1 SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA

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SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA - SOBRATI
MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA
GLEIDYENE ERLY PINHEIRO FERRAZ
RAFAELA CRISTINA GONÇALVES DE SOUZA
EDUCAÇÃO PERMANENTE NA UTI: responsabilidade multiprofissional
2014
2
GLEIDYENE ERLY PINHEIRO FERRAZ
RAFAELA GONÇALVES
EDUCAÇÃO PERMANENTE NA UTI: responsabilidade multiprofissional
Tese apresentada à Sociedade Brasileira
de Terapia Intensiva, como requisito
obrigatório para obtenção do título de
Mestre em Terapia Intensiva.
Orientadora: Profª Dra. Silvia Maria Narciso
Fachetti. 1
Mestrandas Gleidyene Erly Pinheiro Ferraz2
Rafaela Cristina Gonçalves de Souza3
Turma
2014
1
Professora Doutora em Terapia Intensiva.
2
Mestranda do curso de Mestrado Profissionalizante em Terapia Intensiva.
3
Mestranda do curso de Mestrado Profissionalizante em Terapia Intensiva.
3
RESUMO
O artigo sobre a educação permanente na UTI e a responsabilidade multiprofissional apresenta
como objetivo sensibilizar a equipe multiprofissional sobre a necessidade do desenvolvimento
da educação permanente na Unidade de Terapia Intensiva - UTI. A metodologia caracteriza-se
pela abordagem exploratória qualitativa embasada em revisão bibliográfica. O marco referente
à educação permanente trata-se na aceitação de que a formação dos profissionais deve ser
realizada de forma descentralizada, visando à democracia e a oportunidade de crescimento de
aprendizagem aos profissionais da saúde para que possam ser aprimoradas as suas ações
referentes aos cuidados com a saúde e a construção de práticas humanistas. O papel da
educação permanente é estratégico para a organização do processo de trabalho das equipes
multiprofissionais, deve estar sustentada nos conceitos e metodologia crítica e reflexiva,
implicando no pensar de propostas inovadoras o que é um desafio por gerenciar experiências
de aprendizagem que interessem as pessoas envolvidas, que possibilitem elos de no processo
de compreensão e construção dos conhecimentos, promovendo a criatividade para o
favorecimento do desenvolvimento pessoal e social por meio da capacidade reflexiva dos
trabalhadores em serviço. Salienta-se ainda que, as Unidades de Terapia Intensiva são
espaços destinados ao tratamento de pacientes que se encontram em estado grave, com
riscos de morte e com enfermidades que precisam ser monitoradas permanentemente de
maneira a promover ações que busquem reverter o quadro crítico do paciente. Portanto, a
preparação da equipe multiprofissional por meio da educação permanente evidencia-se em
razão da necessidade de realizarem as suas atividades individuais e coletivas de modo a
promover a melhoria das condições de atendimento e de saúde dos pacientes que necessitam
dos conhecimentos técnico-científicos dos profissionais que trabalham nas Unidades de
Terapia Intensiva – UTI.
Palavras-chave: Equipe Multiprofissional; Unidade de Terapia Intensiva – UTI; Educação
Permanente.
ABSTRACT
The article on lifelong learning in the ICU and the multi responsibility has to raise awareness
multidisciplinary team about the need for development of continuing education in the Intensive
Care Unit - ICU. The methodology is characterized by qualitative exploratory approach
grounded in literature review. The milestone on the continuing education it is acceptance that
the training of professionals should be performed in a decentralized manner, aiming to
democracy and the growth opportunity of learning to health professionals so that they can be
improved their actions related to care health and the construction of humanistic practices. The
role of continuing education is strategic for the organization of the work process of
multidisciplinary teams, must be sustained in the concepts and critical and reflexive
methodology, resulting in thinking of innovative proposals which is a challenge for managing
learning experiences of interest to the people involved that enable links in the process of
understanding and building of knowledge, fostering creativity for favoring the personal and
social development through reflective ability of workers in service. Note also that the Intensive
Care Units are spaces for the treatment of patients who are in critical condition, with risks of
death and illnesses that need to be monitored constantly in order to promote actions that seek
to reverse the critical situation of the patient . Therefore, the preparation of the multidisciplinary
team through continuing education becomes evident because of the need to conduct their
individual and collective activities to promote the improvement of care and health conditions of
patients in need of technical and scientific knowledge of professionals working in Intensive Care
Units - ICU.
Keywords: Multidisciplinary Team; Intensive Care Unit - ICU; Continuing Education.
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1 - INTRODUÇÃO
A área de saúde compreende eventos que demonstram a sua
importância para os indivíduos e a necessidade crescente de atualização dos
profissionais em razão da crescente demanda que apresenta a fragilidade do
sistema de saúde em relação à sobrecarga dos serviços de urgência e
emergência,
o
que
compromete
o
trabalho
efetivado
pelas
equipes
multiprofissionais que atendem os mais variados casos (TOBASE et al., 2012).
A origem da educação permanente em saúde no Brasil iniciou em
1988, através da homologação da Constituição Federal Brasileira, que
estabeleceu a formação de recursos humanos em saúde, promovendo o
atendimento das necessidades dos profissionais da saúde em razão de sua
formação, para a construção de estratégias que favoreçam o desenvolvimento
de seu trabalho evidenciando a qualidade da prestação de serviços aos
pacientes. No ano de 2001, foram criadas as Diretrizes Curriculares Nacionais
relacionadas à educação permanente dos profissionais da saúde, evidenciando
a formação das equipes para a qualidade, eficiência e resolutividade em suas
atividades
nas
instituições
hospitalares
e
rede
de
atenção
básica
(MASSAROLI, 2012).
Em fevereiro de 2004, de acordo com Brasil (2004) o Governo Federal
criou a Portaria nº 198 do Ministério da Saúde, determinando as diretrizes para
a implementação da educação permanente em saúde para uma melhor
formação profissional.
Mais do que uma atualização, a educação permanente, é um
compromisso pessoal, conquistado com as mudanças de atitudes que
emergem das experiências vividas, mediante a relação interpessoal, com o
meio, com o trabalho, na busca da transformação pessoal, profissional e social.
(SANTOS 2010)
Segundo Ricaldoni e Sena (2006) a educação permanente é um
desafio que visa estimular a conscientização dos profissionais, pela sua
responsabilidade no processo de capacitação da sua equipe de trabalho.
5
A educação permanente que se baseia no aprendizado contínuo, é
condição necessária para o desenvolvimento do sujeito, é uma exigência.
(PASCHOAL, MANTOVANI e MÉIER 2007)
Segundo Ceccim, (2005) a educação permanente é uma estratégia às
transformações do trabalho para que se dê lugar à atuação crítica, reflexiva,
propositiva
e
tecnicamente
competente,
havendo
necessidade
de
descentralizar e disseminar capacidade pedagógica entre os colaboradores do
setor.
O objetivo da educação permanente em saúde é apontado por
Massaroli (2012) como sendo a busca da melhoria da qualidade dos serviços
para o alcance da igualdade em relação aos cuidados que são disponibilizados
a população, desencadeando o atendimento eficiente, por meio de estratégias
que visem o acolhimento dos pacientes que se encontram em situações de
gravidade de sua saúde.
O conceito de Educação Permanente é apresentado pelos autores Saupe,
Cutolo e Sandri (2007) como sendo:
[...] a produção, incorporação, reelaboração, aplicação e testagem de
conhecimentos, habilidades, atitudes e tecnologias, através de um
processo multidimensional de perspectivas e prioridades, efetivado na
relação dialógica e participativa entre os diferentes sabres dos
sujeitos sociais, negociada entre as partes envolvidas no processo de
ensino e aprendizagem, desenvolvida a partir de projetos de curta,
média e longa duração, promovendo à valorização da subjetividade, a
cooperação, a solidariedade, a troca, a superação da realidade
existente, para construção da realidade almejada e possível. Os
espaços de interação desta educação incluem a vida cotidiana, a
educação formal e informal, o preparo para o trabalho, a organização
e controle social, cultural e o lazer (SAUPE; CUTOLO e SANDRI,
2007, p. 449).
Neste sentido, é compreendido que a educação permanente é
fundamentada na aprendizagem significativa e na premissa de transformação
das atividades e práticas dos profissionais, tendo como foco os problemas do
cotidiano de atendimento aos pacientes e as diferentes vivências dos
trabalhadores no desempenho de suas atividades (DRAGO, 2013).
Em se tratando das Unidades de Terapia Intensiva – UTIs ressalta-se
que os cuidados dos profissionais neste setor remetem a condição de
atendimento eficiente para a melhoria da saúde dos pacientes que se
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encontram gravemente acometidos por doenças que necessitam de tratamento
mais específico.
Neste sentido, enfatiza-se a presença da equipe multiprofissional,
formada por diferentes profissionais que desempenham as suas atividades em
conjunto, tendo como foco a recuperação da saúde dos pacientes.
De acordo com Evangelista (2013), os profissionais que trabalham nas
UTIs vivenciam em seu cotidiano diversas situações que causam estresse,
devido às mortes, condições de trabalho, referindo-se a remuneração
insatisfatória, insuficiência de recursos humanos e materiais, carga horária
excessiva, dentre outros fatores que se apresentam em decorrência do
trabalho desenvolvido, o que acaba interferindo no desempenho destes
profissionais
além
de
ocasionar
sensações
de
angústias,
cansaço,
incapacidade frente aos pacientes que não possuem mais cura.
O trabalho desenvolvido pelas equipes multiprofissionais se apresenta
na prática de ações com diferentes especialistas, que em conjunto reúnem os
seus esforços no cuidado e tratamento aos pacientes visando o atendimento de
qualidade
e
eficiente
dos
indivíduos
que
se
encontram
nas
UTIs.
(EVANGELISTA, 2013)
Neste sentido, salienta-se que, para o desenvolvimento efetivo das
práticas realizadas pelas equipes multiprofissionais no atendimento nas UTIs,
ressalta-se a importância da educação continuada em relação à atualização
dos conhecimentos dos profissionais, bem como em relação à melhoria do
acolhimento humanizado aos pacientes, desencadeando a construção de
estratégias que possam amenizar as angústias dos indivíduos e possibilitar aos
profissionais condições de exercício de sua profissão que vislumbra a melhoria
da qualidade de vida dos seus pacientes que se encontram nas instituições
hospitalares sobre os seus cuidados (DRAGO, 2013).
Sendo assim, surge a seguinte indagação: A educação permanente
nas Unidades de Terapia Intensiva é desenvolvida pelos profissionais inseridos
neste setor?
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2 – OBJETIVOS
Sensibilizar a equipe multiprofissional sobre a necessidade do
desenvolvimento da educação permanente na Unidade de Terapia Intensiva UTI.
3 – METODOLOGIA
A metodologia caracteriza-se pela abordagem exploratória qualitativa
embasada em revisão bibliográfica. As publicações que constituíram a revisão
deste estudo caracterizaram-se por revistas acessadas por meio da busca
online, através do levantamento realizado na Biblioteca Virtual em Saúde
(BVS), em base de dados referenciais como Lilacs, Scielo, Bireme e Pubmed.
Em relação à pesquisa exploratória qualitativa, pode-se compreender
que se trata de:
Investigações de pesquisa empírica cujo objetivo é a formulação de
questões ou de um problema, com tripla finalidade desenvolver
hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um
ambiente, fato ou fenômeno, para a realização de uma pesquisa
futura mais precisa ou modificar e clarificar conceitos (LAKATOS e
MARCONI, 2006, p.188).
Foram utilizados os seguintes descritores: Equipe Multiprofissional;
Unidade de Terapia Intensiva – UTI; Educação Permanente.
Sobre o procedimento de coleta de informações, este configurou-se
como sendo um estudo de levantamento bibliográfico ressaltando a importância
da pesquisa literária para a compreensão dos conceitos referente ao tema
abordado.
De acordo com Gil (2009) os livros e artigos constituem as fontes
bibliográficas por excelência. Em função de sua forma de utilização, podem ser
classificados como de leitura ou de referência, onde possui o objetivo de
possibilitar a rápida obtenção das informações requeridas, ou então, a
localização das obras que as contêm.
Como critério de inclusão foi considerado os seguintes aspectos:
publicações no idioma português entre o período de 2004 a 2014, incluindo
artigos originais e de revisão teórica, além de teses e dissertações.
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Mediante a pesquisa realizada, foram encontrados 12 trabalhos
publicados na base de dados Scielo, 05 na base de dados Lilacs, e 05 na base
Medline. Dentre eles 05 artigos não atendiam aos critérios de inclusão. Assim
17 artigos foram utilizados para compor o presente estudo.
Os artigos encontrados foram analisados quanto ao grau de relevância
para o trabalho por meio de uma leitura exploratória e seletiva estabelecida no
primeiro contato com os textos.
4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 - A UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA - UTI
As Unidades de Terapia Intensiva – UTIs surgiram em razão da
necessidade de promover aos pacientes que se encontravam em risco devido
ao grau de complexidade de suas enfermidades, condições de atendimento e
tratamento de qualidade com profissionais especializados que pudessem ser
responsáveis por promover estratégias que propiciassem a melhoria de sua
saúde.
De acordo com Evangelista (2013), a importância das UTIs configurase na recuperação e suporte de pacientes que sem encontram prejudicados
gravemente em suas funções vitais propiciando o atendimento por meio de
aparelhos que favoreçam o atendimento aos indivíduos, sendo manuseados
por profissionais capacitados e preparados para o desenvolvimento de ações
que promovam o restabelecimento do estado de saúde dos indivíduos
internados.
Os profissionais que trabalham nas UTIs são denominados de
intensivistas formando a equipe multiprofissional composta por fisioterapeutas,
psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais, médicos, enfermeiros dentre
outros, que se encontram preparados para o acompanhamento dos pacientes e
seus familiares mediante a situação em que se encontram envolvidos.
De acordo com Haygert (2010), em se tratando das características das
UTIs, é possível compreender que:
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As UTIs configuram-se como locais que têm por finalidade o
tratamento dos doentes considerados graves e de alto risco, devendo
dispor de recursos materiais e humanos que possibilitem vigilância
constante, atendimento rápido e eficaz, baseados no objetivo comum
que é a recuperação dos indivíduos. A importância do trabalho em
equipe de enfermagem e de saúde na UTI é imprescindível para a
efetiva qualidade da assistência ao paciente e seus familiares
(HAYGERT, 2010, p.21).
A criação das UTIs foi realizada por meio da Portaria n.3.432, de 12 de
agosto de 1998, pelo Ministério da Saúde, com o objetivo de garantir a atenção
à saúde da população de maneira equitativa, integral e humanizada,
favorecendo
a
realização
das
estratégias
de
saúde
por
meio
da
disponibilização de profissionais especializados, bem como da criação da área
física que, por meio de critérios de classificação das UTIs, pudessem oferecer
a população atendimentos especiais aos pacientes que se apresentavam em
quadro clínico completo, necessitando de atenção especial de forma a efetivar
ações de cuidados e tratamentos intensivos visando a sua recuperação.
(BRASIL, 2014).
As Unidades de Terapia Intensiva - UTIs possuem finalidades claras
em relação ao tratamento dos pacientes por buscar o restabelecimento das
funções vitais dos indivíduos utilizando métodos avançados de tratamento e,
além disso, atuando os profissionais em equipe, para que cada especialidade
possa
ser
desenvolvida
com
o
acompanhamento
dos
profissionais,
apresentando um acompanhamento integral às necessidades daqueles que se
encontram internado (PINHO, SANTOS, KANTORSKI, 2007).
O atendimento realizado pelas UTIs é reconhecido como cuidados
especiais aos pacientes que se encontram em estado crítico, tendo
profissionais que atuam em regime de equipe multiprofissional e que
apresentam qualificações atualizadas para a assistência necessária aos
pacientes (LINO e SILVA, 2001).
Segundo Santos (2010), as Unidades de Terapia Intensiva – UTI
devem ser compreendidas como sendo locais que atendem pacientes em
estado crítico, sendo essencial que as estratégias desenvolvidas resultem em
ganhos positivos para os indivíduos que ao serem hospitalizados buscam a
melhoria do seu quadro clínico, através do acolhimento, monitoramento e
10
prestação de serviços referentes aos cuidados clínicos que visam a
recuperação da saúde dos pacientes.
De acordo com Garanhani et al., (2008), os trabalhadores enfrentam
dificuldades referentes à complexidade técnica da assistência a ser prestada,
além das cobranças realizadas pelos familiares que levam os profissionais a
diferentes reações, desencadeando a importância da equipe multiprofissional.
Para tanto, ressalta-se que, se faz fundamental o trabalho desenvolvido
pelas equipes multiprofissionais respaldado nas estratégias de humanização,
que se configuram no reconhecimento dos pacientes como seres humanos que
demonstram diferentes reações e sentimentos, justificando a necessidade de
diferentes profissionais para a realização das atividades que são necessárias
nas UTIs (HAYGERT, 2010).
Os profissionais que compõem a equipe multiprofissional possuem as
suas atribuições individuais e coletivas que devem ser desenvolvidas de
maneira a permitir o amparo e o conforto ao paciente e seus familiares,
possibilitando a realização de um atendimento eficiente e humanizado para que
a recuperação do paciente seja alcançada vislumbrando a melhoria de sua
qualidade de vida e de estado de saúde (DRAGO, 2013).
Salienta-se que, não se trata de uma atividade fácil de ser realizada; o
trabalho desenvolvido nas UTIs, devido a diferentes fatores como o estresse, a
angústia dos pacientes e familiares, a responsabilidade que os profissionais
possuem em promover ações para a melhoria da saúde dos enfermos, o que
requer uma preparação voltada para a educação permanente como meio de
atualizar os conhecimentos dos profissionais e promover o atendimento às
suas necessidades, para que as suas atribuições sejam realizadas de forma
responsável e consciente em razão de sua capacitação para lidarem com as
situações adversas que podem ocorrer no cotidiano das UTIs (SANTOS, 2010).
Neste sentido, faz-se necessário explanar sobre a relevância da
educação permanente como forma de contribuir para com os profissionais da
equipe multiprofissional possibilitando-lhes o aprofundamento
de
seus
conhecimentos, a construção de novas estratégias que sejam efetivadas nas
Unidades de Terapia Intensiva – UTI, desencadeando a promoção do melhor
atendimento aos pacientes favorecendo o trabalho coletivo humanizado,
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voltado para o enfermo e seus familiares, propiciando o desenvolvimento de
práticas favoráveis à recuperação do paciente.
4.2 - A EDUCAÇÃO PERMANENTE E AS EQUIPES MULTIPROFISSIONAIS
A relação do cuidado configura-se na interdependência do cotidiano do
profissional de saúde e suas atividades referentes ao atendimento dos
pacientes que buscam a sua recuperação por meio dos serviços prestados
pelas equipes multiprofissionais nas Unidades de Terapia Intensiva – UTI
(MASSAROLI, 2012).
A educação é um instrumento que visa mudanças e transformações em
toda a sociedade. Através dos conhecimentos o pensamento social é
fundamental para que novos conceitos sejam efetivados, desencadeando
novas formas de promover o desenvolvimento dos indivíduos de maneira
individual e coletiva. Em relação à educação e a saúde, salienta-se a
relevância do acúmulo de conhecimentos, por meio da tecnologia e de
indicadores de qualidade, que favorecem a efetivação de estratégias e ações
para a melhoria das condições de atendimento e acolhimento aos pacientes
(RICALDONI e SENA, 2006).
Ainda sobre a educação e saúde, em se tratando da prática das
atividades é possível compreender a integração entre esses eixos como sendo
imprescindível para que os conhecimentos dos profissionais possam ser
ampliados dentro de suas formações específicas, possibilitando-os a atuação
em equipe em benefício do alcance dos seus objetivos e dos objetivos comuns
referentes aos cuidados com a saúde dos indivíduos que se encontram nas
UTIs (PASCHOAL; MANTOVANI; LACERDA, 2006).
Segundo Amestoy (2008) no ano de 2004, foi criada a Política Nacional
de Educação Permanente, através da Portaria 198/GM/MS tendo a função de
formar e capacitar os profissionais da saúde para o atendimento da população
em concordância com os princípios preconizados pelo Sistema Único de Saúde
– SUS, sendo esta educação considerada um processo contínuo que se
12
estende por toda a vida profissional do indivíduo ampliando também os seus
conhecimentos individuais e coletivos.
O desafio da educação permanente é estimular o desenvolvimento da
consciência nos profissionais sobre o seu contexto, pela sua
responsabilidade em seu processo permanente de capacitação.
Sendo necessário rever os métodos utilizados nos serviços de saúde
para que a educação permanente seja, para todos, um processo
sistematizado e participativo, tendo como cenário o próprio espaço de
trabalho, no qual o pensar e o fazer são insumos fundamentais do
aprender e do trabalhar (RICALDONI e SENA, 2006, p. 02).
Em relação à Política Nacional de Educação Permanente a sua
proposta busca a transformação do trabalho na área da saúde, através da
estimulação dos profissionais em relação aos aspectos referentes à atuação
crítica, reflexiva, técnica e o compromisso em relação a sua formação e seus
objetivos no setor de saúde, utilizando para isso, técnicas pedagógicas que
possam em conjunto modificar a realidade apresentada nas instituições
hospitalares do país (BRASIL, 2007).
O conceito de Educação Permanente em Saúde é apresentada pelo
Ministério da Saúde (BRASIL, 2007) como sendo:
É a aprendizagem no trabalho, onde o aprender e o ensinar se
incorporam ao cotidiano das organizações e ao trabalho. A educação
permanente se baseia na aprendizagem significativa e na
possibilidade de transformar as práticas profissionais. A educação
permanente pode ser entendida como aprendizagem-trabalho, ou
seja, ela acontece no cotidiano das pessoas e das organizações
(BRASIL, 2007, p. 18).
Para Ricaldoni e Sena (2006) a educação apresenta-se como uma
estratégia que visa à capacitação e construção de novas possibilidades e
oportunidades para o profissional em relação à atualização de seus
conhecimentos, evidenciando que no mundo do trabalho, a capacitação é
essencial para que os trabalhadores possam exercer com maior dinamismo as
suas atividades, melhorando a qualidade de seus serviços prestados e
promovendo a eficiência das ações executadas. Neste sentido, Santos (2010)
ressalta
que,
“a
educação
permanente
configura-se
como
sendo
a
aprendizagem no trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam ao
quotidiano das organizações e ao trabalho”.
13
O marco referente à educação permanente trata-se na aceitação de
que a formação dos profissionais deve ser realizada de forma descentralizada,
visando à democracia e a oportunidade de crescimento de aprendizagem aos
profissionais da saúde para que possam ser aprimoradas as suas ações
referentes aos cuidados com a saúde e a construção de práticas humanistas e
críticas que propiciem aos trabalhadores o pleno exercício de suas funções no
atendimento dos pacientes que necessitam se acolhimento e realização do
tratamento
efetivado
pelos
profissionais
que
trabalham
nas
UTIs,
reverenciando a formação de equipes multiprofissionais (SILVA, CONCEIÇÃO
e LEITE, 2009).
Os cuidados realizados na UTI devem ser planejados de forma a
possibilitar a realização das atividades dos profissionais da saúde de forma
intensiva e com a devida atenção aos pacientes. Por isso, faz-se necessária a
compreensão
em
relação
da
necessidade
das
dimensões
das
intersubjetividades, do controle técnicos, da organização dos saberes e das
práticas, da organização do processo produtivo, das políticas organizacionais,
dos movimentos de luta pelas melhores condições técnicas e do tratamento
para cuidar, expandindo-se para a totalidade das reflexões e das intervenções
no campo da saúde (PINHO; SANTOS; KANTORSKI, 2007; HAYGERT, 2010).
A busca por conhecimentos atualizados para serem disponibilizados
aos pacientes que se encontram nas UTIs vem sendo destaque principalmente
entre os enfermeiros que são profissionais que integram a equipe
multiprofissional que atuam nestas unidades.
O papel da educação permanente é estratégico para a organização
do processo de trabalho das equipes multiprofissionais, deve estar
sustentada nos conceitos e metodologia crítica e reflexiva, implicando
no pensar de propostas inovadoras o que é um desafio por gerenciar
experiências de aprendizagem que interessem as pessoas
envolvidas, que possibilitem elos de no processo de compreensão e
construção dos conhecimentos, promovendo a criatividade para o
favorecimento do desenvolvimento pessoal e social por meio da
capacidade reflexiva dos trabalhadores em serviço (RICALDONI e
SENA, 2006, p. 06).
Este aspecto desencadeia a reflexão sobre a necessidade de haver por
parte de todos os demais profissionais a busca por sua capacitação,
desencadeando uma rede de atualização através da educação permanente em
14
benefício do profissional e do paciente, promovendo um atendimento de
qualidade que se estabelece na mudança de postura e ações realizadas pelos
profissionais, propiciando a compreensão dos conceitos referentes à
humanização,
aos
cuidados
especiais,
o
reconhecimento
tanto
dos
profissionais, quanto dos próprios pacientes, como seres humanos que
necessitam de cuidados em suas necessidades (HAYGERT, 2010).
De acordo com Tobase et al., (2012), os profissionais das equipes
multiprofissionais
desempenham
as
suas
atividades
embasados
em
procedimentos que estabelecem novas concepções em relação a sua
participação na construção de estratégias que vislumbrem o desenvolvimento
de técnicas que resultem em ganhos positivos para a área de saúde que se
concretizam na efetivação das atividades com maior conhecimento técnico sem
esquecer-se da ética, do trabalho em equipe, da cooperação e integração
profissional entre os diferentes trabalhadores que compõem as equipes
atuantes nas Unidades de Terapia Intensiva – UTIs.
Por isso, de acordo com Haygert (2010) é importante comentar que, a
educação permanente embasa-se na promoção de estratégias referentes à
recomposição das práticas de formação, a atenção, a formulação de políticas e
controle social, promovendo ações intersetoriais que promovam a mudança
das ações efetivadas dos profissionais em busca de resultados satisfatórios
para a clientela atendida e para as equipes que trabalham nas UTIs.
5 – CONCLUSÃO
A educação permanente da equipe multiprofissional que trabalha nas
Unidades de Terapia Intensiva configura-se como sendo a oportunidade de
promoção da atualização dos conhecimentos científicos e tecnológicos que se
encontram disponibilizados para a ampliação das estratégias de cuidados com
os pacientes atendidos.
Muitos são os obstáculos constantes no cotidiano do trabalho
desenvolvido pelos profissionais da saúde. Por isso, é imprescindível que se
tente para a educação continuada como meio de propiciar a equipe
15
multiprofissional possibilidades de desenvolvimento de suas habilidades e
capacidades de forma a aprimorar as suas ações junto aos pacientes.
A preparação da equipe atuante na Unidade de Terapia Intensiva – UTI
deve ser respaldada no compromisso de promoção de melhorias da condição
de saúde dos pacientes, conjugando esforços em benefício da recuperação
dos indivíduos que se encontram impossibilitados de terem uma vida saudável.
A participação da equipe multiprofissional em programas estabelecidos
pelo governo enfoca a importância dos profissionais e de seus conhecimentos
para a promoção de cuidados à população, possibilitando a compreensão de
que a educação permanente favorece o entendimento sobre as diferentes
situações que podem ocorrer no cotidiano de suas atividades nas UTIs.
Salienta-se ainda que, as Unidades de Terapia Intensiva são espaços
destinados ao tratamento de pacientes que se encontram em estado grave,
com riscos de morte e com enfermidades que precisam ser monitoradas
permanentemente de maneira a promover ações que busquem reverter o
quadro crítico do paciente.
Portanto, a preparação da equipe multiprofissional por meio da
educação permanente evidencia-se em razão da necessidade de realizarem as
suas atividades individuais e coletivas de modo a promover a melhoria das
condições de atendimento e de saúde dos pacientes que necessitam dos
conhecimentos técnico-científicos dos profissionais que trabalham nas
Unidades de Terapia Intensiva – UTI.
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