1 introdução

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ADIÇÃO DE METAIS TÓXICOS A MASSAS CERÂMICAS E AVALIAÇÃO DE SUA
ESTABILIDADE FRENTE A AGENTE LIXIVIANTE
PARTE I – AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS
A.C. Camargo1 ; H.N. Yoshimura1; J.C.S. Portela1; D. Corvello1; A.P.Abreu1;
E.P.Goulart1; G.I.Horita1; D.S. Morais1
Av Prof. Almeida Prado, 532 São Paulo , SP 05508-901, [email protected]
1 Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A. – IPT
RESUMO
Neste trabalho foram investigados os efeitos da adição dos metais cádmio,
chumbo, cromo, cobre, níquel, zinco, manganês e cobalto em uma massa de
argila, típica para produção de cerâmicas estruturais, nas características físicas.
As massas foram preparadas com adição individual destes metais em proporções
de 0,3%, 1%, 3% e 10% na forma do respectivo óxido e foram queimadas
(sinterizadas) em temperaturas de 650C (todas), 850C (todas), 950C (massas
contendo cádmio e cobre), 1000C (massas contendo chumbo e manganês) e
1050C (massas contendo cromo, níquel, zinco e cobalto). As características
físicas avaliadas foram a tensão de ruptura à flexão (TRF), a massa específica
aparente (MEA), a variação linear dimensional (VLD), a absorção de água (AA), e
a porosidade aparente (PA).
Palavras-chave: cerâmica, óxido, propriedades físicas, metais tóxicos.
1 INTRODUÇÃO
Os materiais cerâmicos, principalmente aqueles de cerâmica estrutural, têm sido
considerados para o encapsulamento de rejeitos com teores elevados de metais
potencialmente tóxicos como o chumbo, cádmio, níquel, cromo e outros. Essa
utilização tem embasamento na suposição que os compostos vítreos, ricos em
metais tóxicos, que se formam durante a queima, seriam estáveis frente à
lixiviação que ocorre durante a vida útil e também na condição de entulho dos
materiais cerâmicos. Cumpre ressaltar que os materiais estruturais como tijolos
maciços, tijolos furados e telhas, por exemplo, são submetidos a intempéries
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rigorosas que podem acontecer desde o pátio de estocagem das matériasprimas nas fábricas dos mesmos, passando pela aplicação em construções e,
principalmente, no local de descarte. Dessa forma os referidos materiais estão
submetidos a ciclos e diferentes condições de ataque com conseqüências
imprevisíveis para o homem e o meio ambiente.
Os rejeitos normalmente são materiais complexos contendo diversos compostos,
muitas vezes heterogêneos, que dificultam a análise isolada dos efeitos de um
determinado metal tóxico na estabilidade química e nas propriedades físicas de
um produto de cerâmica estrutural.
Neste estudo foi verificada a influência isolada dos metais cádmio (Cd), chumbo
(Pb), cromo (Cr), cobre (Cu), níquel (Ni), zinco (Zn), manganês (Mn) e cobalto
(Co) adicionados a uma massa argilosa comercial em teores variando de 0,3% a
10%, na forma dos respectivos óxidos, nas propriedades físicas de amostras
queimadas na faixa de temperatura de 650ºC a 1050ºC.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Materiais
Para o desenvolvimento do trabalho foram obtidos 200 kg de uma massa
cerâmica a base de argila produzida pela UNICER - União Cerâmica Ltda., que
atende as necessidades dos fabricantes de cerâmica na região de Santa
Gertrudes, um dos mais importantes pólos cerâmicos do país. A escolha da
massa de argila da UNICER teve também como propósito a utilização de um
material com constância nas propriedades e alta qualidade para produção.
Segue abaixo os metais na forma de óxidos, definidos para o estudo em
decorrência de serem os mais encontrados em resíduos e que vêm trazendo
sérios problemas para o meio ambiente, com os respectivos dados dos
fornecedores:
- óxido de cádmio (CdO), fornecido pela Suzaquim Indústrias Químicas Ltda., em
forma de pó na coloração marrom, com teor de 72,0% mínimo de cádmio e
granulometria de 300 mesh;
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- óxido de chumbo (PbO), fornecido pela Suzaquim Indústrias Químicas Ltda., em
forma de pó na coloração amarela, com teor de 75,0% mínimo de chumbo e
granulometria de 300 mesh;
- óxido de cromo (Cr2O3), fornecido pela PROVERMEX Produtos e Equipamentos
para Laboratório Ltda., em forma de pó na coloração verde, com teor de 98,0%
mínimo de Cr2O3;
- óxido de cobre (CuO) fornecido pela Suzaquim Indústrias Químicas Ltda., em
forma de pó na coloração preta, com teor de 76,0% mínimo de cobre e
granulometria de 200 mesh;
- óxido de níquel (NiO) fornecido pela Suzaquim Indústrias Químicas Ltda., em
forma de pó na coloração cinza escuro, com teor de 74,0% mínimo de níquel e
granulometria de 325 mesh;
- óxido de zinco (ZnO) fornecido pela Brazinco, em forma de pó na coloração
branca, com teor de 99,9% de ZnO;
- óxido de manganês (MnO) fornecido pela Fermavi, em forma de pó com
coloração marrom, com teor de 60,0% de manganês;
- óxido de cobalto (CoO) fornecido pela Suzaquim Indústrias Químicas Ltda., em
forma de pó na coloração preta, com teor de 71,0% mínimo de cobalto e
granulometria de 325 mesh.
2.2 Métodos
2.2.1 Preparação inicial dos materiais
Inicialmente tanto a massa de argila quanto os óxidos foram secos a 110ºC por
um tempo mínimo de 24 horas para minimizar as perdas na etapa de mistura.
Para garantir uma maior reatividade dos metais com a massa de argila, os óxidos
metálicos foram beneficiados, quando necessário, de forma a terem todos os
grãos constituintes com diâmetro equivalente menor que 0,075 mm (200 mesh).
2.2.2 Homogeneização / Granulação
Após a preparação inicial, foram elaboradas as diversas misturas sendo essas
colocadas em potes plásticos cilíndricos de 5 litros contendo esferas de alumina
(óxido de alumínio) inertes para esta condição de uso, na proporção de 1:1, para
homogeneização por um período de 24 horas em equipamento do tipo gira-potes.
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A seguir as misturas foram descarregadas dos potes e acondicionadas em sacos
plásticos fechados. Para conformação dos corpos-de-prova foi necessário
umedecer as misturas, o que foi feito com aproximadamente 10% de água
deionizada utilizando granulador apropriado. Foram produzidas para cada óxido,
as seguintes misturas:

massa de argila com adição de 0,3% de óxido;

massa de argila com adição de 1,0% de óxido;

massa de argila com adição de 3,0% de óxido;

massa de argila com adição de 10,0% de óxido.
2.2.3 Conformação
Obtidas as misturas granuladas, estas foram submetidas ao processo de
prensagem uniaxial em prensas manuais, sob pressão de 200 kgf/cm 2 (19,6
MPa), utilizando moldes de aço. Foram produzidos aproximadamente 1100
corpos-de-prova, sendo 870 na forma de prisma reto com dimensões de 6,0 cm x
2,0 cm x 0,5 cm e 230 no formato cilíndrico com diâmetro de 5,0 cm e altura
variando entre 3,0 cm e 5,0 cm. Além dos corpos-de-prova produzidos com a
massa de argila com adição dos óxidos, foram produzidos também corpos-deprova apenas com a massa de argila pura (como recebida) para definição de
parâmetros de processamento e comparação de propriedades.
2.2.4 Queimas (sinterização)
Os corpos-de-prova produzidos foram submetidos a queima em forno elétrico
com patamar de 3 horas, em três diferentes temperaturas. Todas as misturas
com óxidos foram queimadas a 650ºC e 850ºC. A maior temperatura de queima
foi definida para cada tipo de óxido adicionado, após a seguinte análise:
- Inicialmente os corpos-de-prova produzidos apenas com a massa de argila foram
queimados a 650ºC, 850ºC, 1000ºC e 1050ºC e caracterizados;
- Em seguida foi realizado um teste preliminar, onde os corpos-de-prova produzidos
com 10% de óxido foram queimados na temperatura de 1000ºC e avaliados
visualmente quanto à distorção dos corpos e, manualmente, quanto à resistência
mecânica; os corpos-de-prova com óxidos de cádmio e de cobre apresentaram
fusão parcial, os corpos com óxidos de chumbo e de manganês apresentaram
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boas características e os corpos com os demais óxidos apresentaram baixa
resistência mecânica.
Assim, foram definidas as temperaturas máximas de queima de 950ºC para os
corpos-de-prova com óxidos de cádmio e de cobre, 1000ºC para os corpos com
óxidos de chumbo e de manganês e 1050ºC para os corpos com óxidos de
cromo, de níquel, de zinco e de cobalto.
2.2.5 Caracterização Física
Para a caracterização dos corpos-de-prova, foram realizadas as seguintes
análises:
 Tensão de ruptura à flexão (TRF): com base na Norma ABNT NBR 6113
jan./1990, “Material refratário denso conformado - Determinação da resistência à
flexão à temperatura ambiente”;
 Massa específica aparente (MEA), absorção de água (AA) e porosidade aparente
(PA): com base na Norma ABNT NBR 6220 mai./1997, “Materiais refratários
densos conformados - Determinação da densidade de massa aparente,
porosidade aparente, absorção e densidade aparente da parte sólida”;
Variação linear dimensional (VLD): com base na Norma ABNT NBR 6225
jan./2001, “Materiais refratários conformados - Determinação da variação linear
dimensional”;
3 RESULTADOS e DISCUSSÃO
Os resultados da caracterização física dos corpos cerâmicos queimados entre
650C e 1050C são apresentados nas Tabelas I a IX abaixo. O sinal positivo (+)
da variação linear dimensional (VLD) significa que ocorreu uma expansão do
material e o sinal negativo (-) uma contração do mesmo, após o tratamento
térmico. Os resultados apresentam cálculo de incerteza para intervalos com 95%
de confiança para média de dez determinações.
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Tabela I - Resultados de absorção de água (AA), porosidade aparente (PA),
massa específica aparente (MEA), tensão de ruptura à flexão (TRF), variação
linear dimensional (VLD) da massa de argila queimada entre 650 e 1050ºC.
Temperatura
(ºC)
AA
(%)
PA
(%)
MEA
(g/cm3)
650
20,8  0,1 35,9  0,2
1,73  0,01
850
19,6  0,2 34,1  0,3
1,74  0,01
1000
7,6  0,1
16,3  0,2
2,14  0,02
1050
0,5  0,1
1,1  0,1
2,28  0,02
TRF
kgf/cm2
(MPa)
17  1
(1,7  0,1)
48  3
(4,7  0,3)
261  15
(25,6  1,5)
362  20
(35,5  1,9)
VLD
(%)
2,2  0,0
1,3  0,0
-6,0  0,0
-7,8  0,0
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Tabela II - Resultados de absorção de água (AA), porosidade aparente (PA),
massa específica aparente (MEA), tensão de ruptura à flexão (TRF), variação
linear dimensional (VLD) da massa de argila + adição de óxido de cádmio (CdO)
queimada entre 650 e 950ºC.
Teor
Temperatura de
(ºC)
CdO
(%)
650
AA
(%)
PA
(%)
MEA
(g/cm3)
0,3
20,0  1,5 34,6  1,6 1,74 ,0,05
1
21,0  1,1 36,1  1,3 1,73  0,03
3
22,7  1,2 38,0  1,1 1,68  0,05
10
23,0  0,3 40,4  0,8 1,76  0,03
0,3
15,3  0,6 28,1  0,8 1,83 ,0,02
1
15,8  0,3 28,7  0,5 1,82  0,01
3
16,1  0,4 29,2  0,5 1,82  0,02
10
17,5  0,3 31,9  0,4 1,82  0,01
0,3
14,8  0,3 27,7  0,5 1,87  0,01
1
13,8  0,4 26,4  0,5 1,92  0,02
3
9,8  0,7
10
12,3  0,8 25,2  1,3 2,06  0,03
850
950
20,3  1,2 2,07  0,03
TRF
kgf/cm2
(MPa)
24  1
(2,4  0,1)
27  3
(2,7  0,3)
28  2
(2,8  0,2)
72  8
(7,1  0,8)
116  18
(11,4  1,7)
122  9
(11,9  0,9)
124  3
(12,2  0,3)
88  9
(8,6  0,9)
99  9
(9,8  0,9)
152  17
(14,9  1,6)
173  33
(17,0  3,3)
157  28
(15,4  2,7)
VLD
(%)
0,2  0,0
0,3  0,3
0,4  0,0
-0,2  0,0
-1,1  0,3
-1,2  0,5
-1,6  0,0
-0,9  0,3
-3,7  0,3
-4,8  0,5
-7,4  0,5
-5,6  0,5
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Tabela III - Resultados de absorção de água (AA), porosidade aparente (PA),
massa específica aparente (MEA), tensão de ruptura à flexão (TRF), variação
linear dimensional (VLD) da massa de argila + adição de óxido de chumbo (PbO)
queimada entre 650 e 1000ºC.
Temperatura
(ºC)
Teor
de
PbO
(%)
AA
(%)
0,3
21,7  1,1
37,2  1,2 1,72  0,04
1
22,0  0,8
37,8  0,7 1,72  0,03
3
23,9  1,3
39,8  1,4 1,67  0,04
10
21,1  2,0
37,1  3,0 1,77  0,09
0,3
15,9  0,4
29,3  0,5 1,84  0,02
1
16,9  0,5
30,8  0,6 1,83  0,02
3
17,0  0,3
31,4  0,5 1,85  0,01
10
19,1  0,2
35,1  0,3 1,84  0,01
0,3
2,3  0,3
5,5  0,6
2,36  0,02
1
2,0  0,5
4,8  1,1
2,41  0,02
3
1,3  0,1
3,2  0,3
2,47  0,02
10
0,3  0,0
0,8  0,0
2,58  0,01
PA
(%)
MEA
(g/cm3)
650
850
1000
TRF
kgf/cm2
(MPa)
VLD
(%)
26  3
0,3  0,6
(2,5  0,3)
30  3
0,5  0,6
(3,0  0,3)
31  5
0,8  0,9
(3,1  0,4)
32  4
0,4  0,5
(3,1  0,4)
103  11
-1,3  0,8
(10,1  1,0)
124  15
-1,3  0,8
(12,1  1,5)
106  13
-1,2  0,5
(10,4  1,3)
67  10
-0,1  2,2
(6,5  1,0)
369  50
-10,1  0,3
(36,2  4,9)
465  34
-10,7  1,3
(45,6  3,3)
456  42
-11,1  0,8
(44,7  4,1)
451  22
-9,7  0,8
(44,2  2,1)
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Tabela IV - Resultados de absorção de água (AA), porosidade aparente (PA),
massa específica aparente (MEA), tensão de ruptura à flexão (TRF), variação
linear dimensional (VLD) da massa de argila + adição de óxido de cromo (Cr 2O3)
queimada entre 650 e 1050ºC.
Teor
de
Temperatura
Cr2O
(ºC)
3
AA
(%)
PA
(%)
MEA
(g/cm3)
TRF
kgf/cm2
(MPa)
VLD
(%)
(%)
0,3
20,6  0,8
35,3  0,7 1,72  0,04
1
20,8  1,0
36,0  1,1 1,73  0,03
3
20,9  0,9
36,6  1,0 1,76  0,03
10
21,4  1,5
38,0  1,6 1,78  0,05
0,3
16,9  0,4
30,7  0,5 1,82  0,02
1
17,2  0,2
31,3  0,3 1,82  0,02
3
17,4  0,2
31,9  0,3 1,83  0,01
10
17,5  0,4
32,9  0,5 1,88  0,02
0,3
0,3  0,1
0,7  0,1
2,37  0,01
1
0,3  0,1
0,7  0,2
2,41  0,01
3
0,3  0,1
0,7  0,2
2,47  0,01
10
0,3  0,1
0,7  0,1
2,61 0,01
650
850
1050
22  2
(2,2  0,2)
22  1
(2,2  0,1)
22  1
(2,2  0,1)
22  1
(2,2  0,1)
95  13
(9,3  1,3)
98  15
(9,6  1,5)
100  9
(9,8  0,9)
87  14
(8,5  1,3)
357  22
(35,0  2,2)
479  48
(47,0  4,7)
505  38
(49,6  3,7)
529  34
(51,8  3,4)
0,2  0,5
0,2  0,0
0,2  0,0
0,4  0,9
-0,5  0,3
-0,3  0,8
-0,2  1,3
-0,5  0,3
-11,1  0,3
-11,4  1,8
-11,7  0,8
-12,5  0,8
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1090
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Tabela V - Resultados de absorção de água (AA), porosidade aparente (PA),
massa específica aparente (MEA), tensão de ruptura à flexão (TRF), variação
linear dimensional (VLD) da massa de argila + adição de óxido de cobre (CuO)
queimada entre 650 e 950ºC.
Teor
Temperatura de
(ºC)
CuO
(%)
AA
(%)
PA
(%)
MEA
(g/cm3)
0,3
18,6  0,5
33,4  0,7 1,80  0,02
1
18,7  0,1
34,1  0,3 1,83  0,01
3
18,7  0,2
34,2  0,3 1,83  0,01
10
17,7  0,9
33,3  1,1 1,89  0,03
0,3
16,8  0,2
30,8  0,3 1,83  0,01
1
22,9  0,9
37,8  0,9 1,65  0,03
3
21,9  1,0
36,9  1,0 1,69  0,03
10
20,1  0,7
35,8  0,9 1,78  0,02
0,3
10,4  0,5
21,2  0,8 2,04  0,02
1
12,6  0,4
24,7  0,6 1,96  0,02
3
6,8  0,5
15,1  0,9 2,23  0,02
10
0,0  0,0
0,0  0,0
650
850
950
2,36  0,02
TRF
kgf/cm2
(MPa)
19  2
(1,9  0,2)
22  2
(2,1  0,2)
23  3
(2,3  0,3)
23  3
(2,3  0,3)
105  14
(10,3  1,4)
38  4
(3,7  0,4)
46  5
(4,5  0,5)
39  3
(3,9  0,3)
171  15
(16,8  1,5)
134  10
(13,1  1,0)
266  31
(26,1  3,1)
346  18
(34,0  1,8)
VLD
(%)
0,4  0,9
0,3  0,6
0,2  0,9
0,2  0,5
-0,5  0,3
-0,5  0,3
-0,9  0,6
-0,9  0,8
-4,1  0,3
-4,1  0,3
-8,1  0,3
-8,1  1,9
Anais do 47º Congresso Brasileiro de Cerâmica
Proceedings of the 47th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society
1091
15-18/junho/2003 – João Pessoa - PB - Brasil
Tabela VI - Resultados de absorção de água (AA), porosidade aparente (PA),
massa específica aparente (MEA), tensão de ruptura à flexão (TRF), variação
linear dimensional (VLD) da massa de argila + adição de óxido de níquel (NiO)
queimada entre 650 e 1050ºC.
Temperatura
(ºC)
Teor
de
NiO
(%)
AA
(%)
0,3
19,0  0,9
33,8  1,0 1,78  0,03
1
21,9  0,8
37,1  0,9 1,70  0,03
3
21,5  0,2
36,8  0,3 1,72  0,01
10
20,7  0,7
36,6  0,7 1,77  0,03
0,3
17,1  1,0
30,9  1,2 1,81  0,03
1
17,6  0,6
31,5  0,7 1,79  0,02
3
17,8  0,2
32,2  0,3 1,81  0,01
10
17,0  0,2
32,2  0,3 1,89  0,01
0,3
0,6  0,0
1,3  0,1
2,33  0,02
1
0,0  0,0
0,0  0,0
2,43  0,03
3
0,0  0,0
0,0  0,0
2,51  0,02
10
1,5  0,3
3,9  0,8
2,57  0,02
PA
(%)
MEA
(g/cm3)
650
850
1050
TRF
kgf/cm2
(MPa)
28  2
(2,7  0,2)
19  1
(1,8  0,1)
16  1
(1,6  0,1)
20  2
(2,0  0,2)
122 18
(12,0  1,8)
98  13
(9,6  1,3)
95  8
(9,3  0,8)
47  9
(4,6  0,9)
428  15
(42,0  1,5)
455  57
(44,7  5,6)
523  53
(51,3  5,2)
373  47
(36,6  4,6)
VLD
(%)
0,1  0,3
0,4  0,9
0,3  0,6
0,4  0,5
-0,9  0,3
-0,6  0,5
-0,5  0,6
-0,2  1,3
-9,7  0,3
-11,3  0,6
-12,7  0,3
-12,3  1,1
Anais do 47º Congresso Brasileiro de Cerâmica
Proceedings of the 47th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society
1092
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Tabela VII - Resultados de absorção de água (AA), porosidade aparente (PA),
massa específica aparente (MEA), tensão de ruptura à flexão (TRF), variação
linear dimensional (VLD) da massa de argila + adição de óxido de zinco (ZnO)
queimada entre 650 e 1050ºC.
Temperatura
(ºC)
Teor
de
ZnO
(%)
AA
(%)
0,3
20,4  1,3
35,2  1,5 1,73  0,04
1
20,3  1,4
35,0  1,6 1,73  0,04
3
19,8  0,9
34,7  0,9 1,75  0,04
10
19,6  1,0
35,1  1,2 1,80  0,03
0,3
14,6  0,5
27,5  0,7 1,89  0,02
1
15,2  0,2
28,6  0,3 1,88  0,01
3
16,7  0,4
31,1  0,6 1,87  0,01
10
16,7  0,3
31,9  0,5 1,91  0,01
0,3
0,5  0,1
1,2  0,2
2,29  0,01
1
0,3  0,1
0,7  0,1
2,40  0,02
3
0,2  0,1
0,6  0,3
2,47  0,01
10
0,4  0,1
0,9  0,2
2,58  0,01
PA
(%)
MEA
(g/cm3)
650
850
1050
TRF
kgf/cm2
(MPa)
29  2
(2,8  0,2)
22  2
(2,2  0,2)
20  1
(2,0  0,1)
22  3
(2,2  0,3)
141  13
(13,8  1,2)
88  7
(8,6  0,7)
92  27
(9,1  2,7)
86  12
(8,5  1,1)
418  39
(41,0  3,8)
505  22
(49,5  2,2)
520  42
(51,0  4,1)
431  50
(42,3  4,9)
VLD
(%)
0,0  0,0
0,5  1,0
0,8  1,8
0,5  0,6
-1,3  0,8
-1,3  0,8
-1,2  0,5
-0,1  2,2
-9,9  0,3
-11,2  0,5
-11,5  0,8
-11,8  1,0
Anais do 47º Congresso Brasileiro de Cerâmica
Proceedings of the 47th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society
1093
15-18/junho/2003 – João Pessoa - PB - Brasil
Tabela VIII - Resultados de absorção de água (AA), porosidade aparente (PA),
massa específica aparente (MEA), tensão de ruptura à flexão (TRF), variação
linear dimensional (VLD) da massa de argila + adição de óxido de manganês
(MnO) queimada entre 650 e 1000ºC.
Teor
Temperatura de
(ºC)
MnO
(%)
AA
(%)
PA
(%)
MEA
(g/cm3)
0,3
21,2  1,0
37,1  1,2 1,75  0,03
1
21,8  0,6
38,1  0,8 1,75  0,01
3
21,9  1,5
38,4  1,7 1,75  0,04
10
21,5  0,4
38,5  0,5 1,80  0,02
0,3
16,0  0,6
29,4  0,6 1,84  0,03
1
16,0  0,4
29,7  0,5 1,85  0,02
3
16,1  0,4
30,1  0,6 1,86  0,01
10
17,3  0,3
32,3  0,5 1,87  0,01
0,3
1,5  0,2
3,5  0,6
2,39  0,02
1
1,4  0,1
3,4  0,2
2,41  0,01
3
0,2  0,1
0,6  0,2
2,49  0,03
10
0,0  0,0
0,0  0,0
2,53  0,01
650
850
1000
TRF
kgf/cm2
(MPa)
29  4
(2,8  0,4)
20  1
(2,0  0,1)
21  2
(2,1  0,2)
21  2
(2,1  0,2)
159  19
(15,6  1,9)
114  15
(11,2  1,5)
129  16
(12,6  1,6)
128  18
(12,6  1,7)
316  53
(31,0  5,2)
450  33
(44,2  3,2)
546  38
(53,6  3,8)
590  38
(57,9  3,7)
VLD
(%)
0,1  0,3
0,2  0,0
0,2  0,0
0,2  0,0
-1,5  0,3
-1,3  0,8
-1,3  0,3
-1,3  0,3
-11,6  1,0
-10,7  0,8
-10,9  0,6
-11,5  0,8
Anais do 47º Congresso Brasileiro de Cerâmica
Proceedings of the 47th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society
1094
15-18/junho/2003 – João Pessoa - PB - Brasil
Tabela IX - Resultados de absorção de água (AA), porosidade aparente (PA),
massa específica aparente (MEA), tensão de ruptura à flexão (TRF), variação
linear dimensional (VLD) da massa de argila + adição de óxido de cobalto (CoO)
queimada entre 650 e 1050ºC.
Teor
Temperatura de
(ºC)
CoO
(%)
AA
(%)
PA
(%)
MEA
(g/cm3)
0,3
22,6  1,2
37,7  1,4 1,67  0,04
1
21,7  0,7
36,9  0,7 1,70  0,02
3
20,9  0,6
35,9  0,4 1,72  0,04
10
23,5  1,4
39,8  1,3 1,70  0,04
0,3
18,5  0,7
33,0  0,8 1,78  0,02
1
17,4  0,5
31,7  0,7 1,83  0,02
3
17,9  0,6
34,8  5,5 1,94  0,25
10
18,4  0,5
34,2  0,6 1,86  0,02
0,3
0,4  0,0
0,9  0,1
2,34  0,02
1
0,4  0,0
1,0  0,0
2,38  0,02
3
0,1  0,1
0,2  0,2
2,43  0,00
10
0,0  0,0
0,0  0,0
2,60  0,01
650
850
1050
TRF
kgf/cm2
(MPa)
16  1
(1,6  0,1)
21  1
(2,0  0,1)
26  3
(2,6  0,3)
23  2
(2,3  0,2)
83  11
(8,1  1,1)
106  15
(10,4  1,4)
103  8
(10,1  0,8)
79  9
(7,8  0,9)
255  35
(25,0  3,4)
447  31
(43,9  3,1)
468  35
(45,9  3,4)
584  50
(57,3  4,9)
VLD
(%)
0,3  0,3
0,2  0,0
0,2  0,0
0,2  0,0
-0,7  0,3
-0,6  0,5
-0,5  0,3
-0,8  0,0
-11,8  1,0
-11,5  0,6
-11,1  2,3
-13,1  0,8
Anais do 47º Congresso Brasileiro de Cerâmica
Proceedings of the 47th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society
1095
15-18/junho/2003 – João Pessoa - PB - Brasil
Os corpos cerâmicos preparados a partir da massa de argila sem adição de
óxido, apresentaram alterações significativas nas temperaturas de queima acima
de 850C, com aumento da MEA e TRF e diminuição da AA e PA. A massa
apresentou expansão até 850C e contração acima desta temperatura (Tabela I ).
A 1050C os valores alcançados de AA, PA, MEA, TRF e VLD foram 0,5%, 1,1%,
2,28 g/cm3, 35,5 MPa (362 kgf/cm2) e -7,8%, respectivamente. Para a massa de
argila utilizada neste trabalho, 650C e 850C são temperaturas baixas de
queima, 1000C é uma temperatura próxima da qual se pode obter produtos de
cerâmica vermelha com absorção de água entre ~5% e 10% e com resistência à
flexão mínima ao redor de 20 MPa, e 1050C é uma temperatura de queima, que
pode resultar em produto com baixa porosidade aparente, baixa absorção de
água e alta resistência à flexão.
Em geral, as tendências dos resultados das características físicas de AA, PA,
MEA, TRF e VLD das massas com óxidos foram próximos ao da massa sem
óxido, para temperaturas de queima até 850ºC, tendo variação significativa acima
deste valor (Tabelas II a IX). As adições dos óxidos não causaram, em geral,
diminuição destas propriedades físicas. Ao contrário, em geral, observou-se efeito
benéfico da adição dos óxidos, dependendo da temperatura. A análise dos
resultados na maior temperatura de queima de cada massa mostrou o efeito
fundente dos óxidos e/ou o efeito de incremento na resistência mecânica.
Exceção foi a massa com óxido de cádmio queimada a 950C que não
apresentou estes efeitos benéficos (Tabela II). O ensaio preliminar, no entanto,
mostrou que acima desta temperatura o óxido de cádmio pode beneficiar a
queima da massa argilosa. O aumento da massa específica aparente (MEA) com
o aumento do teor de óxido decorre, ao menos em parte, da maior densidade dos
óxidos adicionados em relação à densidade da argila. O efeito da variação do teor
de óxido de 0,3% a 10% nas propriedades físicas varia conforme as condições
experimentais: há casos em que a variação não é significativa, há casos em que
não se observa correlação direta entre o teor de óxido e as propriedades, há
casos em que o aumento do teor de óxido resulta em melhoria de propriedade e
há casos, como na resistência mecânica das massas com óxidos de níquel e
Anais do 47º Congresso Brasileiro de Cerâmica
Proceedings of the 47th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society
1096
15-18/junho/2003 – João Pessoa - PB - Brasil
zinco a 1050C, que um máximo é observado com 3% de óxido (Tabelas VI e
VII). Estes resultados indicam que a presença de algum dos metais chumbo,
cromo, cobre, níquel, zinco, manganês, cobalto e, provavelmente, cádmio em um
resíduo a ser incorporado em uma massa de cerâmica vermelha não deve por si
só acarretar em deterioração das características físicas do produto quando
adicionado até o teor de ~10% na forma do respectivo óxido.
4 CONCLUSÕES
.
Os resultados das características físicas indicam que a presença de algum dos
metais
chumbo,
cromo,
cobre,
níquel,
zinco,
manganês,
cobalto
e,
provavelmente, cádmio em um resíduo a ser incorporado em uma massa de
cerâmica vermelha não deve por si só acarretar em deterioração das
propriedades físicas do produto quando adicionado até o teor de ~10% na forma
do respectivo óxido. Em geral observou-se o efeito fundente dos óxidos e/ou o
efeito de incremento na resistência mecânica.
Ressalta-se que os limites de teor de óxido e temperatura de queima
estabelecidos acima devem ser entendidos como valores relativos e restringemse, em princípio, às condições deste trabalho. Os resultados servem como uma
base de informações para se antever aproximadamente as condições de
incorporação, mas os limites devem ser estabelecidos para cada resíduo e nas
condições de processamento do produto cerâmico.
TOXIC METALS ADDITION IN CERAMIC POWDER AND EVALUATION OF ITS
STABILITY AGAINST LEACHING AGENT. PART I PHYSICAL PROPERTIES
EVALUATION
This paper present the addition effects of cadmium, lead, cromium, cooper, nickel,
zinc, manganese and cobalt in ceramic powder used to produce structural bodies.
To this study, 0,3%, 1%, 3% and 10% of each metal oxide was additioned
separeted in the powder. The bodies obtained by pressing, was sintered at 650 ºC
and 850 ºC (all powders), 950ºC (powders with cadmium or cooper), 1000ºC
(powders with lead or manganese) and 1050ºC (powders with cromium, nickel,
zinc and cobalt ). The follow properties was determined: modulus of rupture at
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Proceedings of the 47th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society
1097
15-18/junho/2003 – João Pessoa - PB - Brasil
room temperature; bulk density, dimensional linear change, water absortion and
apparent porosity.
Key-words: ceramic, oxide, physical properties, toxic metals
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