SEMINÁRIO – 7 : INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Por: Gabriel Avellar, Carlos Augusto e Tainá Ferreira Id.: M. S. D., 55 anos, feminina, negra, solteira, costureira, natural e residente em Itaguaí. QP: “Tonteira e falta de ar.” HDA: Paciente relata início há oito anos de dispnéia aos grandes esforços, que progrediu lentamente para dispnéia em repouso e ortopnéia. Procurou atendimento médico, sendo prescrita digoxina, de que fez uso por dois meses, sem obter melhora. Há dois anos, notou o aparecimento de edema vespertino frio, mole e indolor em ambos os pés, que ascendeu posteriormente até os joelhos. Há seis meses, começou a sentir um desconforto no andar superior do abdome, acompanhado de saciedade precoce e plenitude pós-prandial. Nesta época, relata que houve melhora da ortopnéia. Há três dias, refere o início súbito de palpitações, tonteira e piora da dispnéia, sendo internada para tratamento. HPP: Faringoamigdalites de repetição na infância. Pneumonia há um ano. Negou HAS, DM, cirurgias, hemotransfusões e alergias. H Fam.: ndn. H Fis.: Negou sexarca. Menopausa há três anos, sem TRH. H Soc.: Boas condições de moradia. Alimentação balanceada. Negou tabagismo. Etilismo social. Vida sedentária. Negou viagens ou coabitação com animais. Ao exame, vigil e orientada, hidratada, corada, cianótica +/4+, ictérica ++/4+, afebril. Dentes em mau estado de conservação. Linfonodos submandibulares bilaterais, o maior com 2 cm, elásticos, móveis e indolores. Tireóide impalpável. Carótidas sem sopros. Turgência jugular bilateral móvel. PA=125 X 80 mmHg, FC=134 bpm, PR(pulso radial)=98 bpm, FR=36 irpm. AR(aparelho respiratório): tórax atípico, expansibilidade preservada, MVUA com estertores crepitantes bibasais. ACV(aparelho csdiovascular): Ictus com 1 polpa digital, no 4° EIC(espaço intercostal), LHCE(linha hemiclavicular esquerda). RCI, B1 hiperfonética, P2>A2, estalido protodiastólico, SD++/4+ em FM(foco mital) sem reforço pré-sistólico, SS++/4+ e B3 em FT(foco tricúspide), intensificados à inspiração profunda. Abdome globoso, peristáltico, um pouco tenso, com cicatriz umbilical plana. Fígado doloroso a 6 cm do RCD, borda romba, superfície lisa, consistência firme. Sinal do piparote presente. Traube ocupado. MMII com edema mole, frio e indolor simétrico até as raízes das coxas. Sinal de Homans negativo. Hiperpigmentação e discreto eritema nos terços distais de ambas as pernas. Pulsos distais sem anormalidades. Paciente feminina, de 55 anos que chega se queixando de tonteiras e de falta de ar. Então ela tem um sintoma respiratório que é a dispnéia e um sintoma neurológico que é uma tonteira . E ela relata que há oito anos ela começou uma dispnéia aos grandes esforços que progredindo lentamente até dispnéia em repouso, então durante oito anos, com ortopnéia. Ortopnéia é um subtipo de dispnéia que sugere realmente uma origem cardiogênica, especialmente no coração esquerdo , porque pode levar a congestão pulmonar . E só lembrar ortopnéia é quando o paciente adota o decúbito dorsal, geralmente, e sente falta de ar , aí tem que se sentar para melhorar , ou não consegue ficar no decúbito à zero grau , aí tem que ficar reclinado . É um pouco diferente de outro tipo de dispnéia típica da ICC que é a dispnéia paroxística noturna , então o paciente deita e até consegue dormir e aí algum tempo depois ele acorda com muita dispnéia , tem que levantar para melhorar , o que acontece na dispnéia paroxística noturna , o paciente deita , aumenta o retorno venoso imediatamente , só que ainda não é suficiente para causar congestão pulmonar , aí começa a dormir , os edemas que se formaram ao longo do dia vão absorvendo e vai expandindo a volemia , até que o coração disfuncionante não consegue mais manejar a volemia aumentada e começa a dar congestão pulmonar , aí é que vira dispnéia . Ambas têm o mesmo siginificado clínico nessa situação, mas são um pouco diferentes, a gente que ver em cada caso o que está acontecemdo , ou até se ambas acontecem . O médico deu digoxina ( um digitálico que aumenta o inotropismo,aumento da força de contração do miocárdio) , é uma diagnóstico usado para IC de alguns tipos , só que usou durante 2 meses e não melhorou . Há dois anos, notou o aparecimento de edema vespertino frio, mole e indolor em ambos os pés, que ascendeu posteriormente até os joelhos, é um edema compatível com ICC , e há seis meses, começou a sentir um desconforto no andar superior do abdome, acompanhado de saciedade precoce e plenitude pós-prandial.Saciedade precoce uma ingestão de alimentos abaixo do habitual por causa da saciedade , plenitude pós – prandial é quando a pessoa come alguma coisa e depois fica durante um bom tempo com a sensação de que acabou de comer um prato cheio . O que pode causar isso?Alteração no estômago, por exemplo, uma doença infiltrativa gástrica que reduz a complacência gástrica , ou um grande tumor no estômago , ou alguma cousa comprimindo o estômago, uma compressão extrínseca , que qualquer estrutura que tinha naquela região , uma massa linfonodal , por exemplo outras coisas mais, uma esplenomegalia volumosa. Tem que ver o que está acontecendo. Relata melhora da ortopnéia sem medicamentos e há três dias início súbito de palpitações , tonteiras e aí piora da dispnéia, um evento agudo , e foi internada para abordagem . Palpitação é uma sensação patológica dos batimentos cardíacos é a sensação de que algo não está normal, está anormal incomoda o paciente preocupa o paciente ,e palpitação ocorre em pessoas ansiosas , pacientes que tem taquicardia por qualquer motivo , anemia, tireotoxicose , síndromes hipercinéticas , ou então alguma arritimia .Uma alteração no ritmo cardíaco é percebido como palpitação , nem todas as pessoas que tem uma arritmia vão sentir palpitação ,isso é muito comum , mas alguns percebem, neste caso parece uma coisa bem marcante , bem aguda que veio acompanhada de outros sintomas , neste caso como vieram outros sintomas , provavelmente é uma palpitação associada a arritmia mesmo , que pode ter alterado até o débito cardíaco , a função cardíaca , porque tonteira é um sintoma anterógrado de disfunção cardíaca , ou seja , é um sinal de baixo débito , e uma dispnéia aguda em repouso com palpitação é um sintoma retrógrado , um sintoma congestivo provavelmente . Quais são os primeiras informações de paciente que chega com palpitação, quais as primeiras informações sobre essa provável arritmia, porque a arritmia pode ser intermitente , pode cessar de repente então se chega com arritmia é a oportunidade de registrá-la e fazer o diagnótico eletrocardiográfico , não pode ficar demorando muito . Primeiro contar a freqüência, tem que ver em quanto está a freqüência, isso é fundamental , se ela está normal , se está diminuída , se está aumentada , e aumentado qnto, se estiver , quanto para dar a pista de que arritmia pode ser .E outra informação, ainda mais se o ritmo tiver irregular , se tem diferença entre a contagem no pulso periférico e no precórdio , se tiver diferença é porque o pulso está menor que no precórdio . O ritmo muito irregular vai haver diátoles muita curtas , o coração não enche , não tem débito sistólico , não dá onda de pulso , mas ele bate , a gente ausculta as bulha , mas não palpa o pulso periférico , isso é chamado de déficit de pulso ,ou dissociação pulso precordio , ou anisocardiosfigmia .Se perguntarem para vocês na prova prática , qual é a primeira hipótese que vocês dão se tiver isso ? FRIBILAÇÃO ATRIAL,mas existem outras arritimias que também causam isso , inclusive quando tem muitas extrassístoles.O diagnóstico de certeza de uma arritmia para identificar o tipo é eletrocardigráfico , o exame físico pode sugerir algum tipo, dentro de um contexto clínico . Fibrilação ventricular por conceito, o ventrículo não tem débito , então equivale a uma parada cardíaca. Tanto a assistolia quanto fibrilação ventricular são formas de parada cardíaca então se ñ for revertida vai levar ao óbito por falta absoluta de débito cardíaco. Então palpitações, contar freqüência, vê se tem dissociação pulso-precórdio , vê se tem irregularidade e vê exatamente isso porque tem taquicardia que o pulso se mantém regular pode bater a 200 mas regular, e outros são irregulares , então isso direciona para certos tipos de arritmias . Então ver freqüência , se é regular ou não , e se tem dissociação pulso-precordio. . Tem sintomas compatíveis de ICC ,pacientes de uma certa idade , sintomas de congestão, de baixo débito , uma outra alteração cardíaca surgiu ,que são as palpitações, então tudo sugerindo doença cardíaca como causa dos sintomas , tem também edema periférico. Só que usou uma droga inotrópica positiva e não melhorou e a dispnéia em um certo momento começou melhorou sozinha . Na HPP ele tinha faringoamigdalite de repetição na infância , que é fator de risco para febre reumática , que é uma doença que pode acometer o coração , pode acometer tanto o miocárdio como o pericárdio , ou endocárdio ,mas costuma ser mais lesiva para o endocárdio , levando a alterações irreversíveis das válvulas cardíacas, é a endocardite reumática , que é uma endocardite não infecciosa , estéril, reativa , porque ela é pós –estreptocócica. Então o indivíduo tem uma infecção do trato respiratório , vai curar ? E depois ou no final vem esse quadro reacional e tem a lesão de válvulas cardíacas . E uma pneumonia há um ano, com 55 anos porque que só agora na vida, ela vai ter pneumonia ? Pneumonia geralmente entre zero e 10 anos de idade é comum uma criança ter alguma pneumonia, até bebês têm, mas ela só tem 55 anos , que foi ter pneumonia, é porque ela pode ter algum fator predisponente para pneumonia , e a gente ouve pela história que ela pode ter congestão pulmonar e isso é um fator predisponente para pneumonia, então tem que buscar alguma explicação . Negou HAS, que talvez, se não a principal ,uma das principais causas de disfunção ventricular esquerda ,né HAS ,a outra grande causa é doença coronariana levando a isquemia e ao IAM e negou HAS . Negou DM que é fator de risco enorme para doença cardiovascular .Negou cirurgias prévias ,hemotransfusões e alergias . História Familiar - nada digno de nota. História Fisiológica - nada de muito importante . Ela já teve a menoupausa , não fez reposição hormonal . História Social - Negou tabagismo que também é outro fator de risco cardiovascular . Etilismo social , que se confiarmos nesse social tudo bem .Vida sedentária . Até aí fator de risco questionável para doença cardiovascular . Negou viagens .Lembrando que o Brasil , há regiões endêmicas de parasitoses e outras doenças que podem acometer eventualmente o coração como doença de Chagas . E negou coabitação com animais. Então , assim ,o restante da história de importante acrescentou apenas essa possível ocorrência de febre reumática na infância , que pode ter deixado seqüelas valvares , com possível intercorrência agora na fase adulta . Ao exame físico está vigil orientada, o estado de cognição está preservado apesar da tonteira, se estivesse tonta, mas com alterações cognitivas, a gente poderia talvez pensar em acometimento neurológico central primário , por exemplo ,paciente pode ter uma cardiopatia , formar trombos intra-cardíacos especialmente no átrio esquerdo , na aurícula esquerda ,solta e tem AVE , então ela poderia estar tonta e com alterações neurológicas outras ,só um exemplo . Está hidratada . Se ela tem edemas ela tem um excesso de líquido corporal ,por conceito puro e simples , purismo de conceito ela estaria hiperidratada , mas quando a gente avalia hidratação do paciente o que a gente quer saber e se tem débito cardíaco perfundindo bem os tecidos e mantendo a hidratação dos órgãos e das mucosas, independentemente de ter edema ou não , edema é um liquido no momento inúltil ,só atrapalha,____________ . Está corada,se tivesse com anemia ,poderia ter o significado de a anemia gera sd hipercinética , aumento de demandas pode levar até uma descompensação de uma cardiopatia prévia , uma anemia mais grave pode levar por si só a uma IC de alto débito , quando uma sobrecarga cardíaca contínua. É também temos que passar em doenças cardíacas , que podem cursar com anemias , cardiopatias congênitas não podem dar anemias ,se houver shunt direita- esquerda ,vai ter hipoxemia crônica , vai gerar policitemia, ficaria hipercorado . Uma cardiopatia infecciosa poderia gerar anemia ,não só pela infecção em si que é uma anemia que a gente chama de doença crônica por doença crônica devido a citocinas ,é uma anemia inflamatória de natureza inflamatória , mas por exemplo ,uma miocardite pode gerar pode gerar por hiperreatividade uma anemia hemolítica auto- imune transitória ,por exemplo as infecções podem gerar anemias por diferentes mecanismos . Se ela tivesse certas valvulopatias , alteração estrutural valvar importante ,especialmente se já tivesse feito colocação de prótese metálica poderia ter uma anemia hemolítica macroangiopática ,por traumatismo das hemácias quando passam pela estrutura.Existem cardiopatias que podem cursar com anemias . Está cianótica((+/4+) está com dispnéia em repouso , então essa cianose a gente vai acreditar nela, que é compatível com o quadro . Cianose costuma indicar hipoxemia grave quando ela é central. No caso de uma ICC essa cianose deveria ser mista , porque tem pela congestão uma diminuição de fluxo , estase periférica ,e aí aumento de consumo da hemoglobina das hemácias ,como tem hipoxemia pela___31:15 cardiopulmonares que alteram as trocas gasosas, então uma cianose mista , tanto central, como periférica .Está ictérica 2+ / 4 + .Então se está ictérica qual é a primeira dúvida que que surge , se a bilirrubina que está aumentada é direta ou indireta conjugada e não conjugada , então tem que perguntar sobre as fezes e urina .Como está a urina ? Se tiver escura é a conjugada, deve ser uma doença de natureza hepatobiliar , se a urina não muda de cor pode ser uma anemia hemolítica. E as fezes vai ser o contrário da urina, se a urina fica escura e fezes ficam claras ,e vice –versa , se a urina não se altera , as fezes ficam hipercoradas como na hemólise por exemplo . E aí perguntar se tem alguma doença hepática prévia ,a quanto tempo notou que está ictérica . É pensando em ictérica pode ter alguma coisa relacionada com o coração ? A anemia hemolítica macroangiopática , embora não costume ter intensidade suficiente para gerar ictérica , a anemia hemolítica pode gerar, Paciente ictérico pode dar bradicardia , pois a bilirrubina, pode impregnar o nó sinoatral e gerar bradicardia, só que é muito incomum ,tem que afastar tudo para poder dizer que é por isso . Pensando em coisas mais simples talvez a mais imediata de pensar seja uma hepatopatia congestiva ,a congestão aumenta a pressão venosa central, cava inferior transmite para o fígado ,aí o fígado fica congesto assim como tem edemas periféricos tem o edema intra-hepático que pode causar até disfunção hepática transitória, vai ter aumento das enzimas hepáticas , que não é sinal de disfunção é o sinal de lesão . Agora de disfunção pode ter uma ictérica com predomínio bilirrubina direta, conjugada pode ter alteração de que parâmetro laboratorial ? Distúrbio de coagulação, e qual exame que vai avaliar isso , em relação ao fígado ? O TAP(tempo para ativação da protrobina ) e que a um tempo a gente usa índices fornecidos por esse exame TAP ,que é o INR que é um valor q nós usamos mais hoje em dia , que o normal, é uma ponderação com o controle laboratorial,o normal é ser em torno de 1 . Se aumentar ficar distante de 1 , ficar 1,5 ,2, 2,5 , ele está alterado em relação a um controle , então quer dizer que a coagulação está comprometida . E por que o TAP? O TAP mede mais a via extrínseca que se inicia com a fator VII ,e alguns fatores são dependentes de vitamina K para síntese hepática ,então quando essa via metabólica incluindo o fígado está comprometida , vai gerar alteração preferencialmente do TAP , esses fatores dependentes da vitamina K são fatores II ,VII ,IX , X e as proteínas contra-reguladoras C e S , então isso é altamente dependente do fígado .O fígado armazena vitamina K , produz a bile fundamental para a absorção intestinal da vitamina K , para manter os estoques e o fígado que produz estes fatores usando a vitamina K , então ele é peça chave se estiver disfuncionante vai alterar o TAP. A albumina eu posso dosar , é um indicador de disfunção hepática , só que não é indicador precoce não chega a ser tardio , porque a albumina tem uma meia-vida maior , mais longa, que a dos fatores de coagulação . Fator de coagulação tem uns com meiavida de horas , então se parar a síntese a coagulação vai se alterar em horas .A albumina tem uma meia-vida de cerca de 18 dias. Leva mais tempo para alterar a albumina. O paciente agudizou o quadro há três dias. Não vai dar tempo de alterar a albumina. Mas, o TAP vai alterar. Então, a gente dosa com mais freqüência o TAP. O paciente está afebril o que fala contra um quadro infeccioso agudo. Mas, não destrói completamente, mas , fala, principalmente, se a paciente for mais idosa que é mais comum ter uma infecção sem ter febre. Dentes em mal estado de conservação aumentam muito a flora bacteriana da cavidade oral. O que é um fator de risco para dois tipos de infecção: endocardite e abscessos pulmonares. Endocardite é causado mais freqüentemente por Streptococcus viridans e flora da cavidade oral. Os abscessos são causados por aspiração de flora bacteriana da cavidade oral aumentada. Linfonodos submandibulares bilaterais o maior com dois cm elásticos, móveis e indolores. Como classificaria esses linfonodos? Não se encaixa em nenhuma classificação. Não é neoplásico, nem linfoma, nem reacional. Reacional não é indolor, principalmente, um com dois cm o volume variou bastante. Ele iria doer bastante, formando uma íngua. Poderia ser mas não é comum. Eles seriam linfonodos residuais de infecções prévias são seqüelas antigas, não tem relação com a doença atual ela tem uma história patológica pregressa compatível com a existência de linfonodos submandibulares residuais. É comum as pessoas normais terem linfonodos submandibulares residuais devido a infecções altas prévias assim como os linfonodos inguinais. Se fosse um linfonodo supraclavicular, aí... Tireóide palpável. A tireóide é fundamental examinar, porque a disfunção tireoidiana tem uma série de complicações que precisamos investigar. Carótidas sem sopros. Se tivesse sopro carotídeo além de transmissão de um sopro cardíaco poderia indicar um doença arterial aterosclerótica. Mas, não tem. Não significa que não tenha, pois pode ter doença arterial aterosclerótica coronariana, mas na carótida não tem. Nesse caso é obrigatório avaliar nesse caso, porque ele teve sintoma neurológico. Então, pode ter um componente de obstrução das carótidas contribuindo para um débito baixo cerebral. É fundamental examinar as carótidas com cuidado. Turgência jugular bilateral móvel (Quer saber se é patológica). Isso indica que existe aumento de pressão venosa central. Ou seja, já é uma dispnéia que eu não vou explicar puramente por uma pneumopatia, por uma alteração cardiopulmonar, ex: anemia, porque no final tem sinais de congestão. O fato de ser bilateral reforça isso. O fato de ser móvel indica o quê? Isso indica que é uma etiologia não obstrutiva (As jugulares são um paradigma tem pulso). Indica que tem comunicação com o átrio direito que é onde a cava superior desemboca aí transmite as alterações pressóricas e do ciclo cardíaco do átrio direito. Se fosse uma causa obstrutiva (ex: trombose, uma compressão extrínseca ao vaso) tiraria a comunicação com o átrio direito. A jugular seria fixa. Não seria móvel. Não teria pulso. PA: 125 X 80. Pressão arterial está corroborando com o que a paciente falou que não tem HAS. FC: 134 b.p.m. Pulso Radial: 98 b.p.m. Ela tem dissociação pulso precórdio. Uma dissociação pulso precórdio com uma FC de 130 b.p.m. deve ter uma alteração no ritmo, porque um ritmo regular a 130 b.p.m. dificilmente iria gerar um déficit. O ritmo é regular. Logo, as diástoles tem a mesma duração. O débito deve ser o mesmo. Há alguma possibilidade de um ritmo cardíaco regular gerar déficit de pulso? Respostas da turma: Pericardite constrictiva, porque teria uns pulsos palpáveis e outros não, mas o débito vai ser o mesmo sempre por isso não pode ser uma pericardite constrictiva. Dissecção aórtica e estenose aórtica não causam variação no débito, o déficit de pulso se deve a um motivo anatômico, por isso estava errado. Extra-sístole, arritmia e Bloqueio atrioventricular o déficit de pulso acontece devido a um ritmo irregular. Existe uma alteração no pulso chamada de pulso alternante. O paciente com uma disfunção sistólica de VE muito acentuada, aqueles pacientes com ventrículo muito dilatado que contrai com dificuldade podem ter alternadamente contrações eficazes e pouco eficazes. Um batimento mais forte e outro mais fraco com ritmo regular. Não é uma arritmia. Apenas a força de contração é que não sustenta em todas as sístoles. É muito raro. Uma disfunção sistólica de VE muito grave. Uma cardiopatia dilatada em estágio bem avançado. FR: 36 i.r.p.m. Pacientes com dispnéia. Taquipnéia. Tem vários motivos possíveis. Já era esperado. Tórax atípico, expansibilidade preservada, murmúrio vesicular presente universalmente com estertores crepitantes bibasais. A paciente negou tabagismo. Então, o que preocuparia é que ela tivesse um DPOC. Mas, não tem história predisponente ao tabagismo, nem tem alterações de tórax que expliquem o DPOC. Não tem história suficiente para explicar tantos sintomas. Tem crepitações bibasais podem ser aceitáveis se forem discretas no paciente muito idoso que o pulmãozinho já é mais colabadinho. Pessoas acamadas que não respiram muito bem ao você virar podem ter algumas crepitações que não é o caso da paciente. Pode ser uma pneumonia por exemplo? Não parece provável, porque não tem febre, queda do quadro geral, tosse, secreção, seria em um dos dois pulmões localizado, dificilmente nos dois pulmões e nas bases simétrico como se apresenta. Então, pneumonia não parece provável. Não tem quadro clínico de uma pneumonia bacteriana comunitária convencional. A pneumonia costuma ser uma lesão difusa? Não, costuma ser uma lesão localizada. Então, eu teria uma assimetria de achados. Eu teria crepitações em uma parte do pulmão. Não nas duas bases simétrico como está aqui. Então, pneumonia não parece provável. Se crepitasse as partes superiores do tórax eu poderia pensar em outras causas,como pneumopatia intersticial difusa. Algumas podem predominar nos ápices pulmonares. Mas, não é o caso. Então, crepitação simétrica em bases pode ser por congestão pulmonar uma causa cardiogênica. O paciente tem dados que falam a favor de ICC e dados que falam contra. No cardiovascular, ictus com 1 polpa digital, extensão normal, no 4º espaço intercostal, na linha hemiclavicular esquerda, localização normal. Ictus normal. Isso indica que existe cardiomegalia? Hipertrofia concêntrica pode ser. O que eu espero encontrar na hipertrofia concêntrica ao exame físico? Ictus propulsivo. Aquele que tem a duração aumentada, ele levanta o dedo e sustenta grande parte da sístole. O ictus normal tem duração curta levanta o dedo e logo abaixa, dura menos da metade da sístole. Isso sugere hipertrofia miocárdica concêntrica. Outro achado é a 4ª bulha, porque o átrio contrai contra um miocárdio duro hipertrofiado. Além disso, qual a causa mais comum da hipertrofia concêntrica do miocárdio? HAS. Ela não tem HAS. Então, não parece ser esse o caso. Ou seja, é uma ICC com um ictus normalzinho. É um ictus espetacular. Ele tem ritmo cardíaco irregular que eu até já esperava porque quando eu medi o pulso a freqüência eu vi a dissociação pulso precórdio. Tem uma primeira bulha hiperfonética. Quais são as possibilidades? A taquicardia aumenta a fonese da primeira bulha. Imagina o AE, VE e a válvula Mitral. Diástole curta. No começo da diástole, está esvaziando o átrio e estão abrindo as válvulas , está caindo sangue lá no ventrículo, começando a encher o ventrículo e se de repente vem uma sístole. As válvulas estão completamente abertas. O ventrículo, praticamente, vazio. É aquela história. Imagina uma porta bem aberta e começa a ventar ela vai bater com força. Está muito aberta. É a mesma coisa com a válvula. Se vem a sístole e ela está muito aberta ela vai bater com muita força. Ela percorre um caminho maior para bater. A pancada é maior, a fonese é maior. Diástole longa o sangue desce todo do átrio então aquele jato que estava abrindo a válvula já não tem. O ventrículo encheu vai empurrando a válvula mitral para a posição fechada. Aí ela fica quase fechada, praticamente, flutuando no sangue. Quando vem a sístole... Então, uma porta quase fechada, ventou, deu uma pancadinha. Então, a fonese é baixa. Então, quanto mais rápida é a freqüência cardíaca mais alta deve ser a fonese e quanto mais bradicárdico for o paciente a tendência é a fonese ser mais baixa. Qualquer causa se taquicardia tende a aumentar a fonese das bulhas. Isso inclui os estados hipercinéticos. A fibrilação atrial. A ventricular é parada cardíaca não tem fonese nenhuma. O coração não bate. A atrial o ritmo é completamente irregular. Então, o que acontece a fonese das bulhas tanto B1 quanto B2 vai ser variável. Cada batimento vai ter uma diástole com uma duração diferente. Então, cada fonese vai ser diferente da outra, Daí como eu vou classificar no paciente? Só auscultando ao máximo. Se alguns batimentos chegam a ser hiperfonéticos é hiperfonético, mas ele vai ter eles completamente variáveis. Inclusive é uma ausculta que fica dificultada, porque o ritmo é completamente irregular, não se sabe quando vai vir o som e a fonese é completamente variável é difícil de ter um padrão durante o exame. Então, qualquer forma de aumento da freqüência. Qualquer coisa que aumente a força de contração ventricular. Então, são os casos em que há hipertrofia miocárdica em que o músculo fica mais forte. HAS, cardiopatia hipertrófica, durante fases iniciais, enquanto tem a formação de hipertrofia, depois com o avanço da doença, começa a ter dilatação, começa a ter muita alteração do próprio miocárdio, área de fibrose, a irrigação coronariana não acompanha, aí a coisa degringola, mas inicialmente a contração aumenta e aumenta a fonese das bulhas. E uma causa mais rara é a estenose mitral. A estenose mitral, tirando a estenose tricúspede que é mil vezes mais rara, é, praticamente, a única valvulopatia cardíaca que causa hiperfonese. Todas as demais são hipofonéticas tanto de B1 quanto de B2. Só que, o que acontece na estenose aórtica? Parte do débito cardíaco que deveria ir para o leito aórtico fica retido no ventrículo. As principais alterações vão ser a hipofonese mitral e pode dar bradicardia. Já que você tocou no assunto como fica a B2 na estenose aórtica? O que causa a fonese da válvula aórtica? Quando a pressão na raiz aórtica fica maior que no ventrículo esquerdo aí a válvula bate por causa dessa pressão. Na estenose aórtica, como está a pressão na raiz da aorta? Passou muito sangue pra lá? Menos, porque está estenosado aonde. Como está a pressão no VE? O miocárdio hipertrofiado tendo que contrair ao máximo, uma super pressão. Então, o gradiente pressórico que bate na válvula aórtica é mínimo, então a fonese é baixa. Então, tanto o B1 é hipofonético quanto B2. Se a doença evoluir, começar a ter disfunção de VE importante, congestão, pressão arterial pulmonar secundária, aí eu passo a ter hiperfonese de P2. Sobrecarga da pulmonar aí é outra história. Mas, no início, a valvulopatia por si só hipofonese de B1 e B2. Todas elas tendem a ser isso. Exceto a estenose mitral que tem hiperfonese de B1. Bom, tem um estalido protodiastólico. Antes disso, P2>A2. Na estenose mitral menos sangue vai para o tracto de saída do VE. Então, o componente A2 vai estar diminuído e pela congestão pulmonar causada, a segunda bulha pulmonar (P2) vai estar sobrecarregada. Então, P2>A2 é explicado. O estalido protodiastólico nos diz praticamente a causa que é a estenose mitral. Um sopro diastólico característico e um sopro diastólico no foco tricúspide. Representação do fenômeno auscultatório no esquema. B1 hiperfonética B1 grande A2 hipofonética pequena P2 hiperfonética grande Quando a mitral se abre há um estalido de abertura que é protodiastólico. Ela abriu com um estalido o sangue passa com dificuldade turbilhonando pela válvula estenosada formando o sopro. Quais são as características desse sopro da estenose mitral? É um sopro diastólico que encobre a bulha? Não, ele veio do estalido. As válvulas abriram...(não entendi! 01:13:12)...já batera, a mitral vai abrir, aí depois que vem o sopro. Então, o sopro começa depois daí. É um sopro que pode ser, então, meso ou telediastólico. Ele não é protodiastólico. É um sopro intenso? Não, é um sopro de timbre grave, baixo, difícil de ouvir. É um soprinho discreto. Lá pro meio da diástole, quando diminui o fluxo pela válvula, ele pode até tender a sumir. Perto da próxima sístole, vai haver contração do átrio esquerdo. O átrio contrai contra a válvula estenosada, o sangue turbilha de novo, então costuma ter o chamado reforço pré-sistólico. O sopro encobre a primeira bulha? Não. Ele chega até a bulha? A bulha é quando a mitral bate, não é? Então o que acontece: quando o ventrículo esquerdo começa a contrair na sístole, como é que está a pressão do átrio e do ventrículo? O sangue estava caindo, então a pressão do átrio era maior. Na estenose mitral, a diferença é maior ainda. O átrio esquerdo é hipertenso pois o sangue não vai passar, já que tem “uma coisa” estrangulando a passagem dele. O átrio esquerdo tem pressão muito alta. Começa a sístole ventricular, então a pressão no VE vai aumentando, até que começa a se contrapor ao fluxo átrio-ventricular. Vai igualando a pressão, aí pára o fluxo. Continua a aumentar a pressão no VE até que supera a pressão do átrio e a mitral fecha. Então, o fluxo átrio-ventricular que gera o sopro vai diminuindo até acabar. Aí depois que a mitral fecha. Ou seja, é separado da bulha. É claro que na prática, os sons são quase juntos, mas na realidade, o sopro não encobre a bulha. Além disso, As propriedades desse sopro: é um sopro de timbre grave, logo, mais audível com a campânula frouxamente aplicada; se for difícil de ouvir na válvula mitral, o paciente pode adotar a posição de semi-decúbito lateral esquerdo pra melhorar a ausculta. Então, é basicamente isso. Bom, essa paciente, que tem o ritmo cardíaco irregular, com taquicardia e dissociação pulso-precórdio, provavelmente tem uma FA (Fibrilação Atrial). Como deve ser o tamanho do átrio esquerdo dessa paciente? O VE é pequeno e o átrio esquerdo é aumentado. Quanto maior o átrio esquerdo, mais predispõe à fibrilação atrial. O tamanho do átrio esquerdo é muito correlacionado. Quando o átrio esquerdo cresce muito, é quase certo dele fibrilar. O normal do átrio esquerdo é até 4 cm de diâmetro. Então átrio de 6 ou 7 cm, se já não está em fibrilação, em algum momento vai estar. Quando fibrila, além de alterar as foneses das bulhas e alterando os tempos de diástole , altera as pressões cavitárias e a intensidade dos sopros, o que vai sumir na FA? O reforço pré-sistólico, porque átrio grande não bate. Ou seja, o paciente com FA jamais terá B4, que depende da contração atrial, nem reforço pré-sistólico no sopro de estenose mitral. Então, na prova prática, se houver suspeita de FA, jamais digam que tem B4 e reforço pré-sistólico. Na estenose mitral chega mais ou menos sangue no VE? Menos. Então VE fica mais atrofiado. Por isso o ictus tem um tamanho pequeno. O VE trabalha com pouco sangue. E isso já explica pra nós porque a paciente usou digitálico e não funcionou: porque não tem problema com a contratilidade do VE, não adiantou nada aumentar a contratilidade de VE. O sangue não chega lá, o problema vem antes, é na passagem do sangue do átrio para o ventrículo. Ou seja, foi um medicamento mal prescrito e que não trouxe benefício. Há também um sopro sistólico e B3 no foco tricúspide. O que deve estar acontecendo? A paciente teve uma possível febre reumática na infância e há diversos anos tem sintomas compatíveis com disfunção cardíaca. Ela deve ter uma valvulopatia que está evoluindo há muito tempo e isso sobrecarrega a circulação pulmonar e acaba gerando hipertensão arterial pulmonar. E fica P2 maior que A2 e há sobrecarga das cavidades direitas. Lembrem-se de que o VD é um ventrículo fraco, ele vai ficar disfuncionante, vai começar a dilatar, aí ele dilatando pode surgir uma terceira bulha de VD, como está aqui. E dilatando o VD, o anel da válvula tricúspide aumenta, aí a válvula não veda mais. Então gera uma insuficiência da tricúspide. A anatomia da válvula tricúspide está normal, os folhetos estão fininhos, só que o anel está aumentado. É uma insuficiência de fato, ela não está vedando, mas a válvula está preservada. Agora, no caso dessa paciente, com possível histórico de febre reumática, pode ter havido comprometimento da tricúspide também, pode haver uma insuficiência tricúspide pela febre reumática. Teria que fazer um ECO para ver a anatomia da válvula. Outra coisa, se eu tiver muita dificuldade de ouvir sopro, o que eu posso fazer para aumentar a audibilidade dele? Eu tenho que fazer uma manobra que aumente o gradiente entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo, que vai intensificar o sopro. Ou seja, eu tenho que aumentar a quantidade de sangue que chega ao meu átrio esquerdo. Como eu faço isso? Eu peço para o paciente se exercitar. Com o exercício, ele taquicardiza, aumenta o retorno venoso, aí chega na válvula mitral estenosada, o sangue pára. Então o átrio fica com pressão maior, aumenta o gradiente átrio ventricular. Resposta de uma pergunta inaudível relacionada à manobra de Handgrip: Handgrip aumenta a resistência vascular periférica. Como vai ficar a pressão na raiz da aorta? Aumentada, o que dificulta a ejeção do VE. Com isso, o VE fica com mais sangue, o que aumenta a pressão dentro dele. O gradiente átrio-ventricular vai diminuir porque a pressão do ventrículo aumentou. Então, Handgrip vai diminuir o sopro. Os sopros tricúspides são intensificados com a inspiração mais profunda, que é a manobra de Rivero Carvalho. E a B3 também vai ficar mais intensa no ventrículo direito com essa manobra. Abdome globoso...globoso porque está aumentado em todos os diâmetros. Abdome peristáltico, um pouco tenso, porque pode ter algo ocupando a cavidade, com cicatriz umbilical plana. No abdome globoso, um abdome aumentado, a cicatriz umbilical fica mais funda, não é isso? Se a cicatriz está plana, sugere alguma coisa aumentando a pressão lá dentro. Tem o fígado a 6 cm do rebordo costal direito (RCD), normal é estar até 1 cm. Com borda romba, o normal do fígado é ter a borda fininha. Ou seja, é um fígado aumentado e anatomicamente já modificado. Superfície lisa, não tem nenhum nódulo, então não é um aumento de natureza neoplásica, por exemplo. De consistência firme, o fígado normal é macio, aqui ele está endurecido. Ou seja, é um fígado de congestão. E esse fígado é doloroso quando há um piora rápida da congestão. A paciente teve uma arritmia há 3 dias e piorou a hemodinâmica toda. Então distende a cápsula de Glisson (a cápsula hepática) e dói. Se a paciente for tratada e melhorar a congestão, mesmo com o fígado modificado e ele vai permanecer assim, a dor vai melhorar. Sinal do piparote presente (aquele peteleco que dá de um lado e sente a transmissão da onda líquida do outro) é um sinal de ascite. Ou seja, além dos edemas periféricos, tem os edemas cavitários. Espaço de Traube ocupado sugere esplenomegalia, mas a própria ascite volumosa pode ocupar o espaçp de Traube. Tem o edema de MMII que se estende até as coxas, com sinal de Homans negativo, que fala contra TVP. E tem alterações da pele, hiperpigmentação dos espaços mais distais e eritema. Eritema pode ser infecção né? Alguma celulite, não pode? Por que tem essa hiperpigmentação? È um crônico e lento extravasamento de componentes intravasculares, como hemácias, plasma, proteínas. E as hemácias que tem ferro, que vão gerar hemossiderina, que dá esse pigmento. Mas os outros componentes, como proteínas, no interstício, que é onde elas não devem estar, geram reação inflamatória. Então, isso aqui é chamado de dermatite de estase. É uma inflamação cutânea, só que não é infecciosa. E os pulsos distais sem anormalidades, então é uma alteração mais venosa. Bom, então, a paciente, de 55 anos, com provável febre reumática na infância, com valvulopatia mitral, que cursou com estenose, que aí evoluiu. Em um certo momento, pelo aumento...(não entendi! 01:39:43)...do átrio esquerdo, ela fibrilou. Teve uma IC aguda. Aí agudizou todo o quadro. Por que uma FA, no paciente com estenose mitral, piora tanto assim o paciente? O átrio pára de contrair, certo? E na estenose mitral, a contração do átrio é muito ou pouco importante? Muito importante, pois tem dificuldade de encher o ventrículo. Então a contração atrial, nesse caso, é mais importante que em pessoas normais. Além disso, toda taquicardia tende a diminuir o tempo de diástole. A dificuldade não é no enchimento ventricular? Se diminuir a diástole, vai piorar o enchimento ventricular. Então esse é outro motivo. Dúvida: O enchimento das coronárias não vai ficar prejudicado pela diminuição do tempo de diástole? Esse não é mais um motivo? R: Não. O VE é atrofiado, precisa de menos irrigação coronariana, então as coronárias estão com folga. O último motivo para que uma FA piore tanto o quadro de estenose mitral é o mesmo do exercício: qualquer aumento de freqüência, aumenta o bombeamento, aumenta o retorno venoso. O VD continua bombeando, então joga sangue para o átrio esquerdo. Com uma estenose, se vier mais sangue, ele não passa. Então piora a congestão, aumenta o gradiente AE-VE. Esse é mais um motivo pelo qual a estenose mitral descompensa tanto. Então, esses pacientes têm grande risco de fazer edema agudo de pulmão quando tem uma FA.