Introdução

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VI SEMEAD
ESTUDO DE CASO
ADM. GERAL
A EMPRESA AGROPECUÁRIA BRASILEIRA E A BM&F:
OS CASOS COOXUPÉ E FAZENDA SÃO BENTO
AUTOR:
LEANDRO DOBRE BAPTISTA DOS SANTOS
 Titulo Acadêmico: Aluno de Graduação em Administração de Empresas
 Instituição: Faculdade de Economia Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto,
Universidade de São Paulo
 Endereço: Rua Doutor Pedreira de Freitas, S/N – Apto.C1 – Moradia Estudantil –Cidade
Universitária , Ribeirão Preto – SP CEP: 14040-900
 E-mail: [email protected]
 Telefone: 11-9378 8424
-1-
A EMPRESA AGROPECUÁRIA BRASILEIRA E A BM&F:
OS CASOS COOXUPÉ E FAZENDA SÃO BENTO
RESUMO
A Bolsa de Mercadorias e Futuros pode funcionar como um instrumento de proteção(hedge)
contra as variações do mercado tanto para os interessados em vender os seus ativos como para o
mercado financeiro. Esta proteção se da graças a presença de interessados em compra e venda de
ativos, do mercado financeiro em geral e especuladores, que , devido ao contexto econômico
atual são estimulados a participar do mercado brasileiro.
Porém, algumas empresas não têm acesso a esse tipo de mercado e acabam perdendo
oportunidades de aumentar a rentabilidade e liquidez, já que empresas preparadas para operarem
na bolsa podem , a qualquer momento, “travar” o preço dos seus ativos em mercados futuros, ou
outra modalidade de derivativos comercializados em bolsa, no caso brasileiro mais
especificamente a BM&F.
Como estratégia para precaução contra a instabilidade do mercado e as variações dos preços,
afim de garantir a rentabilidade e a continuidade da atividade é importante a empresa poder atuar
na bolsa, direta ou indiretamente, mesmo que para isto tenha que incorrer em alguns custos
adicionais.
CORPO DO ARTIGO
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Resumo
Índice
Introdução
Objetivo Do Trabalho
Apresentação Do Problema
Importância Do Problema
Metodologia
A Bm&F
Os Contratos
Análise Do Volume Financeiro Da Bm&F
Fazenda São Bento
Cooxupé
Análise Setor
Boi
Café
Estudo Multicaso
Conclusões E Limitações
Referencias Eletrônicas
Referencias Bibliográficas
-2-
ÍNDICE
RESUMO ........................................................................................................................................ 2
CORPO DO ARTIGO ..................................................................................................................... 2
ÍNDICE ............................................................................................................................................ 3
1.1 - Objetivo do trabalho ............................................................................................................ 4
1.2 - Apresentação do problema .................................................................................................. 4
1.2.1 - Problema ...................................................................................................................... 4
1.2.2 - Hipótese preliminar ...................................................................................................... 4
1.3 - Importância do problema .................................................................................................... 4
2 - METODOLOGIA ...................................................................................................................... 5
3 – ANÁLISE E DISCUSSÃO ....................................................................................................... 5
3.1 – A BM&F- Bolsa de Mercadorias e Futuros ....................................................................... 5
3.2 - Os Contratos BM&F ........................................................................................................... 6
3.2.1 - Tipos ............................................................................................................................. 6
3.2.2 - Padronização ................................................................................................................ 6
3.3 - Análise Do Volume Financeiro Da Bm&F ......................................................................... 8
3.3.1 - Tabelas e Gráficos ........................................................................................................ 8
3.3.2 - Análise............................................................................................................................. 8
3.4 - Fazenda São Bento .............................................................................................................. 9
3.5 - COOXUPE – Cooperativa regional de cafeicultores em Guaxupé Ltda. ........................... 9
3.5.1-Estratégia financeira ..................................................................................................... 10
4 - ANALISE SETOR ................................................................................................................... 10
4.1 BOI ...................................................................................................................................... 10
4.1.1 Gráficos ........................................................................................................................ 10
4.1.2 Análise .......................................................................................................................... 10
4.2 CAFÉ ....................................................................................................................................... 10
4.2.1 Gráficos ........................................................................................................................ 11
4.2.2 Análise .......................................................................................................................... 11
5 - ESTUDO MULTICASO .......................................................................................................... 11
6 - CONCLUSÃO E LIMITAÇÃO ............................................................................................. 11
REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS: ............................................................................................... 12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ......................................................................................... 12
-3-
1 - INTRODUÇÃO
Este estudo surgiu afim de relacionar três empresas da área agrícola e identificar como
podem haver benefícios ou perdas nestas relações. As empresas escolhidas foram a bolsa
(BM&F), uma cooperativa (COOXUPÉ) e uma pecuarista (Fazenda São Bento)
1.1 - Objetivo do trabalho
Analisar a viabilidade de atuação no mercado de bolsa para a empresa agropecuária, sendo ela
produtora ou criadora de insumos, ou ainda revendedora, exportadora, manufatureira, tendo em
vista as oscilações dos preços do mercado.
1.2 - Apresentação do problema
1.2.1 - Problema
Uma empresa agropecuária pode se precaver contra riscos e instabilidade do mercado,
principalmente se analisar a situação brasileira, onde se enfrenta graves problemas econômicos
que “espantam” os investimentos(nacionais e internacionais) e causam desvalorização da moeda,
grandes dívidas e efeito bola de neve, agravado com a crise internacional, alem da situação de
instabilidade política?
1.2.2 - Hipótese preliminar
As empresas agropecuárias que possuírem capacidade de cumprir com as exigências
contratuais de padronização das bolsas podem se utilizar deste mercado para a obtenção de
liquidez e prevenção contra riscos
As empresas agrícolas ganham em liquidez, agilidade e proteção com a utilização das
bolsas, mas não são todos as empresas do meio agrícola que tem acesso a essas facilidades.
1.3 - Importância do problema
A tentativa de saber o preço dos produtos, seja ele atual (à vista) ou futuro (à prazo) é natural
aos consumidores e este interesse é despertado afim de se poupar ou ganhar dinheiro nas
transações. Da mesma forma as instituições financeiras e seus investidores(em maior volume as
empresas) se preocupam em obter ganhos cada vez maiores, mediante o conhecimento das
tendências e das variações dos preços. (SPINOLA,1998)
Com o advento da telemática, com a circulação de grandes fluxos de dinheiro e globalização
econômica, os preços dos ativos (tudo que se compra e vende) se tornaram mais voláteis, e a
gestão do risco cada vez se torna mais importante tornando-se a administração do risco
corporativo mais complexa. (SPINOLA,1998)
O ambiente externo de uma organização pode ser muito complexo , dependendo do tipo de
organização. Seja qual for o caso, a organização deve sempre procurar acompanhar as tendências
nos segmentos relevantes para a formulação de suas estratégias . Alguns dos segmentos mais
importantes para a maioria das organizações , e os indicadores de tendências que devem ser
monitorados são mudanças nas normas sociais, mudanças tecnológicas, ação e controle do
governo e mudanças nas condições da economia (MAXIMINIANO,2000)
-4-
A empresa agropecuária pode buscar proteger-se contra flutuações no valor de seus produtos,
que em grande parte são exportados e estão sujeitos a flutuações do mercado internacional e do
câmbio.
Fonte: Banco Central
Uma alternativa para estes produtores pode ser a utilização de contratos futuros.
Posiciona-se melhor o agricultor que pode transferir seu risco para o mercado, o
exportador que fixa uma taxa de câmbio ou o administrador que protege seu portifólio através dos
mercados de índices e de opções. Somente empresas capacitadas para administrar com perícia
seus fluxos de caixa sobrevivem ao imprevisível. Administrar riscos nas economias modernas
torna-se cada vez mais uma verdadeira arte que requer regras estáveis, mecanismos privativos
muito fortes, com impecável regulação e vasta prateleira de derivativos. (SPINOLA,1998)
2 - METODOLOGIA
Foram visitadas, entrevistadas e estudadas duas empresas agropecuárias, afim de analisar
a utilização de vendas de seus ativos na bolsa e as vantagens/desvantagens que isso poderia gerar.
A pesquisa consistiu-se de perguntas abertas, de caráter indutório para que não fosse
revelada a verdadeira intenção do questionário.
A outra parte do estudo consiste na análise financeira do volume de negociação dos
setores em questão, as variações dos preços dos ativos e um breve estudo dos casos em questão.
3 – ANÁLISE E DISCUSSÃO
3.1 – A BM&F- Bolsa de Mercadorias e Futuros
A BM&F, bolsa de mercadorias e futuros, é uma instituição privada que impressiona pelos
números transacionais, sendo a maior bolsa de Commodities da América Latina e a quarta maior
bolsa do mundo. São 50 bilhões de dólares em volume de contratos nos dias recordes no Brasil e
seu giro no período de um ano, supera cerca de 4,1 trilhões de dólares, correspondendo a muitas
vezes o PIB Nacional(que esta em torno de 1063 bilhões de Reais).
São várias as modalidades de contrato que podem ocorrer na BM&F e os mais comuns são
contratos futuros, que visam “travar” o preço do ativo (produto) até a data marcada para a
efetivação do negócio .
Em nosso país em particular, há controvérsias sobre esse tipo de mercado devido ao passado
de inflação e indexação generalizada. (SPINOLA,1998)
-5-
Mesmo assim o país conseguiu organizar pregões e instrumentos de clearing, indispensável
ao florescimento dos derivativos, cobrindo áreas financeiras , agrícolas e commodites.
(SPINOLA,1998)
Os instrumentos de clearing (Câmara de compensação) são setores que acertam as contas de
quem compra e de quem vende no mercado servem para proteger os investidores dos calotes.
Eles dão credibilidade a bolsa, influem na economia dos países onde atuam, tendo
relacionamento direto com o Banco Central.
As clearings têm como obrigações fundamentais realizar um balanço diário das operações
que ocorrem na bolsa e a liquidação (pagamento) dos ganhos/perdas, também diariamente.
Quando ocorrem altas ou baixas abruptas nos negócios, as clearings suspendem as operações de
acordo com seus interesses (circuit-breakers), dessa forma os volumes e as condições das
operações acabam sendo estabelecidos por ela.
Como forma de garantias para os contratos por elas regidos temos a utilização de sistemas de
títulos, onde a corretora de valores que deseja atuar na bolsa deve comprar um título (uma espécie
de associação).Estes títulos são também usados como garantia nas operações. Outro meio de
proteção usado pela Clearing é o fundo de segurança, uma espécie de seguro contra
inadimplência.
Finalmente as câmaras de compensação exigem margens de garantia das partes negociantes,
onde a bolsa capta recursos diretos para operação.
A BM&F foi a primeira bolsa do mundo a obter certificado ISO 9002 para a sua clearing
(1996) mostrando estar preparada para as transformações tecnológicas e de qualidade globais que
envolverão as transações no presente e no futuro.
3.2 - Os Contratos BM&F
3.2.1 - Tipos
Os Contratos firmados na BM&F são classificados em três tipos: financeiros,
agropecuários e balcão.
Os contratos que giram maior volume são os contratos financeiros. Os
produtos(commodities) comercializados nestes contratos são: ouro, índices, taxas de câmbio,
taxas de juros flutuantes, títulos da dívida externa.
Os contratos de balcão são contatos financeiros restritos as modalidades de opções
flexíveis e swaps.
Para os contratos Agrícolas, os produtos são Açúcar Cristal Especial ,Álcool Anidro
Carburante, Algodão, Bezerro, Boi Gordo, Café Arábica, Café Robusta Conillon, Milho em Grão
a Granel ,Soja em Grão a Granel .
A BM&F prevê nos contratos uma padronização dos produtos, para viabilizar a
negociação destes ativos no sistema de pregões. Os armazéns, frigoríficos, tipos, qualidades,
tamanhos são todos previstos em contrato.
Isso acaba limitando a quantidade de produtos que podem ser comercializados, e se
considerarmos o potencial agropecuário do país, bem como a diversidade de produtos ,podemos
concluir que muitos ativos acabam ficando fora da bolsa, o que não é interessante para a empresa
agropecuária brasileira.
3.2.2 - Padronização
-6-
Os contratos da BM&F exigem padronização e estipulam as condições para estas
transações nos seus contratos.
Alguns termos relevantes para a análise dos contratos em questão:

3.2.2.1 - Especificações do Contrato Futuro de Bezerro
Termo 1.: Objeto de negociação: Bezerro desmamado.Tipo: macho, nelore ou anelorado.
Peso: mínimo de 170 quilos.
Termo 5.: Unidade de negociação:33 animais.
Termo 12.: Liquidação no vencimento: As posições que não forem encerradas em pregão
até o último dia de negociação mediante a realização de operações de natureza (compra ou venda)
inversa, poderão ser liquidadas no vencimento, alternativamente, de duas formas: liquidação por
índice de preços ou liquidação por entrega.
Termo 12.2 b-): Ponto de entrega: Currais localizados nos municípios de Campo Grande
(MS), Três Lagoas (MS), Dourados (MS) e Coxim (MS), credenciados pela BM&F.

3.2.2.2 - Especificações do Contrato Futuro de Boi Gordo Denominado em Reais
Termo 1.: Objeto de negociação: Boi gordo acabado para abate. Tipo: bovinos machos,
castrados, bem acabados (carcaça convexa), em pasto ou confinamento. Peso: vivo individual
entre o mínimo de 450 quilos e o máximo de 550 quilos, verificado na balança do local de
entrega. Idade máxima: 42 meses.
Termo 5.: Unidade de negociação 330 arrobas líquidas.
Termo 12.: Liquidação no vencimento: As posições que não forem encerradas em pregão
até o último dia de negociação mediante a realização de operações de natureza (compra ou venda)
inversa, poderão ser liquidadas no vencimento, alternativamente, de duas formas: liquidação por
índice de preços ou liquidação por entrega.
Termo 12.2 b-): Ponto de entrega Curral localizado no município de Araçatuba (SP),
credenciado pela BM&F.

3.2.2.3 - Especificações do Contrato Disponível de Café Arábica
Termo 1.:Objeto de negociação: Café cru, em grão, de produção brasileira, coffea arabica,
tipo seis ou melhor, bebida dura ou melhor, ensacado em sacas novas de juta, podendo, no
máximo, apresentar um único furo, tipo oficial adotado, bem identificável, em perfeito estado de
conservação, que não tenha sofrido avarias, danos, adulteração nem deterioração, não seja
resultante de salvados de incêndio nem contenha corpos estranhos, além dos que lhe sejam
próprios. O café deve ser classificado e arbitrado pela BM&F, de acordo com seus regulamentos
e sob os padrões descritos no Decreto Federal 27173, de 14 de setembro de 1949, depositado em
armazém credenciado pela BM&F e formado em lotes, que comporão um contrato.
Termo 5.: Liquidação física e financeira da entrega física
Financeira: no dia útil seguinte ao da operação no pregão para o comprador e no terceiro
dia útil seguinte ao da operação em pregão para o vendedor.
Física: o vendedor entrega a documentação até as 16 horas do dia da operação em pregão;
no terceiro dia útil seguinte ao da operação em pregão, a mercadoria será transferida ao
comprador.
-7-
Termo 8. Locais de formação de lote: Armazéns credenciados pela BM&F para este
contrato, divulgados através de Ofício Circular.
3.3 - Análise Do Volume Financeiro Da Bm&F
3.3.1 - Tabelas e Gráficos
VOLUME FINANCEIRO (US$ mil)
Mercado
Boi gordo futuro
opções de compra s/futuro
opções de venda s/futuro
TOTAL
% C AGROPECUÁRIOS
Café arábica futuro
opções de compra s/futuro
exercício
opções de venda s/futuro
exercício
TOTAL
% C AGROPECUÁRIOS
Agropecuários
% do total
TOTAL GERAL
2 000
1 123 735
78
1 123 813
19,05%
3 963 636
2 372
90
1 417
5 749
3 973 264
67,36%
2 001
565 769
71
11
565 851
13,15%
2 918 837
2 175
10
1 163
3 677
2 925 862
67,99%
5 898 218
4 303 451
0,1549%
0,1040%
3 808 285 268 4 137 406 435
variação
-49,65%
-8,97%
-49,65%
-30,99%
-26,36%
-8,31%
-88,89%
-17,93%
-36,04%
-26,36%
0,93%
-27,04%
-32,84%
8,64%
Fonte: BM&F
CONTRATOS AGROPECUÁRIOS BM&F
M édia 2001/2002
16,22%
BOI GORDO
CAFÉ ARABICA
outros
83,78%
Fonte: BM&F
68%
3.3.2 - Análise
É notório que:
A participação dos contratos agropecuários é ínfima (0.10%) em relação ao volume total
de transações, porém esse volume é expressivo (4,33 bilhões de dólares em 2001), Esta baixa
-8-
porcentagem se deve aos grandes números de volume que envolve os contratos financeiros,
principalmente os contratos futuros de DI(taxas interbancárias), dólar e índice bovespa.
Houve um decréscimo em contratos de boi gordo (31%) expressivo, que se deve as taxas
de câmbio, já que grande parte da produção é exportada e ao embargo temporário das compras
de boi pelo Canadá, que gerou uma certa crise no setor em fevereiro de 2001.
Os contratos agrícolas que mais ocorrem na BM&F são os contratos de boi gordo e café
arábica (83.78%).
3.4 - Fazenda São Bento
O proprietário da fazenda São Bento possui vasta experiência na criação de gado para
corte. Além desta fazenda, que se localiza em Birigui, no estado de São Paulo, o produtor possui
outras propriedades com a mesma finalidade.
A fazenda usa métodos modernos de produção como inseminação artificial e criação
intensiva, além de realizar cruzamentos industriais
Com aproximadamente 1350 cabeças em fazes de cria (bezerros até 8 meses), recria(até 2
anos) e Engorda, as principais raças criadas na propriedade são gados Nelory e os cruzamentos
industrial Boi ANGUS e Boi BRANGUS.
A empresa não comercializa diretamente com a BM&F, mas mantém contato com
empresas que se utilizam dos mercados de derivativos.
As principais dúvidas do produtor são as formas e os locais de entrega da mercadoria.
Além disso, os produtos (bois) diferem de um pra outro, e é difícil para a empresa imaginar como
pode haver padronização do produto, que são as normas previstas em contrato pela BM&F.
Outro fato interessante a ser notado é que a empresa se utiliza das cotações emitidas pela
ESALQ, em conjunto com a BM&F. Estes índices são determinados pelo mercado que opera na
bolsa, e apesar de serem usados nas transações que ocorrem fora dela, são mais fiéis as
tendências das bolsas de commodities. Por este fato, esta empresa esta diretamente ligada ao
mercado da bolsa, e seria interessante o acompanhamento do que esta ocorrendo com as
negociações, que podem não ser fiéis as negociações reais.
Torna – se interessante a participação deste mercado e o uso de seus benefícios.
Para isso , a empresa poderia contratar uma consultoria, afim de viabilizar a padronização
e as entregas, para liquidações que efetivamente ocorrem. É importante ressaltar que o local de
entrega para o contrato de boi gordo se dá na cidade de Araçatuba, próximo ã fazenda.
3.5 - COOXUPE – Cooperativa regional de cafeicultores em Guaxupé Ltda.
A Cooxupé é uma cooperativa agrícola de café , tipo arábica, em maior parte fino,
fundada na cidade de Guaxupé, sul de minas e possuem mais de 8000 cooperados, onde
aproximadamente 15% são grandes produtores. A região possui características geofísicas que
favorecem o plantio desse tipo de café, e possui alta qualidade naturalmente.
A atividade da empresa consiste em fornecer armazenamento para o produto de seus
cooperados. Quando ele chega, é retirada uma amostra para análise e classificação do café que
pode ser vendido em qualquer data.
Quando o produtor decide vender o café para a cooperativa, ou por que considera o
preço bom, ou por outro motivo qualquer, a Cooxupé imediatamente revende o produto ( o
estoque em poder da empresa é na medida do possível zero). Este produto comprado é revendido
-9-
para vários compradores: mercado externo (aproximadamente 30 % ) , mercado interno,
torrefadoras, e o excedente é negociado na bolsa
Para viabilizar a negociação, a Cooxupé possui armazém credenciado na bolsa e
equipamentos que ensacam produtos no padrão exigido .(Ver APÊNDICE 1)
Os Índices e cotações utilizados para negociação são os índices BM&F
Não é a bolsa que determina o preço do mercado mas o mercado que opera na bolsa
A cooperativa é uma empresa limitada, tendo o seu capital fechado ao mercado
Em setembro de 1998, a COOXUPÉ obteve o Certificado ISO 9002, credenciado pelo
INMETRO (Brasil) e RVA (Holanda), sendo considerada como a 1a. cooperativa de café a ser
certificada, reforçando seu empenho com a Política da Qualidade
3.5.1-Estratégia financeira
Além de ter adequado-se aos padrões BM&F e poder atuar neste mercado, com
conseqüente ganhos de liquidez, a empresa implementa programas de metas, que visam estimular
os cooperados a aumentar a produção.
O último programa intitulado café com lucro contou com 40% de seus associados, que
nesta sexta edição movimentou R$ 48,2 milhões e visa fornecer facilidades para os associados, e
aumentar os laços entre a cooperativa e o cooperado (fidelidade)
4 - ANALISE SETOR
4.1 BOI
4.1.1 Gráficos
U$-Dólar
À vista
à prazo
dólar
Dez
Nov
Out
Set
Ago
Jul
Jun
Mai
Abr
Mar
22
20
18
16
14
12
10
Fev
50
45
40
35
30
25
20
Jan
R$ -Reais
Variação da Arroba do boi SP 2001
Mês
FONTE: Netboi
4.1.2 Análise
Pela análise do gráfico, verificamos uma leve desvalorização, logo revertida no mercado
internacional de boi. As estratégias de hedge poderiam ser úteis aos produtores, afim de
amenizar os impactos desta baixa de preços
4.2 CAFÉ
- 10 -
4.2.1 Gráficos
CO NTRATO S FUTURO S:CAFÉ ARÁBICA
R$/SACA
72
70
68
66
64
62
60
58
56
Nova York
BM&F
dez/02 jan/03 fev/03 mar/03 abr/03 mai/03
data
FONTE: Cooxupé
4.2.2 Análise
Notamos a grande alta do preço do café, devido a desvalorização do real.
Devido ao fato de a cambio estar apresentando um valor irreal e tender a cair, segundo os
especialistas, seria prudente os vendedores de café travarem este preços para manterem a
rentabilidade e aumentar o resultado.
5 - ESTUDO MULTICASO
Por trabalhar como intermediária na relação de compra e venda de café, a COOXUPÉ
necessita atuar no mercado de bolsa para viabilizar as operações de compra e venda, mantendo o
estoque de café em seu poder próximo de zero e garantindo liquidez quase permanente.
A Fazenda São Bento possui interesse em atuar nesse mercado, mas acaba preferindo
comercializar com frigoríficos. Diante da situação econômica brasileira, seria interessante a
fazenda poder usar de todas as formas de proteção. As operações de hedge disponíveis no
mercado financeiro são ferramentas importantes e estratégicas, mas não estão acessíveis a todas
as empresas. Outro fato a ser ressaltado é que a fazenda, queira ou não esta ligada a bolsa, e
sujeita aos seus preços, já que o mercado se utiliza dos índices, frutos das operações realizadas
em bolsa, para concretização de transações.
Os limitadores mais importantes a atuação na bolsa acabam sendo a falta de informação
financeira e a dificuldade de atender as exigências da padronização.
As corretoras de valores e os analistas financeiros poderiam se aproveitar do fato de
haverem produtores fora do mercado e apresentarem propostas de viabilidade de entrada e
vantagens
Isso obviamente requereria um custo do produtor, que poderia ser avaliado e estuda em
termos de viabilidade,
6 - CONCLUSÃO E LIMITAÇÃO
- 11 -
O mercado pode não estar interessado na presença de algumas empresas agropecuárias,
mas elas podem se aproveitar das facilidades do mercado para seu benefício. Isso traria algum
custo, mas não seria impossível, já que muitas empresas conseguem atuar no mercado.
Outro limitante dessa atuação seria a falta de consultoria financeira e de mercado para a
empresa agrícola. Ela geralmente opera com um quadro focado ao desenvolvimento da atividade
e concentra todos esforços nisto. Outras empresa acabam surgindo, afim de cumprirem este
papel, e se beneficiam desta relação, obtendo altos lucros.
Os setores de atuação do mercado das empresa comparadas possui diferenças a serem
ressaltadas, como o produto, que traria divergências na questão da padronização já que para
produtos agrícolas, o processo é um e para a pecuária, outro.
Da mesma forma, como produtor de gado, a fazenda busca cumprir a sua atividade e não
lhe resta muito recurso para analises financeiras. Já as cooperativas visam maximização de
resultados, intimamente ligadas a atuação no mercado.
A bolsa é interessada na atuação de grandes empresas e restringe o mercado, apesar de
determinar o preço e de não efetivar a transação em muitas vezes.
REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS:
http://www.bmf.com.br
http://www.cbot.com
http://www.ibge.org.br
http://www.bc.og.br
http://www.esalq.usp.br
http://www.netboi.com.br
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
MAXIMINIANO, Antonio César Amaru. Teoria Geral da Administração: da escola científica à
competitividade na economia globalizada. São Paulo: Atlas, 2000
MATTOS, Fabio Lanhoso de.Utilização de contratos futuros agropecuários em carteiras de
investimentos:uma análise de viabilidade. Piracicaba, 2000.
SCHOUANA, Félix. Introdução aos Mercados Futuros e de Opções Agropecuários no Brasil.
São Paulo,2000
SPINOLA, Noemio. O futuro do futuro: pequeno relatório de viagem ao mercado brasileiro de
capitais e de trabalho no século XXI. São Paulo: Futura, 1998
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