Com base na leitura dos dois textos, Rego (2003) e Ceccim & Carvalho (2006), responda as perguntas a seguir e depois participe do fórum A Formação em Saúde: Trajetória e Questões Atuais 1) Quais foram os princípios fundamentais preconizados pela Reforma Flexner? A reforma Flexner preconizava um rígido modelo de ensino médico, privilegiando a formação científica de alto nível, o estudo do corpo humano segundo órgãos e sistemas, estimulando à especialização profissional. Os princípios fundamentais preconizados pela Reforma Flexner Preconizava um rígido modelo de ensino médico, que privilegia a formação científica de alto nível, estudo do corpo humano segundo órgãos e sistemas, acreditando ser possível o entendimento do homem pelo estudo das suas partes. Valorização do hospital como instituição de ensino e prática da medicina, valorização da pesquisa técnico-científica e valorização do estudo do corpo humano através de órgãos e sistemas, em detrimento do entendimento do indivíduo com um todo. A reforma Flexner preconizava um rígido modelo de ensino médico, privilegiava a formação científica de alto nível, o estudo do corpo humano segundo órgãos e sistemas, estimulando à especialização profissional. Perspectiva biologicista de doença, formação laboratorial no ciclo básico; formação clínica em hospitais, integrados a universidade; disciplinaridade e submissão do ensino à pesquisa. Exigência da graduação de nível superior para o ingresso na faculdade de medicina e extensão do curso para 04 anos, com mais um ano de internato apos a graduação, obrigatoriedade do ensino laboratorial, estímulo à contratação de docentes, mesmo clínicos, em tempo integral, expansão do ensino clinico, mesmo em hospitais, vinculação das escolas medicas às Universidades, ênfase na pesquisa biológica como forma de adequar a educação medica ao desenvolvimento das ciências medicas, estimulo à pesquisa e sua vinculação ao ensino. Exigência da graduação de nível superior para o ingresso na faculdade de medicina e extensão do curso para 04 anos, com mais um ano de internato apos a graduação. * Obrigatoriedade do ensino laboratorial. * Estímulo à contratação de docentes , mesmo clínicos, em tempo integral. * Expansão do ensino clinico, mesmo em hospitais. *Vinculação das escolas medicas às Universidades. *Ênfase na pesquisa biológica como forma de adequar a educação medica ao desenvolvimento das ciências medicas. *Estimulo à pesquisa e sua vinculação ao ensino. 2) Segundo os autores, quais são as implicações da abordagem biologicista na educação em saúde para a formação dos profissionais desta área? Você acredita que esta abordagem esteve presente no processo de formação que vivenciou como aluno de graduação? Se sim, de que maneira? Se não, que outras abordagens foram marcantes? Implica numa formação centrada no conceito de saúde como ausência de doença colocando o hospital como o lugar mais bem indicado para a formação em assistência à saúde , no desejo precoce de especialização e na utilização excessiva de tecnologias por equipamentos de apoio diagnóstico e terapêutico. Sim, já que em minha graduação não houve uma interdisciplinaridade, havia uma divisão entre o ciclo básico e o profissional e o contato com a prática era tida somente no último período do curso. A abordagem biologista segundo os autores refletem no aluno com um ensino tecnicista e curativista. Não, a abordagem durante a minha graduação foi não só tecnicista, mas também humanista visando o paciente um ser vivo que necessita não só de cuidados médicos da cura, mas também de cuidados psicossocial. Estímulo a formação de subespecialistas, maior solicitação de exames complementares, pior relação médico-paciente. Tive essa abordagem na graduação sim, pois desde o início estive em um hospital universitário, tive aulas com especialistas sem integração entre elas. Neste caso o hospital é visto como o lugar da doença e da cura e o mais bem indicado para a formação em assistência à saúde. Sim, Porque na minha graduação não houve uma interdisciplinaridade, havia sim uma divisão entre o ciclo básico e o profissional e o contato com a prática era tido somente no último período do curso. Este tipo de abordagem, segundo os autores, pode permitir que o médico veja seu paciente sob um único olhar: o da saúde ou doença. Colocando este paciente em um contexto anistórico, como um corpo inerte, sem vontades, afetos ou inserções sociais que podem interferir em sua condição geral. Minha graduação foi em Física. Este tipo de abordagem, segundo os autores, pode permitir que o médico veja seu paciente sob um único olhar: o da saúde ou doença. Refletem no aluno o ensino puramente técnico e curativo. Resultam em uma formação distante ou pouco atenta à formação de praticas cuidadoras, visto que as disciplinas biológicas ocupam as primeiras ofertas nos currículos, antes que o estudante compreenda ou uma historia e subjetividade dos sintomas e sinais de adoecimento. Sim, este processo esteve presente na minha graduação durante os dois primeiros anos do curso de medicina. 3) Na página 72, segundo e terceiro parágrafos do texto “Ensino da saúde como projeto da Integralidade: a educação dos profissionais de saúde do SUS”, são apresentados alguns exemplos de como a abordagem biologicista se reflete nos cursos da saúde. Na sua opinião, quais seriam as possíveis alternativas a estes exemplos e quais os desafios para implementá-las? Integração do ciclo básico ao profissional através das atividades práticas desde o começo do curso; a ampliação do campo de estágio para além do Hospital, propiciando maior contato dos alunos com a comunidade desde o começo do curso; o ensino de forma interdisciplinar. Umas das maiores dificuldades na implantação é a clara compreensão da proposta pelos professores que precisam ser preparados e treinados para melhor atuarem. Em minha opinião, os desafios para esta situação seria situar o estudante de medicina deste do ciclo básico a um maior contato com o corpo vivo, ou seja, vivenciar as práticas do cuidado deste do início do estudo, pois assim, terá mais compreensão em como lidar com o cuidado humanista do paciente não estando apenas focado na técnica cientificista. O aluno pode desde o início do curso ter contato com pacientes, com objetivo de entender suas expectativas em relação ao médico, suas angústias em questões relacionadas ou não a saúde e seu passado. Desafios: tempo e resistência por parte dos alunos e pacientes. Integração do ciclo básico comum aos cursos da área saúde ao profissional através das atividades práticas desde o começo do curso; a ampliação do campo de estágio para além dos hospitais, desenvolvendo maior contato dos alunos com a população desde o início do curso. Umas das maiores dificuldades na implantação é a clara compreensão da proposta pelos professores, coordenadores que precisam ser preparados para melhor atuarem. Talvez, minha opinião seja muito rasa sobre este assunto, pois minha graduação foi em uma área das ciências exatas e não estou familiarizada com o currículo de medicina. Mas baseada nos textos, talvez a alternativa fossem mesclar essas matérias mais técnicas com outras onde há um maior contato com o paciente. Na minha opinião os desafios seriam o de situar o aluno da área da saúde desde o ciclo básico a um contato maior com o corpo vivo (a pessoa),ter a teoria e vivenciar as práticas desde o início do estudo sob supervisão do professor. A anatomia é importante para o conhecimento do aluno, mas existe um ser vivo com seus estados e afetos. Com isso o aluno terá maior compreensão em como lidar com o cuidado humanicista do paciente (a pessoa) e não focado apenas na técnica científica. Iniciar a semiologia de forma mais precoce, em paralelo com a anatomia e a fisiologia. A implementação precoce da semiologia requer que os alunos freqüentem o Hospital Universitário desde o primeiro ano do curso, com uma maior carga horária dos alunos nas enfermarias, maior numero de docentes capacitados para transmitir o conhecimento e realizar a transferência adequada do conhecimento da anatomia no corpo morto para o corpo vivo explorando melhor as relações sociais e humanas desses corpos, maior entendimento e autorização por parte dos pacientes internados para que os alunos possam abordá-los e manipulá-los durante as aulas praticas na enfermaria já que serão abordados com maior freqüência. 4) A partir de sua experiência de formação, você concorda com as críticas apresentadas ao modelo de currículo mínimo? Relate alguma experiência que possa representar vantagens e/ou desvantagens deste modelo em sua formação. Sim.Na minha graduação (nutrição) praticamente tive contato a profissão nos últimos períodos, não havia uma integração da teoria com a prática e muitas disciplinas que deveriam ser interdisciplinares (ex: economia, comunicação...), foram feitas infelizmente para somar crédito, por que não agregaram conhecimentos que poderiam enriquecer a minha formação profissional. Sim concordo com as críticas apresentadas ao modelo de currículo mínimo. Como experiência tive a questão da carga horária pré-fixada e disciplinas que eram complementares, mas que no meu ponto de vista foram de suma importância para minha formação. Sim. Pois cada paciente reage de maneira diferente não só a um medicamento, mas também a determinadas atitudes do profissional de saúde e essas reações nõ podem ser determinadas em currículo mínimo. Concordo. Na minha graduação tive contato com a prática da profissão no último período, não havia uma integração da teoria com a prática e muitas disciplinas que deveriam ser interdisciplinares coo economia, comunicação,sociologia e psicologia foram feitas somarem créditos. Minha experiência foi em Física, mas pelo que li nos textos, concordo com as críticas. Tive em minha formação disciplinas que não haveria necessidade, enquando outras disciplinas deveriam ter iniciado antes.Tive anatomia em todos os períodos e foi muito importante, mas psicologia apenas 2 períodos. Em parte. Acredito na necessidade de atualização profissional continua e educação permanente que vai alem da fase de graduação, e que deve existir um órgão fiscalizador dessa atualização. Acho que o currículo mínimo deve ser revisto, conforme as criticas apresentadas mas ainda acredito que deva existir uma uniformidade entre os cursos, ou seja, um currículo revisto e melhor adequado a nossa realidade. Como experiência acho desvantajoso a especialização precoce, ocasionando maior carência de profissionais nas áreas mais básicas e generalistas. 6) O que você acredita ser um modelo de formação em saúde orientado pelo princípio da integralidade? Acredito que seria uma formação onde o aluno aprende de forma interdisciplinar e é preparado para ver e tratar o indivíduo de forma integral e humana. É ser um modelo de formação de saúde direcionado para o cuidado do indivíduo com ações e bens em defesa da vida integradas a sociedade sendo direto de todos. Um modelo que tem objetivos relacionados a prevenção, tratamento, cura, reabilitação e paliação de doenças. E cuidar do paciente de forma integral, com um todo, e não apenas como uma parte ou melhor(do órgão)na qual se especializou em estudar. É um modelo que aplica subjetividade no cuidado e na tecnologia da assistência. É um sistema organizado em todos os níveis de trabalho e assistência que ouve os profissionais e a população e coloca os usuários como protagonistas de sua própria história. Implica na recusa ao reducionismo, à objetivação dos sujeitos, e na abertura para o diálogo (Severo, Seminotti, 2006). Fonte: http://www.cetrans.com.br/artigos/Silviani_Botlender_Severo_e_Nedio_Seminotti.pdf Um modelo de formação que consiga vincular o ensino serviço comunidade e também a vinculação docente-assistencia. Um modelo de formação de saúde direcionado para o cuidado do indivíduo com ações e bens em defesa da vida integradas a sociedade sendo direto de todos. Um modelo de formação que consiga vincular o ensino - serviço - comunidade, e também a vinculação docente-assistencial. 7) O que é medicina baseada em evidências e qual a implicação desta abordagem na prática/formação do profissional da saúde? MBE é a prática de se utilizar a melhor evidência científica disponível para a tomada de decisões na prática clínica. Essa abordagem valoriza o conhecimento científico sem desconsiderar a experiência clínica. A medicina baseada em evidencias consiste no conhecimento de experiência clínica na questão da aplicação dos resultados de estudos científicos epidemiológicos ao cuidado diferenciado do indivíduo. Implica ainda para o profissional de saúde no saber para se direcionar com diferentes aspectos de riscos e beneficios para paciente. É a introdução do método científico na medicina. É a adoção de determinadas práticas ditas como as mais adequadas através de estudos sistematizados. Sua implicação é a tentativa de tornar a medicina uma ciência exata. É a integração das melhores evidências de pesquisa com a habilidade clínica e a preferência do paciente. É um movimento que se baseia na aplicação do método científico a toda a prática médica, especialmente àquelas tradicionalmente estabelecidas que ainda não foram submetidas ao minucioso sistema científico. Apesar dos benefícios desta prática, como o afastamento de crendices e meras impressões, há críticas a este método, principalmente no sistema de formação. A formação deve ser sólida suficiente para mostrar o benefícios da MBE, sem excluir a experiência clínica que implica na audição das queixas do paciente, integrando-o a seu meio social, econômico e psicológico, entendendo que esses fatores interferem no indivíduo e seus processos de saúde e doença. É um movimento que se baseia na aplicação do método científico a toda a prática médica, especialmente àquelas tradicionalmente estabelecidas que ainda não foram submetidas ao minucioso sistema científico. É definida como um critério de maior certeza de determinados achados e opiniões, apoiado em dados e informações, cuja analise é feita dentro de padrões previamente estipulados. MBE possui algumas definições. É definida como um critério de maior certeza de determinados achados e opiniões, apoiado em dados e informações, , cuja analise e feita dentro de padrões previamente estipulados. A mais completa seria “ a pratica de se utilizar a melhor evidencia disponível para a tomada de decisões sobre o cuidado dos pacientes, o planejamento e a implementação dos serviços de saúde, e o desenvolvimento de políticas de saúde”. A MBR tem uma grande contribuição a oferecer na formação e pratica medica, devido ao seu enfoque estatístico e quantitativo, mas nao pode ser elevado à condição de método para a obtenção da certeza absoluta ou, ainda, de instrumento básico para a consulta clinica., visto que esta sempre devera dar-se no encontro /desencontro entre um medico (ou prestador de serviços) e um paciente (ou usuário), no qual o aspecto qualitativo é constitutivo da própria relação e , provavelmente de seus resultados. 8) Há alguma outra questão que vocês consideram relevante para a discussão com a turma? Sim, a questão do cuidado humanista voltado para o paciente, visto que o indivíduo necessita além da cura cuidados também psicossocial. Como incentivar os alunos a valorizar a prática integral da medicina?