0 SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA (SOBRATI) MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA TERESA KARINY PONTES BARROSO INFARTO E QUALIDADE DE VIDA: PERSPECTIVAS E IMPLICAÇÕES SÃO PAULO – SÃO PAULO 2013 1 TERESA KARINY PONTES BARROSO INFARTO E QUALIDADE DE VIDA: PERSPECTIVAS E IMPLICAÇÕES Dissertação apresentada ao Mestrado Profissionalizante em Terapia Intensiva, da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva (SOBRATI), como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Terapia Intensiva. Orientadora: Profª Dra. Ana Ruth Macêdo Monteiro Coorientadora: Profª Ms. Clarissa Coelho Vieira Guimarães SÃO PAULO – SÃO PAULO 2013 2 SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA (SOBRATI) MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA INFARTO E QUALIDADE DE VIDA: PERSPECTIVAS E IMPLICAÇÕES TERESA KARINY PONTES BARROSO Aprovada em: ___/___/___ BANCA EXAMINADORA __________________________________________________ Profª Dra. Ana Ruth Macêdo Monteiro (Orientadora) Orientadora __________________________________________________ Profª Coorientadora Ms. Clarissa Coelho Vieira Guimarães 1º. examinador __________________________________________________ Profª 2º. examinador 3 Um Meio ou uma Desculpa "Não conheço ninguém que conseguiu realizar seu sonho, sem sacrificar feriados e domingos pelo menos uma centena de vezes. Da mesma forma, se você quiser construir uma relação amiga com seus filhos, terá que se dedicar a isso, superar o cansaço, arrumar tempo para ficar com eles, deixar de lado o orgulho e o comodismo. Se quiser um casamento gratificante, terá que investir tempo, energia e sentimentos nesse objetivo. O sucesso é construído à noite! Durante o dia você faz o que todos fazem. Mas, para obter um resultado diferente da maioria, você tem que ser especial. Se fizer igual a todo mundo, obterá os mesmos resultados. Não se compare à maioria, pois, infelizmente ela não é modelo de sucesso. Se você quiser atingir uma meta especial, terá que estudar no horário em que os outros estão tomando chope com batatas fritas. Terá de planejar, enquanto os outros permanecem à frente da televisão. Terá de trabalhar enquanto os outros tomam sol à beira da piscina. A realização de um sonho depende de dedicação, há muita gente que espera que o sonho se realize por mágica, mas toda mágica é ilusão, e a ilusão não tira ninguém de onde está, em verdade a ilusão é combustível dos perdedores pois... Quem quer fazer alguma coisa, encontra um MEIO. Quem não quer fazer nada, encontra uma DESCULPA." (Roberto Shinyashik) 4 AGRADECIMENTOS A professora Dra. Ana Ruth Macêdo, pela dedicação e compromisso em mostrar os caminhos a serem seguidos nesta produção, sempre revelando sabedoria para sanar todas as dúvidas e limitações que encontrei neste caminho acadêmico. A professora Ms. Clarissa Coelho, amiga que sempre compartilhou seu conhecimento na constituição desta pesquisa, contribuindo de forma significativa com a elaboração desta produção. Ao professor Ms. Mirtiel Frankson, por me incentivar a ir à busca de meus objetivos e reconhecer o meu potencial acadêmico, sempre me instigando ir além neste âmbito. A minha mãe Marta Neiva, em princípio por ser a razão de minha existência, por está sempre ao meu lado em todos os momentos, me dando força para seguir a caminhada da vida, sem temer os desafios. Ela me inspirar a construir a cada dia um mundo melhor, valorizando os nossos semelhantes. Ao meu esperado filho Artur Barroso, por estar sempre nesta produção, dando sentindo e significado a minha vida e me transformando em mãe, metamorfose esta que é apaixonante e que me faz compreender sentimentos que outrora recebia apenas na condição de filha. 5 RESUMO Para uma pessoa ter qualidade de vida é necessário um conjunto de fatores interagindo entre si (saúde física e mental, moradia, transporte, emprego, alimentação saudável, atividade sexual satisfatória, atividade física, liberdade, bom relacionamento social, segurança financeira e não aderência ao fumo e outras drogas (CAETANO; SOARES, 2007). Esse estudo partiu de diferentes inquietações que permeiam o estudo da revisão da literatura contemporânea que trata da temática “pacientes infartados”, tomando como foco e recorte conceitual a qualidade de vida destes. Desse modo, isso permitiu que viesse surgir uma série de problemas e questões relacionadas ao tema, que instigaram o desejo de realizar o presente estudo, dentre as quais podem ser citadas: Qual a perspectiva de qualidade de vida do paciente após o infarto agudo do miocárdio? Como lidar com o estresse do evento coronariano? Quais as mudanças no estilo de vida que o paciente terá de enfrentar? Qual a contribuição das intervenções de enfermagem para recuperação psicossocial do mesmo?Baseado no exposto, o propósito desse estudo foi identificar a perspectiva de qualidade devida dos pacientes infartados, sentimentos e conflitos emocionais advindos da patologia durante o pós-infarto, assim como também identificar os fatores de risco que desencadearam o IAM. O estudo discuti medidas educativas, por intermédio da revisão da literatura, como benefícios ao paciente pós-infartado, através de orientações e esclarecimentos pela equipe de enfermagem, que estejam contidas no estudos contemporâneos, sobre hábitos saudáveis, aspectos emocionais e mitos, e acompanhamento médico freqüente, para que esse paciente possa voltar ao convívio de uma vida normal, porém com consciência de necessidade em mudança nos seus hábitos de vida para manutenção de sua saúde. Palavras-chave: Infarto do Miocárdio. Qualidade de Vida. Saúde. 6 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................7 2. OBJETIVOS .................................................................................................10 2.1 Objetivo geral .......................................................................................10 2.2 Objetivos específicos .......................................................................10 3. PERSPECTIVAS, IMPLICAÇÕES E DESAFIOS DA ENFERMAGEM PARA A QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES INFARTADOS ......................11 3.1 Infarto Agudo do Miocárdio: aproximações teóricas .......................11 3.2 Assistência de enfermagem no pós-infarto ....................................18 4. METODOLOGIA .........................................................................................20 4.1 Tipo de estudo ..................................................................................20 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................22 5.1 Descrição dos aspectos relacionados à perspectiva de qualidade de vida desses pacientes após o IAM ....................................................22 CONCLUSÃO ..................................................................................................35 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................37 7 1. INTRODUÇÃO Os enfermeiros são constantemente desafiados na busca de conhecimento científico, a fim de darem ao seu trabalho uma melhor qualificação. A modernidade científica e tecnológica proporciona a todo instante uma quantidade crescente e complexa de informações no campo da saúde, algo que precisam ser absorvidos pelos profissionais como forma de se manterem atualizados e, assim,prestarem um melhor serviço. Segundo o Ministério da Saúde, as doenças cardiovasculares aparecem em primeiro lugar entre as causas de morte no Brasil e representam quase um terço dos óbitos totais e 65% do total de mortes na faixa etária de 30 a 69 anos de idade, atingindo a população adulta em plena fase produtiva. No Sistema Único de Saúde (SUS), essas doenças foram responsáveis, em 2002, por mais de 1,2 milhões de internações, representaram 10,3% do total de internações e 17% dos gastos financeiros (GODOY et al, 2006). A Organização Mundial de Saúde (OMS) atribui um terço das mortes no mundo (15.3 milhões) às doenças cardiovasculares, com os países em desenvolvimento contribuindo com 86% desses óbitos. Durante os últimos 30 anos, presencia-se um declínio da mortalidade por doenças cardiovasculares nos países desenvolvidos, enquanto que elevações substanciais têm ocorrido em países em desenvolvimento, tendo o Brasil como um dos maiores representantes (HEINISCH; ZUKOWSKI; HEINISCH, 2007). O infarto agudo do miocárdio além de causar dor intensa, é responsável por desencadear vários acontecimentos psicológicos no paciente, podendo ser vivenciados logo no momento inicial de sua admissão no ambiente hospitalar, comprometendo o seu bem estar e levando o mesmo a conflitar-se com essa situação. A internação hospitalar ocorre de forma súbita e inesperada, motivo pelo qual o transtorno passa a ser maior, pois essa cardiopatia desencadeia sofrimento emocional vinculado ao medo da morte, da invalidez, do desconhecido, da solidão como também, depressão e angústia. Essas sensações ocasionam muito estresse e são geradoras de ansiedades, o que 8 comprometem o quadro clínico, podendo agravar o prognóstico, dificultar e prolongar o plano terapêutico e assistencial adotado. Cada pessoa vivencia a experiência do infarto de forma individual, podendo variar de paciente para paciente, em função do sexo, cultura, papel social, condição de saúde, ambiente e das perspectivas de vida. Todas essas variações precisam ser norteadoras, na tentativa de fornecer uma estrutura significativa do infarto do miocárdio, para o cuidado de enfermagem (SANTOS; ARAÚJO, 2003). A enfermagem buscou sempre atuar no cuidado ao paciente, preocupando-se com seu bem estar e qualidade de vida. Essa profissão ao longo de sua trajetória passou por diversas transformações até os dias atuais. Nesse contexto, o enfermeiro começa a modificar seus conceitos, surgindo um novo profissional, o qual deixa de focar-se apenas na cura, passando a preocupar-se também com ações de prevenção, promoção e reabilitação da saúde. Essas ações incluem uma assistência mais completa, na qual são repassadas várias orientações educativas tanto individuais como coletivas, buscando a melhoria da qualidade de vida independente do nível de atenção à saúde em que o paciente está inserido, já que para a sua manutenção, é necessário o cuidado (CAETANO; SOARES, 2007). Para Seidie Zannon,(2004) o interesse pelo conceito de qualidade de vida na área da saúde é relativamente recente e decorre, em parte, dos novos paradigmas que têm influenciado as políticas e as práticas do setor nas últimas décadas. Os determinantes e condicionantes do processo saúdedoença são multifatoriais e complexos. Assim, saúde e doença configuram processos compreendidos como um continuum, relacionados aos aspectos econômicos, socioculturais, à experiência pessoal e estilos de vida. Esse conceito é bastante abrangente e envolve uma série de condições e sentimento do ser humano. Para uma pessoa ter qualidade de vida é necessário um conjunto de fatores interagindo entre si (saúde física e mental, moradia, transporte, emprego, alimentação saudável, atividade sexual satisfatória, atividade física, liberdade, bom relacionamento social, segurança financeira e não aderência ao fumo e outras drogas (CAETANO; SOARES, 2007). 9 Esse estudo partiu de diferentes inquietações que permeiam o estudo da revisão da literatura contemporânea que trata da temática “pacientes infartados”, tomando como foco e recorte conceitual a qualidade de vida destes. Desse modo, isso permitiu que viesse surgir uma série de problemas e questões relacionadas ao tema, que instigaram o desejo de realizar o presente estudo, dentre as quais podem ser citadas: Qual a perspectiva de qualidade de vida do paciente após o infarto agudo do miocárdio? Como lidar com o estresse do evento coronariano? Quais as mudanças no estilo de vida que o paciente terá de enfrentar? Qual a contribuição das intervenções de enfermagem para recuperação psicossocial do mesmo? Baseado no exposto, o propósito desse estudo foi identificar a perspectiva de qualidade devida dos pacientes infartados, sentimentos e conflitos emocionais advindos da patologia durante o pós-infarto, assim como também identificar os fatores de risco que desencadearam o IAM. O estudo pretende ainda discuti medidas educativas, por intermédio da revisão da literatura, como benefícios ao paciente pós-infartado, através de orientações e esclarecimentos pela equipe de enfermagem, que estejam contidas no estudos contemporâneos, sobre hábitos saudáveis, aspectos emocionais e mitos, e acompanhamento médico freqüente, para que esse paciente possa voltar ao convívio de uma vida normal, porém com consciência de necessidade em mudança nos seus hábitos de vida para manutenção de sua saúde. Como relevância, pretende-se que o estudo venha a contribuir como fonte de conhecimento e pesquisa para futuros profissionais, que tenham acesso a esta produção científica, umas vez que considera-se relevante a promoção de investigações científicas sobre a temática em foco, com o objetivo de melhorar a atuação de enfermagem na assistência ao paciente pósinfartado. 10 2. OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral: Investigar a qualidade de vida dos pacientes infartados por intermédio da revisão da literatura dos estudos contemporâneos que tratam dessa temática. 2.2 Objetivos específicos: Discutir a perspectiva da qualidade de vida dos pacientes infartados, considerando os sentimentos e conflitos vivenciados por estes. Analisar medidas educativas da enfermagem que possam trazer benefícios aos pacientes após o infarto. 11 3. PERSPECTIVAS, IMPLICAÇÕES E DESAFIOS DA ENFERMAGEM PARA A QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES INFARTADOS Este capítulo delineia discussões acerca do tema Infarto Agudo do Miocárdio, refletindo suas definições e concepções, assim como, o diagnóstico, o tratamento e diferentes aspectos desta patologia. Por último, também serão analisados elementos relacionados a prática e a ação dos enfermeiros, considerando como eixo central da reflexão a qualidade de vida dos pacientes infartados. 3.1 Infarto Agudo do Miocárdio: aproximações teóricas O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é uma patologia isquêmica, das mais graves, que acontece quando o tecido miocárdico é destruído em regiões do coração, por onde o fluxo sanguíneo não é suficiente para sua irrigação devido a uma obstrução no seu trajeto que faz o coração diminuir seu ritmo de bombeamento (ARAÚJO; MARQUES, 2007). Para Smeltzer e Bare (2005), o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é um processo no qual ocorre destruição das células miocárdicas de forma permanente. Esse processo acontece quando o fluxo sanguíneo é reduzido devido a uma obstrução em uma artéria coronária que pode ser causado por aterosclerose, trombo, ou por um vaso espasmo (constrição ou estreitamento de um vaso sanguíneo). Essa obstrução é o principal fator que leva a isquemia, lesão celular proveniente da redução da oferta de oxigênio. Como conseqüência dessa isquemia, ocorre um quadro intenso de dor precordial acompanhada por outros sinais e sintomas. Estudos realizados com pacientes acometidos pela doença manifestam como sinais e sintomas do infarto: dor forte no peito, dor que aumenta gradativamente, que causa a sensação de que a vida está se acabando, caracterizada pela dificuldade respiratória, pelo suor frio e pela 12 irradiação da dor para os membros superiores. A dor se concentra diretamente abaixo do esterno, que se irradia com freqüência para os braços e pescoço. Essa dor precordial é contínua e não melhora com a mudança de posição corporal, apnéia forçada, ou por remédios caseiros que o paciente costuma fazer uso. Pode aparecer também dor epigástrica acompanhada por náuseas e vômitos (SANTOS; ARAÚJO, 2003). O diagnostico do IAM é realizado com base na recomendação da Organização Mundial da Saúde, segundo a qual, a presença de pelo menos dois dos três critérios a seguir o estabelece: a) história clínica de desconforto precordial sugestivo de isquemia; b) alterações em traçados seriados de eletrocardiograma; e c) aumento e queda das enzimas cardíacas (CK-MB). (SBC, 2004). As formas de tratamento são: medicamentosa, diagnóstica (cateterismo cardíaco), intervencionista e/ou cirúrgica. O mais importante é administrar oxigenoterapia e iniciar a terapia medicamentosa principalmente nas primeiras três horas que sucedem o IAM, para dessa forma aliviar a hipoxemia, a dor e a ansiedade (AVEZUM; et al, 2000). O tratamento medicamentoso do infarto é realizado com o sulfato de morfina, poderoso analgésico, nitratos, ácido acetilsalicílico, betabloqueadores, e heparinas. Para o tratamento da dor precordial deverá ser administrado o sulfato de morfina (2mg a 8mg) por via endovenosa, podendo ser repetido de 5 a 15 minutos, desde que não ocorra queda da pressão arterial. Para tanto, a mesma deverá ser monitorada. Esse fármaco além de aliviar a dor, diminui o estresse e a ansiedade. Em casos de ausência dessa medicação ou de hipersensibilidade a sua fórmula, poderá ser administrada o sulfato de meperidina (SBC, 2004). Os nitratos deverão ser utilizados na formulação sublingual (nitroglicerina, mononitrato de isossorbida ou dinitrato de isossorbida), para reversão de eventual espasmo e/ou para alívio de sintoma doloroso. Também estão recomendados para controle da hipertensão arterial ou alívio da congestão pulmonar, se presentes. Estão contraindicados na presença de hipotensão arterial (pressão arterial sistólica < 100 mmHg) ou uso prévio de sildenafil nas últimas 24h. A dose sublingual preconizada é de: nitroglicerina, 13 0,4 mg; mononitrato de isossorbida, 5 mg; ou dinitrato de isossorbida,5 mg. Devem ser administradas no máximo três doses, separadas por intervalos de 5minutos (SBC, 2004). O ácido acetilsalicílico é indicado rotineiramente para todos os pacientes com suspeita de IAM, eventualmente como automedicação, exceto nos casos de contra-indicação (alergia ou intolerância ao medicamento, sangramento ativo, hemofilia, úlcera péptica ativa). Ele é o antiplaquetário de escolha para o IAM (SBC, 2004). Os betabloqueadores diminuem a freqüência cardíaca, a pressão arterial e a contratilidade miocárdica, reduzindo, assim, o consumo de oxigênio pelo miocárdio. Essas ações são responsáveis por reduzir as taxas de ruptura miocárdica, limitar o tamanho do IAM, melhorar a função cardíaca e diminuir a mortalidade tanto precoce como tardia. As ações antiarrítmicas são importantes na fase aguda do infarto do miocárdio. Na ausência de contra-indicações, essa classe de medicamentos deve ser iniciada imediatamente, de preferência por via oral, após a admissão do paciente (SBC, 2004). A heparina pertence ao grupo dos antiplaquetários e tem função coadjuvante no tratamento do infarto, impede a agregação plaquetária e deposição de fibrina que da estabilidade ao trombo. Ela também aumenta a potência coronariana e evita o reinfarto. Esse fármaco é disponibilizado em heparina não – fracionada e em várias heparinas de baixo peso molecular (SBC, 2004). Existem atualmente novos agentes trombolíticos que proporcionam taxas de reperfusão coronarianas superiores aos esquemas citados acima e com menos complicações hemorrágicas, menor incidência de reoclusão e que podem ser utilizados através de bollus venoso, sem necessidade de infusão contínua. (MARTINS; SOUTO, 2004). Estão incluídos nessa classe: o TNKTPA (tenecteplase), a reteplase e a lanoteplase. Contudo, vale ressaltar que o método mais eficaz de reperfusão coronariana no IAM é o da angioplastia transluminal percutânea primária (introdução de um cateter provido de um balão em sua extremidade, até o local obstruído, permitindo assim, o restabelecimento do fluxo de sangue). 14 O referido procedimento quando adotado, é realizado nas primeiras 24 horas de início do IAM, sem uso prévio de trombolíticos, principalmente nos pacientes de alto risco (idosos, contra-indicação a trombolíticos, grandes infartos anteriores e/ou choque cardiogênico. No entanto, a pouca disponibilidade de laboratórios de hemodinâmica capazes de realizar angioplastia primária em tempo integral, limita muito o seu uso. Não obstante, quando disponível, é o procedimento de escolha em vez do trombolítico. Outro recurso de fundamental importância na reperfusão percutânea do miocárdio é a utilização em alguns casos, de stents intracoronários(pequenas próteses metálicas que podem ser implantadas nas coronárias (entre outros vasos). Os stents forneceram importante melhora nos resultados, com estenose, reduzindo drasticamente a ocorrência de isquemia recorrente e de reinfarto na fase hospitalar e a necessidade de novos procedimentos de revascularização para o tratamento da artéria relacionada ao IAM, ao final dos primeiros seis meses, provocados pela ocorrência de reestenose coronária (MIYAKE; FERREIRA, 2000). A cirurgia é realizada quando a área afetada pela isquemia no músculo cardíaco é muito extensa, porém, deverá ser precedida por uma avaliação diagnóstica criteriosa. Atualmente, o exame mais indicado é o cateterismo cardíaco, que embora eleito como um método diagnóstico e terapêutico eficaz apresenta potencialmente risco de algumas complicações tais como: o hematoma no local da punção, traumatismo decorrente da cateterização, formação de coágulo, vaso espasmo e infarto agudo do miocárdio (LIMA; PEREIRA; CHIANCA, 2006). O cateterismo cardíaco é realizado num ambiente cirúrgico hospitalar (laboratório de hemodinâmica), com anestesia local, seja do membro superior (artéria braquial) ou inferior (artéria femoral), dependendo da situação de cada paciente, embora o local privilegiado seja o braço direito. São introduzidos guias e cateteres na artéria, que avançam até aorta e ao ventrículo esquerdo, a injeção do contraste é responsável pela projeção das imagens das coronárias, sendo possível observarem as condições das mesmas se encontram-se abertas ou obstruídas, parcial ou totalmente (FREITAS, OLIVEIRA, 2006). 15 Essa doença é multifatorial, entre os fatores, podemos citar a hereditariedade, ansiedade, depressão, o não controle da pressão arterial sistêmica, o diabetes mellitus, o aumento nos níveis de colesterol e triglicérides, a obesidade, o uso abusivo do tabagismo, o consumo de álcool e outras drogas e a falta de exercícios físicos podem contribuem significativamente para o surgimento da doença coronariana. Entretanto não é necessária a ocorrência de todos esses fatores para o infarto acontecer (SBC, 2004). A hipertensão arterial sistêmica (HAS) representa grave problema de saúde no país. Isso não se deve apenas à elevada prevalência, mas também à grande parcela de indivíduos hipertensos não diagnosticados, não tratados adequadamente ou, ainda, pelo alto índice de abandono ao tratamento. Acredita-se que a HAS pode ser desenvolvida por diversos fatores, entre eles, os ambientais, comportamentais e genéticos. A epidemiologia dessa doença crônica tem demonstrado várias características sócio demográficas (faixa etária, grupo étnico, nível socioeconômico), consumo de álcool, ingestão de sódio, estresse e sedentarismo. Essa doença é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do infarto agudo do miocárdio e de outras doenças coronarianas (NASCENTE, et al , 2010). O diabetes mellitus é uma doença crônica e silenciosa que pode desencadear junto a outras doenças crônicas como a hipertensão e a obesidade eventos cardiovasculares. Estima-se que o risco de um paciente diabético desenvolver a doença coronariana é duas a três vezes maiores do que um indivíduo não-diabético e que apesar de ter sido descrita redução da mortalidade geral em eventos agudos coronarianos, estes índices de mortalidade referentes ao diabetes estão se elevando. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) a associação entre o diabetes e a doença cardiovascular tem sido demonstrada não somente nos pacientes que apresentam a forma clínica da doença, definida por glicemias de jejum superiores a 126 mg/dL ou glicemias casuais superiores a 200 mg/dL, mas também em fases mais precoces e assintomáticas da história natural da doença, cujas glicemias de jejum estão alteradas (entre 100 mg/dL e 126 mg/dL) ou apresentam elevação das 16 glicemias pós-prandiais (entre 140 mg/dL e 200 mg/dL), denominadas respectivamente de pré-diabetes e intolerância à glicose (LERARIO, et al, 2008). “Os pacientes com neuropatia diabética podem ter IAM sem dor (IAM silencioso). Aproximadamente 25% dos IAMs são silenciosos.” (SWEARINGEN;KEEN, 2005, p.316). A obesidade e o sobrepeso vêm crescendo de forma acelerada no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Essa incidência está relacionada às mudanças sociais, culturais, ambientais e comportamentais, expressos especialmente nas mudanças no padrão alimentar e estilo de vida da população, que se caracterizam pela redução da atividade física, prática do tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e pelo aumento da taxa de urbanização. O excesso de gordura corpórea tem sido tradicionalmente diagnosticado pelo indicador antropométrico índice de massa corporal (IMC), traduzido pela razão do peso pela altura ao quadrado. Esse indicador antropométrico apresenta uma boa correlação com a gordura corporal e com as alterações metabólicas associadas à obesidade. Entretanto, a circunferência da cintura, que expressa à concentração de gordura abdominal, em especial a gordura visceral, é apontada como importante preditor de risco para as doenças cardíacas (OLIVEIRA, et al, 2009). O consumo de tabaco é o maior fator de risco cardiovascular isolado na população mundial e constitui um fator de risco independente para o IAM. Conseqüentemente, seu abandono também tem o maior potencial de benefícios na prevenção da doença cardíaca. O abandono do fumo reduz a mortalidade e a morbidade secundárias a causas cardiovasculares em mais de 35% em todas as populações. Indivíduos fumantes apresentam alterações em marcadores inflamatórios e hematológicos e nos componentes da coagulação. O IAM ocorre com mais antecedência nos fumantes em relação aos nãofumantes, o que proporciona menor acúmulo de outros fatores de risco e maior tendência à obstrução coronariana trombogênica e menos aterosclerótica (SBC, 2004). O consumo de drogas ilícitas, como a cocaína também pode desencadear um episódio de infarto. A fisiopatologia da isquemia e do infarto do miocárdico relacionados com o consumo de cocaína é provavelmente 17 multifatorial e decorre de eventos isolados ou da combinação entre aumento da demanda de oxigênio do miocárdio em situações de suprimento limitado ou fixo, vasoconstrição arterial prolongada e agregação plaquetária com subseqüente formação de trombo. Em seu mecanismo de ação, a cocaína produz estimulação adrenérgica central e periférica, bloqueando a recaptação pré-sináptica de noradrenalina e dopamina, aumentando, assim, suas concentrações pós-sinápticas (POTT JUNIOR; FERREIRA, 2009). Estima-se que em torno de 18% a 20% dos pacientes após IAM ou com doença coronariana, possuam transtorno depressivo. Em doenças cardíacas mais graves, esse percentual é elevado para 50%. Vários estudos têm identificado que a depressão e a ansiedade se comportam como fatores de risco, tanto para o surgimento da doença cardíaca como para uma maior morbidade e mortalidade cardiovascular naqueles que já se encontram com doença cardíaca. Esses pacientes têm dificuldades em aderir às mudanças nos hábitos e estilo de vida, como por exemplo, a realização de atividades físicas, abandono do tabagismo e redução do consumo de alimentos calóricos. Isso acontece porque para o indivíduo ele deixará de fazer coisas que lhe dão prazer, resultando em conflitos emocionais (ALVES; FRÁGUAS; WAJNGARTEN, 2008). Nesses pacientes verifica-se uma desregulação do eixo hipotálomohipofise-adrenal que pode estar relacionada à maior risco cardíaco. Em resposta ao estresse, há uma liberação de hormônio liberador de corticotrofina (CRH) pelo hipotálamo, o que determina aumento na secreção de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) pela hipófise. O aumento da secreção de cortisol determina alterações tissulares no endotélio e a elevação do cortisol matinal relaciona-se com aterosclerose coronariana. Portanto, a ansiedade e a depressão são fatores importantes em pessoas que apresentam infarto do miocárdio (ALVES; FRÁGUAS; WAJNGARTEN, 2008). De acordo com Vacanti; Caramelli2005 a atividade sexual é um importante componente na qualidade de vida dos seres humanos e vem sendo estudada há décadas pela psiquiatria, isso se deve a ocorrência de distúrbios psicológicos advindos de alterações nas relações sexuais. Não há faixa etária específica para o surgimento desses distúrbios, todavia há uma associação 18 com eventos cardiovasculares e com outras comorbidades. O IAM é diferenciado das demais enfermidades pela abrupta modificação na rotina de vida das pessoas. O indivíduo encontra-se inserido em sua trajetória de vida, economicamente ativo e engajado socialmente. Repentinamente é acometido pela doença, tendo que passar por um período de internação, geralmente nas emergências cardiológicas ou em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde sofre privação sensorial, sendo retirado do convívio familiar. Tudo isso altera sua auto-estima e sua capacidade de recuperação (SANTOS; ARAÚJO, 2003). 3.2 Assistência de enfermagem no pós-infarto Cabe à equipe de enfermagem, em especial ao enfermeiro que atua em emergências cardiológicas, ou em unidades coronarianas, estabelecer uma relação de confiança com o paciente e seus familiares. Fazer com que esse cliente e sua família se sintam acolhidos, pois é o acolhimento que gera as relações mais humanizadas entre quem cuida e quem é cuidado. Quando esse vínculo não é estabelecido, pode haver dificuldade na adesão do paciente ao tratamento proposto, prolongar o seu tempo de internação e impossibilitar o seu retorno as atividades laborativas e sociais o mais breve possível (SCHNEIDER; et al, 2008). A assistência de enfermagem direta ao paciente infartado sem complicações inclui monitorização dos sinais vitais, manter cabeceira do leito elevada, oxigenoterapia adequada, realização de eletrocardiogramas diários e/ou a critério médico, administração de medicamentos por via oral ou parenteral, promover repouso em ambiente tranqüilo, quando indicado, preparar o paciente para realização de exames diagnósticos, como o cateterismo e/ ou qualquer outro procedimento intervencionista ou cirúrgico, bem como esclarecer dúvidas e questionamentos relacionados aos procedimentos propostos (SMELTZER; BARE, 2005). Promover uma assistência de qualidade direcionada a esses pacientes depende de vários fatores, para tanto é importante entendermos primeiro o conceito de qualidade de vida. Segundo um estudo realizado acerca 19 desse tema, esse conceito sofreu duas tendências, a primeira relacionada à conceituação do termo na área de saúde, sendo identificadas: qualidade de vida como um conceito mais genérico, e a segunda, como qualidade de vida relacionada à saúde. (SEIDI; ZANNON, 2004). O enfermeiro deverá realizar educação em saúde com paciente e seus familiares, orientando-o na redução de atividades físicas que produzam dor torácica, dispnéia ou fadiga indevida; evitar extremos de calor e frio, quando indicado, perder peso, cessação do tabagismo, desenvolvimento de padrões alimentares mais saldáveis, adesão ao tratamento medicamentoso, controle da hipertensão e/ ou diabetes quando presentes. Em relação aos sentimentos e emoções relatadas pelo cliente e família, avaliar a necessidade de aconselhamento espiritual e religioso, permitir que paciente e família verbalizem seus medos e dúvidas buscando estratégias para minimizar o estresse e ansiedade manifestada. Todos esses cuidados e orientações, quando seguidos, contribuem efetivamente para um padrão de qualidade de vida após o infarto (SMELTZER; BARE, 2005). 20 4. METODOLOGIA Esta pesquisa é de natureza qualitativa, porque lida com aspectos que não podem ser quantificados e considera dimensões de sentidos e significados formativos sobre o tema em estudo. Para isso, adota como ponto de investigação a revisão integrativa do que é discutido nos estudos contemporâneos sobre o tema Infarto Agudo do Miocárdio, elegendo como categoria de discussão a qualidade de vida, a partir da perspectiva e das práticas da enfermagem. O estudo foi desenvolvido de forma sistemática e processual, a partir de uma análise criteriosa de diferentes artigos científicos, coletados em diferentes fontes acadêmicas que subsidiam fontes de pesquisa sobre diversos temas da área da saúde. A partir daí, deu-se a interpretação das categorias teóricas mais pertinentes no estudo, em destaque cita-se o Infarto Agudo do Miocárdio, a qualidade de vida e a prática de enfermagem. 4.1 Tipo de estudo A revisão integrativa aparece como a metodologia adequada, por proporcionar a síntese do conhecimento e a incorporação da aplicabilidade de resultados de estudos significativos na prática. A revisão integrativa é a mais ampla abordagem metodológica referente às revisões, permitindo a inclusão de estudos experimentais e não-experimentais para uma compreensão complexa do fenômeno analisado. Combina também dados da literatura teórica e empírica, além de incorporar um vasto leque de propósitos: definição de conceitos, revisão de teorias e evidências, e análise de problemas metodológicos de um tópico particular (SOUZA, et al, 2008). No presente estudo, optou-se pela revisão integrativa porque reduz incertezas sobre recomendações práticas, permite generalizações precisas sobre o fenômeno a partir das informações disponíveis limitadas e facilita a 21 tomada de decisões com relação às intervenções que poderiam resultar no cuidado mais efetivo e de melhor custo/benefício (MENDES, et al, 2008). Para elaborar uma revisão integrativa eficiente no sentido de subsidiar a construção de conhecimento e intervenções eficazes por parte de enfermeiros no cuidado aos pacientes, é necessário o estabelecimento de etapas, que devem estar claramente descritas e bem definidas. No geral, para a construção da revisão integrativa é preciso percorrer seis etapas distintas, semelhantes àquelas utilizadas para a pesquisa convencional. (MENDES, et al. 2008). A seguir, apresenta-se as etapas, que serão utilizadas no presente estudo. • • • • • • 1ª Etapa: Identificação da questão de pesquisa. 2ª Etapa: Estabelecimento de critérios para a seleção de amostras. 3ª Etapa: Coleta de dados. 4ª Etapa: Avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa. 5ª Etapa: Interpretação dos resultados. 6ª Etapa: Apresentação da revisão 22 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES Neste momento serão apresentados os resultados e as discussões referentes ao tema Infarto do Miocárdio e Qualidade de Vida, com enfoque em diferentes aspectos dos pacientes que são acometidos desta patologia. 5.1 Descrição dos aspectos relacionados à perspectiva de qualidade de vida desses pacientes após o IAM No decorrer deste item procuraremos discutir as categorias “infarto do miocárdio”, “qualidade de vida” e “prática de enfermagem”, a fim de compreender qual como elas se articular no pleno desenvolvimento e a qualidade de vida dos pacientes infartados, com base na revisão da literatura integrativa contemporânea, referente a esta temática. Percebemos que na atualidade é bastante recorrente nas pesquisas do âmbito da saúde estudos mais sistemáticos e categoriais sobre as doenças cardiovasculares, em virtude de sua perspectiva conceitual e necessidade de abordar suas perspectivas e implicações. O interesse por esta discussão não é centrada somente no Brasil, pois é um tema de ordem mundial, abordado em diferentes pesquisas internacionais, dada sua abrangência e significado no contexto hospitalar e dos indicadores de mortalidades destes campos geográficos. Frente isso, consideramos que os estudos sobre este enfoque merecem ser aprofundados e divulgados no âmbito científico. Em relação ao exposto, Gallani defende que “as doenças cardiovasculares (DCV) têm apresentado expressiva prevalência nos quadros de morbi-mortalidade na maioria dos países do ocidente, inclusive em países da América do Sul, como o Brasil. [...].” (ET AL, 2003, p.40). No tocante a estas patologias, reconhecemos como foco de interesse e tema pertinente a este estudo o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), a qual nos chama atenção e merece maiores aprofundamentos nestes resultados e discussões. 23 Identificados, desse modo, que o campo da enfermagem precisa assumir o interesse e a responsabilidade com a contribuição de melhorar a oferta de vida com qualidade aos pacientes que já sofreram o infarto. No tocante a este infarto, o mesmo pode ser concebido como “[...] uma doença que resulta quase sempre da aterosclerose coronariana com oclusão trombótica das artérias coronárias [...].” (ALCÂNTARA, ET AL, 2007, p. 118). Atrelado a isso, Melo complementa que esta doença: Trata-se de um evento agudo, que sempre requer internação hospitalar e, pela sua magnitude e pela existência de procedimentos terapêuticos capazes de melhorar o prognóstico do paciente, tem sido apontado como um agravo importante no desenvolvimento de indicadores para o monitoramento da qualidade da assistência. (2004, p.4). Desta maneira, identificamos no proposto que esta patologia é muito grave, com isso, requer atenção especial por todos aqueles que integram as equipes hospitalares, assim como, pelos sujeitos que são acometidos desta, no intuito de terem manifestações ou reincidências de infartos. Frente a isso, é preciso desencadear trabalhos educativos, ou melhor, formativos no âmbito da saúde, que promovam a redução de infartos para pacientes que já tenham sido acometidas destes. Logo, nesse contexto, é preciso apontar a relevância do profissional de enfermagem neste âmbito, porque ele poderá promover ações que instiguem e desencadeiem melhor Qualidade de Vida para os pacientes que já enfartaram por intermédio de múltiplas ações. Em adição, é preciso salientar que o estudo da Qualidade de Vida assume uma centralidade quando se põem em discussão o tema Infarto do Miocárdio, porque entendemos que as pessoas que passam por tal situação necessitam dispor de condições favoráveis de vida saudável. Sobre estas discussões, Gallani ressalta que “a importância da avaliação da QV junto a pacientes coronariopatas tem sido ratificada pela ampla utilização de diferentes instrumentos que permitam sua mensuração, nas diferentes áreas da saúde.” (ET AL, 2003, p.40). Significa afirmar que a qualidade de vida é algo fundamental para a progressão em saúde dos referidos pacientes. Conforme fora apresentado na fundamentação teórica e supracitado nos parágrafos anteriores, são muitas as pesquisas sobre o Infarto do 24 Miocárdio, e em decorrência disso, existem estudos mais específicos acerca das consequências, dos sintomas e das prevenções desta doença. Inclusive, “ estudos que relacionam exercícios físicos e saúde têm contribuído para a compreensão da influência de hábitos sedentários com a incidência de doenças cardiovasculares.” (BENETTI; ARAUJO; SANTOS, 2010, p.399). Complementando o exposto, destacamos que “o nível da atividade nervosa simpática é um dos mais importantes determinantes prognósticos em pacientes com insuficiência cardíaca.” (PÊGO-FERNANDES, ET AL, 2010, p. 685). Sendo assim, as pessoas que sofreram de depressão ou, então, que já tiveram infarto, que por sua vez, também têm em consonância a depressão, isso se constitui como agravante no processo de recuperação do paciente. Tal situação é agravada principalmente porque eles passam a não dispor de qualidade de vida, o que compromete drasticamente a vida do paciente. Inclusive, enfocamos que: A associação entre transtorno depressivo maior e doenças cardiovasculares, em particular infarto agudo do miocárdio, e frequente, levando a pior prognostico tanto da depressão como da doença cardiovascular, com maiores taxas de reinfarto e maior morbidade e mortalidade. [...]. (ALVES; FRÁGUAS; WAJNGARTEN, 2008, p.88) Os profissionais da área de saúde, no caso em estudo, precisamente os da área da enfermagem necessitam dispor de formação científica para saber agir diante deste contexto de depressão deste tipo de paciente. Os enfermeiros são os sujeitos que podem atuar diretamente no combate desta patologia que vem agravar ainda a que estamos a estudar nesta pesquisa, contribuindo desta forma para a reincidência de infartos. Há que ser considerado nesta discussão, além disso, que: Nos últimos anos, observou-se um crescimento dos estudos epidemiológicos de depressão e a investigação da associação com comorbidade cardiovascular. Na população geral, a prevalência de transtorno depressivo maior para um período de seis meses e em torno de 6%. [...] (Ibidem, p.89). A depressão pode agravar ainda mais os efeitos e transtornos ocasionados pelo infarto, instigando reincidências de seus efeitos e 25 consequências no organismo humano. Portanto, é fundamental que os pacientes que estejam com depressão venham ser acompanhados por profissionais diversos, que estudem e atuem sobre os casos de depressão, para que os índices de infarto não sejam agravados. Compreendemos, inclusive, os enfermeiros podem promover palestras educativas sobre esta temática, e isso deve ser transporto principalmente para os pacientes, no intuito destes, identificarem os efeitos da depressão sobre o seu próprio organismo. Com efeito, é relevante que os pacientes que sofreram infartos percebam a necessidade de superar outros possíveis problemas de saúde, seja física e/ou mental, que possam agravar o Infarto do Miocárdio. No que se refere ao exposto, pode ser situado que as diferentes formas de atividades físicas contribuem para o desenvolvimento da saúde do paciente e também para reduzir os indicadores de depressão. Complementa-se ainda que A melhora da capacidade funcional e da qualidade de vida é mais expressiva quando há prescrição de exercícios com maior intensidade. A prática de exercícios, independentemente da intensidade, proporciona melhora na percepção da qualidade de vida. (BENETTI; ARAUJO; SANTOS, 2010, p.403). Quanto a isso, é significativo elucidar que “estudos que relacionam exercícios físicos e saúde têm contribuído para a compreensão da influência de hábitos sedentários na incidência de doenças cardiovasculares. [...].” (Ibidem, 402). Logo, os pacientes necessita dispor de continuas atividades físicas que estimulem o pleno funcionamento do organismo, uma vez que através destas eles poderão obter melhor desempenho da estrutura corporal. Os referidos autores, inclusive, destacam que: Parece que o exercício físico aeróbio de alta intensidade melhora a função endotelial e a circulação coronária associada à aterosclerose coronária não estenótica e que a provável causa seria o recrutamento de vasos colaterais e o possível aumento do fluxo sanguíneo nas áreas isquêmica do miocárdio. [...]. (Ibidem, p.403). Os enfermeiros podem estimular que os seus pacientes tenham o hábito de praticar exercícios físicos, os quais devem ser realizados continuamente e sob o acompanhamento de profissionais com formação 26 especifica para este, no caso, pode ser citado os educadores físicos. No caso dos enfermeiros, é recomendando que estes disponham de conhecimentos acadêmicos sobre os efeitos e implicações das atividades físicas para os pacientes que já sofrem infartos, para que possam tirar possíveis dúvidas destes, sobre estes aspectos contidos na citação acima, assim como, dentre outros elementos desta natureza. Os exercícios físicos promovem e instigam a motivação dos citados pacientes, sendo considerados como pontos vitais de fortalecimento da autoestima e do interesse pela busca do conforto de saber que a estão bem de saúde, combatendo assim a depressão, que geralmente acomete diversos pacientes. Durante a realização dos exercícios físicos os pacientes podem dialogar com diferentes pessoas, compartilhar suas vidas pessoais e profissionais com os amigos e companheiros de academia, por exemplo, e isso pode instigá-los a ter uma vida mais saudável. No que se refere à depressão, é notório explicitar que ela pode acometer pessoas que já tiveram infartos. Ou então, ao mesmo tempo, poderá ocasioná-los, em virtude do quadro debilitado fisicamente e emocionalmente em que o paciente pode se encontrar. Dessa forma, Embora seja frequente, mesmo em pacientes com doença cardiovascular, o transtorno depressivo continua subdiagnosticado e, consequentemente, sem tratamento. As manifestações clínicas dos transtornos depressivos em pacientes com cardiopatia diferem dos transtornos depressivos nos pacientes não cardiopatas e podem se confundir com a gravidade da própria doença clinica de base. (ALVES; FRÁGUAS; WAJNGARTEN, 2008, p.90). Neste contexto, o profissional da enfermagem também poderá atuar, promover palestras sobre este enfoque, para que os pacientes compreendam que situações de depressão instigam e agravam os problemas relacionados ao Infarto do Miocárdio. O trabalho educativo no âmbito da saúde também pode ser promovido pelos enfermeiros, desde a atenção básica até ao acompanhamento e a recuperação de determinadas patologias mais específicas. Em complemento, ressaltamos que: A associação entre depressão e comprometimento do sistema cardiovascular pode ocorrer em três direções. A depressão pode ser desencadeada pelo estresse psicológico de um evento cardíaco, a depressão pode direta ou indiretamente 27 acarretar um impacto cardiovascular negativo ou uma predisposição genética comum pode aumentar o risco para a ocorrência de ambas. (Ibidem, p.89). Neste contexto, o profissional da enfermagem também poderá atuar, promover palestras sobre este enfoque, para que os pacientes compreendam que situações de depressão instigam e agravam os problemas relacionados ao Infarto do Miocárdio. O trabalho educativo no âmbito da saúde também pode ser promovido pelos enfermeiros, desde a atenção básica até ao acompanhamento e a recuperação de determinadas patologias mais específicas. Em complemento, ressaltamos que: A associação entre depressão e comprometimento do sistema cardiovascular pode ocorrer em três direções. A depressão pode ser desencadeada pelo estresse psicológico de um evento cardíaco, a depressão pode direta ou indiretamente acarretar um impacto cardiovascular negativo ou uma predisposição genética comum pode aumentar o risco para a ocorrência de ambas. (ALVES; FRÁGUAS; WAJNGARTEN, 2008, p.89). Conforme pode ser identificado nas discussões acima, existem diversas doenças que são ocasionadas e associadas ao processo de Infarto do Miocárdio, uma vez que os pacientes ficam propensos a adquirir outras patologias, porque o seu organismo fica fragilizado. Associado a isso, há que ser considerado que a depressão estimula e ocasiona maiores índices de fragilidade dos indivíduos, o que pode instigar maiores incidências de infarto. Frente a isso, tais pacientes não dispõem de boa qualidade de vida, e isso é também fator negativo para o seu processo de recuperação e ao mesmo tempo para o agravamento de possíveis casos. Diante disso, é fundamental que os pacientes busquem desencadear boa qualidade de vida para que não venham ocasionar novos casos de infarto. Sobre esta categoria, concebe-se que: O conceito de qualidade de vida é relativamente recente e decorre, em parte, de novos paradigmas que têm influenciado as políticas e as práticas de saúde nas últimas décadas. Consoante a essa mudança de paradigma, a qualidade de vida passou a ser um dos resultados esperados tanto das práticas assistenciais quanto das políticas públicas para o setor da promoção de saúde e da prevenção de doenças. (CAETANO; SOARES, 2007, p.31). 28 Os estudos sobre o que se concebe e o que caracteriza a qualidade de vida são bastante contemporâneos, pois não havia o interesse e o foco por este interesse de pesquisa. Este tema passou a dispor de maior atenção em diferentes focos de discussões e investigações científicas, porque isso passou a ser visualizado em diferentes contextos, tanto no âmbito das políticas públicas da saúde como dos próprios profissionais desta área. Reforça-se ainda que a “qualidade de vida é um conceito abstrato, altamente subjetivo, influenciado por valores pessoais e culturais, crenças, auto-conceitos, objetivos, idade e expectativa de vida. [...].” (GALLANI, ET AL, 2003, p.40). Dessa forma, a concepção de qualidade de vida é bastante subjetiva e relativa, é influenciada pelo contexto em que é situada e concebida, porque está relativizada pelos sujeitos que a definem. Ou seja, identificada por meio do que o paciente compreende por qualidade de vida, que varia de indivíduo para indivíduo, com isso, envolve valores e percepções intersubjetivas, que são modificáveis de contexto para contexto. Outro aspecto a ser considerado é que este conceito é significativamente também cultura e envolve elementos de ordem subjetiva e pessoal. Para tanto, a definição global de qualidade de vida “[...] leva em conta as condições externas de vida e as experiências subjetivas do indivíduo. Não é tarefa fácil quantificar qualidade de vida. Para tanto, existem várias propostas de instrumentos que foram validados por diversos estudos.” (MORIEL, ET AL, 2010, p.691). Nesse sentindo, não é tarefa fácil especificar de forma objetiva e direta o que o que vem ser qualidade de vida, mas é evidente que existem alguns parâmetros a serem seguidos, considerados e especificados. Com isso, o profissionais da área da saúde necessitam conhecer em profundidade o que pode ser identificado como elementos que dão sentindo e significado ao que se compreende por qualidade de vida, as quais serão especificadas a seguir. De todo modo, é fundamental salientar que: Qualidade de vida (QV), em seu sentido geral, aplica-se ao indivíduo aparentemente saudável do ponto de vista físico e diz respeito ao seu grau de satisfação com a vida nos múltiplos aspectos que a integram: moradia, transporte, alimentação, lazer, satisfação/ realização profissional, vida sexual e 29 amorosa, bom relacionamento com outras pessoas, liberdade, autonomia e segurança financeira. A qualidade de vida pode estar vinculada ao estilo de vida, incluindo padrão de alimentação, prática de atividades físicas, não-aderência a hábitos, como o cigarro, e a forma como encara o trabalho, a família e as chamadas “tensão de vida moderna” (CAETANO; SOARES, 2007, p.31). Partindo do exposto na citação acima, compreende-se que a satisfação de vida pessoal e profissional é elemento preponderante na explicitação do que se compreende por qualidade de vida, contemplando diferentes aspectos, tais como estilo de vida e padrão alimentar. Além disso, segundo Alcântara, a qualidade de vida é relativa “[...] à saúde é definida como a mensuração de percepção do estado funcional, impacto, limitação, condições de tratamento e perspectiva que os pacientes com doenças crônicas e doenças do coração têm num contexto cultural e sistema de valores.” (ET AL, 2007, p. 118). Significa afirmar que a qualidade de vida é uma condição preexistente para promover o pleno desenvolvimento e funcionamento do organismo. No que se refere, a Infarto do Miocárdio, os aspectos relacionados ao bem estar dos indivíduos é fator significativo para desencadear uma real perspectiva de vida saudável. De outro modo, identificamos que: Experiências vividas, como doenças, tratamentos, relações interpessoais e suporte social também exercem influência sobre a qualidade de vida. Os instrumentos que visam mensurar a QV procuram incluir questões que abordem as funções física, emocional e social, desempenho de papel, dor, sono e sintomas específicos de doença. (GALLANI, et al, 2003, p.40). Os aspectos sociais influenciam diretamente na qualidade de vida, porque agem diretamente sobre os tipos de alimentos consumidos, aspectos que abordam os elementos de ordem física, psicológica e motora dos indivíduos. A concepção de uma boa qualidade envolve diversas dimensões e superação de várias patologias. Em geral, há preocupação com as diferentes patologias e a dimensão integrativa do que fundamenta a qualidade de vida, assim como, boas condições de sono, de alimentação e de superação do que venha ocasionar futuros problemas patológicos. No que se refere às patologias, 30 Estudos recentes sobre qualidade de vida (QV) têm sido realizados em pacientes portadores de várias condições mórbidas objetivando aferir as diferentes medidas terapêuticas destinadas a melhorar as condições clínicas e também a qualidade de vida dos pacientes. Incluída nessa condição, a doença arterial coronariana (DAC), considerada uma das mais importantes causas de morbidade e mortalidade na população adulta, tem um cenário com probabilidades de não se modificar nos próximos anos. (TAKIUTI, 2007, p. 538). Os estudos científicos revelam que a concepção e a compreensão da qualidade de vida não é fácil de ser explicitada, porque conjuga uma série de fatores de ordem pessoal e subjetiva, associando-se a elementos diversos que influenciam sobre a saúde dos pacientes. Inclusive é notório que o termo qualidade de vida “[...] é amplo e inclui uma variedade maior de condições que podem afetar a percepção do indivíduo, seus sentimentos e comportamentos relacionados com o seu funcionamento diário, incluindo a sua condição de saúde e as intervenções médicas.” (CAETANO; SOARES, 2007, p.31). Nesse sentindo, a qualidade de vida do paciente que já sofrera infarto passa por aspectos de ordem psicológicas como de ordem física e fisiológica. Para isso, é necessário que o paciente tenha compreensão dos diferentes fatores que influenciam em seu processo de recuperação e no estado de controle das diferentes reações e consequências do infarto, porque “indivíduos que sofreram infarto agudo do miocárdio (IAM) apresentam déficits de condições fisiológicas, sociais e laborativas, com consequente baixa qualidade de vida [...].” (BENETTI; ARAUJO; SANTOS, 2010, p.400). Tais fatores explicitam que este paciente não dispõe de fatores propensos a uma boa qualidade de vida, pelo contrário, estes são acometidos de inúmeras condições que podem lhes levarem a situações de depressão ou outra problemática de saúde. Para a qualidade de vida deste tipo de paciente, não diferente das demais, precisa de atenção por todos os sujeitos e profissionais que atuam direntamente em seu processo de acompanhamento. Compreendemos que o estilo de vida dos paciencientes que já sofreram infarto não pode ser tal qual as demais pessoas, porém, estes não podem ser ezimidos de terem um vida normal, com uma boa qualidade de vida. Um dado a ser considerado nesta discussão é que “estudos mostraram uma 31 maior incidência de eventos cardiovasculares na população com sintomas depressivos ou baixos escores de indicadores de qualidade de vida.” (MORIEL, ET AL, 2010, p.691). Para tanto, a qualidade de vida destes pacientes, geralmente, não é satisfatória e plena, pelo contrário, requer uma maior atenção, porque é sujeita a frequentes alterações, semelhantes das demais pessoais, mas no caso deles, exige maior atenção, porque: A satisfação com a vida e sensação de bem-estar pode, muitas vezes, ser um sentimento momentâneo. Porém, acreditasse que o investimento na conquista de uma vida com qualidade pode ser construído e consolidado em um processo que inclui a reflexão sobre o que é definitório para sua qualidade de vida e o estabelecimento de metas a serem atingidas, tendo como inspiração o desejo de ser feliz. (CAETANO; SOARES, 2007, p.31). O alcance do pleno exito da qualidade de vida requer uma série de fatores, dentre estes pode ser acentuado que é fundamental o paciente inicialmente conhecer em profundidade dimensões específicas da patologia que porta, situando seus limites e possibilidades. Em continuidade, é importante também que este identifique quais são os aspectos da área da saúde que podem lhes proprocionar uma melhor qualidade de vida. De outro modo, é fundamental a ocorrência de avaliações sobre diferentes aspectos e perspectivas do que pode estruturar qualidade de vida para esses pacientes. Sobre esta reflexão, pode ser complementado que: Entendemos que a avaliação da qualidade de vida em pacientes com infarto do miocárdio tem a ver mais com os benefícios do que com os eventuais prejuízos da intervenção terapêutica. O que se vai medir é o quanto a insuficiência cardíaca impede ou dificulta a vida do paciente, pois esses portadores desenvolvem mecanismos para tentar diminuir os desconfortos que o tratamento lhes ocasiona e, dependendo da intensidade, acabam por afetar o seu estilo de vida. A escolha de um instrumento holístico para avaliar a QV nesta clientela é importante. A Escala de QV de Flanagan5 é um dos instrumentos de avaliação. (Ibidem, p.31). Na citação acima são apresentados diferentes aspectos da interelação da qualidade de vida com os problemas ocasionados pelos efeitos e as consequências do infarto. Em destaque, pode ser citado que é 32 imprescindível reconhecer o que precisa ser evitado na rotina do paciente, assim como, o que ele poderá fazer para conviver de forma saudável com possíveis resultados e efeitos do infarto. Nesse âmbito, surge o profissional da enfermagem que poderá estimular e propagar a educação em saúde, principalmente em seu local de trabalho, em destaque cita-se ações contínuas com os próprios pacientes, divulgando o que é necessário para que estes tenham predisposição e efeitos positivos para uma melhor qualidade de vida. Para tanto, A enfermagem sempre teve e terá grandes preocupações com os cuidados prestados a uma pessoa em uma variedade de situações relacionadas à saúde, como o estado geral, o bemestar, a qualidade de vida, dentre outras. Esse cuidado inclui papéis significativos na educação para a saúde, dentro da promoção da saúde, e a prevenção de doenças, bem como o cuidado individual do paciente, visto que este é o maior responsável pela manutenção de sua saúde e prevenção das doenças. (CAETANO; SOARES, 2007, p.31). Com efeito, situamos que a enfermagem age de forma direta em processos e ações básica (iniciais) frente à promoção da educação em saúde e, principalmente, no enfoque direto e sistemática em propagar múltiplos conhecimentos sobre aspectos, implicações e perspectivas da qualidade de vida. No que tange ao desenvolvimento pleno do potencial da pessoa que tem predisposição ou mesmo manifestado o infarto, porque A enfermagem é co-participante direta na difusão de medidas preventivas à população, por incluir, em suas principais atribuições, a atenção primária à educação em saúde, atividades educativas, informativas e interativas direcionadas à população. Por tanto, a implementação de estratégias baseadas na promoção de um estilo de vida saudável requer esforço coordenado entre os provedores de cuidados com a saúde, tais como médicos, enfermeiros, nutricionistas e fisioterapeutas, odontólogos, o sistema escolar, outros órgãos governamentais,a indústria como a de alimentos e a farmacêutica. (Ibidem). Os enfermeiros podem promover ações e procedimentos que instiguem os pacientes a se cuidarem melhor, em destaque cita-se os que tiveram infarto do miocárdio, para que eles possam alcançar e conceber um 33 estilo de vida mais saudável e condizente com as condições de saúde. Tais procedimentos nao são de responsabilidade somente dos enfermeiros, mas de todos os profissionais do âmbito da área da saúde, porque são os sujeitos que mais podem contribuir com a promoção da qualidade de vida dos pacientes que já sofreram infartos. Especificamente compete aos enfermeiros uma melhor atuação neste contexto porque são os profissionais, em destaque, que buscam agir integramente com os citados pacientes, possibilitando atenções básica e primárias, que se interligam a propagação da qualidade de vida. Por tanto, “a literatura preconiza o papel do enfermeiro como de provisão, promoção, manutenção e restauração do conforto.” (MUSSI, 2004, p.752). Em adição, entende-se que o conforto pode ser situado como a zona e o período em que as pessoas acomitadas de doenças cardiacas buscam intigar altos índices de qualidade de vida, que favoreçam uma vida saudável e ao mesmo tempo, que evitem situações propensas de reincidencias de infarto. Logo, “os indicadores da categoria bem-estar físico, bem-estar psicológico, bem-estar espiritual e interações pessoais são coerentes com as definições atribuídas aos, contextos em que o paciente experimenta conforto [...].” (MUSSI; FRIEDLANDER; ARRUDA, 1996, p. 34). As situações de conforto e de qualidade de vida precisam ser instigadas frequentemente, estimulando a propensão desta no contexto familiar, psicológico e comportamental dos pacientes acometidos de infarto do miocárdio. O trabalho dos enfermeiros deve ser apoiado no cenário da ação educativa, desencadeando realmente a promoção da qualidade de vida, no intuito de romper com qualquer incidência de desconforto. Neste contexto, cabe salientar que ao pensar numa proposta educativa, é preciso “[...] lembrar que o controle dos fatores de risco depende tanto do treinamento quanto da conscientização e participação ativa do indivíduo na mudança para um estilo de vida mais saudável.” (MUSSI, 2004, p.757). Ainda no que compete ao prática da enfermagem, reforça-se que: Sem dúvida, a única forma de evitar todo esse desconforto é evitar o próprio infarto: não há outra estratégia senão a prevenção, que pode incidir em diversos níveis, nos quais a enfermagem tem importante papel a desempenhar. E, o estudo 34 acima relatado, pode contribuir para iluminar a ação possível e desejável de enfermeiros nessa prevenção. (Ibidem). . Partindo do que fora apresentando acima, por intermédio do desenvolvimento da explicitação dos resultados e discussões desta investigação, fica evidente que o infarto do miocário é uma patologia bastante grave em diferentes contextos geográficos e econômicos. Esta doença acomete muitas pessoas, ocasionando e instigandos as taxas de mortalidade, porém, muita pessoas podem conviver de forma saudável, e com boa qualidade de vida, após serem acometidas de infarto, desde que tenham atenção e cuidado com suas respectivas condições de vida. Nesse âmbito, pode ser situado elementos de ordem alimentar, emocional, da saúde e de outras naturezas, que são indubitavelmente revantes para a vida em sociedade de forma satisfatória e que promovam campos de conforto. Os enfermeiros são chamados a atuarem neste contexto, promovendo, assim, boa qualidade de vida para os pacientes e instigando-os a se cuidarem plenamente. Para isso, é interessante que eles disponham de formação de qualidade e tenham compromisso com a profissão, porque entendemos que os mesmos podem desencadear ricas e oportunas melhorias nas condições de saúde para muitos pacientes, em destaque podemos citar os que já sofreram infarto e que poderão ser acometidos desta patologia de forma mais intensa e grave. 35 CONCLUSÃO A partir do que já foi exposto no capítulo anterior e na própria revisão da literatura, fica explicito que a Qualidade de Vida no paciente infartado, pressupõem de diversos fatores dentre eles: pratica de atividade física (e para pacientes não sedentários o exercício de alto impacto),vida sexual de qualidade,prevenção da depressão, hábitos saudáveis com: ausência de tabagismo, álcool e droga. Tais aspectos precisam ser considerados no âmbito da enfermagem, principalmente porque entendemos que os profissionais deste campo têm a possibilidade de promover ações significativas no campo da educação em saúde, para promover melhores condições de vida para este público. Para tanto, evidenciamos que a qualidade de vida deste pacientes é atrelada a uma série de cuidados e implicações hospitalares. Qualidade de Vida (QV), em seu sentido geral, aplica-se ao indivíduo aparentemente saudável do ponto de vista físico e diz respeito ao seu grau de satisfação com a vida nos múltiplos aspectos que a integram: moradia, transporte, alimentação, lazer, satisfação/ realização profissional, vida sexual e amorosa, bom relacionamento com outras pessoas, liberdade, autonomia e segurança financeira. Estes fatores são fundamentais para o pleno desenvolvimento dos seres humanos, considerando como elemento central a qualidade de vida. A qualidade de vida pode estar vinculada ao estilo de vida, incluindo padrão de alimentação, prática de atividades físicas, não-aderência a hábitos, como o cigarro, e a forma como encara o trabalho, a família e as chamadas “tensão de vida moderna” (CAETANO; SOARES, 2007, p.31). Desse modo, que o campo da enfermagem precisa assumir o interesse e a responsabilidade com a contribuição de melhorar a oferta de vida com qualidade aos pacientes que já sofreram o infarto. Frente isso, este profissionais podem atuar em diversos contextos e realidades, vivenciando dinâmicas diversas e se predispondo a desenvolver com êxito ações da enfermagem que promovam o desempenho favorável de qualidade de vida. Os enfermeiros necessitam atentar para os aspectos contemplados neste estudo, no intuito de compreenderem como podem contribuir com uma melhor 36 qualidade de vida dos pacientes que sofreram ou que podem sofrer enfarto do miocárdio. Mas, para isso, é fundamental falar e oferecer formação de qualidade para que estes sujeitos possam desempenhar com êxito suas atribuições neste contexto. 37 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALCÂNTARA, Erikson Custódio. Avaliação da qualidade de vida após infarto agudo do miocárdio e sua correlação com o fator de risco hipertensão arterial. In: Rev Bras Hipertens, vol.14(2), 2007, p.118-120. ALVES,Tânia Correa de Toledo Ferraz, FRÁGUAS, Renério, WAJNGARTEN, Mauricio. Depressão e infarto agudo do miocárdio. In: Rev Psiq Clín, 2008, p. 88-92. ARAÚJO, D. S. M. S.; ARAÚJO, C. G. S. Aptidão física, saúde e qualidade de vida relacionada à saúde em adultos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 6, n. 5, p. 194-203, 2000. BASSAN R, Pimenta L; TIMERMAN A. I. Diretriz da Sociedade Brasileira sobre Dor Torácica na Sala de Emergência. Arq Bras Cardiol 2004;79 (Supl II):1. BENETTI, M. et al. 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