Saúde distribuirá quatro milhões de preservativos

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Saúde distribuirá quatro milhões de preservativos
femininos
A camisinha feminina garante autonomia às mulheres na hora de se prevenir
contra a gravidez, aids e doenças sexualmente transmissíveis (DST)
Desde 1996, o número de mulheres infectadas pelo vírus da aids no Brasil
vem crescendo. Segundo dados dos últimos três anos do Ministério da Saúde, a
cada três casos de aids registrados, um é em mulher. Em algumas regiões do
país, a razão de homem para mulher portadora do vírus é de um para um. A
vulnerabilidade feminina à infecção associa-se a fatores biológicos, à violência
sexual e à dificuldade de negociação do preservativo masculino com o parceiro.
Para tentar modificar essa situação, o Ministério da Saúde assinou em outubro
contrato para compra de quatro milhões de preservativos femininos, que serão
distribuídos nos serviços de saúde e nas organizações da sociedade civil que
desenvolvem ações de prevenção ao vírus HIV. A chegada das primeiras
remessas de preservativos femininos será em dezembro.
Mulheres vivendo com HIV /aids, profissionais do sexo e usuárias de drogas
ou parceiras de usuários de drogas serão priorizadas na distribuição. “Isso se
justifica por elas representarem um segmento mais exposto à aids e às doenças
sexualmente transmissíveis (DST), já que costumam enfrentar recusa do parceiro
em relação ao uso do preservativo”, explica Ivo Brito, responsável pela Unidade de
Prevenção do Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde.
Alto custo – A camisinha feminina tem a forma de uma bolsa, feita de
polioretano. Trata-se de um plástico macio, mais fino que o látex do preservativo
masculino, com 15 centímetros de comprimento e oito de diâmetro. O preservativo
feminino recebe o esperma, liberado na relação sexual, e impede a entrada do
espermatozóide na vagina. Dessa forma, também se evita a entrada de
microorganismos no corpo da mulher. O preservativo feminino é tão eficaz quanto
o masculino e pode ser colocado até oito horas antes do ato sexual.
O preço elevado representa um dos principais obstáculos à disseminação
do uso da camisinha feminina. Encontrada com facilidade em regiões
metropolitanas, tem comercialização quase nula em cidades menores, em virtude
desse valor alto e também pelo fato das pessoas não conhecerem o produto. O
preservativo feminino custa em média R$ 8 enquanto o masculino custa um terço
desse valor (em torno de R$ 2). Apesar dessas dificuldades, o Brasil ainda é o
maior comprador mundial de preservativos femininos. Na última remessa adquirida
pelo Ministério da Saúde, o insumo foi negociado ao preço unitário de U$ 0,69.
ONG – Lourdes Barreto, coordenadora geral do Grupo de Mulheres da Área
Central (Gempac) apóia a iniciativa da distribuição de preservativos femininos pelo
Ministério da Saúde. “A grande aceitação da camisinha feminina na área de
atuação da entidade se deve a trabalhos de conscientização para o uso do
preservativo”, explica. O Gempac atua nas áreas de prostituição do centro de
Belém (PA). Há 15 anos, a entidade realiza um trabalho de prevenção à aids e
outras DST por meio de palestras, demonstração de preservativos e apresentação
de vídeos. Cerca de 600 pessoas são beneficiadas pelos serviços da entidade nos
âmbitos municipal, estadual e regional, com orientação às profissionais do sexo,
garimpeiros e caminhoneiros.
Outra instituição a ser beneficiada com os preservativos femininos é o
“Grupo Da Vida”, do Rio de Janeiro.
“A iniciativa de distribuir as camisinhas
femininas é interessante. Isso vai estimular o uso do preservativo. Muitas
mulheres não têm o hábito de utilizá-lo, justamente por conta do preço elevado”,
afirma Gabriela Leite, dirigente do “Da Vida” e fundadora da Rede Brasileira de
Prostitutas.
Fundado em 1992, o ”Da Vida” promove debates com prostitutas do Rio de
Janeiro sobre cidadania, violência e prevenção de doenças. A organização atua
em parceria com o Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde e
recebe do governo 620 unidades de preservativos femininos para distribuição.
Cada mulher cadastrada ganha três preservativos por mês.
Como usar a camisinha feminina
Para colocar a camisinha feminina encontre uma posição confortável. Pode ser em pé com um pé
em cima de uma cadeira; sentada com os joelhos afastados; agachada ou deitada.
Segure a argola menor com
o polegar e o indicador.
Aperte a argola e introduza
na vagina com o dedo indicador.
Empurre-a com
o dedo indicador
A argola maior fica para fora da
vagina, isso aumenta a proteção.
Depois da relação, retire a camisinha feminina torcendo a argola de fora para que o esperma não
escorra e jogue-a no lixo. Nunca use a camisinha feminina mais de uma vez.
Cuidados necessários ao usar a camisinha feminina
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Usar a camisinha feminina desde o começo do contato entre o pênis e a
vagina.
Transar uma única vez com cada camisinha feminina. Usar a camisinha
feminina mais de uma vez não previne contra as DST e gravidez.
Guardar a camisinha feminina em locais frescos e secos.
Nunca abra a camisinha feminina com os dentes ou outros objetos que
possam danificá-la.
Onde encontrar camisinha feminina gratuita
Procure a Coordenação de DST e Aids de seu Estado ou Município, que informará
como e onde encontrar a camisinha feminina.
Para mais informações acesse o site do Programa Nacional de DST/Aids do
Ministério da Saúde: www.aids.gov.br.
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