhecimentos (citados por Romão,1994), fundamentais para formação destes alunos onde estes se sintam mais capazes de continuarem os estudos em um curso como o Programa de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA). Na opinião de uns professores este fato na escola pública é ainda mais importante, pois “Quem tem maior poder aquisitivo já possui em casa e nas escolas a oportunidade de conviver, aprender e utilizar as tecnologias. O aluno da escola pública, sempre leva desvantagem em relação à tecnologia desta formai acaba saindo perdendo também”. Alguns dos professores entrevistados se posicionaram positivamente diante da nova realidade da escola. Rosane,atualmente professora da V fase da EJA do primeiro segmento noturno, declara: “Leciono a mais de 15 anos e acredito que a tecnologia pode ajudar no ensino, contudo necessito adquirir um maior conhecimento em tecnologia para melhor aproveitar do recurso que é utilizado hoje por muita gente, incluindo nesse contexto os nossos alunos da EJA”. Vale lembrar que para melhor aproveitamento de tais recursos faz-se necessário o uso adequado dos mesmos, uso este que implica planejamento de atividades, para que possa sair ganhando nesse processo tanto o professor como o aluno. Vejo o laboratório de informática como um avanço para o espaço escolar, O professor, em sua prática pedagógica essencial, desde que este análise criticamente quais os conteúdos que podem ser ensinados com o auxilio da tecnologia. Junto com a minha turma, por exemplo, já fiz trabalhos que conjugaram o ensino de novos gêneros como blogs e fotologs, à produção de textos. Desta forma possibilitei, entre outras habilidades, o aluno a utilizar o editor de texto com certa autonomia”.Maria Inês T. de Carvalho, Professora de português de 9º ano da EJA noturno., visando o crescimento intelectual do aluno, tem a favor neste ambiente uma ferramenta de ensino. Continuando sua fala, a educadora acrescenta: “Desta forma o docente aprimora a sua prática e cria oportunidade aos estudantes da EJA de desenvolver habilidades tecnológicas básicas no mundo de hoje”. 14 O fato é que os nossos alunos são formados dentro da cultura digital e influenciados por ela , com o elevado uso da Internet e a existência de lan houses, queda dos preços dos computadores e mesmo a implantação de programas de governo destinados a informatização das escolas públicas, leva-nos a pensar em uma nova forma de trabalho, trabalho este que não deve se prender somente ao quadro e ao giz . Estamos todos juntos em um barco e nós, professores, precisamos tomar o leme desse barco, a fim de termos uma direção segura rumo à educação de qualidade que almejamos.(BRANDÃO citado por GADOTTI,1994.). Cabe-nos ficar atento para entender todo o processo e nos atualizar de forma a desafiar os estudantes, para assim então superar o que for preciso possibilitando desta forma uma educação pública de qualidade mediante reflexão da prática docente, pois uma outra educação é possível na atual conjuntura. 8 Considerações finais Conclui-se que, a educação se dá por muitas vias e o ato de ensinar e aprender está diferenciado dos séculos passados. O professor não é mais o detentor do conhecimento e o aluno é aquele que adquire o saber não mais de forma passiva. Diante dos avanços tecnológicos característicos das demandas contemporâneas, a escola vê-se obrigada a assumir novos papéis diante da sociedade, reorganizar-se de forma rápida para que possa se adequar às exigências do mundo atual imposta pelo poder econômico. Atualmente, as muitas informações transmitidas diariamente em nosso cotidiano devem ser transformadas em conhecimentos e a seguir em saber e para tanto, torna-se importante à forma de como o professor direciona o processo ensino aprendizagem e como lança mão de uma pedagogia emancipatória, onde esteja presente segundo MOACIR GADOTTI (2007) educadores numa visão emancipadora que não só transformam informação em conhecimento, em consciência crítica, mas também formem pessoas. De acordo com (Bettega, (2010) Para se formar esse indivíduo, o professor é a figura mais importante no processo de aprendizagem, pois é ele conhecedor de uma área de conhecimento e das áreas afins. Tem uma visão de conjunto do que é a sociedade, deve conhecer os processos mentais pelos quais o estudante passa Por isso o domínio das técnicas inovadoras e atualização contínua de conhecimento devem fazer parte de sua rotina de trabalho.(p.140) A velocidade em que ocorrem as transformações tecnológicas fazem com que o docente tenha a necessidade de manter-se atualizado, romper com o ensino tradicional, elevando o próprio crescimento social, econômico e cultural e conseqüentemente a dos discentes que ele assiste, visando a melhoria do ensino, objetivando a formação cidadã e inserção dos mesmos no mundo digital. Os entraves no uso de recursos didáticos,como o computador,precisam ser vencidos, o ideal é que tenhamos mais experiências positivas acontecendo. .O educador deve levar em consideração que o ato de ensinar e aprender ocorre em outros ambientes e ele necessita se percorrer esses novos caminhos e fazer uso das ferramentas que são utilizadas para percorrê-los. Faz-se necessário que tais ferramentas sejam manuseados com reflexão e responsabilidade, auxiliando assim o aprimoramento das práticas 15 pedagógicas dos docentes, facilitando o trabalho de todos os envolvidos com o ambiente escolar. As s ações governamentais lançam no Sistema Educacionais Programas e projetos visando à elevação da qualidade da educação, porém é sabido que o professor deve manter em sua essência a autonomia em sua pratica pedagógica para assim não se tornar apenas um mero aplicador de tarefas. “A educação envolve um processo de preparo do professor que considera as diferenças e as dificuldades dos alunos na aprendizagem escolar como fontes de conhecimento sobre como ensinar e aperfeiçoar as condições de trabalho em sala de aula..(BRASIL,1995,p.17). O professor tem que constantemente que aprender, para possibilitar o próprio aprendizado e do aluno que ele assiste. Sejam este os da EJA ou não. “Estamos todos juntos em um barco e nós, professores, precisamos tomar o leme desse barco, a fim de termos uma direção segura rumo à educação de qualidade que almejamos.” (BRANDÃO citado por GADOTTI,1994.). Neste contexto, os docentes do CIEP Wilson Batista lançam mão da TICs na educação, utilizando-se de recurso eletrônicos para aprender e ensinar em qualquer área do conhecimento. Para tanto,eles contam com a orientação de orientadores tecnológicos que os auxiliam na aquisição de competências necessárias a capacitação de todos os envolvidos nesse processo. Tal fato representa uma oportunidade ímpar para promover a “inclusão digital” dos discentes. Cabe ao professor assumir de forma consciente a mediação das interações entre ele mesmo, o aluno e o computador de maneira que o aluno possa construir seu conhecimento em um ambiente desafiador onde educador e educando desenvolvam ações conjuntas por meio de cooperação e da interação com o contexto em que estão inseridos. O professor deve ter o máximo de conhecimento sobre as possibilidades e as modalidades de uso do computador e assim poder discutir sobre os reais ganhos e eventuais prejuízos deste instrumento para o ensino. Ser capaz de analisar criticamente as possibilidades didáticas do mesmo. 16 7 Referências . ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de, Educação, ambientes virtuais e interatividade. In: SILVA, Marco (org.). Educação Online. São Paulo: Loyola, 2003.______, & PRADO, Maria E. B. B. Integração tecnológica, linguagem e representação. Disponível em: http://www.tvebrasil.com.br/salto. Acesso em 10 de agosto de 2006. ARAÚJO, Rosana Sarita de. 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