1) Introdução aos Estudos de História.

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INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DE HISTÓRIA
O que é História? Para que ela serve? Quem faz a História? Onde? Como? Quando?
O QUE É A HISTÓRIA?
História é a CIÊNCIA que estuda as ações do ser humano no tempo e no espaço. Esse estudo envolve as realizações
humanas, as transformações que ocorrem na sociedade, bem como aquilo que mudou ou permaneceu semelhante ao longo
do tempo.
PARA QUE SERVE A HISTÓRIA?
Você já deve ter se perguntado, porque ocorrem as guerras? Por que não há comida e moradia para todos? Como viveram
nossos antepassados? Como surgiram países com costumes tão diferentes? Para compreender esses aspectos, o historiador
procura analisar todos os acontecimentos como uma rede de fatos ligados um ao outro.
A História contribui para a compreensão das sociedades: suas transformações, mudanças, rupturas, simultaneidades e
permanências, as relações entre os seres humanos que a constituem, as semelhanças e as diferenças entre elas. A História
nos auxilia a conhecer o passado e, assim, compreender melhor o presente. Desse modo nos tornamos mais capazes de agir
para transformar a sociedade.
AS DIFERENTES INTERPRETAÇÕES
Casa pessoa pode interpretar os acontecimentos do dia-a-dia de uma maneira diferente. E essa diversidade é positiva. Já
imaginou se todos nós pensássemos da mesma forma? Provavelmente não haveria ideias novas.
Os historiadores, quando estudam determinadas sociedades, também podem interpretá-la de diferentes maneiras.
Dependendo de sua concepção, métodos e das fontes de que dispõe, o historiador pode dar ênfase, por exemplo, a aspectos
políticos, econômicos e culturais. A ênfase em um ou mais desses aspectos possibilita ao historiador construir sua própria
interpretação histórica a partir do enfoque escolhido por ele e da documentação analisada.
AS FO9NTES HISTÓRICAS
Fonte Histórica é tudo aquilo que traz informações sobre o passado, que serve à construção do conhecimento histórico. São
exemplos de fontes históricas: jornais, livros, revistas, cartas, diários, letras de música, histórias em quadrinhos, pinturas,
fotografias, filmes, mapas, moedas, vasos, jóias, esculturas e muitos outros.
Também são consideradas fontes históricas os relatos orais, por exemplo, as histórias contadas por nossos avós.
A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO HISTÓRICO
A análise e a interpretação das fontes históricas exigem do historiador muita habilidade e cuidado. Quando um historiador se
depara com uma fonte histórica, ele já possui uma série de ideias, razões e emoções que interferem em sua análise e em sua
interpretação.
Uma mesma fonte histórica pode ser interpretada de diversas maneiras, dependendo dos critérios de análise de cada
historiador. Portanto, se cada historiador faz a sua própria interpretação dos acontecimentos históricos, ela não pode ser
considerada uma verdade única e absoluta.
OS SUJEITOS HISTÓRICOS
Por muito tempo foram considerados sujeitos históricos somente pessoas ditas “importantes”, como reis, rainhas, generais,
políticos, padres. Acreditava-se que somente esses personagens de destaque determinavam os rumos da História.
Nas últimas décadas, porém, os historiadores mudaram essa concepção e passaram a considerar sujeitos históricos toda
pessoa que, individualmente ou um grupo, participa do processo histórico.
O TEMPO
Tempo da Natureza – Existe o tempo que passa naturalmente, e não depende da vontade humana. Esse tempo da natureza,
que pode ser percebido, por exemplo, pelo envelhecimento das pessoas.
Tempo Cronológico – diferentemente do tempo da natureza, o tempo cronológico é medido, contado. Esse tempo é um
elemento cultural, pois foi o ser humano que criou as diversas formas de medição de tempo.
O tempo cronológico pode ser dividido em diversas unidades de medida: segundo, minuto, hora, dia, mês, ano, etc. Existem
também diversos instrumentos para medir a passagem do tempo, como a clepsidra, a ampulheta, o relógio e o calendário.
Tempo Histórico – O tempo cronológico, como vimos, pode ser marcado por instrumentos de medição, por exemplo, o relógio
e o calendário, pois sua contagem é feita com unidades fixas, como a hora, o dia e o ano.
O tempo Histórico, por sua vez, possui diferentes ritmos e durações, e pode ser verificado principalmente por meio das
transformações e permanências que ocorrem nas sociedades.
Mesmo Tempo Cronológico diferentes Tempos Históricos: As sociedades que vivem em um mesmo tempo cronológico,
podem não vier um mesmo tempo histórico. Durante o século XVIII, por exemplo, enquanto a sociedade inglesa passava por
um acelerado processo de industrialização, a sociedade russa vivia outro tempo histórico, mantendo muitas características da
Idade Média.
CALENDÁRIOS – é um instrumento utilizado para medir a passagem do tempo e dividi-lo em dias, meses e anos.
O calendário gregoriano – O calendário adotado oficialmente em nosso país é o gregoriano, introduzido em 1582 pelo papa
Gregório XIII. Esse calendário é solar, ou seja, um ano corresponde a uma volta em torno do Sol. Nesse calendário o ano
possui 365 dias e a cada quatro anos, ocorre um ano bissexto.
O calendário chinês – divide o tempo em ciclo de doze anos. Cada ano é representado por um animal, como tigre, cão ou
macaco. Após doze anos, o ciclo se reinicia e os nomes dos animais voltam a se repetir.
O calendário islâmico – a contagem dos anos tem início com a Hégira, que foi a fuga do profeta Maomé de Meca para Medina,
ocorrido no ano 622. Por isso, o ano de 2012 no calendário gregoriano, por exemplo, corresponde ao ano 1433 no calendário
islâmico.
A ARQUEOLOGIA
O Trabalho dos Arqueólogos – a Arqueologia é a ciência que estuda os modos de vida dos povos do passado por meio de
vestígios materiais por ele produzidos. Muito do que sabemos sobre a chamada pré-história e, também, sobre a Antiguidade se
deve à Arqueologia e ao trabalho dos arqueólogos. Esses profissionais são responsáveis pela escavação, catalogação e
pesquisa dos vestígios arqueológicos. Esses vestígios são os mais variados, como vasos, talheres, jóias e armas.
O SITIO ARQUEOLÓGICO
O local onde são feitas as escavações é chamado de Sítio Arqueológico. O trabalho de escavações não é simples e, antes
mesmo de começá-lo, existem cuidados que devem ser tomados. Uma escavação mal feita pode danificar os vestígios e
prejudicar os resultados de uma pesquisa arqueológica.
Para determinar a datação e interpretar o significado dos vestígios, os arqueólogos levam em consideração a camada do solo
onde esses vestígios foram encontrados. Nas camadas mais profundas são encontrados os vestígios mais antigos e nas
camadas mais superficiais, os mais recentes.
OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO EM HISTÓRIA
Diferentes profissionais: Muitas vezes o Historiador depende da ajuda de outros profissionais, além dos arqueólogos para
compreender os processos históricos. Um desses profissionais é o sociólogo, que estuda as sociedades humanas e as
relações que se estabelecem entre os indivíduos e os diversos grupos sociais, como a família, a escola e as associações de
profissionais.
Antropologia – é a ciência que estuda o ser humano em seus aspectos físicos e culturais, desde a sua evolução biológica até
a sua formação cultural, que incluem mitos, costumes e linguagens.
A Filosofia estuda as impressões dos seres humanos sobre o mundo. A Filosofia auxilia na compreensão das ideias e dos
anseios das pessoas de determinadas épocas.
A Geografia estuda as transformações que ocorrem no espaço terrestre, tanto aqueles causados por fenômenos naturais
quando as que são realizados pelos seres humanos.
ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES PARA OS ESTUDOS HISTÓRICOS
Sociedade – os historiadores estudam as permanências e as transformações que ocorrem nas sociedades humanas ao longo
do tempo. Por isso, o conceito de sociedade é fundamental para os estudos históricos.
Quando falamos em sociedade estamos nos referindo a um conjunto de pessoas que convivem em um determinado espaço,
que seguem as mesmas regras e que compartilham valores, costumes, línguas, etc. Esse conceito engloba também as
relações que os indivíduos de uma sociedade estabelecem entre si.
A sociedade é formada por grupos sociais como a família, a escola, o sindicato, etc. Esses grupos sociais integram o indivíduo
à sociedade ao mesmo tempo em que influenciam na formação de seus valores e de sua visão de mundo.
Cultura – dizemos que os indivíduos de um grupo possuem uma mesma cultura quando compartilham ideias semelhantes ou
quando possuem um modo parecido de agir e sentir as coisas do mundo. A arte, a língua, as técnicas, os costumes e as leis
de um país são exemplos de expressões de uma cultura. Porém, mesmo no interior de uma sociedade existem diferenças que
indicam a variedade da produção cultural de cada grupo que compõe essa sociedade.
A cultura é transmitida de geração a geração por meio dos grupos sociais a que estamos ligados. Geralmente é a família que
nos transmite os primeiros valores sociais, depois a escola, em seguida nossos círculos de amizade, trabalho e assim por
diante. Desse modo a cultura é adquirida por meio de um processo de construção e transmissão social.
Trabalho – o trabalho é ação produtiva do ser humano, que transforma a natureza para atender as suas próprias
necessidades. Todos os bens de que dispomos são frutos do trabalho, desde uma música até um par de sapatos.
O trabalho assume formas diferentes de acordo com as características e as necessidades de diversas sociedades, porém de
qualquer maneira, ele é fundamental para o desenvolvimento humano.
Podemos dizer que o trabalho também é uma produção cultural, pois é determinado pelos padrões culturais que envolvem, por
exemplo, as técnicas que uma determinada sociedade dispõe ou aquilo que seus membros consideram mais importantes
produzir.
Política – A política pode ser entendida como a ação de organizar e de administrar uma sociedade, ou seja, é a capacidade
humana de estabelecer um governo. Na atualidade, a atividade política geralmente é realizada com base em uma
Constituição, que é um conjunto de leis que definem os principais direitos e deveres das pessoas de uma sociedade e
garantem o funcionamento das instituições de um país. Os países onde a constituição é respeitada e a população pode
participar das decisões políticas são países democráticos.
Economia – é a maneira como a sociedade se organiza para produzir bens que atendam as necessidades humanas. A
economia envolve o gerenciamento de diversos fatores que influenciam na produção de bens, tais como a utilização da terra,
as formas de trabalho, as tecnologias disponíveis, a comercialização dos bens produzidos, a distribuição da riqueza, os preços
das mercadorias entre outros.
Texto digitado pelo professor Odair a partir do livro:
(PELLEGRINI, Marco César, DIAS, Adriana Machado & GRINBERG, Keila. VONTADE DE SABER HISTÓRIA. 6º Ano, São
Paulo, FTD, 2009).
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