UNIVERSIDADE FRANCISCANA DE SANTA MARIA CURSO DE CONTABILIDADE FINANCAS EMPRESARIAIS Prof. Ms. Alexandre Silva de Oliveira Adaptado do poligrafo de: Prof. Ms. Antônio Adalberto Brum Siqueira 2005 Prof. Ms. Alexandre Silva de Oliveira Políg. desenvolvido por Prof. Ms. Antônio Adalberto Brum Siqueira 2 SUMÁRIO 1) 2) 3) 4) 5) 6) A Função Financeira da Administração Conceitos Financeiros Básicos Administração de Ativos Fixos e Investim. de Capital Alavancagem e Estrutura de Capital Fontes de Financiamento a Longo Prazo Administração do Capital de Giro 3 FINANCAS EMPRESARIAIS 1- A FUNÇÃO FINANCEIRA NAS EMPRESAS As atividades empresariais envolvem recursos financeiros e orientam-se para a obtenção de lucros. Proprietários Origem dos recursos Credores As atividades das empresas geram receitas que devem cobrir custos, despesas e gerar lucros que devem permitir pagamento das contas, pagamento de dividendos e reinvestimento. Empresa privada – retorno compatível com o risco assumido Empresa pública – lucro reflete a eficiência gerencial e permite a melhoria e expansão dos serviços à sociedade. A FUNÇÃO FINANCEIRA é responsável pela obtenção dos recursos necessários e pela formulação de uma estratégia voltada para a otimização do uso desses fundos. FLUXOS DE FUNDOS INDUSTRIA requer recursos para: * Investimentos – imóveis, instalações, equipamentos, ........ Financiar o giro das operações. Pagamento de M. º e outros custos de fabricação. Manter demais atividades que envolvem pagamento de salários e outras despesas. Estocagem de materiais e produtos. Financiar vendas a prazo e outras transações. Compor o caixa e contas bancários, para pagamentos diários. 4 Como vimos antes, os recursos para o financiamento de todas essas operações provem inicialmente dos proprietários ou acionistas (cap. Próprio ou PL) e de dívidas e compromissos a pagar (cap. de terceiros) Outras fontes de recursos: Debêntures Contratos de arrendamento mercantil (Leasing) Créditos de fornecedores Prazos para pagamento de salários, impostos, etc... Lucros não distribuidos. Como resultado de suas atividades, a Indústria têm produtos que gerarão receitas de vendas que são a principal fonte operacional de recursos e de lucros. Resumidamente, verifica-se que os recursos financeiros movimentados pelas empresas compreendem tanto dinheiro e cheques quanto créditos obtidos e concedidos. Fig. Fluxo de fundos Na figura apresentada, o reservatório das disponibilidade engloba dinheiro em caixa , saldos bancários de livre movimentação e os recursos aplicados no mercado financeiro. Não estão representadas as transferências de recursos entre as contas que compõem as disponibilidades. Todas as entradas e saídas desse reservatório implicam a movimentação de dinheiro. Outros fluxos representados na figura e que não estão diretamente relacionados com as disponibilidades e que representam: # Créditos obtidos e concedidos que implicam movimentação futura de dinheiro. # Apuração dos custos dos produtos fabricados. # Apropriação ao resultado do período de receitas e despesas, de acordo com o regime de competência. # Tributação do IR, distribuição de dividendos e retenção do lucro remanescente. 5 OBTENÇÃO E ALOCAÇÃO DOS RECURSOS Como já deu para perceber à função financeira cabem duas tarefas básicas: 1ª) – Obter recursos nas condições mais favoráveis possíveis: e 2ª) – Alocação eficiente desses recursos na empresa. OBTENÇÃO DOS RECURSOS As fontes de recursos podem ser classificadas da seguinte forma: A) – Recursos próprios (capital integralizado, reservas e lucros retidos) e recursos de terceiros (compromissos assumidos e dívidas contraídas). B) – Recursos permanentes (próprios e dívidas de LP) e recursos temporários (compromissos e dívidas de CP). C) – Recursos onerosos (provocam despesa financeira) e recursos não onerosos. ALOCAÇÃO DE RECURSOS É a Segunda tarefa básica da função financeira e diz respeito a alocação eficiente de recursos. # Têm sempre em vista alcançar a rentabilidade desejada e preservar a capacidade de pagamento. Para tanto, os executivos da área financeira devem conhecer todas as fases de funcionamento da empresa e analisar com profundidade os novos projetos de investimento. # A aplicação dos recursos será em ativos operacionais (disponibilidades, estoques e duplicatas a receber) e ativos não operacionais (créditos diversos a CP e LP, participações, societárias, imóveis alugados a terceiros,...). 6 Os recursos aplicados nos ativos são escassos e envolvem custos financeiros e custos de oportunidade. Como os recursos são escassos e onerosos, geram alguns conflitos de interesses entre a área financeira e outras áreas da empresa, como por exemplo: Área financeira x suprimento e produção Estoques elevados de matéria prima e materiais auxiliares. Vantagens para área de suprimentos: # maior prazo para pesquisar mercado e negociar com fornecedores; # compras em grandes quantidades permitem obter condições mais favoráveis; # tempo para substituir materiais inadequados. Vantagens para área de produção: # o processo produtivo não irá parar por falta de matéria-prima; # maior flexibilidade na programação de produção; # em conjunturas inflacionárias, os preços médios dos materiais estão registrados por valores inferiores aos preços atuais de mercado, fazendo com que o custo médio de produção apurado pela Contabilidade seja menor do que o custo de reposição. Área financeira x vendas Elevados estoques de produtos acabados. Vantagens para área de vendas: # atendimento rápido aos clientes; # possibilidade de oferecer preços competitivos quando estes foram 7 calculados a partir do custo nominal médio dos produtos. A GRANDE QUESTÃO: LIQUIDEZ X RENTABILIDADE LIQUIDEZ Aspectos a serem considerados: Necessidade de crédito. Período de tempo necessário para: . . . . estoques de M.P. serem transformados em produtos acabados; estoques de produtos acabados serem vendidos; cobrança de duplicatas referentes a vendas à prazo; utilização de fontes inadequadas de financiamento. Pagamento de salários e outros compromissos. Insolvência por: . excesso de imobilização; . excesso de estoques; . concessão aos clientes de prazos inadequados; . utilização de fontes inadequadas de financiamento. Então: Para evitar descompasso nos fluxos de caixa, que precisam ser previstos com exatidão, devem ser tomadas decisões pertinentes e em tempo hábil (orçamento de caixa). CONCLUSÃO: Muito mais do que um objetivo a ser perseguido, a liquidez constitui condição sine Qua non para a continuidade das atividades empresariais. 8 RENTABILIDADE É o grau de êxito econômico obtido por uma empresa em relação ao capital nela investido. DUAS ALTERNATIVAS P/ MEDIR A RENTABILIDADE: 1ª) – Medir exclusivamente a rentabilidade das operações. Neste caso deve-se relacionar Lucro Operacional c/ o valor do Ativo Operacional, aferindo-se assim a eficiência na gestão dos recursos próprios e de terceiros, independentemente dos custos financeiros e outros fatores. 2ª) - Medir a remuneração alcançada p/ proprietários. Através da taxa obtida da relação entre Lucro Líquido e o Capital Próprio. Nesta taxa já estão computadas as despesas financeiras, os resultados não operacionais e a tributação do IR. A avaliação dessa taxa de retorno deve ser cotejada com a expectativa dos Acionistas (considera-se o risco assumido e demais oportunidades de ganho com o mesmo grau de risco, isto é, o custo de oportunidade). TESOUREIRO Executivo responsável pela liquidez. X CONTROLLER Tem como preocupação básica a rentabilidade das Operações e os efeitos dos custos financeiros sobre o retorno dos proprietários. O GRANDE DESAFIO DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA É MANTER O EQUILÍBRIO ENTRE LIQUIDEZ ADEQUADA E A RENTABILIDADE SATISFATÓRIA. # A PRESERVAÇÃO DA LIQUIDEZ IMPLICA EM MANTER CERTO VOLUME DE RECURSOS EM DISPONIBILIDADE (FUNDOS OCIOSOS) OU APLICAÇÕES A CURTÍSSIMO PRAZO (TAXAS REDUZIDAS). # BOM RELACIONAMENTO BANCÁRIO (RECIPROCIDADE). # CRÉDITO BANCÁRIO COM TAXAS ELEVADAS. 9 O TESOUREIRO defenderá os procedimentos acima, argumentando que seus benefícios compensam os custos envolvidos. O CONTROLLER se opõe a posição do Tesoureiro, argumentando que esse excesso de zelo em manter a liquidez compromete a rentabilidade. Meta da administração financeira “É a maximização da riqueza dos Proprietários (Acionistas)”. Essa riqueza é representada pelo valor de mercado da empresa. O VALOR DE MERCADO DA EMPRESA é o preço que seria alcançado na venda dos direitos de participação no seu capital social. De outra forma, pode-se dizer que o valor de mercado de uma empresa corresponde ao valor atual de seus lucros futuros. Ou ainda, é a capacidade de gerar lucros mediante o uso dos ativos, pela sua tecnologia, competência gerencial e pelo seu conceito junto aos credores e clientes. Do exposto, pode-se concluir que está equivocado o objetivo maior lucro no menor prazo. A MAXIMIZAÇÃO DA RIQUEZA ENVOLVE OS SEGUINTES ASPECTOS: 1º) – PERSPECTIVA DE LONGO PRAZO A empresa deve ser duradoura (perpétua). Exige investimento em tecnologia, novos produtos, etc... que poderão sacrificar a rentabilidade atual em troca de maiores benefícios no futuro. 2º) – VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO, ENVOLVE: 10 Projetos de investimentos Técnicas para avaliar tais projetos Custo de oportunidade 3º) – RETORNO DO CAPITAL PRÓPRIO 4º) – RISCO - retorno compatível com o risco. 5º) – DIVIDENDOS – adoção de uma política de distribuição regular de dividendos, independentemente das flutuações dos lucros. 1.2 - ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E AS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS Em certo sentido, pode-se dizer que a Administração Financeira começa onde termina a Contabilidade. A análise dos dados contábeis orienta o processo decisório que constitui o aspecto central da gestão financeira Dados – são números ou descrição de objetos ou eventos que, isoladamente, não provocam nenhuma reação no leitor. Ex: a empresa ABC tem R$ 1 milhão de dívida. Informações – representam, para quem as recebe, uma comunicação que pode produzir reação ou decisão, freqüentemente acompanhada de um efeito-surpresa. Ex: A conclusão de que a dívida de R$ 1 milhão é excessiva ou é normal, de que a empresa pode ou não pagá-la. O OBJETIVO DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS É PRODUZIR INFORMAÇÃO. ÁREAS DE DECISÕES FINANCEIRAS 11 Decisões de investimento. Decisões de financiamento. Decisões relativas à destinação do lucro. ORGANIZAÇÃO DA FUNÇÃO FINANCEIRA VICE-PRESIDENTE (OU DIRETOR FINANCEIRO). TESOUREIRO CONTROLLER VICE-PRESIDENTE # É o principal executivo da área, reporta-se ao Presidente. # Responsável pela política da empresa e subsidiárias. # Coordena as atividades do Tesoureiro e Controller. # Representa a empresa: perante os órgãos públicos e instituições ligadas ao mercado de capitais; na assinatura de grandes contratos de compra, venda e financiamento. + DO QUE “HOMEM DO DINHEIRO” ÊLE É UM HOMEM DE NEGÓCIOS. O TESOUREIRO # Desenvolve funções executivas (é um “homem de linha”); # Mantém relações externas c/ Banqueiros e outros Credores; # Administra os fluxos de recursos financeiros; # É responsável pela liquidez da empresa. Obs: Muitas vezes o Vice-Presidente de Finanças desempenha, no mais alto nível, as funções de Tesoureiro. Daí muitos autores definirem o Tesoureiro como sendo o Administrador Financeiro da Empresa. CONTROLLER # Desenvolve Funções de Assessoria (é um “homem de staff”); # Mantém relações interna, envolvendo-se com todas as áreas; # É o Inspetor dos Assuntos Financeiros (não se confundindo com o Auditor Interno). # Está constantemente preocupado com a rentabilidade. 12 1.3- DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS USOS, USUÁRIOS E LIMITAÇÕES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS USOS Permitir uma visão da estratégia e dos planos da empresa analisada; estimando o seu futuro, suas limitações e suas potencialidades; Informações para tomada de decisão; Descobrir as políticas dos concorrentes; Procura de emprego; Tributação. USUÁRIOS 1 – A PRÓPRIA EMPRESA Em função da necessidade da administração tomar decisões e gerir eficiente e eficazmente a organização, o primeiro e principal usuário das demonstrações financeiras deveria ser a própria empresa. Planejamento. Conhecimento de parâmetros para análise comparativa com outras empresas, etc... 2 – ACIONISTAS E INVESTIDORES As Demonstrações Financeiras permitem aos acionistas avaliarem a eficiência da administração na gestão da empresa, em função dos objetivos da instituição. Para os investidores no mercado de capitais, fornecem subsídios para decisões sobre que ações comprar, quando comprar, quando vender, qual o fundo de investimento mais seguro, enfim, qual a melhor composição de sua carteira de ações. 13 3 – BANCOS E INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS Para avaliar a capacidade da empresa cumprir com compromissos assumidos na obtenção de empréstimos para capital de giro e/ou investimento. Bancos Comerciais – créditos de curto prazo. Bancos de Investimento – diferentemente dos Bancos Comerciais, estes concedem financiamento a um número menor de empresas, porém a um prazo maior. Analisar tendências e fazer previsões. Sociedades de Crédito Imobiliário – financiam Construtoras com prazos superiores a um ano. A análise destas, fica num meio termo entre os Bancos Comerciais e de Investimentos. 4 – FORNECEDORES E CLIENTES Semelhantemente aos Bancos, os fornecedores de mercadorias, serviços, matérias-primas ou componentes também precisam avaliar o risco de crédito de seus clientes. Sob a ótica do cliente, é importante conhecer além da qualidade técnica daquilo que está comprando, conhecer também a solidez da empresa fornecedora. 5 – GOVERNO E ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS Para a arrecadação de tributos, bem como para a administração e planejamento dos diversos setores da economia. Para seleção de fornecedores e prestadores de serviço, através de concorrência pública. 6 – SINDICATOS E ASSOCIAÇÕES DE CLASSE Para desenvolvimento de estudos e estatísticas sobre as características e o desempenho do segmento em que atuam. Como subsídios para estudos, planejamento e reivindicações. 14 LIMITAÇÕES DAS INFORMAÇÕES A FACE OCULTA DA EMPRESA – as demonstrações financeiras, apesar de serem de grande utilidade para o processo de análise, não são suficientes, uma vez que não aparecem dados referentes a: - quem administra a empresa, qual a competência e a idoneidade de seu quadro diretivo; - quais as potencialidades e as ameaças do seu mercado de atuação; - qual a dependência de matéria-prima, quais seus principais produtos e quem são seus concorrentes; - qual a sua vulnerabilidade em face das flutuações econômicas ou das decisões governamentais, etc... DEFASAGEM DA INFORMAÇÃO. VERACIDADE DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS. RESISTÊNCIA EM PRESTAR INFORMAÇÕES. 15 2 - CONCEITOS FINANCEIROS BÁSICOS VALOR NOMINAL Valor nominal de um título é a importância nele declarada e que deve ser paga em data especificada. VALOR ATUAL Valor atual de um título é o valor por ele adquirido em data anterior ao seu vencimento. JURO É o prêmio ou benefício que se recebe pelo empréstimo de uma quantia, denominada capital, durante um tempo determinado. REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES - quando para o capital inicial, o juro produzido em vários períodos for constante em cada período. COMPOSTA – quando ao fim de cada período o juro produzido nesse período for somado ao capital que o produziu e passarem os dois, capital + Juros, a renderem juros no período seguinte. DESCONTO É o valor que se subtrai de um título de crédito quando este é resgatado antes do vencimento. TAXA DE DESCONTO Taxa utilizada para calcular o valor presente de fluxos de caixa futuros. DESCONTO SIMPLES COMERCIAL, BANCÁRIO POR FORA 16 É o juro simples calculado sobre o valor nominal do título até o dia do vencimento. DESCONTO SIMPLES RACIONAL OU POR DENTRO É o juro simples calculado sobre o valor atual do título. dr = Va.i.n ou dr = C.i.n 1 i.n TAXA DE JUROS É o preço pago por tomar dinheiro emprestado. É a taxa de troca de poder de consumo corrente por poder de consumo futuro, ou o preço de reais correntes em termos de reais futuros. TAXA NOMINAL DE JUROS Representa a taxa de juros contratada ( ou declarada) numa operação financeira (ativa ou passiva). Deve-se considerar que essa taxa não corresponde, necessariamente, à taxa efetiva da operação e é normalmente inferior nas decisões de crédito, em razão da existência de várias outras obrigações (comissões, IOF, etc...) e de diferentes critérios de cálculo de custos. TAXA EFETIVA É a taxa de juros efetivamente paga ou ganha. Difere da taxa nominal por refletir o impacto da frequência da capitalização. ie f = 1 mi m -1 i = taxa de juro nominal ii f = taxa de juro efetiva 17 m = frequência de capitalização Se i = 8% a.a. A taxa efetiva para capitalização anual: ie f = 1 mi m -1 = 1 0,08 1 -1 1 = 0,08 ou 8% a.a. A taxa efetiva para capitalização semestral: ie f = 1 0,08 2 2 - 1 = 0,0816 ou 8,16% A taxa efetiva para capitalização trimestral ie f = 1 0,08 4 4 - 1 = 0,0824 ou 8,24% A taxa efetiva para capitalização mensal: ie f = 1 0,08 12 12 - 1 = 0,0829 ou 8,29% TAXAS PROPORCIONAIS Duas taxas expressas em diferentes unidades são definidas como proporcionais quando enunciam valores iguais numa mesma unidade de tempo. É típica do sistema de capitalização linear (juros simples). 8% a.m. (ao mês) é proporcional a 96% ao ano é proporcional a 48% ao semestre é proporcional a 24% ao trimestre TAXAS EQUIVALENTES (capitalização composta) São àquelas que geram montantes idênticos (equivalentes) quando capitalizados sobre um mesmo capital e prazo. 96% ao ano é equivalente a 40% ao semestre 18 18,3216% ao trimestre 5,76809% ao mês. A taxa de juros, equivalente referente a certo intervalo de tempo pode ser obtida a partir de : im = m1 i - 1 m = frequência da capitalização TAXA REAL DE JUROS É igual a taxa nominal de juros menos a taxa de inflação esperada. ANUIDADE Uma série uniforme e finita de fluxos de caixa. ANUIDADE ANTECIPADA (Gitman – anuidade vencida) Uma anuidade com fluxo de caixa inicial imediato. ANUIDADE VENCIDA (Gitman – anuidade ordinária) Uma anuidade cujo primeiro pagamento ocorre daqui a um período, e não imediatamente, ou seja, o primeiro pagamento ocorre na data 1, e não na data zero. Fim do ano Anuidade Antecipada 0 1 2 3 1.000 1.000 1.000 ------- Anuidade Vencida -----1.000 1.000 1.000 PERPETUIDADE Uma série uniforme e infinita de fluxos de caixa, ou, uma anuidade com uma vida infinita. Ex: Consol britânico. 19 CONSOL Uma obrigação que promete pagamento de juros para sempre. RENDA É uma sucessão de capitais disponíveis em épocas diferentes. quanto a constância ou variabilidade de seus termos Constante em P. A Variável em P.G. RENDA Temporárias ao n° de termos Perpétuas a data de vencimento do seu primeiro termo Rendas Imediatas Rendas Antecipadas Rendas Diferidas RENDAS IMEDIATAS Quando o 1° termo vencer imediatamente no fim do 1º período a contar da época atual, ou seja, época do contrato, também chamada época zero. RENDAS ANTECIPADAS Quando o 1º termo vencer antecipadamente já na época atual (zero). 20 RENDAS DIFERIDAS Quando o 1° termo vencer no fim de, vamos dizer, m+1 períodos a contar da época atual. VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO VALOR FUTURO x VALOR PRESENTE 1 – VALOR FUTURO DE UM ÚNICO PAGAMENTO OU PAGAMENTO SIMPLES FACs (i,n) = (1 +i)n S = P. (1 + i)n Fator de acumulação de capital para pagamento único. ou S = P. FACs (i,n) S = soma ou montante P ou C = principal ou capital 2 - VALOR ATUAL PARA PAGAMENTO ÚNICO FVAS = VA = S. 1 1 i n 1 1 i n Fator de valor atual para pagamento único 21 VA = valor atual S ou VF = soma ou valor futuro 3 – SÉRIE DE PAGAMENTOS IGUAIS COM TERMOS VENCIDOS 3.1 – VALOR FUTURO 1 i n 1 FAC(i,n) = S = R. Fator de acumulação de capital i 1 i n 1 i ou S = R.FAC(i,n) R = valor de cada pagamento uniforme. Ex: Quanto teremos, no final de 4 anos, se aplicarmos R$ 500,00 por mês, durante esse prazo, em um “fundo de renda fixa”, à taxa de 3% ao mês. R = 500,00 S = 500. n = 4 anos = 48 meses 1 0,0348 1 0,03 = i = 3% a.m. S=? 52.204,20 3.2 – DEPÓSITOS PARA ACUMULAR UMA SOMA FUTURA FFC(i,n) = R = S. i 1 i n 1 i 1 i n 1 ou Fator de formação de capital. R = S.FFC(i,n) 22 FAC FFC parte de uma prestação para se chegar a um montante. procura uma prestação que forma determinado montante. Ex: Quanto se terá de aplicar mensalmente num “fundo de renda fixa” , durante 5 anos, para que se possa resgatar R$ 200.000,00 no final de 60 meses, sabendo que o fundo proporciona um rendimento de 2% ao mês? R=? R = S. S = R$ 200.000,00 i 1 i 1 n n = 60 meses = 200.000, i = 2% a.m. 0,02 1 0,02 1 60 = R$ 1754, 3.3 – VALOR ATUAL, DE UMA SÉRIE DE PAGTos C/ TERMOS VENCIDOS FVA(i,n) = 1 i n 1 = n 1 i .i 1 1 i n i Fator de valor Atual VA, C ou P = 1 i n 1 R. 1 i n .i ou VA = R.FVA(i,n) Ex: A Braden Company, está tentando determinar o máximo que pode pagar para comprar uma anuidade específica. A empresa requer um retorno mínimo de 8% em todos os investimentos, e a anuidade consiste de fluxos de caixa de R$ 700,00 por ano, durante cinco anos. Qual o valor máximo que pode ser pago? VA = ? i = 8% a.a R = R$ 700,00 n = 5 anos 23 1 0,085 1 VA = 700,00. = R$ 2.794,90 5 1 0,08 .0,08 3.4 – PRESTAÇÕES PARA AMORTIZAR UMA DÍVIDA 1 i n .i FRC(i,n) = 1 i n 1 Fator de recuperação de capital. Tabela Price 1 i n .i R = P. 1 i n 1 Obs: ou R = P. FRC(i,n) FFC é o inverso de FAC e, FRC é o inverso de FVA. Ex: Um empréstimo de R$ 30.000,00 é concedido por uma Instituição Financeira para ser liquidado em 12 prestações iguais, mensais e consecutivas. Sabendo-se que a taxa de juros é de 3,5% ao mês, calcular o valor da prestação. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 R1 .......... R=? C = 30.000,00 R12 1 = 3,5% a.m. n = 12 24 1 i n .i R = C. = n 1 i 1 1 0,03512 .0,035 30.000,00 . = 3.104,52 12 1 0,035 1 4 – SÉRIES DE PAGAMENTOS IGUAIS, COM TERMOS ANTECIPADOS 4.1 – VALOR FUTURO, ATRAVÉS DE UMA DADA PRESTAÇÃO (fluxo de cx) FACTA 1 i n 1 = 1 i . i Fator de acumulação de capital c/ termos antecipados. 1 i n 1 S = R. 1 i . i ou S = R.(1+i). FACTA Se: n = 48 meses i = 3% ao mês R = R$ 500,00 S=? S=? 1 R1 Então 2 R2 48 R3 .......................................... S = 500,00 . 1 0,03. R48 1 0,0348 1 0,03 25 S = R$ 53.770,32 4.2 – DEPÓSITOS PARA ACUMULAR UMA SOMA FUTURA FFCTA = 1 i . 1 i 1 i n 1 Fator de formação de Capital, com termos Antecipados. R = S. Ex: i 1 . 1 i 1 i n 1 ou R=S. 1 1 i . FFCTA Quanto deve-se aplicar mensalmente, a partir de hoje, para acumular no fim de 36 meses um montante de R$ 300.000,00, sabendo-se que o rendimento firmado é de 34,489% ao ano, e que as prestações são iguais e consecutivas, e em número de 36? S = 300.000, 0 R1 R2 R3 ..................................... R36 S = R$ 300.000,00 n = 36 meses Obs: i = 34,489% ao ano R=? Primeiro é necessário encontrar a taxa mensal equivalente a 34,489% ao ano. Então, lembrando que im = m1 i 1 Temos: Im = 12 1 0,34489 1 = 0,025 ou 2,50% a.m. 26 Logo: 5 – SÉRIES EM GRADIENTE OU SÉRIES DE PAGAMENTOS VARIÁVEIS EM PROGRESSÃO ARTIMÉTICA CRESCENTE OU DECRESCENTE. 5.1 – SÉRIE GRADIENTE CRESCENTE 1 i n 1 1 = .1 i . n i i FAC g (i,n) Fator de acumulação de capital para séries em gradiente 1 i n 1 S = G. .1 i . i i S = G. FAC g (i,n) 1 n ou G = valor dos pagamentos iguais EX1 : Determinar o montante, no final do 5º mês, das parcelas de R$ 100,00, R$ 200,00, R$ 300,00, R$ 400,00 e R$ 500,00, aplicados mensalmente à taxa de 3,5% ao mês, sabendo-se que a primeira 27 aplicação ocorre no final do 1° mês. S=? 0 1 2 3 4 5 --------------------------------------------------------------------- 1ª série 100 ----------------------------------------------------- 2ª série 200 ------------------------------------ 3ª série 300 ------------------- 4ª série 400 5ª série 500 Aplicando-se a fórmula, temos: S = 100,00 x 5 1 x 1 0,035x 1 0,035 1 5 =1.571,8 0,035 0,035 Obs1: No exemplo visto, fizemos coincidir o valor da primeira parcela com o valor da razão da PA. Entretanto, na prática, isso dificilmente ocorre. O mais comum é o aparecimento de problemas do seguinte tipo: EX2: Qual o montante de 9 aplicações mensais, feitas à taxa de 2,5% ao mês, realizada no final de cada período, sabendo-se que a primeira é de R$ 8.000,00 e as demais de valores crescentes, à razão de R$ 28 1.000,00? S=? 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Série Unif. ----------------------------------------------------------------------- R = 7.000 8.000 9.000 Série em 10.000 Gradiente 11.000 G = 1.000 12.000 13.000 14.000 15.000 16.000 Como se vê pelo esquema, a série pode ser decomposta em duas: Série de pagamentos com termos iguais a R$ 7.000,00 (igual ao valor da primeira prestação menos a razão). Série em gradiente de razão igual a R$ 1.000,00. Solução: 1ª parte – Série de pagamentos iguais R = 7.000,00 n=9 i = 2,5% ao mês S = ? 29 S1 = R x FAC(i,n) = 7.000, x 1 0,0259 1 0,025 = 69.681,64 2ª parte – Série em Gradiente G = 1.000,00 S2 = G x FAC g n=9 i = 2,5% ao mês S = ? 1 0,0259 1 1 = 1.000, x x 1 0,025x 9 0,025 0,025 S = 48.135,32 Então: S = S1 + S2 = 69.681,64 + 48.135,32 = R$ 117.816,91 Se a incógnita for “à razão”, a fórmula fica : G=Sx 1 FAC g i , n 5.2 – SÉRIE GRADIENTE DECRESCENTE FAC g (i,n) = 1 . n.1 i n FAC i, n i Fator de acumulação de capital para séries decrescentes 30 1 n.1 i n FAC i, n i 6. SÉRIES DE PAGAMENTOS OU RECEBIMENTOS NÃO UNIFORMES S=Gx Quando os pagamentos ou recebimentos de determinada operação não forem uniformes no que concerne ao valor de seus termos ou às periodicidades, o valor presente (VP) é obtido pela somatória de cada um dos fluxos atualizados ao momento atual (presente), isto é: n VP = Rj n j 1 1 i Rj = valor a ser recebido ou pago no período j. EX: Qual o valor presente de uma dívida que deve ser paga em três pagamentos mensais consecutivos de R$ 100,00, R$ 150,00 e R$ 200,00, respectivamente, à taxa de 12% ao mês. R1 = 100,00 R2 = 150,00 i = 12% ao mês j = 1, 2, 3. R3 = 200,00 VP = 100,00 1 0,12 150,00 200,00 1 0,122 1 0,123 VP = 89,28 + 119,58 + 142,35 = 351,21 Assim é indiferente (equivalente), para uma taxa de 12% ao mês, o pagamento (ou recebimento) de R$ 351,21 à vista ou em tres parcelas mensais de 100,00, 150,00 e 200,00. 31 A identidade de valor futuro (montante) para uma série de pagamentos ou recebimentos não uniformes, pagamentos antecipados, pode ser expressa da seguinte maneira: n VF = n j 1 Rj.1 i j 1 7. CONCEITOS ELEMENTARES SOBRE TAXA INTERNA DE RETORNO No exemplo dado, de uma dívida de R$ 351,21 (que corresponde ao valor presente, conforme calculado), os pagamentos mensais de R$ 100,00, R$ 150,00 e R$ 200,00 igualam-se ao VALOR PRESENTE quando descontados à taxa de 12% ao mês, ou seja: 351,21 = 100 1 1,12 150 200 1,122 1,123 A taxa de desconto de 12% ao mês , que representa o custo explicito da dívida, é a própria taxa interna de retorno (TIR) da série de pagamentos e recebimentos verificada, ou seja, é a taxa que iguala, em determinado momento (momento zero, conforme convencionado), a entrada de caixa (VP = R$ 351,21) com as saídas periódicas de caixa (pagamentos da dívida) atualizadas no mesmo momento. De outro modo, suponha-se que essa dívida seja saldada através de um único pagamento, ao final do prazo concedido (3 meses), mantendo-se a mesma taxa de desconto exigida pelo credor (12% ao mês). Calculando-se o valor futuro da dívida para essa data, chega-se, partindo-se do crédito concedido (R$ 351,21), ao montante devido, isto é: VF = 351,21.(1+i)n = 351,21.(1 + 0,12)3 = 493,42 Nesta situação ilustrativa de um único pagamento ao final do prazo, podese calcular o custo total da operação (para três meses), que atinge: 493,42 = 351,21.(1 + i) 493,42 i = ------------- - 1 = 0,405 ou 40,50% ao trimestre 32 351,21 1,12 3 1 40,5% o que corresponde ao custo capitalizado da dívida ou, de maneira inversa, determinando-se a taxa de desconto equivalente mensal de 40,50% a.t., obtém-se o custo de 12% ao mês cobrado na operaçao 3 1,405 1 . Na realidade, a taxa de desconto mensal utilizada pelo credor é a própria taxa interna de retorno, ou seja, o custo explicito do crédito. Exemplo: Suponha-se que uma Instituição Financeira conceda, a uma empresa, um empréstimo de R$ 120.000,00 a ser resgatado através de tres pagamentos mensais de R$ 48.000,00. O custo dessa operação, isto é, sua TIR, é a taxa de desconto que iguala as entradas de caixa (recebimentos) com as saídas (pagamentos) específicos, isto é: 48.000,00 48.000,00 48.000,00 120.000,00 = --------------- + -------------- + -------------(1 + i)1 (1 + i)2 (1 + i)3 Resolvendo-se a identidade, chega-se a: TIR (i) = 9,7% ao mês. De fato, ao calcular-se o VP da série de pagamentos (R$ 48.000,00), usando-se 9,7% ao mês como taxa de desconto, obtem-se o valor do empréstimo, ou seja: 48.000, 48.000, 48.000, VP = ------------------ + --------------------- + ---------------- = 120.000,00 (1 + 0,097)1 (1+0,097)2 (1+0,097)3 Como se pode observar, a TIR, na realidade, é a taxa de desconto que, quando aplicada a uma série de pagamentos ou recebimentos, gera um resultado igual ao valor presente (VP) da operação. 8. TAXA MÉDIA DE RETORNO (OU DE CUSTO) – (TIR) Ao utilizar-se do conceito de juros compostos, conforme estamos fazendo, a TIR pode ser entendida como TAXA EQUIVALENTE COMPOSTA (obtida para 33 determinado período), que produz resultados idênticos (custos ou receitas) aos que seriam obtidos pela aplicação de diferentes taxas de desconto. 8.1 – CÁLCULO DA TIR PARA VÁRIOS CAPITAIS (pagamentos ou recebimentos finais) Carteira de aplicações Aplicação Valor da Aplicação Taxa Mensal Prazo de Aplicação Montante da Aplicação A 3.000,00 12% 6m 3.000x(1,12)6 = 5.921,46 B 1.200,00 9% 6m 1.200x(1,09)6 = 2.012,52 C 1.800,00 10,5% 6m 1.800x(1,105)6 = 3.276,77 Total ............ 6.000,00 11.210,75 A taxa média de retorno (TIR) dessa série de operações ativas deverá produzir o mesmo valor presente (R$ 6.000,00) ou montante (R$ 11.210,75) que seriam obtidos se fossem aplicados às várias taxas consideradas em cada uma das aplicações (12%, 9% e 10,5%, respectivamente). Aplicando-se o mesmo raciocínio desenvolvido para o cálculo da TIR, temse a seguinte taxa média: 11.210,79 TIR = -------------------- - 1 = 86,85% ao semestre. 6.000,00 ou 6 1,8685 1 10,98%aomês De fato, ao se aplicar R$ 6.000,00 por seis meses, a taxa de 86,85% (86,8459968), obtém-se idêntico montante M = 6.000,00 x 1,8684599 = 12.210,79 34 9. EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS E DE PLANOS DE PAGAMENTOS 9.1 – EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS Conceitualmente, os capitais V1, V2, V3, ....., Vn, com vencimentos nas datas t1 , t2, t3, ......, tn , respectivamente, considerados a partir da data de referência to, são ditos equivalentes se os seus respectivos valores atuais na data de referência t0, considerada determinada taxa de juros i, forem iguais, ou seja, esses capitais serão equivalentes se: V1 V2 V3 Vn ----------- = ---------- = ---------- = ---------(1 + i) t1 (1 + i)t2 (1 + i)t3 (1 + i)tn em que “i” representa a taxa periódica de juros (mensal, trimestral, anual) e “t” o prazo (em meses, trimestres, anos). Exemplo: Dados os capitais R$ 15.208,13 e R$ 17.107,13, vencíveis de hoje a 5 e 8 meses, respectivamente, verificar se são equivalentes, na data de hoje, considerada a taxa de juros de 4% ao mês. Com essas informações e usando a fórmula acima, temos: 15.208,13 ------------------ = (1 + 0,04)5 Calculando: 17.107,13 -------------------(1 + 0,04)8 12.500,00 = 12.500,00 Fazendo os devidos 35 arredondamentos, os valores são iguais, portanto os dois capitais são equivalentes. 9.2 – EQUIVALÊNCIA DE PLANOS DE PAGAMENTOS Como extensão da equivalência de capitais temos a equivalência de planos de pagamentos. Um plano de pagamentos, como já foi visto, é uma sucessão de capitais V1, V2, V3, ....., Vn, com vencimentos sucessivos t1, t2, t3,.... tn. Essa sucessão de capitais pode ser constituída por valores iguais (séries uniformes) ou diferentes (termos variáveis); os vencimentos podem ser periódicos (mesmo intervalo de tempo entre o vencimento de cada termo e o vencimento do termo imediatamente anterior ou posterior) e não periódicos. Diz-se que dois planos de pagamentos A e B são equivalentes quando o valor atual dos termos do plano, na data de referência t0, for igual ao valor atual dos termos do plano B nessa mesma data, considerada determinada taxa de juros “i”. Isso também é verdade para três ou mais planos. Exemplo: Demonstrar se os dois planos seguintes são equivalentes, considerando-se as taxas de 2% e 3% ao mês. Plano A : 10 pagamentos mensais, iguais e consecutivos de R$ 1.000,00. Plano B: 01 pagamento de R$ 4.500,00 no final de 5 meses e outro de R$ 6.434,56 no final de 11 meses. Solução: Para 2% ao mês. Plano A : PA PA (1+ i)n - 1 = Rx FVA(i,n) = 1.000,00 x -------------------(1 +i)n x i (1 + 0,02)10 - 1 = 1.000, x --------------------------- = 8.982,58 (1 + 0,02)0 x 0,02 36 VB1 VB2 4.500, 6.434,52 Plano B: PB = ------------ + ------------ = ------------- + --------------(1 + i)n (1 + i)n (1+0,02)5 (1+0,02)11 PB = 9.250,84 Portanto: PA PB a 2% ao mês. Para 3% ao mês: Plano A : PA = 1.000,00 x FVA(3%,10) = 1.000, x 8,53020 PA = 8.530,20 Plano B : PB 4.500,00 6.434,56 = --------------- + -------------- = 8.530,23 (1,03)5 (1,03)11 Como PA = PB , os planos são equivalentes à taxa de 3% ao mês. 37 3. ADMINISTRAÇÃO DE ATIVOS FIXOS E INVESTIMENTOS DE CAPITAL 3.1 – FUNDAMENTOS DA ADM. DOS ATIVOS FIXOS E INVESTIMENTO Sem dúvida a natureza das atividades operacionais determina o perfil do ativo das empresas, de modo que: Nas empresas comerciais - destacam-se os estoques de mercadorias e as contas a receber de clientes. Nas indústrias – os investimentos em bens de produção e outros ativos fixos costumam exceder os fundos aplicados nos ativos circulantes. Nas empresas de transporte, telecomunicações e energia - existe o predomínio absoluto das imobilizações técnicas em seus ativos. Na empresa industrial, as duas classes principais de ativos fixos são as INSTALAÇÕES E MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS. DISPÊNDIO DE CAPITAL É um desembolso de fundos feito pela empresa, com a expectativa de gerar benefícios após um ano. Por exemplo, a compra de uma máquina. Todo comprometimento de recursos em ativos fixos é dispêndio. Nem todo dispêndio de capital resulta na aquisição de um ativo fixo. DISPÊNDIO CORRENTE Desembolso que resulta em benefícios obtidos em prazo inferior a um ano. 38 MOTIVOS BÁSICOS P/ DISPÊNDIOS DE CAPITAL 1. Expansão – aquisição de ativos para expandir o nível de Operações. Ex: compra de novas máquinas, novas instalações, ou instalações adicionais. 2. Substituição de Ativos - em função do desgaste - em função da obsolência - para redução de custos 3. Modernização A modernização de ativos fixos é muitas vezes uma alternativa à substituição dos mesmos. A modernização poderá incluir a reconstrução, o reparo ou a inclusão de uma nova máquina. A modernização deve ser considerada em função dos custos e benefícios relevantes. Substituição x Modernização Suponha que uma empresa tenha as seguintes alternativas: A – modernizar uma máquina a um custo de R$ 10.000,00, gerando uma economia de R$ 5.000,00 por ano durante cinco anos ou B – substituir a máquina a um custo de R$ 15.000,00, obtendo-se uma economia de R$ 5.000,00 ao ano, durante dez anos. 39 4. Outras finalidades Alguns dispêndios de capital não resultam na aquisição ou transformação de ativos tangíveis que são mostrado no Balanço da empresa, antes, eles envolvem um comprometimento de recursos a longo prazo, na expectativa de um retorno futuro. Por exemplo, dispêndios para propaganda, pesquisa e desenvolvimento, serviços de consultoria a Administração, novos produtos. 3.2 – DECISÕES DE INVESTIMENTO E DIMENSIONAMENTO DO FLUXO DE CAIXA AUTORIZAÇÃO DE DISPÊNDIOS DE CAPITAL Depende da magnitude dos dispêndios. O montante do dispêndio e a importância do ítem determinam o nível organizacional onde a decisão de dispêndio de capital é tomada. Esquema para se delegar autoridade de decisão no que se refere a dispêndios de capital: Magnitude do dispêndio Autoridade de tomada de decisão Abaixo de R$ 1.000,00 Pessoas selecionadas pelo Diretor de Fábrica. R$ 1.000, R$ 10.000, Diretor de fábrica. R$ 10.000, R$ 50.000, Vice-Presidente de Divisão R$ 50.000, R$ 100.000 Presidente R$ 100.000, ou mais Conselho de Diretoria A Origem e trâmites das propostas de dispêndios de capital e os chamados dispêndios cruciais também são ítens envolvidos nas decisões de dispêndio de capital. CLASSIFICAÇÃO DOS PROJETOS DE INVESTIMENTO DE CAPITAL A - PROJETOS INDEPENDENTES Aqueles que se distinguem entre si, de tal modo que a aceitação de um deles não elimina a consideração dos outros. Os fluxos de caixa não 40 estão relacionados. Projeto1 – Instalação de ar condicionado na fábrica. Projeto 2 – Aquisição da empresa de um pequeno fornecedor. Projeto 3 – Compra de um novo sistema de computadores. Restrição: disponibilidade de fundos. B - PROJETOS MUTUAMENTE EXCLUDENTES Aqueles que possuem a mesma função e, consequentemente competem entre si. A aceitação de um elimina a consideração de todos os outros. Objetivo: aumentar produção. Projeto 1 – Expansão da fábrica. Projeto 2 – Aquisição de outra empresa. Projeto 3 – Terceirização de parte da produção. DISPONIBILIDADE DE FUNDOS PARA INVESTIMENTO DE CAPITAL Afeta o ambiente decisório da empresa, pois os fundos limitados e a maioria das empresas só dispõe de uma certa quantia fixa para fins de dispêndios de capital. Como inúmeros projetos poderão disputar essa quantia limitada, a empresa precisa racioná-los, apropriando fundos aos projetos que possam maximizar os retornos pelo maior prazo. ABORDAGENS UTILIZADAS NAS DECISÕES TOMADAS SOBRE INVESTIMENTO DE CAPITAL Abordagem de aceitar-rejeitar Exige simplesmente a aplicação de critérios predeterminados a uma proposta e a comparação do retorno resultante com o retorno mínimo aceitável pela empresa. Essa 41 abordagem poderia ser usada, caso a empresa tivesse fundo ilimitados à sua disposição. Uma decisão de aceitar-rejeitar é também um passo preliminar na avaliação de projetos mutuamente excludentes ou em uma situaçao em que o capital precisa ser racionado. Abordagem da classificação Nessa abordagem faz-se uma classificação dos projetos de acordo com um indicador predeterminado, como por exemplo, a taxa de retorno. O projeto com retorno mais alto seria classificado em primeiro lugar, e assim sucessivamente até o último com retorno aceitável. CONVENCIONAIS PADRÕES DE FLUXOS DE CAIXA NÃO-CONVENCIONAIS O PADRÃO CONVENCNCIONAL DE FLUXO DE CAIXA Consiste de uma saída inicial de caixa seguida por uma série de entradas. R$ 200, 200, 200, 200, 200, 200, 200, 200, R$ 1.000,00 O PADRÃO NAÕ-CONVENCIONAL DE FLUXO DE CAIXA 42 É qualquer padrão de fluxo de caixa em que uma saída inicial não é seguida por uma série de entradas. 500, 500, 500, 500, 500, 500, 500, 500, 500, 800, 2.000, No exemplo acima: compra de uma máquina gera saída inicial (data zero) = R$ 2.000,00 após 5 gera ingressos de R$ 500,00 durante 4 anos Anos da compra Conserto da máquina gera Saída de R$ 800,00 gera Ingressos de R$ 500,00 durante 5 anos. PRINCIPAIS COMPONENTES DO FLUXO DE CAIXA 1. O INVESTIMENTO INICIAL É a saída de caixa relevante no instante zero, associada a um projeto proposto. Fluxos de caixa relevantes É a saída de caixa incremental, após os impostos (investimento) e as entradas de caixa subseqüentes resultantes, associadas a um dispêndio de capital proposto. Fluxos de caixa incrementais São os fluxos de caixa adicionais – entradas ou saídas - que se espera obter como resultado de uma proposta de 43 dispêndio de capital. 2. AS ENTRADAS DE CAIXA OPERACIONAIS São as entradas de caixa incrementais após os impostos, propiciadas pelo projeto durante sua vida. 3. O FLUXO DE CAIXA RESIDUAL É o fluxo de caixa não-operacional após o Imposto de Renda e ocorre no ano final do projeto, em geral em decorrência da liquidação do projeto. OBS: Todos os projetos têm os dois primeiros componentes, porém alguns não apresentam o terceiro componente, isto é, o fluxo de caixa residual. FLUXOS DE CAIXA PARA EXPANSÃO x PARA SUBSTITUIÇÃO A coluna 1 do quadro abaixo mostra o investimento inicial, as entradas de caixa operacionais e o fluxo de caixa residual para uma decisão de expansão envolvendo a aquisição de um novo ativo “A”. Como resultado de um preço de compra de R$ 13.000,00, a empresa projetaria entradas de caixa operacionais de R$ 5.000,00 em cada um dos próximos cinco anos e um fluxo de caixa residual de R$ 7.000,00, no final do quinto ano. Se o novo ativo “A” está sendo considerado como substituto para um ativo velho “A”, os fluxos de caixa relevantes seriam obtidos através da subtração dos fluxos de caixa esperados, atribuídos ao ativo velho”A”, dos fluxos de caixa esperados para o ano do ativo novo “A”. Os fluxos de caixa esperados para o novo e o velho ativo “A” são apresentados nas colunas 2 e 3, respectivamente. Uma vez que o ativo velho pode ser vendido por R$ 3.000,00, o investimento inicial no novo ativo “A” passa a ser de R$ 10.000,00, como é mostrado na coluna 2. A substituição do ativo velho “A” eliminaria suas entradas de caixa operacionais esperadas do primeiro ao quinto ano de R$ 3.000,00, R$ 2.500,00, R$ 2.000,00, R$ 1.500,00 e R$ 1.000,00 e seu fluxo de caixa residual de R$ 2.000,00 no quinto ano – como mostra a coluna 3. Conseqüentemente os fluxos de caixa relevantes 44 resultantes da decisão de substituição seriam diferença entre os fluxos de caixa esperados para o novo ativo “A” (coluna 2) e o ativo velho “A” (coluna 3), como pode ser visto na coluna 4. FLUXOS DE CAIXA PARA EXPANSÃO E PARA SUBSTITUIÇÃO Expansão Substituição Ativo novo “A” Ativo novo “A” Ativo velho “A” (1) (2) (3) Invest. Inicial R$ 13.000,a R$ 10.000,b Ano 1 2 3 4 5 ................. Fluxos de caixa Relevantes [(2) –(3)] (4) R$ 10.000, Entradas de Caixa Operacionais 5.000, 5.000, 5.000, 5.000, 5.000, 5.000, 5.000, 5.000, 5.000, 5.000, 3.000, 2.500, 2.000, 1.500, 1.000, 2.000, 2.500, 3.000, 3.500, 4.000, Flx de cx residual 7.000, 7.000, 2.000, 5.000, a b Preço de aquisição R$ 13.000, referentes ao preço de aquisição do ativo novo “A”, menos R$ 3.000, de entrada de caixa esperada, após o imposto, da venda do ativo velho “A” CÁLCULO DO INVESTIMENTO INICIAL Como já foi visto, a expressão investimento inicial, refere-se à saída de caixa relevante que deve ser considerada ao se avaliar um possível dispêndio de capital. Investimento inicial = a diferença entre todas as saídas e entradas que ocorrem no instante zero (momento em que o investimento é feito). Variáveis básicas que devem ser consideradas ao se determinar o investimento inicial: * os custos de instalação do novo ativo; * os recebimentos (se houver) pela venda do ativo velho depois de descontado o Imposto de Renda; 45 * mudanças (se houver) no capital circulante líquido (CCL). ESQUEMA BÁSICO PARA SE CALCULAR O INVESTIMENTO INICIAL Custo do no ativo instalado = Custo do no ativo + Custos de instalação - Resultado, após IR, obtido com a venda do ativo velho = Receita com a venda do ativo velho Imposto de renda Variação no capital circulante líquido Investimento inicial CUSTO DO NOVO ATIVO INSTALADO CUSTO DO NOVO ATIVO - é a saída líquida de caixa exigida pela aquisição de um novo ativo. CUSTOS DE INSTALAÇÃO – quaisquer custos adicionais necessários para se colocar um novo ativo em funcionamento. CUSTO DO NOVO ATIVO INSTALADO – é obtido através da soma do seu custo de aquisição com os respectivos custos de instalação; equivale ao seu valor depreciável. RESULTADO APÓS O IR, OBTIDO PELA VENDA DO ATIVO VELHO – é o resultado obtido pela venda do ativo velho, deduzido do imposto de renda incidente. RESULTADO OBTIDOS COM A VENDA DE ATIVO VELHOS – entradas de caixa, líquidas de quaisquer custos de venda ou remoção, resultantes da venda de um ativo existente. IR INICIDENTE SOBRE A VENDA DE UM ATIVO VELHO – valor do imposto de renda que decorre da relação entre o preço de venda do ativo, seu preço inicial de compra e o seu valor contábil. 46 VALOR CONTÁBIL – valor do ativo, dado pelo seu custo total inicial, menos a depreciação acumulada. VARIAÇÕES NO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO A diferença entre as variações nos ativos circulantes e as variações nos passivos circulantes será a variação no capital circulante líquido. Suponha a compra de uma nova máquina para expandir o nível de operações deve ser acompanhada de crescimentos dos níveis de Caixa Duplicatas a receber Estoques Duplicatas a pagar Outras contas a pagar tais aumentos resultam na necessidade de * mais caixa para sustentar a expansão nas operações * mais duplicatas a receber e estoques para sustentar o aumento nas vendas * mais duplicatas a pagar e outras contas para sustentar o aumento nas compras realizadas, em função da maior demanda por seus produtos O cálculo da variação no CCL, para uma empresa que compra novas máquinas e espera um crescimento nos ativos circulantes de R$ 22.000,00 e nos passivos circulantes de R$ 9.000,00, pode ser assim ilustrado: Conta circulante Variação no saldo Caixa Duplicatas a receber Estoques (1) Ativo circulante + R$ 4.000, + R$ 10.000, + R$ 8.000, Duplicatas a pagar Contas a pagar + R$ 7.000, + R$ 2.000, + R$ 22.000, 47 (2) Passivo circulante Variação no capital circulante [(1) – (2)] + R$ 9.000, + R$ 13.000, Cálculo do investimento inicial Exemplo: Gitman p.302 A Powell Corporation, uma grande e diversificada fabricante de componentes aeronáuticos, está tentando determinar o investimento inicial necessário para substituir uma máquina antiga por um modelo novo e muito mais sofisticado. O preço de compra da nova máquina é R$ 380.000,00, e R$ 20.000,00 adicionais serão exigidos para instalá-la. Ela está depreciada pelo método acelerado (SMRAC), durante cinco anos. A máquina atual (velha) foi comprada há três anos por R$ 240.000, e está sendo depreciada pelo método acelerado, pelo período de cinco anos. A empresa encontrou um comprador disposto a pagar R$ 280.000, pela máquina atual e a arcar com os custos de sua remoção. A empresa espera que haja um aumento de R$ 35.000, nos ativos circulantes e de R$ 18.000, nos passivos circulantes, em consequência da substituição: essas variações acarretarão um aumento de R$ 17.000, (R$ 35.000, - R$ 18.000) no capital circulante líquido. A empresa está na faixa de 40% de imposto de renda. O imposto de renda é o único componente do investimento inicial que é difícil de calcular. Já que a empresa está planejando vender sua máquina atual por R$ 40.000, a mais do que seu preço de compra, obterá um ganho de capital de R$ 40.000,. O valor contábil dessa máquina pode ser encontrado usando-se as porcentagens de depreciação 20%, 32% e 19% para o primeiro, segundo e terceiro ano, respectivamente. O valor contábil resultante é de R$ 69.600, (240.000, - [(0,20 + 0,32 + 0,19) x 240.000]). Um ganho normal de R$ 170.400 (240.000, - 69.600,) em depreciação recuperada é também obtido na venda. O imposto de renda total sobre o ganho é de R$ 84.160, [(40.000, + 170.400,) x 0,40]. Substituindo esse imposto de renda, juntamente com o preço de compra e os custos de instalação da nova máquina, a quantia recebida pela venda da máquina atual e a variação no capital circulante líquido, dentro do quadro (esquema básico para se calcular o investimento inicial), obtém-se um investimento inicial de R$ 221.160,. Isso representa a saída líquida necessária no instante zero: 48 Custo da nova máquina instalada Custo da nova máquina ........................................... 380.000, + Custos de instalação ............................................... 20.000, Custo total proposto (valor depreciável) ........... 400.000, - Resultado da venda da máquina velha, após imposto Recebimento da venda da máquina velha .............. 280.000, - Imposto de renda sobre a venda da máquina velha 84.160, Recebimento total após o imposto de renda .... 195.840, + Variação no capital circulante líquido .......................... 17.000, INVESTIMENTO INICIAL ............................................ 221.160, 49 CÁLCULO DAS ENTRADAS DE CAIXA OPERACIONAIS Como já vimos, as entradas de caixa operacionais são as entradas de caixa incrementais após o imposto de renda, originárias do projeto ao longo de sua vida. INTERPRETAÇÃO DO TERMO APÓS O IMPOSTO DE RENDA Para fazermos comparações consistentes entre as propostas de investimento, é imprescindível que se deduza antes o imposto de renda, pois a empresa não fará legalmente uso de nenhum benefício antes de satisfazer as exigências fiscais do governo. A consistência é necessária para a avaliação das alternativas de dispêndio de capital, pois a intenção é comparar os benefícios. INTERPRETAÇÃO DO TERMO ENTRADA DE CAIXA O cálculo básico consiste em adicionar ao lucro líquido após o imposto de renda quaisquer encargos que não representem saídas de caixa e apareçam como despesas na demonstração do resultado. Receitas e despesas (excluindo depreciação) da Powell Corporation, para a Máquina proposta e a atual. Despesas (exceto Ano Receita Depreciação) (1) (2) Com máquina proposta 1 2 3 4 5 Com máquina atual 1 2 3 4 5 2.520.000, 2.520.000, 2.520.000, 2.520.000, 2.520.000, 2.300.000, 2.300.000, 2.300.000, 2.300.000, 2.300.000, 2.200.000, 2.300.000, 2.400.000, 2.400.000, 2.250.000, 1.990.000, 2.110.000, 2.230.000, 2.250.000, 2.120.000, 50 Receitas e despesas (excluindo depreciação) da Powell Corporation, para A máquina proposta e a atual. Porcentagens de Depreciação Ano Custo Depreciação [(1) x (2)] (1) (2) (3) Com a máquina proposta 1 2 3 4 5 6 400.000, 400.000, 400.000, 400.000, 400.000, 400.000, Total Com a máquina atual 1 240.000, 2 240.000, 3 240.000, 4 5 6 a 20% 32% 19% 12% 12% 5% 100% 12%(depreciação no 4º ano) 12%(depreciação no 5º ano) 5%(depreciação no 6º ano) 80.000, 128.000, 76.000, 48.000, 48.000, 20.000, 400.000, 28.800, 28.800, 12.000, Como a máquina atual está no final do terceiro ano de vida da Recuperação de seu custo na época em que a análise foi efetuada, aplicam-se apenas os três últimos anos de depreciação. 0 0 0 Total 69.600,a O total de R$ 69.600, representa o valor contábil da máquina atual no fim do terceiro ano, conforme foi calculado no exemplo anterior. Cálculo das entradas de caixa operacionais RECEITA (-) DESPESAS (excluindo depreciação) = LUCRO ANTES DE DEPRECIAÇÃO E IMPOSTO DE RENDA (-) DEPRECIAÇÃO = LUCRO LÍQUIDO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (-) IMPOSTO DE RENDA = LUCRO LÍQUIDO APÓS O IMPOSTO DE RENDA + DEPRECIAÇÃO 51 = ENTRADA DE CAIXA OPERACIONAL 52 Usando o modelo apresentado e considerando-se uma alíquota de 40% de imposto de renda, obtêmse as entradas de caixa operacionais para cada ano, tanto da máquina proposta como da máquina atual. A NO 3 1 2 4 5 Com a máquina proposta Receita ............................ 2.520.000, 2.520.000, 2.520.000, 2.520.000, 2.520.000, (-)Desp. (excl. deprec.) ....... 2.300.000, 2.300.000, 2.300.000, 2.300.000, 2.300.000, Lucro antes deprec. e IR 220.000, 220.000, 220.000, 220.000, 220.000, (-)Depreciação ................... 80.000, 128.000, 76.000, 48.000, 48.000, Lucro Líquido antes IR .... 140.000, 92.000, 144.000, 172.000, 172.000, (-)Imposto de Renda ........... 56.000, 36.800, 57.600, 68.800, 68.800, Lucro Líquido após IR ..... 84.000, 55.200, 86.400, 103.200, 103.200, Entradas de caixa Operacionais ......... 164.000, 183.200, 162.400, 151.200, 151.200, 6 0 0 0 20.000, -20.000, - 8.000, -12.000, 8.000, Com a máquina atual Receita ............................. 2.200.000, 2.300.000, 2.400.000, 2.400.000, 2.250.000, (-)Desp. (excl. deprec.) ........ 1.990.000, 2.110.000, 2.230.000, 2.250.000, 2.120.000, Lucro antes deprec. e IR .. 210.000, 190.000, 170.000, 150.000, 130.000, (-)Depreciação ..................... 28.800, 28.800, 12.000, 0 0 Lucro Líquido antes IR ..... 181.200, 161.200, 158.000, 150.000, 130.000, (-)Imposto de renda .............. 72.480, 64.480, 63.200, 60.000, 52.000, Lucro Líquido após IR ...... 108.720, 96.720, 94.800, 90.000, 78.000, Entradas de caixa 0 0 0 0 0 0 0 53 Operacionais ............ 137.520, 125.520, 106.800, 90.000, 78.000, 0 ENTRADAS DE CAIXA OPERACIONAIS INCREMENTAIS (RELEVANTES) PARA A POWELL CORPORATION Ano 1 2 3 4 5 6 Entradas de caixa operacionais Máquina Proposta Máquina Atual Incremental (relevante) (1) (2) (3) = [(1) – (2)] 164.000, 137.520, 26.480, 183.200, 125.520, 57.680, 162.400, 106.800, 55.600, 151.200, 90.000, 61.200, 151.200, 78.000, 73.200, 8.000, 0 8.000, No quadro acima, os valores da coluna 2 representam o montante de entradas de caixa operacionais que a empresa irá receber se a máquina atual não for substituída. Caso a máquina proposta venha a substituir a máquina atual, as entradas de caixa operacionais da empresa, para cada ano, serão aquelas mostradas na coluna 1. Subtraindo as entradas de caixa com a máquina atual, das entradas de caixa com a nova máquina, em cada ano, tem-se as entradas de caixa operacionais incrementais para cada ano, mostradas na coluna 3. Esses fluxos de caixa representam o montante pelo qual cada entrada de caixa anual crescerá como resultado da substituição da máquina atual pela proposta. É evidente que são essas as entradas de caixa relevantes ao se avaliar os benefícios de um dispêndio de capital em uma nova máquina. Prof. Ms. Alexandre Silva de Oliveira Políg. desenvolvido por Prof. Ms. Antônio Adalberto Brum Siqueira 55 CÁLCULO DO FLUXO DE CAIXA RESIDUAL O fluxo de caixa residual é o fluxo de caixa relevante, resultante da liquidação de um investimento a longo prazo no final de sua vida. Representa o fluxo de caixa após o imposto de renda, excluindo as entradas de caixa operacionais, que ocorre no ano final do projeto. FORMATO BÁSICO PARA A DETERMINAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA RESIDUAL Recebimentos pela venda do novo ativo após o imposto de renda = Recebimentos pela venda do novo ativo () Impostos incidentes na venda do novo ativo (-) Recebimentos pela venda do ativo velho após o imposto de renda = Recebimentos pela venda do ativo velho () Impostos incidentes na venda do ativo velho () Variação no capital circulante líquido Fluxo de caixa residual RESULTADOS COM A VENDA DE ATIVOS Os resultados obtidos com a venda do ativo novo e do usado, freqüentemente chamados de “valor residual”, representam o valor líquido, deduzido de quaisquer custos de remoção ou de venda esperados por ocasião do término do projeto. Não é incomum que os ativos tenham valor zero ao término do projeto. 56 IMPOSTOS INCIDENTES NA VENDA DE ATIVOS No caso de projetos de substituição a incidência de impostos deve ser considerada na venda final tanto do ativo novo como do ativo velho. Em outros casos, somente sobre o novo ativo. O cálculo dos impostos aplica-se sempre que o ativo for vendido por um valor diferente de seu valor contábil. Assim, recebimento líquido maior que o valor contábil – pagamento de imposto – representa saída de caixa; recebimento líquido menor que valor contábil – a recuperação de impostos – representa entrada de caixa (adicionada ao recebimento pela venda ). VARIAÇÃO NO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO Reflete a reversão para sua situação original , de qualquer investimento no capital circulante líquido, refletido como parte do investimento inicial. Muitas vezes este irá aparecer como uma entrada de caixa, devido à redução no capital circulante líquido; com o término do projeto, acaba a necessidade de aumento no capital circulante líquido. Já que o investimento no capital circulante líquido não é consumido, o montante recuperado no término do projeto será igual ao montante apresentado no cálculo do investimento inicial. 57 Exemplo: Continua o exemplo da powell Corporation Venda da nova máquina após seu 5º ano de vida útil = R$ 50.000, (valor líquido). Máquina velha = valor R$ 0 (totalmente obsoleta) A empresa espera recuperar os R$ 17.000, de investimento. Imposto de Renda = 40%. Nos cálculos anteriores já vimos que após 5 anos: - máquina velha – valor contábil = R$ 0 - máquina nova – valor contábil = R$ 20.000, (equivalente a depreciação do sexto ano). Já que o preço de venda de R$ 50.000, para a máquina proposta está abaixo de seu custo inicial de R$ 400.000, mas acima do seu valor contábil de R$ 20.000, os impostos serão devidos somente sobre a recuperação da depreciação de R$ 30.000, ( R$ 50.000, pelo recebimento da venda – R$ 20.000, de valor contábil). Recebimento pela venda do novo ativo após o imposto de renda = Recebimentos pela venda do novo ativo ............................. 50.000, (-) Impostos incidentes na venda do novo ativo ................... 12.000, Resultado final pela venda do ativo após o Imposto de renda – proposta .......................... 38.000, (-)Recebimentos pela venda do ativo velho após o IR = Recebimentos pela venda do ativo velho ........................ 0 Impostos incidentes na venda do ativo velho .................. 0 Resultado final pela venda do ativo após o Imposto de renda – atual ............................... (+)Variação no capital circulante líquido ....................................... FLUXO DE CAIXA RESIDUAL ..................................... 0 17.000, 55.000, 58 RESUMINDO OS FLUXOS DE CAIXA RELEVANTES Os três componentes do fluxo de caixa o investimento inicial as entradas de caixa operacionais e o fluxo de caixa residual juntos representam os fluxos de caixa relevantes do projeto. Podem ser vistos como os fluxos de incrementais após o imposto de renda, relacionados com a proposta de investimento. Representam, em termos do fluxo de caixa, o quanto a empresa estará em melhor ou pior situação, se optar pela implementação da proposta de investimento. FLUXOS DE CAIXA RELEVANTES DA POWELL CORPORATION COM A NOVA MÁQUINA 55.000, Fluxo de cx. Residual 73.200, Ent. de cx. Operac. 26.480, R$ 221.160, 57.680, 55.600, 61.200, 128.200, Fluxo de caixa total 59 1. 8.1 – Gitman p. 312 A Irwin Enterprises está considerando a compra de um novo equipamento para substituir o existente. O novo equipamento custará R$ 75.000,00 e exigirá R$ 5.000,00 em custos de instalação. Ele será depreciado pelo método acelerado (SMRAC), utilizando um período de depreciação de cinco anos. O equipamento existente foi adquirido a um custo total de R$ 50.000,00, quatro anos atrás; ele está sendo depreciado pelo método acelerado, utilizando um período de depreciação de cinco anos. Esse equipamento pode ser vendido hoje por R$ 55.000,00 líquidos de quaisquer despesas com venda ou remoção. Como resultado dessa proposta de substituição de equipamento, espera-se que o investimento em capital circulante líquido aumente em R$ 15.000,00. A empresa paga imposto de renda a uma alíquota de 40%, tanto nos seus ganhos normais, quanto nos seus ganhos de capital. A) – Calcule o valor contábil para o equipamento existente. B) – Determine os impostos, se devidos, incidentes sobre a venda do equipamento existente. C) – Calcule o investimento inicial associado à proposta de substituição do equipamento. SMRAC – Depreciação anual, para cinco anos: 1º ano 20%, 2º ano 32%, 3º ano 19%, 4º ano 12%, 5º ano 12% e 6º ano 5%. 8.2 – Gitmam p. 313 Uma máquina que está sendo usada atualmente foi comprada dois anos atrás por R$ 40.000,00. Ela está sendo depreciada pelo método acelerado (SMRAC), usando-se um período de depreciação de cinco anos, e tem três anos de vida útil remanescente. Essa máquina pode ser vendida hoje por R$ 42.000, líquidos de quaisquer custos de venda ou remoção. Uma nova máquina, utilizando o método acelerado de depreciação por três anos pode ser adquirida pelo preço de R$ 140.000,00. São necessários R$ 10.000,00 para instalá-la e ela tem três anos de vida útil. Se a nova máquina for adquirida espera-se que o investimento em duplicatas a receber aumente em R$ 10.000,00, o investimento em estoques cresça em R$ 25.000,00 e as duplicatas a pagar cresçam em R$ 15.000,00. Espera-se que os lucros antes da depreciação e imposto de renda sejam de R$ 70.000,00 para cada um dos próximos três anos, com a máquina existente, e de R$ 120.000,00 no primeiro ano e R$ 130.000,00 no segundo e terceiro anos, com a nova máquina. Ao final dos três anos, o valor de mercado da máquina existente, seria igual a zero, mas a nova máquina poderia ser vendida por R$ 35.000,00 antes dos impostos. Tanto os ganhos normais quanto os ganhos de capital são taxados a uma alíquota de 40% de imposto de renda. 2. a) – Determine o investimento inicial associado à decisão de substituição proposta. b) – Calcule as entradas de caixa operacionais incrementais para os anos 1 a 4, associadas à proposta de substituição. (Obs.: somente fluxos de caixa de depreciação devem ser considerados no quarto ano). c) – Calcule o fluxo de caixa residual associado à decisão de substituição proposta. (Obs.: isso ocorre no final do terceiro ano). d) – Trace o diagrama dos fluxos de caixa relevantes encontrado em “a”, “b” e “c”, associados a decisão de substituição proposta, supondo que seu término seja no final do terceiro ano. SMRAC – Depreciação anual, para 3 anos: 33%, 45%, 15% e 7% para o 1º, 2º, 3º e 4º anos respectivamente. 3. 8.4 - Gitmam p. 315 trace o diagrama padrão. Para cada um dos seguintes projetos, determine os fluxos de caixa relevantes, classifique o padrão dos fluxos de caixa , e 60 a) – Um projeto exigindo um investimento inicial de R$ 120.000,00 que gera entradas de caixa operacionais anuais de R$ 25.000, para os próximos dezoito anos. Em cada ano, será necessário um desembolso de R$ 5.000, para a manutenção do projeto. b) – Uma nova máquina instalada, a um custo de R$ 85.000. A máquina usada a ser substituída será vendida por R$ 30.000, após o imposto de renda. As entradas de caixa operacionais geradas pela substituição irão exceder as entradas de caixa da máquina velha em R$ 20.000, ao ano, durante um período de seis anos. No fim do sexto ano, a nova máquina será vendida por R$ 20.000, após o imposto, o que representa R$ 10.000, a mais que os resultados esperados pela venda da máquina velha, se ela fosse mantida e liquidada no final do sexto ano. c) – Um ativo exigindo um investimento inicial de R$ 2.000.000, que gerará entradas de caixa operacionais anuais de R$ 300.000, pelos próximos dez anos. As saídas de caixa operacionais anuais serão de R$ 20.000, exceto no sexto ano, quando uma retificação exigirá uma saída de caixa adicional de R$ 500.000,. O valor de liquidação do ativo ao final do décimo ano será zero. 4. 8.12 – Gitmam p. 317 Uma empresa está considerando a reforma de seu equipamento para tender à crescente demanda por seus produtos. O custo para as modificações no equipamento será de R$ 1,9 milhão mais R$ 100.000, de instalação. A empresa depreciará as modificações no equipamento por um período de cinco anos (tabela no exercício 1) . As receitas de vendas adicionais proporcionadas pela reforma seriam de R$ 1,2 milhão por anos, e as despesas operacionais adicionais e outros custos (excluindo depreciação) serão no montante de 40% das vendas adicionais. A empresa tem uma alíquota de imposto de renda de 40%. (Responda às seguintes questões para cada um dos seis próximos anos.) a) – Quais serão os lucros incrementais antes da depreciação e impostos gerados pela reforma? b) – Quais serão os lucros incrementais após os impostos gerados pela reforma? c) - Quais serão as entradas de caixa operacionais incrementais geradas pela reforma? 5. 8.9 – Gitmam p. 316 A Cushing Corporation está considerando a compra de uma nova máquina para substituir uma já existente. A máquina atual foi comprada hà três anos por um custo total de R$ 20.000,00; ela está sendo depreciada pelo método acelerado, por um período de cinco anos (tabela exercício 1). A nova máquina custaria R$ 35.000,00 e exigiria mais R$ 5.000,00 para instalação; ela seria depreciada por um período de cinco anos, também pelo método acelerado. A máquina existente pode ser vendida hoje por R$ 25.000,00, livre de custos de venda ou remoção. A empresa paga imposto de renda a uma alíquota de 40%, tanto para os ganhos normais quanto para os ganhos de capital. Calcule o investimento inicial associado à compra da nova máquina. 61 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE INVESTIMENTO A aplicação de determinados métodos de avaliação econômica com o objetivo de avaliar a rentabilidade das aplicações de capital é uma fase das mais importantes nas decisões de investimento a longo prazo. Dentre os métodos quantitativos de análise econômica de investimentos existem aqueles que não consideram o valor do dinheiro no tempo e aqueles que consideram essa variação através do fluxo de caixa descontado. Na nossa disciplina vamos tratar do método do PRAZO DE RETORNO (Payback period), que enquadra-se no primeiro grupo e os métodos do VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) e da TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) que pertencem ao segundo grupo. MÉTODO DO PAYBACK OU PRAZO DE RETORNO É o método de análise que determina o tempo necessário para que o dispêndio de capital (valor do investimento) seja recuperado através dos benefícios líquidos (fluxos de caixa) gerados pelo investimento. CÁLCULO DO PERÍODO DE PAYBACK No caso de uma anuidade – basta dividir o investimento inicial pela entrada de caixa anual (lucro líquido + depreciação). No caso de uma série mista - as entradas de caixa anuais devem ser acumuladas até que o investimento inicial seja recuperado. 62 Exemplo 1: INVESTIMENTO INICIAL Ano Projeto “A” Projeto “B” R$ 300.000, R$ 300.000, FLUXOS DE CAIXA (Lucro Líq.+ deprec.) 1 .......................................... 2 .......................................... 3 .......................................... 4 .......................................... 5 .......................................... Média 100.000, 100.000, 100.000, 100.000, 100.000, 100.000, 90.000, 50.000, 60.000, 50.000, 250.000, 100.000, Investimento Inicial 300.000, Período de PAYBACK do projeto “A” = ----------------------------------- = ------------ = 3 Entradas de caixa anuais 100.000, Payback de “A” = 3 anos Período de PAYBACK do projeto “B” : Ano 1 2 3 4 5 Invest. Recuperado 90.000, 50.000, 60.000, 50.000, 250.000, Fluxo de Cx. Acumulado 90.000, 140.000, 200.000, 250.000, 500.000, Como o fluxo de caixa acumulada do 5º ano (R$ 500.000,) é maior que o investimento inicial de R$ 300.000, o período de payback está entre 4 e 5 anos. Sómente R$ 60.000, ou 24%(60.000/250.000), do lucro líquido desse ano são necessários para recuperar os R$ 300.000, iniciais. Logo o período de payback do projeto “B” é de 4,28 anos (4 anos mais 24% do 5º ano). Payback do projeto “B” = 4,28 anos 63 CRITÉRIO DE DECISÃO Em decisões do tipo aceitar-rejeitar, o critério de decisão é: Se o período de payback for menor que o período de payback máximo aceitável, aceita-se o projeto. Se o período de payback for maior que o período de payback máximo aceitável, rejeita-se o projeto. O PAYBACK COMO INDICADOR DE LIQUIDEZ E RISCO Quanto maior o período de payback maior o risco. Quanto menor o período de payback maior a liquidez. RESTRIÇÕES AO MÉTODO DE PAYBACK 1 – Subjetividade do período padrão de payback. 2 – Não avaliar adequadamente o valor do dinheiro no tempo. 3 – Não considerar as entradas de caixa que ocorrem após a recuperação do investimento inicial. Exemplo 2: INVESTIMENTO INICIAL Ano 1 ................................ 2 ................................ 3 ................................ 4 ................................ 5 ................................ PROJETO “A” PROJETO “B” R$ 500.000, R$ 500.000, ENTRADAS DE CAIXA 400.000, 100.000, 50.000, 50.000, 50.000, 100.000, 400.000, 300.000, 300.000, 300.000, 64 Projeto “A”, período de payback = 2 anos. Projeto “B”, período de payback = 2 anos. O período de payback é o mesmo para os dois projetos. Se o prazolimite estabelecido pela empresa for também de dois anos e os projetos forem considerados independentes, ambos poderão ser implementados. Exemplo 3: As propostas A, B e C apresentadas no quadro abaixo são mutuamente excludentes e cada uma demanda R$ 20.000,00 de investimento inicial. As três propostas têm vida útil econômica de quatro anos, determinando R$ 5.000,00 de depreciação anual. O valor residual dos bens será desprezível. Proposta “A” Proposta “B” Proposta “C” R$ 20.000, R$ 20.000, R$ 20.000, Investimento Inicial Ano Entradas líquidas de caixa 1 .......................... 2 .......................... 3 .......................... 4 .......................... Total ............. 6.000, 7.000, 8.000, 9.000, 7.500, 7.500, 7.500, 7.500, 9.000, 8.000, 7.000, 6.000, 30.000, 30.000, 30.000, Analisando-se as três propostas pelo método do payback, qual delas deve ser implementada? Justifique. 65 MÉTODO DO VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) O VPL é obtido subtraindo-se o investimento inicial do valor presente das entradas de caixa, descontadas a uma taxa igual ao custo de capital da empresa. Então, VPL = valor presente das entradas de caixa – investimento inicial VPL = n FC t t t 11 i II Onde: FCt = fluxo (benefício) de caixa do período II = investimento inicial i = taxa de desconto, igual ao custo de capital da empresa Se houver investimentos em períodos subseqüentes, a expressão será: VPL = n n FCt It II t t t 11 i t 11 i Onde: I t = valor do investimento previsto em cada período subseqüente. CRITÉRIO DE DECISÃO Quando o método do VPL é usado para tomar decisões do tipo aceitar-rejeitar, adota-se o seguinte: 66 ACEITA-SE o projeto quando o VPL for maior que zero. REJEITA-SE o projeto quando VPL for menor que zero. Quando os projetos forem excludentes, a opção é pelo que apresenta maior VPL. Usando os dados do exemplo 1 e aplicando-se o método do VPL com uma taxa de desconto de 10% ao ano, temos: 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000 VPLA = -------------- + -------------- + --------------- + -------------- + --------------- - 300.000, (1 + 0,10)1 (1 + 0,10) 2 (1 + 0,10)3 (1 + 0,10)4 (1 + 0,10)5 VPL A = ( 90.909,09 + 82.644,63 + 75.131,48 + 68.301,34 + 62.092,13) – 300.000, VPLA = 379.078,67 – 300.000,00 = 79.078,67 VPLA = 79.078,68 VPLB 90.000, 50.000, 60.000, 50.000, 250.000, = ------------- + ----------- + ------------- + ---------- + ------------- - 300.000, 1,101 1,102 1,103 1,104 1,105 VPLB =( 81.818,18 + 41.322,31 + 45.078,89 + 34.150,67 + 155.230,33) – 300.000, VPLB = 357.600,38 – 300.000, = 57.600,38 VPLB = 57.600,38 A opção deve ser pelo PROJETO A, que apresenta um valor atual líquido maior que o projeto B, ou seja, proporciona um maior retorno ao investimento realizado. 67 EXERCÍCIOS - PAYBACK 1. 9.1 – Gitman p.362 A Jordan Enterprise está considerando um dispêndio de capital que exige um investimento inicial de R$ 42.000,00 e proporciona retorno após o imposto de renda na forma de entradas de caixa de R$ 7.000,00 por ano pelo período de dez anos. A empresa tem um período de payback máximo aceitável de oito anos. a) – Calcule o período de payback para esse projeto. b) – A empresa deveria aceitar esse projeto? Por quê? 2. 9.2 - Gitman p 362 A nova Products tem um período de payback máximo aceitável de cinco anos. A empres está considerando a compra de uma nova máquina e deve escolher uma dentre duas alternativas. A primeira máquina exige um investimento inicial de R$ 14.000,00 e gera entradas de caixa, após o imposto de renda, de R$ 3.000,00 em cada um dos próximos sete anos. A Segunda máquina exige um investimento inicial de R$ 21.000,00 e propicia entradas de caixa anuais, após o imposto, de R$ 4.000,00 por um período de vinte anos. a) – Calcule o período de payback para cada máquina. b) – Comente sobre a aceitabilidade das máquinas, supondo que são projetos independentes. c) – Qual das máquinas a empresa deveria comprar? Por quê? d) – As máquinas deste problema ilustram alguma das críticas ao uso de payback? Discuta. 3. 9.5 Gitmam p.363 Utilizando uma taxa de custo de capital de 14%, calcule o valor presente líquido para cada um dos projetos independentes listados no quadro seguinte e diga quais deles são aceitáveis ou não. 68 Projeto A Projeto B Projeto C Projeto D Projeto E 26.000, 500.000, 170.000, 950.000, 80.000, Investimento Inicial (II) Ano (t) Entradas de caixa (FCt) 1 ................... 2 ................... 3 ................... 4 .................. 5 ................... 6 ................... 7 ................... 8 ................... 9 ................... 10 ................... 4. 4.000, 4.000, 4.000, 4.000, 4.000, 4.000, 4.000, 4.000, 4.000, 4.000, 100.000, 120.000, 140.000, 160.000, 180.000, 200.000, 20.000, 19.000, 18.000, 17.000, 16.000, 15.000, 14.000, 13.000, 12.000, 11.000, 230.000, 230.000, 230.000, 230.000, 230.000, 230.000, 230.000, 230.000, 0 0 0 20.000, 30.000, 0 50.000, 60.000, 70.000, 9.7 – Gitmam A Hook Industries está considerando a substituição de uma de suas velhas máquinas de perfurar. Três alternativas de substituição estão sendo estudadas. Os fluxos de caixa relevantes associados a cada uma delas estão apresentados no quadro a seguir. O custo de capital da empresa é de 15%. Investimento inicial (II) Ano (t) 1 ....................... 2 ....................... 3 ....................... 4 ....................... 5 ....................... 6 ....................... 7 ....................... 8 ....................... Máquina A Máquina B Máquina C 85.000, 60.000, 130.000, Entradas de caixa (FCt) 18.000, 12.000, 50.000, 18.000, 12.000, 30.000, 18.000, 16.000, 20.000, 18.000, 18.000, 20.000, 18.000, 20.000, 20.000, 18.000, 25.000, 30.000, 18.000, 40.000, 18.000, 50.000, a) – Calcule o valor presente líquido (VPL) para cada máquina. b) – Utilizando o VPL, avalie a aceitabilidade de cada máquina. c) – Faça a classificação das máquinas, da melhor para a pior alternativa, utilizando o VPL. 69 5. 9.8 – Gitmam p.364 A Neil Corporation tem três projetos em análise. Seus fluxos de caixa são apresentados no quadro a seguir. A empresa tem um custo de capital de 16%. Investimento inicial (II) Projeto A Projeto B Projeto C 40.000, 40.000, 40.000, Ano (t) 1 2 3 4 5 Entradas de caixa (FCt) .......................... .......................... .......................... .......................... .......................... 13.000, 13.000, 13.000, 13.000, 13.000, 7.000, 10.000, 13.000, 16.000, 19.000, 19.000, 16.000, 13.000, 10.000, 7.000, a) – Calcule o período de payback para cada projeto. Qual deles é o preferido de acordo com esse método? b) – Calcule o valor presente líquido (VPL) para cada projeto. Qual deles é o preferido de acordo com esse método? c) – Comente os resultados obtidos em “a” e “b”, e faça a recomendação do melhor projeto. Explique sua escolha. 6. 9.9 – Gitmam p 364 Calcule a taxa interna de retorno para cada um dos seguintes projetos, indique para cada um deles o custo de capital máximo que a empresa poderia ter e encontre a TIR aceitável. Investimento inicial (II) Projeto A Projeto B Projeto C Projeto D 90.000, 490.000, 20.000, 240.000, Ano (t) 1 2 3 4 5 .................... .................... .................... .................... .................... Entradas de caixa (FCt) 20.000, 25.000, 30.000, 35.000, 40.000, 150.000, 150.000, 150.000, 150.000, 7.500, 7.500, 7.500, 7.500, 7.500, 120.000, 100.000, 80.000, 60.000, 70 INDICE DE LUCRATIVIDADE Em certas circunstâncias, o VAL não fornece uma resposta suficientemente clara para comparar duas ou mais propostas. Neste caso, em vez de calcular a diferença entre os valores atuais dos fluxos de caixa, será mais apropriado calcular o quociente desses valores atuais, conhecido como INDICE DE LUCRATIVIDADE (IL). Valor atual das entradas líquidas de caixa IL = ------------------------------------------------------------Valor atual das saídas líquidas de caixa n FC t IL = t t 11 i n I II t t t 11 i It = saídas líquidas de caixa nos períodos subseqüentes Quando IL 1 , significa que a proposta deverá produzir benefícios monetários superiores ou iguais as saídas líquidas de caixa, tudo isso expresso em moeda do mesmo momento t0. Quando IL 1, a proposta deve ser rejeitada por não ser economicamente viável. 71 TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) É a taxa de desconto que iguala o valor presente das entradas de caixa ao investimento inicial referente a um projeto, resultando, desse modo, em um VPL = 0. n 0 = FCt t 11 TIR t II CRITÉRIO DE DECISÃO Quando a decisão é do tipo “aceitar-rejeitar”, o critério é o seguinte: ACEITA-SE o projeto se a TIR que o custo de capital. REJEITA-SE o projeto se a TIR que o custo de capital. Exemplo: Investimento inicial Ano Projeto A Projeto B 42.000, 45.000, Entradas de caixa operacionais 1 .............................. 14.000, 2 .............................. 14.000, 3 .............................. 14.000, 4 .............................. 14.000, 5 .............................. 14.000, Média 14.000, 28.000, 12.000, 10.000, 10.000, 10.000, 14.000, 72 4 - ALAVANCAGEM Na prática, o Administrador está interessado em aumentar o Retorno dos Proprietários ou Acionistas. Para isso, duas estratégias básicas podem ser usadas: 1ª) Aumentar a produção e o faturamento, aproveitando-se da economia de escala resultante e adequando-se o custo das fontes de financiamento externo da empresa à sua potencialidade de rendimento. 2ª) Aumentar a receita e baixar os custos. ALAVANCAGEM OPERACIONAL É a estratégia utilizada pela empresa para aumentar o Lucro Operacional (LAJI) através do aumento do seu nível de atividade. Lembrando: Lucro Operacional = Receita Operacional – Custos e Desp. Operacionais (LAJI) (RT) (CT) 1 – LAJI = RT – CT 2 – RT = P x Q 3 – CT = Fo + V x Q => Y = a + b.X Fo = Custos Operac. Fixos (incluindo despesas operacionais) V x Q = Custo Variável Total Substituindo em 1, as expressões 2 e 3, temos: LAJI = (P x Q) – (Fo + V x Q) = P x Q – Fo – V x Q = P x Q – V x Q – Fo LAJI = Q x (P-V) – Fo Também sabemos que P – V = MCU e que MCU x Q = MCT, portanto: 73 LAJI = MCT – Fo Assim, num nível de produção zero, temos: LAJI = - Fo Portanto, neste ponto, o resultado da atividade da empresa corresponde a um prejuízo igual ao montante dos Custos Fixos. Vejamos o exemplo: Volume (em Unid.) 0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 Custo Oper. Custo Var. Custo Total Margem de Cont. Receita Resultado Fixo (Fo) Total (VxQ) (Fo x V x Q) Total (MCU x Q) Total (P x Q) 1.000.000 0 1.000.000 0 0 -1.000.000 1.000.000 250.000 1.250.000 250.000 500.000 -750.000 1.000.000 500.000 1.500.000 500.000 1.000.000 -500.000 1.000.000 750.000 1.750.000 750.000 1.500.000 -250.000 1.000.000 1.000.000 2.000.000 1.000.000 2.000.000 0 1.000.000 1.250.000 2.250.000 1.250.000 2.500.000 250.000 1.000.000 1.500.000 2.500.000 1.500.000 3.000.000 500.000 1.000.000 1.750.000 2.750.000 1.750.000 3.500.000 750.000 1.000.000 2.000.000 3.000.000 2.000.000 4.000.000 1.000.000 P = R$ 500,00 V = R$ 250,00 A observação da tabela anterior, sugere-nos alguns pontos importantes em relação aos conceitos expostos até aqui: 1º) O resultado da Empresa (Lucro ou Prejuízo) pode ser tanto pela diferença entre Receita Operacional (RT) e Custo Operacional (CT), como pela diferença entre Custo Fixo Total (Ft) e Margem de Contribuição Total (MCT). Vejamos o nível de produção Q = 3.000 unid., por exemplo: LAJI = RT – CT = (500, x 3.000) – [1.000.000, + (250, x 3.000)] = 1.500.000 – (1.000.000, + 750.000,) = 250.000, = MCU x Q – Fo = 250, x 3.000 – 1.000.000, = 750.000, - 1.000.000 = - 250.000 ou LAJI = MCT – Fo 74 2º) Sendo a Margem de Contribuição Unitária a contribuição que cada unidade traz para a composição do resultado da Empresa, ela faz com que a Margem de Contribuição Total tenha as seguintes funções: A – Antes do Ponto de Equilíbrio => MCT cobre parcialmente o custo; B – No Ponto de Equilíbrio => MCT cobre o Custo Fixo totalmente; C – Depois do Ponto de Equilíbrio => MCT cobre o Custo Fixo e forma o Lucro da Empresa. GRAU DE ALAVENCAGEM OPERACIONAL (GAO) O GAO exprime corretamente o efeito multiplicador que ocorre no lucro a partir da expansão do nível de produção. Sempre se refere a um nível específico de atividade. É obtido dividindo-se a variação percentual do lucro operacional pela variação percentual da quantidade produzida e vendida. GAO1 = Var. % no LAJI Var. % nas Vendas = = LAJI = No. de Vezes Q ou GAO2 = Margem de Contrib. Total LAJI = LAJI MCT = No. de Vezes No exemplo dado, o PEO é 4.000 unidades, obtido através de: Q= Fo (P – V) = 1.000.000 = 4.000 unidades (500, – 250,) Suponhamos, agora, que o nível de atividade seja 5.000 unidades. Nesse nível, o resultado da empresa é: LAJI = RT – CT = P x Q – [Fo + (V x Q)] = = 500, x 5.000 – [1.000.000 + 250, x 5.000)] = 250.000, Questionamento: Se o nível de atividade aumentar em 20%, para quanto irá o lucro? 75 OBS: P, V e Fo permanecem constantes. Com esse acréscimo de 20% a Empresa passará a atuar no nível de 6.000 unidades (5.000 x 1,20) e terá um Lucro Operacional de R$ 500.000,00 [6.000 x 500, - 1.000.000 + (250, x 6.000)]. Este valor é 100% superior ao resultado base (R$ 250.000,00 para um nível de atividade de 5.000 unidades). Resumindo: Um aumento de 20% no nível de atividade (de 5.000 unid. para 6.000 unidades), proporcionou um aumento de 100% no resultado (de R$ 250.000,00 para R$ 500.000,00). Verifica-se assim, que o aumento no Lucro foi mais do que proporcional ao ocorrido no nível de atividade. Isto é o que caracteriza a Alavancagem. Então, aplicando-se as expressões vistas anteriormente chega-se ao GAO: GAO1 = LAJI = 100% = 5 vezes RTV 20% ou GAO2 = MCT = 1.250.000 = 5 vezes LAJI 250.000 Isto significa que com esta estrutura de custos, despesas e preço, e atuando ao nível de 5.000 unidades, terá, a cada 1% de aumento no nível de atividade, um aumento de 5% no lucro. OBS: Não se calcula o GAO a partir do Ponto de Equilíbrio, pois nesse ponto o resultado é zero e não há como matematicamente se checar à percentagem de aumento ou redução. PROPRIEDADES DO GAO: 76 Abaixo do PEO o GAO é negativo. No PEO o GAO é indefinido, porque o LAJI = 0. Em trono do PEO, o GAO será máximo, positiva ou negativamente. O GAO diminui à medida que o volume de operações se desloque acima ou abaixo do PEO. INFERÊNCIAS A PARTIR DAS PROPRIEDADES A partir de certo volume, aumentos na Margem de Contribuição Unitária (MCU), decorrentes de aumentos no preço de venda ou redução no V, deslocará o PEO para baixo, reduzindo o GAO. Uma redução na MCU deslocará o PEO para cima, aumentando o GAO. ET.: Isto vale enquanto os Custos Operacionais Fixos permanecerem inalterados. ALAVANCAGEM FINANCEIRA É a capacidade da Empresa para usar seus encargos financeiros fixos a fim de maximizar os efeitos de variações no lucro antes dos juros e impostos (LAJIR) sobre os lucros por ação (LPA) da empresa. Suponhamos 3 alternativas de Estrutura: Alternativa “A” 77 100% de capital próprio. Alternativa “B” 30% de recursos de terceiros, ao custo de 20%. Alternativa “C” 50% de recursos de terceiros, ao custo de 20%. Obs: O Ativo Total é de R$ 1.000.000, DRE (em R$ 1.000,) de acordo com as três alternativas de endividamento Itens Receita Operacional (-) CMV = Lucro Bruto (MCT) (-) Despesas Operacionais = Lucro Líquido Operacional (-) Despesas Financeiras = Lucro Líq. antes do IR (-) Provisão para IR (30%) = Lucro Líquido do Exercício A B C 3.000, (1.200,) 1.800, (1.500,) 300, 0 300, (90,) 210, 3.000, (1.200,) 1.800, (1.500,) 300, (60,) 240, (72,) 168, 3.000, (1.200,) 1.800, (1.500,) 300, (100,) 200, (60,) 140, 78 GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA (GAF) O GAF mede os efeitos provocados sobre o Lucro Líquido pelas variações ocorridas no LAJIR (LAJI). LL Variação % no Lucro Líquido GAF1 = ---------------------------------------- = ---------- = No. de Vezes Variação % no LAJI LAJI ou LAJI LAJI GAF2 = ---------------------------------------- = ---------- = No. de Vezes LAJI – Desp. Financeiras LAIR De outro modo, pode-se dizer que o GAF representa a elasticidade do Lucro Líquido em função do Lucro Líquido Operacional. O GAF será tanto maior quanto for a participação do Capital de Terceiros na Estrutura Financeira, desde que seja mantida uma Taxa de Retorno sobre o Investimento Total ao Custo desse Capital de Terceiros. Análise das três alternativas de endividamento, do ponto de vista do acionista. Itens 1 – Lucro Líq. Operacional A B C 300, 300, 300, 1.000, 1.000, 1.000, 30% 30% 30% 0 300, 500, 1.000, 700, 500, 6 – Lucro Líquido do Exercício 210, 168, 140, 7 – Taxa de Retorno s/ Cap. Próprio 21% 24% 28% 2 – Ativo Total 3 – Taxa de Retorno s/ Ativo Total (1/2) 4 – Capital de Terceiros 5 – Capital Próprio (2 – 4) 79 O que acontece se os resultados operacionais sofrem alguma redução, digamos 50%? Itens Receita Operacional (-) CMV = Lucro Bruto (MCT) (-) Despesas Operacionais = Lucro Líquido Operacional (-) Despesas Financeiras = Lucro Líq. antes do IR (-) Provisão para IR (30%) = Lucro Líquido do Exercício Lucro Líq. sobre Cap. Próprio A 1.500, (600,) 900, (750,) 150, 0 150, (45,) 105, 10,5% B 1.500, (600,) 900, (750,) 150, (60,) 90, (27,) 63, 9,0% C 1.500, (600,) 900, (750,) 150, (100,) 50, (15,) 35, 7,0% Neste caso, o uso de mais capital de terceiros é prejudicial (alavancagem desfavorável), pois o retorno sobre o investimento (Ativo Total) é de apenas 15%, inferior portanto, ao custo do capital de terceiros. 80 ALAVANCAGEM TOTAL: O EFEITO COMBINADO Pode ser definido como o uso potencial de custos fixos, tanto operacionais como financeiros, para aumentar o efeito de variações nas vendas sobre o lucro por ação (LPA). GRAU DE ALAVANCAGEM TOTAL (GAT) O GAT é a medida numérica da alavancagem total da empresa. Pode ser obtido através da expressão: Variação % no LPA GAT = ---------------------------------Variação % nas vendas Obs: Sempre que o GAT > 1, haverá Alavancagem Total. Outra forma para encontrar o GAT é: Q x (P – V) GAT a um determinado nível de vendas Q = -------------------------------------------------Q x (P – V) – F – J x (DP x 1 / 1 – T) Onde: J = juros DP = dividendos de ações preferenciais T = taxa de impostos 81 5- FONTES DE FINANCIAMENTO DE LONGO PRAZO AÇÕES ORDINÁRIAS Os verdadeiros proprietários de uma empresa são os acionistas comuns que investem seu dinheiro na expectativa de retornos futuros. Propriedade: a) único indivíduo; b) um grupo pequeno de pessoas; c) número amplo de pessoas (bolsa de valores) Valor Nominal: valor relativamente pro forma que é arbitrariamente aplicado às ações nos estatutos das empresas. Exemplo: Buble Company: emissão de 1.000.00 ações ordinárias comValor Nominal de $2, recebendo $50 por ação. Lançamentos: Ação Ordinária (1.000.000 ações a $2) $ 2.000.000 Ágio na venda das ações: 48.000.000 Capital Próprio $50.000.000 Ações emitidas, autorizadas e em circulação: a) Ações Autorizadas - definidas em Estatuto, isto é, previamente aprovação (voto) de acionistas. b) Ações em Circulação - quando vendidas para o público. c) Ações em Tesouraria - quando recompradas pela empresa. d) Ações Emitidas - número de ações em poder do público ou em Tesouraria. 82 Exemplo: Golden Enterprises: autorizadas em Estatuto: 35.000.000ações 15.000.000 de ações emitidas; 1.000.000 de ações em Tesouraria. Valor Nominal $0,80; Ágio $4,20. Capital Próprio Ação Ordinária ($0,80 de valor nominal; 35.000.000 ações autorizadas; 15.000.000 ações emitidas) $ 12.000.000 Ágio na venda das ações: 63.000.000 Lucros Retidos 31.000.000 Menos: Custo das ações em tesouraria 4.000.000 Capital Próprio $102.000.000 83 CARACTERÍSTICAS DAS AÇÕES ORDINÁRIAS Direito de Voto a) Ações com Poder de Voto - usual no mercado. b) Ações sem Poder de Voto: levantar recursos evitando compras agressivas (“take-over”) c) Ações com Poder ampliado de voto: melhor controle do futuro. Dividendos Pagamento em dinheiro ou em mercadorias (incomum). Após pagamento de credores, governo e acionistas preferenciais. Distribuição de Lucros e Ativos Na liquidação da empresa receberá o que sobrar do pagamento a credores e governo. Ganhos com a valorização da ação ou distribuição de lucros. Direitos de Subscrição - possibilitam aos acionistas a manutenção de seu controle proporcional na empresa, quando novas ações são emitidas. VANTAGENS E DESVANTAGENS Vantagens: • Fonte de financiamento para a empresa com mínimo de restrições; • Não compromete o pagamento de outros títulos; • Não tem prazo de vencimento e portanto obrigação de pagamento. • Capacidade de aumentar a capacidade de endividamento da empresa. Desvantagens: • Diluição potencial dos lucros; • Diluição potencial de controle; • Alto custo das ações ordinárias devido ao seu risco. 84 DIVIDENDOS Um dividendo é uma distribuição de lucros. A maioria das empresas adota uma política de dividendos de acordo com a qual paga um dividendo regular a cada trimestre. Algumas empresas pagam um dividendo extraordinário para recompensar os acionistas, caso tenham tido um ano particularmente bom. Muitas pagam dividendos usando uma taxa de distribuição (payout) predeterminada, definindo a proporção entre dividendos e lucros. Várias empresas têm pago dividendos regulares por mais de cem anos, ininterruptamente. Como a política de dividendos é um dos fatores que determinam a decisão de um investidor de comprar uma ação, a maioria das empresas anuncia sua política de dividendos e sinaliza quaisquer alterações que possa sofrer ao público. Portanto, pode ser notado que muitas empresas usam suas políticas de dividendos para transmitir informação que de outro modo não estaria disponível aos investidores. 85 Procedimentos de pagamento de dividendos em dinheiro Data de registro. A data na qual um investidor precisa ter a posse de ações para gozar o direito de receber um dividendo. Data ex dividendo. Quatro dias antes da data de registro. O dia no qual uma ação passa a ser negociada ex dividendo (sem direito ao dividendo). Na imprensa financeira, as transações com ações na data ex dividendo são indicadas por um x ao lado do volume negociado. Em geral, os preços das ações caem por um valor igual ao dividendo trimestral, na data ex dividendo. Data de pagamento. O dia no qual um dividendo é pago aos acionistas que possuíam ações na data de registro. Ocorre geralmente duas ou mais semanas após a data de registro. 86 TEORIAS SOBRE DIVIDENDOS Teoria Residual: A teoria residual dos dividendos afirma que os pagamentos de dividendos devem ser encarados como um resíduo – o montante que sobra após o aproveitamento de todas as oportunidades de investimento aceitáveis. Em síntese, segundo essa teoria, nenhum pagamento de dividendos será feito enquanto a necessidade de capital próprio da empresa superar o volume de lucros retidos disponíveis. Além disso, de acordo com ela, o retorno exigido pelos acionistas não é afetado pela política de dividendos – uma premissa que sugere que essa política é irrelevante. Argumentos da Irrelevância dos Dividendos: Merton Miller e Franco Modigliani (M&M) formularam uma teoria que mostra que, em mercados financeiros perfeitos (certeza, sem impostos, sem custos de transação ou outras imperfeições de mercado), o valor de uma empresa não é afetado pelo pagamento de dividendos. Argumentam que o valor depende apenas dos lucros futuros e do risco dos investimentos da empresa. 87 A retenção ou distribuição de lucros não afeta o valor da empresa. Alguns estudos indicam que grandes variações de dividendos afetam o comportamento do preço da ação. M&M argumentam que esses efeitos resultam da informação transmitida por essas alterações de dividendos, e não pelo próprio dividendo. Além disso, M&M argumentam que há um ‘efeito clientela’. Os investidores que preferem receber dividendos comprarão ações com dividendos elevados, e os que preferem ganhos de capital comprarão ações que pagam dividendos baixos. Em resumo, M&M e outros defensores da idéia de irrelevância dos dividendos dizem que, se os outros fatores se mantiverem constantes, o retorno exigido por um investidor e, portanto, o valor da empresa não são afetados pela política de dividendos, porque: • • • O valor da empresa é determinado exclusivamente pelo poder de geração de resultados e pelo risco de seus ativos. Se os dividendos afetarem o valor, isso acontecerá somente por causa do seu conteúdo informacional, o qual sinaliza as expectativas da administração quanto aos lucros. Há um efeito clientela que faz com que os acionistas recebam os dividendos que esperam. 88 Contrariando os defensores da irrelevância dos dividendos, Gordon e Lintner afirmam que os acionistas preferem dividendos correntes e que há uma relação positiva entre dividendos e valor de mercado. Essencial a essa teoria é o argumento do ‘pássaro na mão’, segundo o qual os investidores geralmente têm aversão a risco e atribuem risco menor aos dividendos correntes, em comparação com dividendos ou ganhos de capital futuros. Como os dividendos correntes são menos arriscados, reduz-se o retorno que os investidores exigem, elevando, assim, os preços das ações. TIPOS DE POLÍTICAS DE DIVIDENDOS Política de taxa de distribuição constante: Em uma política de dividendos com taxa de distribuição constante, a empresa estipula que uma porcentagem específica dos lucros será paga aos acionistas em cada período. Uma importante limitação desse enfoque é que, se os lucros da empresa caírem ou forem voláteis, o mesmo ocorrerá com os pagamentos de dividendos. Como mencionado anteriormente, os investidores vêem dividendos voláteis como negativos e arriscados, o que pode levar a preços mais baixos para a ação. 89 Política de Dividendos Regulares: Uma política de dividendos regulares baseia-se no pagamento de um dividendo por ação fixo a cada período. Dá aos acionistas informação positiva, indicando que a empresa está indo bem, e minimiza a incerteza. Em geral, as empresas que adotam essa política aumentam o dividendo regular uma vez que os lucros se tornem confiáveis. 90 Política de dividendos regulares baixos e dividendos extraordinários: Adotando essa política, as empresas pagam um dividendo regular baixo, complementado por dividendos adicionais quando os lucros podem sustentá-los. Quando os lucros são superiores ao normal, a empresa pagará esse dividendo adicional, geralmente chamado de dividendo extraordinário, sem a obrigação de mantêlo em períodos subseqüentes. Esse tipo de política geralmente é usado por empresas cujas vendas e lucros são sensíveis aos ciclos de atividade econômica. OUTRA FORMA DE DIVIDENDO Bonificação: •Uma bonificação é um pagamento de dividendo em ações, e não em dinheiro. •Muitos investidores crêem que as bonificações aumentam o valor de seu capital. •Na verdade, do ponto de vista de valor de mercado, as bonificações funcionam como desdobramentos. O investidor acaba possuindo mais ações, mas o valor de cada uma é menor. •De um ponto de vista contábil, ocorre transferência de lucros retidos ao capital social e ao ágio na venda de ações. O patrimônio líquido, no balanço atual da Garrison Corporation, empresa distribuidora de móveis préfabricados, é apresentado nas contas a seguir: 91 Ações preferenciais $ 300.000 Ações ordinárias (100.000 ações, valor nominal igual a $4) $ 400.000 Ágio na venda de ações acima do valor nominal $ 600.000 Lucros retidos $ 700.000 Patrimônio líquido $2.000.000 Se a Garrison declarar uma bonificação de 10% e o preço corrente de mercado da ação for $ 15, $ 150.000 de lucros retidos (10% x 100.000 ações x $ 15/ação) serão transferidos para o capital. Os $ 150.000 serão repartidos entre a conta de capital de ações ordinárias (ao valor nominal) e a conta de ágio na venda de ações acima do valor nominal. Os saldos resultantes serão os seguintes. Ações preferenciais $ 300.000 Ações ordinárias (110.000 ações, valor nominal igual a $ 4) $ 440.000 Ágio na venda de ações acima do valor nominal $ 710.000 Lucros retidos $ 550.000 Patrimônio líquido $ 2.000.000 Como 10.000 novas ações (10% x 100.000) foram emitidas ao preço corrente de $ 15/ação, $ 150.000 ($ 15/ação x 10.000 ações) serão transferidos de lucros retidos para as contas de ações ordinárias e ágio na venda de ações. $ 40.000 ($ 4 de valor nominal x 10.000 ações) são acrescentados à conta de ações ordinárias. Os outros $ 110.000 [($ 15 – $ 4) x 10.000 ações] são somados à conta de ágio na venda de ações. O patrimônio líquido não se altera. 92 •Do ponto de vista do acionista, as bonificações resultam em diluição das ações. •Por exemplo, suponha-se que um acionista possuísse 100 ações valendo $ 20/ação (total de $ 2.000) antes de uma bonificação. •Se a empresa declarar uma bonificação de 10%, o acionista passará a ter 110 ações. Entretanto, o valor total delas ainda será de $ 2.000. •Portanto, o valor de uma ação deve ter caído para $ 18,18 ($ 2.000/110). •As desvantagens das bonificações incluem: –o custo de emissão das novas ações; –impostos e taxas de registro das novas ações; –outros custos de registro. •As vantagens das bonificações incluem: –a empresa conserva fundos necessários; –há um efeito de sinalização aos acionistas de que a empresa está retendo fundos por causa da existência de oportunidades rentáveis de investimento. 93 DESDOBRAMENTO OU SPLIT DE AÇÕES: •Um desdobramento é uma operação de recapitalização que afeta o número de ações existentes, o valor nominal da ação, o lucro por ação e o seu preço de mercado. •É feito para reduzir o preço da ação e torná-la mais atraente aos investidores individuais. • • • • Por exemplo: suponha-se que uma ação esteja cotada atualmente a $ 135 e haja um desdobramento de 3 por 2. O novo preço da ação será igual a 2/3 x $ 135, ou $ 90 . Prosseguindo: suponha-se que o investidor possua 100 ações antes do desdobramento, com valor total de $ 13.500. Após o desdobramento, o acionista terá $ 13.500/$ 90 = 150 ações, valendo $ 90 cada uma. •Um agrupamento - ou um split reverso - reduz o número de ações existentes e eleva o preço da ação – faz o contrário de um desdobramento. •É feito para aumentar a respeitabilidade da ação e transmitir a impressão de que ela não é de baixa qualidade. • • A pesquisa tanto a respeito de desdobramentos quanto de bonificações geralmente apóia a teoria de que não afetam o valor das ações. São comumente usadas, porém, para sinalizar aos investidores que coisas boas estão para ocorrer. 94 •Os desdobramentos não só deixam o valor de mercado do capital dos acionistas inalterado, como também não têm nenhum impacto de um ponto de vista contábil, como é demonstrado por este desdobramento de 2 por 1: Antes de um desdobram ento de 2 por 1 Ações ordinárias (200.000 ações com valor nom inal igual a $2) $ 400.000 Ágio pago na venda de ações acima do valor nominal $4.000.000 Lucros retidos $2.000.000 Patrimônio líquido $6.400.000 Depois de um desdobram ento de 2 por 1 Ações ordinárias (400.000 ações com valor nom inal igual a $1) $ 400.000 Ágio pago na venda de ações acima do valor nominal $4.000.000 Lucros retidos $2.000.000 Patrimônio líquido $6.400.000 AÇÕES PREFERENCIAIS Em sua forma mais simples, obrigações correspondem a capital de terceiros puro, e ações ordinárias, a capital próprio puro. As ações preferenciais, por outro lado, são um híbrido desses dois tipos. São como ações ordinárias no sentido de que prometem pagar dividendos, são perpétuas e são títulos de propriedade. São como obrigações no sentido de que os dividendos são fixos como os pagamentos de juros de obrigações. Outros títulos híbridos incluem arrendamentos financeiros, títulos conversíveis e warrants de compra de ações. 95 ARRENDAMENTO - LEASING Arrendamento é o processo pelo qual uma empresa pode obter o uso de certos ativos permanentes em troca deve fazer uma série de pagamentos periódicos contratados, os quais são dedutíveis para fins de imposto de renda. O arrendatário é o beneficiário dos serviços dos ativos sob contrato de arrendamento. O arrendador é o proprietário dos ativos que estão sendo arrendados. Arrendamento Operacional: Um arrendamento operacional é um acordo cancelável pelo qual o arrendatário concorda em fazer pagamentos periódicos ao arrendador, geralmente por cinco anos ou menos, visando obter os serviços de um ativo. Em geral, os pagamentos totais durante o prazo do contrato são inferiores ao custo inicial do ativo arrendado para o arrendador. Se o arrendamento operacional for mantido até a data de vencimento, o arrendatário devolverá o ativo arrendado ao arrendador, o qual poderá arrendá-lo novamente ou vendê-lo. Arrendamento Financeiro: Um arrendamento financeiro é um contrato de prazo mais longo do que o de um arrendamento operacional. 96 Os arrendamentos financeiros não são canceláveis e obrigam o arrendatário a fazer pagamentos pelo uso de um ativo durante um período predeterminado. Os pagamentos totais durante o prazo do contrato são superiores ao custo inicial do ativo para o arrendador. Os arrendamentos financeiros são comumente usados para alugar terrenos, prédios e equipamentos de grande porte. Esquemas de Arrendamento Um arrendamento direto é aquele em que um arrendador possui ou adquire os ativos cedidos a um arrendatário. Uma venda-arrendamento (OU LEASEBACK) é um esquema no qual o arrendatário vende um ativo por dinheiro a um arrendador em potencial, que o aluga de volta ao vendedor. Um arrendamento alavancado é uma operação na qual o arrendador assume uma participação com capital próprio, fornecendo cerca de 20% do custo do ativo, e um financiador fornece o restante. Os arrendamentos operacionais normalmente prevêem cláusulas de manutenção exigindo que o arrendador mantenha os ativos e faça pagamentos de seguros e impostos. Opções de renovação são cláusulas que dão ao arrendatário a opção de arrendar novamente os ativos no vencimento do contrato. Finalmente, opções de compra são cláusulas freqüentemente incluídas em arrendamentos operacionais e financeiros que permitem ao arrendatário comprar o ativo na data de vencimento, em geral a um preço predeterminado. 97 DECISÃO ENTRE COMPRAR E ARRENDAR A decisão entre arrendar e comprar é comumente enfrentada por empresas que estão pensando em adquirir um novo ativo. Essa decisão envolve a aplicação de técnicas de orçamento de capital, como qualquer outra decisão de aquisição de ativos. O método preferido é o cálculo de VPL baseado em fluxos de caixa incrementais (arrendar versus comprar) usando as seguintes etapas: Etapa 1: Determinar as saídas de caixa depois do imposto de renda em cada ano da alternativa de arrendamento. Etapa 2: Encontrar as saídas de caixa depois do imposto de renda em cada ano da alternativa de compra. Etapa 3: Calcular o valor presente das saídas de caixa das Etapas 1 e 2 usando o custo de capital de terceiros depois do imposto de renda como taxa de desconto. Etapa 4: Escolher a alternativa com o menor valor presente de saídas de caixa. A Roberts Company, uma pequena oficina, está analisando a possibilidade de obter uma nova máquina que custa $ 24.000. A máquina pode ser arrendada ou comprada. A alíquota de imposto de renda relevante é igual a 40%. Arrendamento. A empresa obteria um arrendamento pelo prazo de cinco anos, exigindo pagamentos anuais de aluguel de $ 6.000 no final de cada ano. Todos os custos de manutenção seriam pagos pelo arrendador, enquanto os pagamentos de seguro ou outros custos ficariam com o arrendatário. Este exerceria sua opção de compra da máquina por $ 4.000 ao final do contrato de arrendamento. 98 Compra. A empresa poderia financiar a compra da máquina com um empréstimo de cinco anos, a 9%, exigindo pagamentos de $6.170 ao final de cada ano. A máquina seria depreciada pelo sistema MACRS, com um período de recuperação de cinco anos. A empresa pagaria $ 1.500 anuais por um contrato de prestação de serviços cobrindo todos os custos de manutenção; seguros e outros custos seriam pagos pela empresa. Ela planeja manter a máquina e usá-la além do prazo de recuperação de cinco anos. Etapa 1: Determinar as saídas de caixa depois do imposto de renda em cada ano da alternativa de arrendamento. As saídas de caixa depois do imposto de renda, decorrentes dos pagamentos sob o contrato de arrendamento, podem ser assim calculadas: Saídas depois do IR no Arrendamento = $ 6.000 x (1 – T) = $ 6.000 x (1 – 0,40) = $ 3.600 No últtimo ano, o custo da opção de compra ($ 4.000) seria somado à saída de $ 3.600, chegando-se a uma saída de $ 7.600 no ano 5. Etapa 2: Encontrar as saídas de caixa depois do imposto de renda em cada ano da alternativa de compra. Em primeiro lugar, deve-se calcular os juros contidos em cada parcela do empréstimo, pois somente os juros podem ser deduzidos para fins de imposto de renda. Isso é demonstrado na Tabela 16.1, no slide a seguir. Em segundo lugar, as saídas de caixa depois do imposto de renda são determinadas como vemos na Tabela 16.2. 99 100 Etapa 3: Calcular o valor presente das saídas de caixa das etapas 1 e 2 usando o custo de capital de terceiros depois do imposto de renda como taxa de desconto. Etapa 4: Escolher a alternativa com o menor valor presente de saídas de caixa. Como o valor presente das saídas de caixa do arrendamento ($ 18.151) é menor do que o da alternativa de compra ($ 19.539), o arrendamento é a melhor alternativa, resultando em uma economia incremental de $ 1.388. 101 TÍTULOS CONVERSÍVEIS Uma cláusula de conversão é uma opção incluída em uma emissão de obrigações ou ações preferenciais, permitindo a seu titular trocar o título por um número determinado de ações ordinárias. A cláusula de conversão comumente aumenta o valor do título emitido. Uma obrigação conversível pode ser trocada por um número estipulado de ações ordinárias. Como a cláusula de conversão dá ao seu comprador a possibilidade de tornar-se acionista em termos favoráveis, a emissão de obrigações conversíveis é geralmente uma forma mais barata de financiamento do que a emissão de obrigações não conversíveis de risco semelhante. Uma ação preferencial conversível pode ser trocada por um número determinado de ações ordinárias. Normalmente, pode ser vendida com um dividendo menor do que uma ação não conversível de risco semelhante. Isso ocorre porque o titular da ação preferencial conversível tem a garantia de receber o dividendo fixado e também pode obter a valorização resultante de aumentos do preço de mercado da ação ordinária subjacente. 102 O índice de conversão é o quociente pelo qual um título conversível pode ser trocado por ações ordinárias, podendo ser expresso de duas maneiras: –em termos de certo número de ações ordinárias; –dividindo o valor de face do título conversível pelo preço de conversão. Títulos conversíveis podem ser usados como uma forma de financiamento diferido com ações ordinárias. Podem funcionar como um ‘adoçante’, dando a seu comprador a oportunidade de participar do sucesso da empresa convertendo-os em ações ordinárias. Podem normalmente ser vendidos com taxas de juros mais baixas do que os títulos não conversíveis. Podem ser emitidos com menos cláusulas restritivas do que os não conversíveis. Podem ser usados para levantar fundos mais baratos temporariamente. WARRANTS Um warrant de compra de ações é um título que dá a seu portador o direito de adquirir certo número de ações ordinárias a um preço específico durante certo período. Os warrants são como os direitos de compra de ações no sentido de que seus titulares não obtêm rendimentos até que os exerçam ou vendam. 103 Também se assemelham a títulos conversíveis, pois possibilitam a injeção de capital próprio adicional na empresa em alguma data futura. Os warrants são geralmente acoplados a emissões de obrigações, como ‘adoçantes’, para aumentar a facilidade de venda dos títulos e reduzir a taxa de juros exigida. O preço ao qual os titulares de warrants podem comprar um número dado de ações ordinárias é conhecido pelo nome de preço de exercício, normalmente fixado entre 10 e 20% acima do preço de mercado da ação ordinária na data em que são emitidos. Os warrants em geral têm duração não superior a dez anos, embora alguns possam ser perpétuos. Os warrants comumente são ‘destacáveis’, o que significa que o investidor em obrigações pode vender o warrant sem vender o título subjacente, e em geral são intensamente cotados e negociados. Como os direitos de compra de ações, os warrants representam uma forma de financiamento de capital próprio deferido. Diferentemente dos direitos de compra de ações, os warrants podem ser exercidos dentro de prazos de alguns anos, sendo emitidos a um preço superior ao preço corrente de mercado da ação ordinária. 104 OPÇÕES O que são Opções? Uma opção é um instrumento que dá a seu titular a oportunidade de comprar ou vender certo ativo a um preço predeterminado, em uma data de vencimento estipulada ou antes dela. As opções talvez sejam o tipo mais popular de derivativo. Relação de compra e venda: Vendedor da Opção - LANÇADOR - Comprador da Opção - TÍTULAR - O lançador que emite o contrato tem a "obrigação futura" de liquidá-lo pelo preço determinado, se o comprador da opção assim o desejar. O comprador (títular) tem o "direito futuro", mas não a obrigação, de comprar ou de vender o ativo objeto do contrato numa data futura pelo preço determinado. O valor pago na compra de uma opção é chamado de "PRÊMIO". Terminologia: Opção de Compra - Call Opção de Venda - Put Preço do Exercício - Valor estipulado no contrato. 105 Data do Exercício - período até a data de encerramento do contrato. Resumindo a natureza das operações: Os titulares da opção de compra (call) irão exercê-la caso o preço do ativo-objeto esteja acima do preço de exercício estipulado no contrato, obtendo algum ganho ou, ao menos, cobrindo parte do prêmio pago. Os titulares de uma opção de venda (put) somente irão exercêla se o preço do ativo-objeto estiver abaixo do preço de exercício, assegurando-lhes o preço mínimo do ativo. O lançador da opção de compra (call), se exercída, irá vender o ativo-objeto, e o lançador da opção de venda (put), se exercída, deverá comprar o ativo-objeto. A data de vencimento da opção estipulada no contrato é conhecida como a data de exercício da opção. O prêmio representa uma despesa paga pelo comprador, dando-lhe o direito de poder exercer a opção sobre o ativoobjeto. 106 5.2 - CUSTO DE CAPITAL, ESTRUTURA DE CAPITAL E DIVIDENDOS 1 – CUSTO DE CAPITAL O QUE É? É a taxa de retorno que uma empresa deve obter sobre seus projetos de investimentos, para manter o valor de mercado de suas ações e atrair os recursos necessários para a empresa. É a taxa de retorno exigida pelos fornecedores de capital do mercado, para atrair seus fundos para a empresa. QUE INVESTIMENTOS SERIAM RECOMENDADOS PARA AUMENTAR O PREÇO DA AÇÃO? Aqueles com: VPL (ao custo do capital R$ 0); e/ou TIR maior que o custo do capital. Na prática o que se busca é um MIX ÓTIMO DE FINANCIAMENTO capital de terceiros + capital próprio ESTRUTURA DE CAPITAL ALVO ou ESTRUTURA-META DE CAPITAL que é a combinação de financiamento ótima desejada entre capital de terceiros e capital próprio. 107 PREMISSAS BÁSICAS: A – Risco de negócio ou risco operacional É o risco que a empresa corre de não poder cobrir os custos operacionais. De outro modo, pode-se dizer simplesmente, que é o risco inerente as operações da empresa. Obs: supõe-se que o risco não se altere. B – Risco financeiro É o risco que a empresa corre de não poder cumprir compromissos financeiros exigidos (juros, pagtº de empréstimos, dividendos de ações preferenciais). Obs: supõe-se que não se altere. C – Custo depois dos impostos são considerados relevantes Isto quer dizer que o custo de capital é medido após o imposto de renda (IR). Obs: lembrar estrutura para tomada de decisões nos investimentos de capital. Para exemplificar, vamos supor que uma empresa tenha duas oportunidades de investimentos. Assim: O MELHOR PROJETO DISPÓNÍVEL HOJE, tem Investimento = R$ 100.000,00 Prazo = 20 anos TIR = 7% Custo da fonte de financiamento de menor custo disponível Capital de terceiros = 6% 108 Decisão 1: aceitar o projeto. O MELHOR PROJETO DISPONÍVEL AMANHÃ, tem: Investimento = R$ 100.000,00 Prazo = 20 anos TIR = 12% Custo da fonte de financiamento de menor custo disponível Capital próprio = 14% Decisão 2: rejeitar o projeto, pois o custo 14% é maior que o retorno esperado de 12%. A questão é: As decisões 1 e 2 são as melhores para os proprietários da empresa? Não, pois rejeitou projeto com retorno de 12% e aceitou projeto com retorno de 7%. Onde está o problema? Não consideração das inter-relações das decisões financeiras. Solução: Ponderar o custo de cada fonte de financiamento através de sua ESTRUTURA DE CAPITAL ALVO ou ESTRUTURA-META DE CAPITAL da empresa, obtendo assim um CUSTO MÉDIO PONDERADO que reflete a inter-relação das decisões financeiras. Supondo que a meta é: 50% de capital próprio 50% de capital de terceiros O custo médio ponderado seria 109 proporção de capital próprio x custo capital próprio) + (proporção de capital de terceiros x custo capital de terceiros) Isto é: (0,50 x 14%) + (0,50 x 6%) = 7% + 3% = 10% Então, com esse custo de 10% resultante da combinação 50-50 de capital próprio e de terceiros, o primeiro projeto seria rejeitado (7% de TIR 10% de custo médio ponderado) e o segundo seria aceito (12% de TIR 10% de custo médio ponderado). RISCO E RETORNO RISCO É a possibilidade (chance) de prejuízo financeiro. Mais formalmente, o termo risco é usado alternativamente como incerteza, ao referir-se à variabilidade de retornos associada a um dado ativo. Por exemplo, Título do governo – garante a seu proprietário R$ 100 de juros após 30 dias. Investimento equivalente em uma ação ordinária de uma empresa – retorno desde 0 até 200, por exemplo. Do exemplo, podemos tirar que quanto mais certo for o retorno de um ativo, menor será a variabilidade e, portanto menor o risco. 110 RETORNO O retorno sobre um investimento é o total de ganhos ou perdas dos proprietários decorrentes de um investimento durante determinado período de tempo. O retorno sobre um ativo pode ser calculado através de: P Pt 1 C t kt t Pt 1 Kt = taxa de retorno exigida (esperada), durante o período t Pt = preço (valor) do ativo no tempo t. Pt-1 = preço (valor) do ativo no tempo t-1. Ct = caixa (fluxo) recebido do investimento no ativo no período t -1 a t. Exemplo: Um caminhão tipo Caçamba (CC) foi comprado exatamente um ano atrás por R$ 50.000,00 e atualmente tem um valor de mercado de R$ 55.000,00. Durante o ano, ele gerou R$ 1.500,00 de receitas após o IR. Outro tipo de caminhão, com carroceria normal, (CN), foi comprado a dois anos atrás e seu valor, no início e no final do ano caiu de R$ 42.000,00 para R$ 41.000,00. Durante o ano ele gerou R$ 7.000,00 de receitas após o IR. Qual a taxa de retorno anual, de cada caminhão? 55.000 – 50.000 + 1.500 Taxa de retorno do CC = ---------------------------------- = 0,13 ou 13% 50.000 41.000 – 42.000 + 7.000 Taxa de retorno do CN = ---------------------------------- = 0,1428 ou 14% 42.000 111 Atitudes com relação ao risco: Aversão – a taxa de retorno exigida aumento em razão de um acréscimo no risco. Indiferença – a taxa exigida não muda. Tendência ao risco – a taxa de retorno exigida diminui em razão de um aumento no risco. Retorno exigido Aversão ao risco Avesso Indiferente Indiferença ao risco Tendente Tendência ao risco 0 X1 X2 Risco 112 Tipos de Risco: * Risco não-diversificável, sistemátiço ou risco de mercado É atribuído a fatores de mercado que afetam todas as empresas, e não pode ser eliminado por meio da diversificação. É motivado por fatores como, guerra, inflação, incidentes internacionais, eventos políticos, etc.. * Risco diversificável, não sistemático ou risco específico É aquele peculiar a um único ativo, ou, no máximo, a um pequeno grupo. Por exemplo, se o ativo em consideração for a ação de uma empresa, a descoberta de projetos de VPL positivo, tais como os de lançamentos de novos produtos bem sucedidos e reduções inovadoras de custos, tenderá a aumentar o valor da ação. Ações judiciais inesperadas, acidentes trabalhistas, greves e perda de um cliente importante tenderão a diminuir os fluxo se caixa futuros e, portanto, a reduzir o valor da ação. É um risco intrínseco, próprio de cada investimento realizado, e sua eliminação de uma carteira é possível pela inclusão de ativos que não tenham correlação positiva entre si. Por exemplo, as carteiras diversificadas costumam conter títulos de renda fixa e de renda variável, os quais são atingidos de maneira diferente diante de uma elevação dos juros da economia; ações de empresas cíclicas (montadoras de veículos, construção civil, etc.), de maior risco, costumam compor carteiras com ações de negócios mais estáveis (menos cíclico) diante das flutuações da conjuntura econômica, como indústrias de alimentos. Assim, em uma carteira bem diversificada, o risco não sistemático é insignificante. Em tal carteira, essencialmente todo o risco é sistemático. * Risco total = risco sistemático + risco não-sistemático 113 RISCO E CUSTOS FINANCEIROS Independente do tipo de financiamento utilizado, a equação Kj = rj + bp + fp pode ser usada para explicar a relação geral entre risco e custos financeiros. Na equação acima, temos que: Kj = custo específico(nominal) dos vários tipos de financiamento a longo prazo, j. rj = custo livre de risco de um dado tipo de financiamento, j. bp = prêmio de risco de negócio. fp = prêmio de risco financeiro. Obs: O custo livre de risco de um determinado tipo de financiamento permanece constante. Exemplo, Gitman p. 383. Custo de um empréstimo de longo prazo (2 anos atrás)= 8% a. a.. Esses 8% representavam um custo livre de risco de 4%, um prêmio de negócio de 2% e um prêmio de risco financeiro de 2%. Atualmente, o custo livre de risco é 6%. Qual seria o custo do empréstimo esperado da empresa, supondo que seu risco de negócio e financeiro tivessem permanecido inalterados? Outra empresa, que tem um prêmio de risco de negócio de 2% e um prêmio de risco financeiro de 4%, pode ser usada para demonstrar a comparação entre empresas. Embora ambas atuem no mesmo ramo de embalagem de carne (e, conseqüentemente, tenham o mesmo prêmio de risco de negócio de 2%), o custo de empréstimo a longo prazo desta empresa é de 12% (o custo sem risco do dinheiro, 6%, mais um prêmio de risco de negócio de 2%, somado a um prêmio de risco financeiro de 4%). 114 Probabilidade de Falência: A probabilidade de que os encargos de dívidas levem à falência depende do nível de risco econômico e risco financeiro da empresa. O risco econômico é definido pela possibilidade de que a empresa não seja capaz de cobrir seus custos operacionais. Em geral, quanto mais altos os custos fixos, relativamente aos custos variáveis, maior o grau de alavancagem operacional da empresa e mais alto o seu risco econômico. O risco econômico também é afetado pela estabilidade de receitas e custos. A estrutura de capital da empresa – as proporções de capital de terceiros e capital próprio – afeta diretamente a sua alavancagem financeira. A alavancagem financeira mede o grau de utilização de fontes de financiamento a custo fixo, como capital de terceiros e ações preferencias. Quanto mais elevada a alavancagem financeira de uma empresa, maior é o seu risco financeiro – o risco de ser incapaz de cobrir seus pagamentos fixos de juros e dividendos preferenciais. 115 AVALIAÇÃO DO RISCO DE UM ÚNICO ATIVO Pode ser feita através da Análise de Sensibilidade, Distribuições de Probabilidades, Desvio Padrão e Coeficiente de Variação. Análise de Sensibilidade É uma abordagem comportamental para avaliar o risco. Usa um número de estimativas de retornos possíveis para ter uma noção da variabilidade entre os resultados. Faz estimativas do tipo: Pessimista Mais provável Otimista Neste caso, o risco do ativo pode ser medido pelo intervalo, que é encontrado ao se subtrair o resultado pessimista do resultado otimista. Exemplo, Gitman p. 205: A Norman Company, fabricante de equipamentos para golfe, está tentando escolher a melhor entre duas alternativas de investimentos, A e B, cada uma exigindo uma saída inicial de fundos de R$ 10.000e tendo a taxa de retorno anual “mais provável” de 15%. Para avaliar o risco desses ativos, a administração fez estimativas pessimistas e otimistas de retornos relativos a cada um deles. As três estimativas para cada ativo, de acordo com cada intervalo, são fornecidas no quadro seguinte: 116 ATIVOS A e B Ativo A Investimento inicial Taxa de retorno anual Pessimista Mais provável Otimista Intervalo (otimista – pessimista) R$ 10.000 Ativo B R$ 10.000 13% 15% 17% 7% 15% 23% 4% 16% O ativo “A” apresenta-se menos arriscado que o ativo “B”, uma vez que seu intervalo de 4% (17% – 13%) é menor que o intervalo de 16% (23% - 7%) para o ativo B. Os tomadores de decisão avessos ao risco preferirão o ativo “A” ao ativo “B”, pois o primeiro oferece , mais provavelmente, o mesmo retorno que B (15%); porém, o risco é mais baixo (menor intervalo). Probabilidades As probabilidades podem ser usadas para uma avaliação mais exata do risco de um ativo. O que é probabilidade de um resultado é a sua possibilidade (chance) de ocorrência. Exemplificar. Distribuição de Probabilidades Um modelo que relaciona as probabilidades a seus respectivos resultados. O tipo mais simples de distribuição de probabilidades é o gráfico de barras, o qual mostra somente um número limitado de coordenadas. 117 Exemplo, Gitman, p. 206 Estimativas passadas de uma avaliação da Norman Company indicam que as probabilidades de ocorrência de resultados pessimista, mais prováveis e otimistas são de 25%, 50% e de 25%, respectivamente. Gráfico de barras – Ativo “A” e Ativo “B” figura 6.2, p. 207 Se conhecêssemos todos os possíveis resultados e as probabilidades associadas, poderíamos desenvolver uma distribuição de probabilidade contínua. Figura 6.3, p. 207 Desvio Padrão (σk) É o indicador estatístico mais comum do risco de um ativo, mede a dispersão em torno do valor esperado. O valor esperado de um retorno, K, é o retorno mais provável de um ativo. 118 Cálculo do valor esperado ( k ) ou cálculo da taxa de retorno esperada, quando: a) Todos os ki são conhecidos e supõe-se que suas correspondentes probabilidades sejam iguais. A taxa de retorno esperada ( K ) é definida como a média aritmética dos resultados possíveis. n Ki i 1 Valor esperado ( K ) = ----------------n ki cada resultado k = retorno mais provável n = número de observações = b) Todos os ki são conhecidos e suas probabilidades diferentes. Neste caso a taxa de retorno esperada( K )é definida como a soma de todos os resultados possíveis de cada taxa de retorno possível multiplicada pela respectiva probabilidade de sua ocorrência. n Valor esperado ( k ) = ki. Pr i i 1 Ki = retorno associado com o i-ésimo resultado Pri = probabilidade de ocorrência do i-ésimo resultado n = número de resultados considerados O quadro a seguir, mostra os cálculos dos valores esperados para os ativos A e B da Norman Comapny. 119 Valores esperados de retornos para os ativos A e B Possíveis Probabilidade Retornos (%) Valor Ponderado(%) resultados (1) (2) (1) x (2) = 3 Pessimista ............. Mais provável ........ Otimista ................. Total .................. Pessimista ............. Mais provável ........ Otimista ................. Total .................. 0,25 0,50 0,25 1,00 A T I V O “A” 13 15 17 Retorno esperado 3,25 7,50 4,25 15,00 0,25 0,50 0,25 1,00 A T I V O “B” 7 15 23 Retorno esperado 1,75 7,50 5,75 15,00 Cálculo do Desvio Padrão a) Quando todos os Ki são conhecidos e supõe-se que suas correspondentes probabilidades sejam iguais Ki k n σk 2 i1 = n 1 b) - Quando todos os Ki são conhecidos e suas probabilidades diferentes ki k Pr i n σk = 2 i 1 No caso da Norman Company, temos o seguinte: 120 σka σka σkb 13 152 0,25 15 15 0,50 15 17 0,25 4 0,25 0 0,50 4 0,25 = = 2 2 = 1,4142 7 152 0,25 15 152 0,50 23 152 0,25 = σkb = = 8 0,25 0 8 = 2 2 16 0 16 = 5,6568 DISTRIBUIÇÃO NORMAL DE PROBABILIDADE É aquela que sempre se assemelha a uma curva em forma de sino. Observando-se a curva a partir do pico do gráfico, ela é simétrica, isto é, os lados são exatamente iguais. Na distribuição normal de probabilidade, temos: entre 1 desvio padrão a partir do valor esperado, 68% dos possíveis resultados; entre 2 desvios padrões a partir do valor esperado, 95% dos possíveis resultados; e entre 3 desvios padrões a partir do valor esperado, 99% dos possíveis resultados. 121 COEFICIENTE DE VARIAÇÃO (CV) É uma medida de dispersão relativa usada na comparação do risco de ativos que diferem nos retornos esperados. Pode ser calculado pela expressão CV K K Na Norman Company os coeficientes de variação dos Ativos “A” e “B”, são : CV A 1,4142 = ------------ = 0,0942 15 CV B 5,6568 = ------------ = 0,3771 15 Exemplo do Gitman, p.211: Uma empresa está tentando selecionar o ativo menos arriscado entre duas alternativas de ativo – “X” e “Y”. O retorno esperado, o desvio padrão e o coeficiente de variação de cada um desses retornos dos ativos são os seguintes: Estatísticas (1) Retorno esperado (2) Desvio Padrão (3) Coeficiente de variação Ativo “X” Ativo “Y” 12% 20% 9% 10% 0,75% 0,50% Decisão: Somente com base no desvio padrão, preferência pelo Ativo “A”. Com base no coeficiente de variação, preferência seria pelo Ativo “B”. 122 1.2 - RISCO E TEMPO O risco deve ser considerado não apenas em relação ao período corrente de tempo, mas também como uma função crescente de tempo. A fig. 6.5, Gitman p.211, ilustra as distribuições de probabilidade dos retornos projetados para os anos 1, 10, 15 e 20, supondo que os retornos esperados de cada ano sejam iguais. Exemplo do Gitman p.213: Suponha que desejamos determinar o valor esperado e o desvio padrão dos retornos para a carteira XY, criada pela combinação das partes iguais (50%) do ativo X e Y. Os retornos esperados dos ativos X e Y para cada um dos próximos cinco anos (1995 – 1999) são dados nas colunas 1 e 2, respectivamente no quadro abaixo. Ano 1995 1996 1997 1998 1999 Retornos esperados da carteira (%) Ativo X (1) 8 10 12 14 16 Ativo Y (2) 16 14 12 10 8 123 RISCO DE UMA CARTEIRA OU RISCO DE UM PORTFÓLIO CARTEIRA DE ATIVOS OU PORTFÓLIO – é uma coleção ou grupo de ativos PORTFÓLIO EFICIENTE – é aquele que maximiza o retorno para um dado nível de risco, ou minimiza o risco para um dado nível de retorno. CÁLCULO DO RETORNO E DESVIO PADRÃO DA CARTEIRA O RETORNO de uma carteira (portfólio) é calculado como uma média ponderada de retorno dos ativos individuais dos quais está composto. Se: Wj = proporção do valor total em unidades monetárias da carteira representada pelo ativo j. j= ativo (1 ... n) kj = retorno de um ativo j. O retorno da carteira, Kp, pode ser encontrado através de: K p ( W1 K1 ) ( W2 K 2 ) ... ( Wn K n ) ou n Kp Wj K j j1 124 É evidente que 100% dos ativos da carteira devem ser considerados, portanto n W1 1 j1 O DESVIO PADRÃO dos retornos de uma carteira: Quando as probabilidades dos retornos são conhecidas e iguais n (K i k ) 2 j1 k n 1 Quando as probabilidades dos retornos são conhecidas e diferentes k n (K i k ) 2 Pri j1 Exemplo do Gitman p.213: Suponha que desejamos determinar o valor esperado e o desvio padrão dos retornos para a carteira XY, criada pela combinação das partes iguais (50%) do ativo X e Y. Os retornos esperados dos ativos X e Y para cada um dos próximos cinco anos (1995 – 1999) são dados nas colunas 1 e 2, respectivamente no quadro abaixo. Ano 1995 1996 1997 1998 1999 Retornos esperados da carteira (%) Ativo X (1) 8 10 12 14 16 Valor Esperado K =? σk = ? X = 50% Ativo Y (2) 16 14 12 10 8 Y = 50% 125 CORRELAÇÃO É uma medida estatística da relação, se houver, entre séries de números que representam qualquer tipo de dados, desde retornos até resultados de testes. CÁLCULO DA CORRELAÇÃO O coeficiente de correlação r pode ser calculado através de: r N XY ( x )( Y ) N. X 2 ( X ) 2 . N. Y 2 ( Y ) 2 Intervalo de variação de r 1 r 1 Gráficos representativos: 126 Exemplo: Os retornos obtidos por ações das indústrias de máquinas pesadas e por ações de empresas que comercializam essas máquinas ( “X” e “Y”, respectivamente) nos últimos 10 anos, foram: Retornos Retornos ANO “X” “Y” 1993 7% 6% 1994 6% 5% 1995 9% 10% 1996 10% 9% 1997 3% 2% 1998 4% 3% 1999 8% 9% 2000 7% 5% 2001 6% 6% 2002 2% 3% Pede-se: a) – determinar o retorno médio, no período, de cada grupo; b) – determinar o desvio padrão e variância dos retornos obtidos; c) – determinar o coeficiente de correlação dos retornos de “X” e “Y”; d) – ajustar uma reta aos valores de X e Y (tomando Y como a variável dependente); e) – represente graficamente a reta. 127 DIVERSIFICAÇÃO, como forma de reduzir o risco total: Combinando ativos negativamente correlacionados, o total da variabilidade dos retornos, o risco, σk, pode ser reduzido. A figura abaixo mostra que um portfólio contendo ativos F e G, correlacionados negativamente e ambos tendo o mesmo valor esperado, k , também tem o retorno k , porém possui menor risco (variabilidade) que qualquer um dos dois ativos individualmente. DIVERSIFICAÇÃO Retorno Retorno Ativo F Retorno Ativo G Carteira dos Ativos F e G k k Tempo k Tempo Tempo Mesmo que os ativos não sejam negativamente correlacionados, quanto mais baixa a correlação positiva, menor será o risco resultante. A combinação de Ativos não relacionados, pode reduzir o risco, mas não tão efetivamente como combinando Ativos negativamente correlacionado, porém, mais efetivamente que combinando ativos positivamente correlacionados. 128 O coeficiente de correlação para Ativos não correlacionados é próximo de zero e atua como um ponto médio entre correlação positiva perfeita e correlação negativa perfeita. A combinação de dois Ativos com retornos com correlação positiva perfeita não pode reduzir o risco total da carteira abaixo do risco do Ativo de risco mínimo. A combinação de dois Ativos correlacionados, mas não perfeitamente, pode reduzir o risco a um nível abaixo de qualquer de seus componentes. Somente no caso de correlação negativa perfeita, o risco pode ser reduzido a zero. Exemplo: a) – duas empresas de fabricação de máquinas/ferramentas. b) – empresa de fabricação de máquinas/ferramentas x empresa fabricante de máquinas de costura. Exemplo, Gitman, p. 216. O quadro 6.5 apresenta os retornos previstos para três diferentes Ativos – X, Y e Z – durante os próximos cinco anos, juntamente com seus respectivos valores esperados e desvios padrões. Cada um dos Ativos tem um valor esperado de retorno de 12% e um desvio padrão de 3,16%. Assim sendo, os Ativos têm igual retorno e igual risco, embora seus padrões de retornos não sejam necessariamente idênticos. Uma comparação dos padrões de retornos dos Ativos X e Y indica que eles têm correlação negativa perfeita, uma vez que se movem em direções exatamente opostas ao longo do tempo. Uma comparação dos Ativos X e Z indica que eles têm uma correlação positiva perfeita, uma vez que se movimentam exatamente na mesma direção. Retornos, valores esperados e desvios padrões para os ativos X, Y e 129 Z e carteiras XY e XZ. Ativos Ano Carteiras X Y Z XY (50-50) XZ (50-50) 1995 8% 16% 8% 12% 8% 1996 10% 14% 10% 12% 10% 1997 12% 12% 12% 12% 12% 1998 14% 10% 14% 12% 14% 1999 16% 8% 16% 12% 16% 12% 12% 12% 12% 12% 0% 3,16% Estatísticas: Valor esperado Desvio padrão 3,16% 3,16% 3,16% 130 MODELOS PARA MEDIR O RISCO NÃO-DIVERSIFICÁVEL OU RISCO DE MERCADO. 01. MODELO DE FORMAÇÃO DE PREÇOS DE ATIVOS DE CAPITAL – CAPM (capital asset pricing model). É um modelo simples de risco e retorno. Associa o risco nãodiversificável e o retorno para todos os ativos. É um modelo ex ante, o que significa que todas as variáveis representam valores esperados, antes do fato. Coeficiente beta (b) – medida do risco não-diversificável. Indica o grau de movimento do retorno de um ativo em resposta à mudança no retorno de mercado. Retorno de mercado – é o retorno da carteira de mercado de todos os títulos negociados. Carteira de mercado – é uma carteira que contém todos os ativos negociados no mercado. Hipóteses: * A diversificação reduz a exposição do investidor ao risco específico de empresa. A maioria dos investidores, porém, limita sua diversificação mantendo poucos ativos. Mesmo os grandes fundos mútuos relutam em ter em mãos mais do que algumas centenas de ações; muitos fundos mantém somente 10 a 20 ações. 131 Razões para esta relutância a diversificação: → os benefícios marginais da diversificação diminuem à medida que a carteira fica mais diversificada; → muitos investidores (e fundos), acreditando poder encontrar ativos sub-avaliados, preferem desfazer-se dos ativos que acreditam estar corretamente ou exageradamente avaliados. OBTENÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS BETAS: * Os coeficientes betas podem ser obtidos de publicações especializadas ou através de empresas de corretagem. * O coeficiente beta considerado para o mercado é igual a 1,0. * Os betas de ativos podem assumir valores positivos ou negativos, mas o usual são betas positivos. * A maioria dos coeficientes betas situa-se entre 0,5 e 2,0. Cálculo de beta: De uma ação Kj = aj + bj . km + ej Kj = retorno sobre o ativo j aj = o intercepto bj = coeficiente beta km = taxa de retorno exigido sobre a carteira do mercado de títulos 132 Cov. (Kj , km ) ou, bj = ------------------- m 2 Coeficientes betas selecionados e suas interpretações Beta 2,0 1,0 0,5 Comentário Movimentam-se na mesma direção do mercado 0 -0,5 -1,0 -2,0 Interpretação Duas vezes c/ maior reação ou risco que o mercado. Mesma reação ou risco que o mercado (i.e. risco médio) Apenas a metade da reação ou risco que o mercado. Não afetado pelos movimentos dos mercado Movimentam-se em direção oposta ao mercado Apenas a metade da reação ou risco que o mercado Mesma reação ou risco que o mercado(i.e., risco médio) Reação ou visão duas vezes maior que o mercado. Betas de carteiras O beta de qualquer carteira constitui a média ponderada dos betas dos títulos individuais. Assim: n bp = (w1. b1) + (w2 . b2) + ….+ (wn . bn) = w j .b j j1 Os betas da carteira são interpretados da mesma maneira que os betas individuais dos ativos. Eles indicam o grau de reação dos retornos da carteira com relação a mudanças no retorno do mercado. Isto é, tendo-se uma carteira com beta 0,80 e havendo aumento de 10% no retorno do mercado, a carteira terá um aumento nos seus retornos de 8,0%. 133 Exemplo – Gitman p. 224 O Fundo Austin, uma grande empresa de investimentos, deseja avaliar o risco de duas carteiras- V e W. Ambas as carteiras contêm cinco ativos com as proporções e betas indicados no Quadro 6.9. Os betas para as carteiras V e W, bv e bw, podem ser calculados substituindo os dados apropriados do quadro na equação n bp = (w1. b1) + (w2 . b2) + ….+ (wn . bn) = w j .b j j1 Ativo Carteira V Proporção Beta 1 2 3 4 5 0,10 0,30 0,20 0,20 0,20 Totais 1,00 1,65 1,00 1,30 1,10 1,25 Carteira W Proporção Beta 0,10 0,10 0,20 0,10 0,50 0,80 1,00 0,65 0,75 1,05 1,00 Relação entre risco e taxas de retorno Já vimos que, sob a teoria do CAPM, beta é a medida apropriada do risco relevante de uma ação. Agora, especificaremos a relação entre risco e retorno: Para um dado nível de beta, que taxa de retorno os investidores exigirão sobre uma ação a fim de compensar a exposição ao risco? Se Kj = retorno exigido sobre o ativo j Rf = taxa de retorno livre de risco bj = coeficiente beta ou risco não-diversificável km = retorno de mercado; retorno sobre a carteira de de ativos de mercado, 134 a equação do CAPM é: kj = Rf + bj . (km – Rf) Ou seja, a Taxa exigida é igual ao retorno livre de risco mais o prêmio pelo risco. Prêmio pelo risco km – Rf = prêmio pelo risco de mercado. Vemos que o retorno exigido sobre um ativo Kj é uma função do beta, bj , o qual mede o risco não-diversificável. Exemplo, Gitman, p.225 A Benjamin Corporation, fabricante de programas de software para computador, deseja determinar o retorno exigido sobre um ativo – ativo Z – que tem um beta, bz, de 1,5. A taxa de retorno livre de risco encontrada é de 7% e o retorno sobre a carteira de ativos de mercado é de 11%. 135 O GRÁFICO: LINHA DO MERCADO DE TÍTULOS (SML) Quando o modelo de formação de preços de ativos de capital (CAPM) é ilustrado graficamente, ele é chamado de linha de mercado de títulos (SML). Exemplo, Gitman p.226 Gráfico, p.226 Gitman Obs: A linha do mercado de títulos não é estável ao longo do tempo; A SML reflete para cada nível de risco não-diversificável (beta), o retorno exigido no mercado; No gráfico, o risco é medido pelo beta, assinalado sobre o eixo X, e os retornos exigidos, são assinalados sobre o eixo Y. 136 Exercício AFO II Os dados abaixo representam as taxas históricas de retorno das ações da Cia J ( k j ) e do mercado ( k m). Ano km 1997 1998 1999 2000 2001 23,8 (7,2) 6,6 20,5 30,6 kj 38,6 (24,7) 12,3 8,2 40,1 A partir dessas informações: a)- construa o diagrama de dispersão mostrando a relação entre os retornos sobre a ação J e o mercado. b)- Calcule o coeficiente beta para a Cia J. c)- Trace a linha de regressão. d)- Dê uma interpretação do que a linha de regressão e o coeficiente beta mostram da oscilação da Ação J e do fator risco relativo comparado com outras ações (mercado). 137 CUSTO DE FONTES ESPECÍFICAS DE CAPITAL 1 - Custo da dívida de longo prazo(ki): É o custo de hoje, após o imposto de renda. Recebimentos líquidos – são os fundos realmente obtidos pela empresa. Os custos de colocação de títulos – o custo total da emissão e venda de um título – reduzem os recebimentos líquidos. Exemplo Gitman, p. 386 A Duchess Corporation, o maior fabricante de hardware, está pensando em vender $ 10 milhões em títulos de dívida de vinte anos, a 9% (taxa de juros anual declarada), tendo cada um o valor nominal de $ 1.000. Já que títulos com risco semelhante rendem mais que 9%, a empresa precisa vender os títulos por $ 980, para compensar a taxa de juros do cupom mais baixa. Os custos de colocação pagos para a corretora são de 2% do valor nominal do título (2% x $ 1.000) ou $ 20. Os recebimentos líquidos da empresa, provenientes da venda de cada título, são $ 960 ($980 - $ 20). A) - Antes do imposto: A1)– usando cotações de custo Quando o recebimento líquido da venda de um título é = ao valor nominal, o custo antes do imposto é igual à taxa de juros do cupom. Ex.: título c/ taxa de juros = 10%, cujos recebimentos líquidos igualam-se ao valor nominal do título, $ 1.000, teria um custo antes do imposto Kd, de 10%. A segunda cotação que é utilizada algumas vezes é a de retorno até o vencimento, yeld to maturity, (YTM) sobre título com risco semelhante. Por exemplo, se um título de risco semelhante tem YTM de 9,7%, esse valor pode ser usado como custo do empréstimo antes do imposto, Kd. 138 A2)– Calculando o custo. Através da TIR. Exemplo, p. 387, Gitman. Do exemplo anterior Ano(s) Fluxo de caixa 0 1 – 20 20 $ 960 -$ 90 - $ 1.000 Resposta: custo do título antes do imposto = 9,47%. A3)– Aproximando o custo kd J $1.000 Nd n Nd $1.000 2 J = juros anuais em unidades monetárias Nd = rendimentos líquidos procedentes da venda do título n = número de anos para o vencimento do título kd = custo antes do imposto Exemplo: dados do exemplo da p. 386 Resposta: kd = 9,4% B) - após o imposto de renda ki kd x1 T ki = custo do empréstimo após o imposto de renda kd = custo antes do imposto de renda T = taxa de imposto de renda 139 2 – Custo da ação preferencial (Kp) O custo da ação preferencial é obtido dividindo-se o dividendo anual preferencial, Dp, pelos recebimentos líquidos da venda da ação preferencial, Np. Sendo, Kp = custo da ação preferencial Dp = dividendo da ação preferencial Np = recebimento líquido da venda da ação preferencial, O valor de Kp, será dado por kp Dp Np Obs: Os dividendos das ações preferenciais podem ser declarados como: (a) um montante em unidades monetárias. Neste caso a ação preferencial é expressa como “ação preferencial de x unidades monetárias”; (b) uma taxa percentual anual. Tal taxa representa um percentual do valor nominal, ou de face, das ações, valor que se iguala aos dividendos anuais. Como os dividendos são pagos com os fluxos de caixa da empresa após o IR, nenhum ajuste devido aos impostos precisa ser feito. 140 3 – Custo da ação ordinária: 3.1 - Modelo de avaliação de crescimento constante ou Modelo de Gordon. Com o uso deste modelo, o custo da ação ordinária é o nível de retorno que a empresa deve obter sobre este tipo de capital para manter o preço da ação. Dito de outra maneira, é a taxa de retorno sobre a ação, exigida pelos investidores do mercado. Sendo, Po = preço corrente da ação ordinária D1 = dividendo por ação esperado no final do ano 1 Ks = taxa de retorno exigida sobre a ação ordinária g = taxa anual de crescimento constante dos dividendos ks D1 g Po Exemplo, p. 392 Gitman Ano 1994 1993 1992 1991 1990 1989 Resposta: Dividendo $ 3,80 $ 3,62 $ 3,47 $ 3,33 $ 3,12 $ 2,97 ks 13% 141 3.2 – Modelo de formação de preços de ativos de capital (CAPM) KS RF bxkm RF Usando os dados da Duchess Corporation, temos ks 7% 1,5x11,0% 7,0% 13,0% 4 – Custo de lucros retidos (Kr) É o mesmo que o custo de uma emissão adicional de ações ordinárias inteiramente subscrita, que é medido pelo custo da ação ordinária da empresa, Ks. kR Ks 5 – Custo de novas emissões de ações ordinárias Esse custo é importante somente quando não há lucros retidos suficientes. Fatores importantes: Subprecificação Custos de colocação e subscrição. kn D1 g Nn Kn = custo da nova emissão 142 Nn = recebimentos líquidos da venda da nova ação ordinária depois do deságio e custos de colocação. D1 = dividendo por ação esperado no final do ano 1. g = taxa anual de crescimento constante dos dividendos. Exemplo, p. 395 Gitman. Lembrar consideramos: que quando usamos o modelo de Gordon, Dividendo esperado (D1) = 4,00 Preço de mercado (Po) = 50,0 Taxa de crescimento esperada (g) = 5,0% Estimou-se que as média as novas ações ordinárias podem ser vendidas por 47,0. Portanto o deságio é 3,0, ou seja, 50,0 – 47,0. Custo de subscrição (custos de emissão e venda) = 2,50. Recebimento líquido esperado (Nn) = 44,50 [Po – (deságio + custo de emissão e venda) ] 143 CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL (CMePC), (Ka) Reflete o futuro custo médio esperado de fundos da empresa, a longo prazo. CMePC ou Ka = (Wi x ki) + (Wp x kp) + (Ws x kr ou kn) Wi = proporção de empréstimo de L. P. na estrutura de capital Wp = proporção de ações preferenciais na estrutura de capital Ws = proporção de ações ordinárias na estrutura de capital Lembre, Wi + Wp + Ws = 1,0 Sugestão: Converter pesos para a forma decimal e deixar os custos específicos na forma de porcentagem. Exemplo p.396, Gitman. Custo de empréstimo, ki = 5,6% Custo de ações preferenciais, kp = 10,6% Custo de lucros retidos, kR = 13,0% Custo de novas ações ordinárias, kn = 14,0% Fonte de capital Empréstimo a Longo Prazo Ações preferenciais Ações ordinárias Qual o CMePC = ? Peso 40% 10% 50% 144 CUSTO MARGINAL PONDERADO DE CAPITAL (CMaPC) É simplesmente o custo médio ponderado de capital da empresa (CMePC) associado à próxima unidade monetária do novo financiamento total. Cálculo do CMaPC Primeiro, determinam-se os pontos de ruptura, que refletem o nível do novo financiamento total, no qual aumenta o custo de um dos componentes de financiamento. O ponto de ruptura é dado por PRi = TFi Wi Onde, PRi = ponto de ruptura para a fonte de financiamento i. TFi = total de fundos disponíveis da fonte de financiamento i a um dado custo. Wi = peso da estrutura de capital – histórica ou meta – para a fonte de financiamento i. 145 Exemplo, p. 399, Gitman Quando a Duchess Corporation exaurir seus lucros retidos disponíveis de $ 300.000 (kR = 13,0%), terá que usar um novo financiamento de ações ordinárias, mais dispendiosos (kn = 14%), para suprir as necessidade do seu capital próprio. Além disso, a empresa espera emprestar somente $ 400.000 a um custo de 5,6%; um empréstimo adicional terá um custo após o imposto de renda (ki) de 8,4%. Assim sendo, existem dois pontos de ruptura – (1) quando os lucros retidos, R$ 300.000, que custam 13,0%, forem exauridos e (2) quando o empréstimo a longo prazo, $ 400.000, que custa 5,6%, for exaurido. Os pontos de ruptura são: $ 300.000 PRcapital próprio = ------------------- = $ 600.000 0,50 $ 400.000 PRempréstimo a longo prazo = --------------------- = $ 1.000.000 0,40 146 CMePC para faixa de novo financiamento total para a Duchess Faixa de novo financiamento Fonte de capital (1) Peso Custo (2) (3) $ 0 a $ 600.000 Empréstimo a longo Prazo...................... 0,40 Ações preferenciais 0,10 Ações ordinárias 0,50 5,6% 10,6% 13,0% CMePC $ 600.000 a $ 1.000.000 Empréstimo a longo Prazo...................... 0,40 Ações preferenciais 0,10 Ações ordinárias 0,50 Empréstimo a longo Prazo...................... 0,40 Ações preferenciais 0,10 Ações ordinárias 0,50 CMePC 2,2% 1,1% 6,5% 9,8% 5,6% 10,6% 14,0% CMePC Acima de $ 1.000.000 Custo médio (2 x 3) 4 2,2% 1,1% 7,0% 10,3% 8,4% 10,6% 14,0% 3,4% 1,1% 7,0% 11,5% 147 6 - ADMINISTRAÇÃO DE ATIVOS CORRENTES 6. NATUREZA E FINANCIAMENTO DO CAPITAL DE GIRO 1.1 - INTRODUÇÃO * Patrimônio * Mercado * Liquidez * Solvência 1.2 - CONCEITOS BÁSICOS BALANÇO PATRIMONIAL é um instantâneo do valor contábil da empresa numa certa data, como se a empresa tivesse ficado momentaneamente imóvel. No lado esquerdo, estão os ativos, e no lado direito vemos os passivos e o patrimônio dos acionistas. ATIVOS PASSIVOS E PATRIMÔNIO DOS ACIONISTAS ATIVOS = PASSIVOS + PATRIMONIO DOS ACIONISTAS Daí é fácil verificar a realidade, PATRIMÔNIO DOS ACIONISTAS = ATIVOS - PASSIVOS A apresentação dos ativos, no balanço, é feita conforme a ordem do prazo que se passa até que uma empresa em funcionamento normal os converta em dinherio. Os passivos e o patrimônio são apresentados na ordem em que devem ser pagos. 148 ATIVO ATIVO CIRCULANTE REALIZÁVEL A LONGO PRAZO ATIVO PERMANENTE PASSIVO PASSIVO CIRCULANTE EXIGÍVEL A LONGO PRAZO RESULTADOS DE EXERC. FUTUROS ATRIMÔNIO LÍQUIDO ATIVOS CIRCULANTES (CORRENTES) constituem os investimentos da empresa que circulam até transformar-se em dinheiro dentro de um ciclo de operações. PASSIVOS CIRCULANTES são obrigações que se espera vencerem dentro de um ano ou dentro do ciclo operacional, aquele que for mais curto. CICLO OPERACIONAL de uma empresa é definido como o período de tempo que vai do ponto em que a empresa adquire matérias-primas, até o ponto em que recebe o dinheiro pela venda do produto acabado resultante. CICLO DE CAIXA é o espaço de tempo que decorre do pagamento de compras de matéria-prima até o recebimento dos clientes. Ou simplesmente, é o período entre a saída e o recebimento de dinheiro. 149 1.3 - CAPITAL CIRCULANTE (CC) OU CAPITAL DE GIRO (CG) O Capital de Giro corresponde ao ATIVO CIRCULANTE de uma empresa. Em sentido amplo, o capital de giro representa o valor total dos recursos demandados pela empresa, para financiar seu ciclo operacional. É de natureza essencialmente comercial, pois constitui-se de valores representativos de mercadorias adquiridas ou produzidas (estoques), créditos concedidos aos clientes, disponibilidades de caixa e outros valores. Origem: recursos próprios ou de terceiros. FLUXO DO CAPITAL DE GIRO RECURSOS APLICADOS NO ATIVO CIRCULANTE DISPONÍVEL ESTOQUE DE MATERIAIS DUPLICATAS A RECEBER VENDAS À VISTA VENDAS À PRAZO ESTOQUE DE PRODUTOS PRONTOS 150 PRODUÇÃO Na ilustração verifica-se que os recursos (próprios ou de terceiros) aplicados no ATIVO CIRCULANTE são canalizados, numa etapa inicial do processo de produção e venda da empresa para o disponível, o qual irá alimentar todas as suas necessidades operacionais. Portanto, num primeiro momento, os recursos são transferidos para a produção da empresa, pela compra de estoques de materiais e pagamentos de custos fabris. Na sequência, os produtos acabados são estocados para serem vendidos, o que gera normalmente novos dispêndios à empresa. Com as vendas, os recursos obtidos retornam, alguns de imediato (vendas à vista) e outros em curto prazo (vendas à prazo) ao disponível da empresa, dando-se inicio novamente ao ciclo descrito. Toda vez que os recursos retornam ao disponível (em função das vendas) são acrescidos dos lucros auferidos e dos montantes de dispêndios não desembolsáveis (p. ex., depreciação). Na prática, a empresa poderá apresentar vários ciclos operacionais que se desenvolvem em seus diferentes estágios. 1.3.1 - CARACTERÍSTICAS DO CAPITAL DE GIRO 1ª) - GRAU DE VOLATILIDADE que é explicado pela curta duração de seus elementos e constante mutação dos ítens circulantes com outros de natureza idêntica. 2ª) - DIVISIBILIDADE DOS ELEMENTOS CIRCULANTES. 3ª) - BAIXA RENTABILIDADE. Para os setores industriais os investimentos circulantes tendem a produzir a mais baixa rentabilidade. Excetuam-se basicamente às empresas comerciais, em que a administração do capital de giro consiste na essência de seus negócios. 151 1.4 - CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO (CGL) OU (CCL) É a diferença entre os ATIVOS CIRCULANTES e os PASSIVOS CIRCULANTES. Representa, de maneira geral, o valor líquido das aplicações (deduzidas dívidas a curto prazo) processadas no ativo circulante da empresa. CGL ou CCL = AC - PC ATIVO CIRCULANTE R$ 160.000, REALIZÁVEL A LONGO PRAZO R$ 20.000, ATIVO PERMANENTE R$ 120.000, PASSIVO CIRCULANTE R$ 120.000, EXIGÍVEL A LONGO PRAZO R$ 80.000, PATRIMÔNIO LÍQUIDO R$ 100.000, No caso, o CGL = AC - PC = 160.000, - 120.000, = 40.000, Num enofoque mais rigoroso, o CGL representa a parcela dos recursos de longo prazo (recursos permanentes) aplicada em ítens ativos de curto prazo (circulantes). Ou, de outro modo, o CGL representa a parcela do financiamento total de longo prazo que excede as aplicações também de longo prazo. CGL(CCL) = (PL + ELP) - (AP + RLP) No exemplo, 152 CGL = (100.000, + 80.000,) - (120.000, - 20.000,) = 40.000, Verifica-se pois, que para qualquer das identidades vistas, o resultado é idêntico. Analisando-se a situação apresentada, constata-se que dos R$ 160.000, aplicados no AC, R$ 120.000, vêm de créditos de curto prazo (PC), e os R$ 40.000, restantes, (que representam o CGL) vêm dos recursos permanentes da empresa (ELP e PL). Inversamente, dos R$ 180.000, dos fundos de LP, R$ 140.000, estão também em ativos de longo prazo (RLP E AP), e os R$ 40.000, excedentes (CGL) foram destinados a financiar o AC. A situação apresentada, leva a uma certa folga na liquidez, pela manutenção de certa sobra de recursos passivos de LP disponíveis para suprir eventuais ausências de sincronização entre os elementos de um fluxo de caixa. LIQUIDEZ x SOLVÊNCIA No exemplo dado, AC = 160.000, RLP = 20.000, AP = 120.000, PC = 120.000, ELP = 80.000, PL = 100.000, Considerando, ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE CAIXA ............ 5.000, SALÁRIOS A PAGAR 50.000, BANCOS ........ 5.000, DUPL. A PAGAR ...... 70.000, ESTOQUES .... 150.000, TOTAL ............ 160.000, TOTAL .................... 120.000, Verifica-se um Indice de Liquidez Corrente (ILC) = 1,33. Portanto a empresa tem um índice de liquidez = 1,33, porém estará técnicamente insolvente se não vender de imediato parcela significativa do seu 153 estoque ou não obtiver recursos de terceiros ou próprios que lhe permitam saldar seus compromissos nos prazos estabelecidos. Observações: * O CGL não é muito útil para comparar o desempenho de empresas diferentes, mas sim para controle interno. * A aceitabilidade do ILC depende muito do Fluxo de Caixa. Quanto mais previsíveis forem os fluxos de caixa, menor será o ILC exigível. No exemplo dado, o CGL é positivo. No entanto, ele pode ser nulo ou, até mesmo, negativo. CGL NULO: AC = PC AC PC RLP ELP AP PL Quando o CGL é nulo, não existem recursos de longo prazo aplicados em ítens circulantes. CGL NEGATIVO: AC PC AC PC RLP ELP AP PL CGL NEGATIVO, é possível uma empresa funcionar assim? Quando o CGL é negativo, os recursos permanentes não cobrem todas as necessidades de longo prazo, é necessário utilizar fundos provenientes do PC. Um CGL negativo. 154 Um CGL negativo identifica a presença de dívidas de curto prazo financiando aplicações com prazos de retorno maiores. Isto indica aperto na liquidez da empresa, pois parte das suas dívidas vencerá em prazos inferiores aos dos retornos das aplicações desses recursos. A decisão por uma ou outra posição de liquidez será decidida pela preferência entre RISCO e RETORNO(LUCRATIVIDADE). OPERAÇÕES QUE AFETAM O CGL. 155 1.5 - CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO (CGP) É obtido pela diferença entre o Patrimônio Líquido (PL) e a resultante do Ativo Permanente mais o Realizável à Longo Prazo (RLP). CGP = PL - (AP + RLP) Por este conceito, o CGP é aquela parcela do ativo circulante que é financiada com recursos próprios, isto é, o que sobra do PL após o comprometimento dos recursos próprios com o ativo permanente mais o realizável a longo prazo. No exemplo, o CGP = 100.000, - (120.000, + 20.000,) = -40.000, Observa-se que, se ao CGP adicionarmos o ELP, teremos o CCL. CGP + ELP = CCL -40.000, + 80.000, = 40.000, 1.6 - NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (NCG) Quanto capital de giro a empresa necessita? A resposta, que ainda hoje, alguns funcionários de instituições financeiras dão de imediato é: a relação entre o AC e o PC deve ser de, no mínimo, 2:1. ERRADO. Esse é um número mágico criado a muito tempo atrás e que infelizmente ainda hoje é citado. O montante de capital de giro necessário, depende entre outros fatores: * do tipo de atividade da empresa; * do ciclo de caixa; * da estabilidade da moeda. 156 De forma simples e sintética: o montante de capital de giro deverá ser suficiente para produzir os recursos necessários ao pagamento das obrigações da empresa quando estas vencem. Nenhuma regra mágica ou padrão arbitrário servirá para medir suas necessidades. Para melhor conhecê-las e ter algum grau de certeza, você terá que planejar. Uma forma concreta, de se tentar definir a NCG é através da diferença entre o ATIVO CIRCULANTE OPERACIONAL (ACO) e o PASSIVO CIRCULANTE OPERACIONAL (PCO). ACO - é o investimento que decorre automaticamente das atividades de COMPRA/PRODUÇÃO/ESTOCAGEM/VENDA. PCO - é o financiamento, que decorre dessas atividades. Então a NCG = ACO - PCO Para tanto, é necessário uma reestruturação e padronização do Balanço. Um modelo que pode ser adotado é o seguinte: (Matarazzo p. 144). ATIVO CIRCULANTE FINANCEIRO * Disponível * Aplicações financeiras OPERACIONAL * Clientes * Estoques PASSIVO CIRCULANTE OPERACIONAL * Fornecedores * Outras obrigações FINANCEIRO * Empréstimos bancários * Duplicatas descontadas Nesse modelo, destacam-se as contas que mantém estreita relação com o nível de atividade da empresa. Elas têm peculiaridades importante. Expressam APLICAÇÕES e FONTES PERMANENTES de recursos e são contas cíclicas à medida que se renovam periodicamente, de acordo com os prazos das operações. A conta de estoques, p. ex., renova-se em conformidade com o prazo em que os estoques permanecem na empresa. Além destas peculiaridades, o saldo desta conta relaciona-se especificamente com um tipo de atividade: O GIRO DOS NEGÓCIOS. Assim as contas ativas serão conceituadas com APLICAÇÕES DE CAPITAL DE GIRO e as contas passivas como FONTES DE CAPITAL DE GIRO. 157 Essa reclassificação do AC e PC permite identificar, as situações que normalmente ocorrem numa empresa quanto a NCG obtida pela expressão CG = ACO – PCO. ACO PCO Neste caso, que é a situação normal na maioria das empresas, temos a indicação de que a empresa necessita de recursos para financiar o giro dos negócios. Deve buscar fontes adequadas de financiamento. ACO = PCO Não há necessidade de financiamento para giro. ACO PCO Aqui temos a indicação de que a empresa não necessita de recursos para o giro dos negócios, pelo contrário, dispõe de fontes para financiar outras aplicações. 1.7 – FINANCIAMENTO E NÍVEL DE INVESTIMENTO EM CAPITAL DE GIRO A forma de financiamento dos ativos correntes e o volume dos investimentos, envolve necessariamente reflexões e decisões relativas ao risco e a rentabilidade. Surge aí o dilema risco x retorno, haja visto que a relação entre essas variáveis é de tal natureza que, independente de como a empresa aumenta sua lucratividade através da manipulação do capital de giro, a conseqüência é um acréscimo correspondente no risco, medido pelo CCL. RISCO É medido pela probabilidade de insolvência técnica. 158 INSOLVÊNCIA TÉCNICA É a incapacidade de a empresa pagar suas contas no vencimento. Obs: Em toda a discussão, supõe-se que a empresa possa ganhar mais em ativos fixos do que em ativos circulantes. 1.7.1 – POLÍTICAS DE INVESTIMENTO EM CAPITAL DE GIRO Como já foi dito, a política de investimentos em capital de giro será decidida pela preferência entre risco e retorno. A decisão tomada, indicará uma postura conservadora, média ou agressiva. POLITICA CONSERVADORA Leva a empresa a diminuir o seu risco através de aplicações em capital de giro maiores para um mesmo nível de produção e vendas. CARACTERÍSTICAS: Elevados os recursos aplicados em caixa para fazer frente a desembolsos não previstos; Elevados os recursos aplicados em valores a receber, permitindo através de uma política de cobrança mais frouxa, elevar as vendas. Elevados os recursos aplicados em estoques. Para diminuir o risco de eventuais atrasos no processo produtivo ou a perda de vendas inesperadas e de maior volume, por falta de produtos em estoque. 159 POLÍTICAS MÉDIA E AGRESSIVA Prevêem progressivas reduções nos investimentos circulantes, o que determina elevação do risco da empresa e também paralelo incremento em sua rentabilidade por adotar menor participação relativa de ítens menos rentáveis. NIVEIS DE INVESTIMENTO NO CAPITAL DE GIRO P/ ilustrar o dilema risco x retorno ALTO MÉDIO BAIXO ATIVO CIRCULANTE .......... R$ 1.400, 1.100, 800, ATIVO PERMANENTE ........ R$ 1.200, 1.200, 1.200, TOTAL ........................ R$ 2.600, 2.300, 2.000, PASSIVO CIRCULANTE ......R$ 520, 460, 400, PAS. EXIG. A L. PRAZO ......R$ 780, 690, 600, PATRIMÔNIO LÍQUIDO .......R$ 1.300, 1.150, 1.000, TOTAL .......................R$ 2.600, 2.300, 2.000, O passivo está estruturado de forma própria ao total de aplicações. O PC financia .................... O ELP financia ................... O PL financia ....................... 20% 30% 50% 20% 30% 50% Capital de Giro Capital de Giro Líquido Capital de Giro Próprio 1.400, 880, 100, 1.100, 640, -50, 20% do ativo total 20% do ativo total 50% do ativo total 800, 400, -200, 160 DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS REC. BRUTA DE VENDAS (-) DEDUÇÕES E IMPOSTOS RECEITA LÍQUIDA (-) CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS LUCRO BRUTO (-) DESPESAS COM VENDAS E ADMINISTRAÇÃO (-) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS LUCRO OPERACIONAL (LAJI) (+) RECEITA NÃO OPERACIONAL (-) DESPESAS NÃO OPERACIONAIS LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (LAIR) (-) PROVISÃO PARA IR (-) PARTICIPAÇÕES LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 161 Agora, supondo-se simplesmente que o custo do crédito a curto prazo seja de 40% e do exigível a longo prazo 50% a empresa apresentaria para um LAJI de R$ 1.200,00 os seguintes resultados para cada uma das políticas adotadas: LAJI.................................... 1.200, 1.200, 1.200, DESP. FIN. ................ 40% x 520, 40% x 460, 40% x 400, (184,) (160,) PAS. CIRC. ................. (208,) EXIG. A L. P. ............... 50% x 780, (390,) 602, 50% x 690, (345,) 671, 50% x 600, (300,) 740, LAIR ............................ 602,00 671,00 740,00 IR ................ 35% ....... 210,70 234,85 259,00 LUCRO LÍQUIDO ......... 391,30 436,15 481,00 436,15 ------------------1.150,00 481,00 ------------------1.000,00 37,93% 48,10% RETORNO SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO ..... 391,30 -----------------1.300,00 30,10% Assim, verifica-se que quanto maior for a participação do capital de giro sobre o ativo total, menor será a rentabilidade da empresa. 162 1.7.2 – ABORDAGENS PARA O FINANCIAMENTO DO CAPITAL DE GIRO Estendendo o conceito de capital de giro, podemos identificar que ele é composto por duas partes: uma fixa ou permanente e outra variável ou sazonal. A parte fixa do capital de giro é determinada pelas atividades normais da empresa, e seu montante é definido pelo nível mínimo de necessidades de recursos em determinado período. A parte variável ou sazonal é determinada pelas variações temporárias que ocorrem normalmente nos negócios da empresa. NECESSIDADES DE RECURSOS PROJETADAS Meses Ativos Perman. A Jan. ....... 20.000, Fev. ....... 20.000, Mar. ....... 20.000, Abr. ........ 20.000, Mai. ........ 20.000, Jun. ........ 20.000, Jul. ......... 20.000, Ago. ....... 20.000, Set. ........ 20.000, Out. ....... 20.000, Nov. ....... 20.000, Dez. ........ 20.000, Ativos Circulantes B 5.000, 4.500, 2.500, 2.000, 2.500, 4.000, 5.500, 6.500, 7.000, 6.500, 6.000, 5.500, Ativos Totais C=A+B 25.000, 24.500, 22.500, 22.000, 22.500, 24.000, 25.500, 26.500, 27.000, 26.500, 26.000, 25.500, Necessidades de Recursos Permanentes Sazonais D E=C–D 22.000, 22.000, 22.000, 22.000, 22.000, 22.000, 22.000, 22.000, 22.000, 22.000, 22.000, 22.000, 3.000, 2.500, 500, 0 500, 2.000, 3.500, 4.500, 5.000, 4.500, 4.000, 3.500, A representação gráfica dessas necessidades de recursos projetadas é: 163 O COMPONENTE PERMANENTE constitui o nível inferior de fundos totais necessários durante o período. O COMPONENTE SAZONAL é a diferença entre a necessidade de fundos totais para cada mês e a necessidade de fundos permanentes. ABORDAGEM DE RISCO MÍNIMO OU CONSERVADORA Nesta abordagem, a empresa encontra-se totalmente financiada através de recursos permanentes (longo prazo), inclusive em suas necessidades sazonais de fundos. Nesta situação o CGL = CG. No exemplo o CGL seria de R$ 7.000, que é a diferença entre os R$ 27.000, e os R$ 20.000, aplicados nos ativos permanentes. ESTIMATIVA DE CUSTO DA ABORDAGEM CONSERVADORA: Para obter o custo deste plano de financiamento basta multiplicar o saldo médio das necessidades de longo prazo pela taxa de juros cobrada. No exemplo: O saldo médio do financiamento do plano é R$ 27.000,00. Considerar uma taxa de juros de 20% ao ano. ABORDAGEM PELO EQUILÍBRIO FINANCEIRO TRADICIONAL OU ABORDAGEM COMPENSATÓRIA AP e CGFIXO CGSAZONAL FINANCIADOS FINANCIADOS C/ REC. DE LONGO PRAZO C/ RECURSO DE CURTO PRAZO A empresa mantém recursos permanentes na medida exata para financiar suas necessidades permanentes que correspondem, no exemplo, a R$ 22.000, conforme coluna “D” do quadro. O CCL é de R$ 2.000, ESTIMATIVA DE CUSTO 164 RESUMO DOS RESULTADOS DAS TRES ABORDAGENS DE FINANCIAMENTO DO CAPITAL DE GIRO PLANO DE FINANCIAMENTO CCL MÁXIMO GRAU DE CUSTO RISCO TOTAL NÍVEL DE LUCRO CONSERVADOR 7.000, MENOR 5.400, MENOR MISTO 4.500, MÉDIO 4.988, MÉDIO COMPENSATÓRIO 2.000, MAIOR 4.679, MAIOR 165 ESTIMATIVA DE CUSTO DA ABORDAGEM COMPENSATÓRIA Necessidades permanentes: 22.000,00 x 20% (0,20) = 4.400,00 Necessidades Sazonais: Valor Janeiro ............... Fevereiro ........... Março ................ Abril ................... Maio ................... Junho ................. Julho .................. Agosto ............... Setembro ........... Outubro ............. Novembro .......... Dezembro .......... Custo 3.000,00 x 10%/12 = 25,00 2.500,00 x 10%/12 = 20,83 500,00 x 10%/12 = 4,17 0 --500,00 x 10%/12 = 4,17 2.000,00 x 10%/12 = 16,67 3.500,00 x 10%/12 = 29,17 4.500,00 x 10%/12 = 37,50 5.000,00 x 10%/12 = 41,67 4.500,00 x 10%/12 = 37,50 4.000,00 x 10%/12 = 33,33 3.500,00 x 10%/12 = 29,17 33.500,00 279,18 Então, soma das necessidades mensais necessidade sazonal média = --------------------------------------------12 33.500,00 =------------------ = 2.791,67 12 Daí, O custo da necessidade sazonal média = 2.791,67 x 0,10 = 279,17 Dessa forma, temos que : O custo das necessidades permanentes = 4.400,00 O custo das necessidades sazonais = ....... 279,17 O CUSTO TOTAL DA ABORDAGEM COMPENSATÓRIA = 4.679,16 166 ABORDAGEM INTERMEDIÁRIA Neste caso, os recursos permanentes da empresa são suficientes para financiar as necessidades permanentes e mais uma parte das necessidades sazonais. ESTIMATIVA DECUSTO DA ABORDAGEM INTERMEDIÁRIA Considerando um plano de financiamento baseado num montante de financiamento permanente, igual ao ponto médio da necessidade mínima e máxima mensal de fundos para o período, temos: No exemplo, Necessidade mínima = 22.000,00 Necessidade máxima = 27.000,00 Necessidade média = 24.500,00 Taxas: Longo prazo = 20% ao ano Curto prazo = 10% ao ano Custo do Fin. de Longo Prazo = 24.500, x 0,20 = 4.900,00 Custo do Fin. de Curto Prazo = 875, x 0,10 = 87,50 CUSTO TOTAL DA ABORDAGEM INTERMEDIÁRIA = 4.987,50 Detalhamento do cálculo do custo do fin. de curto prazo: Janeiro ........ 25.000, - 24.500, = 500, x 0,10/12 = Fevereiro ..... 24.500, - 24.500, = 0 Março .......... 22.500, - 24.500, = 0 Abril ............ 22.000, - 24.500, = 0 Maio ............ 22.500, - 24.500, = 0 Junho .......... 24.000, - 24.500, = 0 Julho ........... 25.500, - 24.500, = 1.000, x 0,10/12 = Agosto ........ 26.500, - 24.500, = 2.000, x 0,10/12 = Setembro .... 27.000, - 24.500, = 2.500, x 0,10/12 = 167 ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA 1.2 ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA E TÍTULOS NEGOCIÁVEIS CAIXA Conforme vamos usar, refere-se a Ativos de Liquidez Imediata, ou seja, recursos monetários armazenados pela empresa e saldos mantidos em contas correntes bancárias (de disponibilidade imediata). TÍTULOS NEGOCIÁVEIS São instrumentos a curto prazo do mercado financeiro, que proporcionam juros, usados pelas empresas para obter retornos sobre recursos temporariamente ociosos. OBJETIVO BÁSICO DA ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA Fazer com que o investimento nesse ativo seja tão pequeno quanto possível, sem prejudicar a eficiência e a eficácia das atividades da empresa. MOTIVOS PARA MANTER SALDOS DE CAIXA Conforme Keynes existem três motivos que levam as empresas (e as pessoas também) a manterem determinado nível de caixa: Motivo transação (negócio) Motivo precaução Motivo especulação MOTIVO TRANSAÇÃO É explicado pela necessidade que uma pessoa apresenta de manter dinheiro em caixa para efetuar pagamentos, oriundos de suas operações tais como salários, fornecedores, impostos, .... O motivo transação envolve evidentemente os recebimentos decorrentes de vendas de bens e serviços, vendas de ativo, novos financiamentos, ..... Na realidade é a falta de perfeito sincronismo entre os recebimentos e os vencimentos dos compromissos é que determina a demanda por caixa. 168 MOTIVO PRECAUÇÃO Faz com que a empresa mantenha certo saldo de caixa para atender desembolsos imprevistos e extraordinários nos negócios da empresa, tais como elevação inesperada de preços e fatores de produção, insolvência de clientes, ... O nível de caixa exigido pelo motivo precaução é função da flexibilidade que a empresa apresenta em captar recursos nos exatos momentos de suas necessidades extraordinárias. Investimentos em títulos negociáveis de alta liquidez é o destino natural dos saldos mantidos por precaução. MOTIVO ESPECULAÇÃO A empresa mantém certo saldo de caixa para aproveitar oportunidades especulativas. 1.2.1 – DETERMINAÇÃO DO SALDO APROPRIADO DE CAIXA O saldo apropriado de caixa envolve um equilíbrio entre os custos de oportunidade da manutenção de um saldo excessivo e os custos de transação decorrentes da manutenção de um saldo muito pequeno. (ver gráfico) CUSTO DE OPORTUNIDADE Representa os juros que se deixa de ganhar durante o período de tempo em que os fundos são mantidos em conta corrente, em vez de estarem aplicados em títulos negociáveis. Custos totais de oportunidade dos saldos de caixa, em R$, devem ser iguais ao saldo médio de caixa multiplicado pela taxa de juros. C CUSTOS DE OPORTUNIDADE (R$) = ------- x K 2 C = caixa C/2 = caixa médio K = taxa de juros de títulos negociáveis 169 CUSTOS DE TRANSAÇÃO Representas os custos fixos de emissão e recebimento de uma ordem de conversão em caixa no montante do valor econômico de conversão (VEC). O VEC é igual ao montante de títulos negociáveis a ser convertido em caixa. VEC = 2 x Custo de Conversão x Demanda de Caixa Custo de oportunidade (forma decimal) Os Custos Totais de Transação podem ser determinados calculando-se o número de vezes que a empresa precisará vender os títulos negociáveis durante o ano. T CUSTO DE TRANSAÇÃO = -------- x F C T = volume total de dinheiro novo necessário para fins de transação no período de planejamento relevante, um ano, por exemplo. C = Saldo inicial de caixa F = Custo fixo de venda de títulos para conseguir caixa O CUSTO TOTAL DE CAIXA O custo total associado aos saldos de caixa consiste dos custos de oportunidade mais os custos de transação. C T Custo Total = ------- x K + ------- x F 2 C Obs: Após a determinação do nível ótimo de caixa, substitui-se, na fórmula acima, C por C*. E então: C* T Custo Total = -------- x K + -------- x F 2 C* C* = nível ótimo de caixa 170 MODELO DE BAUMOL Willian Baumol foi o primeiro a propor um modelo de administração de caixa incorporando custos de oportunidade e custos de transação. O modelo estipula os saldos de caixa transacionais considerando os custos implícitos e sua manutenção, por meio da determinação do valor ótimo de conversão de títulos negociáveis em caixa. O modelo objetiva determinar o valor econômico de conversão de caixa (VEC) que minimize o custo total. O modelo presume que as entradas e saídas de caixa podem ser previstas com certeza, o mesmo tempo em que uma carteira de títulos negociáveis atua como um reservatório para suprir os saldos de caixa transacionais. Para aplicação do Modelo de Baumol é necessário que se conheça três elementos: O Custo Fixo de Venda de Títulos para conseguir caixa (F). O volume total de dinheiro novo necessário par afins de transação no período de planejamento relevante (T). O custo de oportunidade de manter dinheiro em caixa; trata-se da taxa de juros de títulos negociáveis (K). Com todos esses dados disponíveis é possível aplicar a fórmula de Baumol, para determinar o nível ótimo de caixa, cuja expressão é: C* = 2.T.F K C* = nível ótimo de caixa VEC = C* => ver gráfico 171 Exemplo: Uma empresda prevê que no próximo ano terá um total de desembolsos de 31,2 milhões de reais. Supondo que: - A empresa tenha um saldo inicial de caixa de 1,2 milhões; - Tenha um desembolso semanal de R$ 600.000,00; - O custo fixo de venda de títulos é de R$ 1000,00 por operação; - A taxa de juros de títulos negociáveis é 10% ao ano. Determine: a) O nível ótimo de caixa. b) O custo total para manutenção desse saldo LIMITAÇÕES DO MODELO DE BAUMOL desembolso. O modelo supõe que a empresa tem uma taxa constante de O modelo supõe que não há entradas de caixa durante o período Não se prevê qualquer saldo de segurança. Supõe fluxos de caixa discretos e conhecidos com certeza. projetado. 172 MODELO DE MILLER-ORR Busca a otimização de saldos de caixa, considerando entradas e saídas de caixa que oscilam aleatoriamente de um dia para outro. O modelo fornece os saldos de caixa para transação que minimizam os custos de sua manutenção, determinando tanto um limite superior quanto um ponto de retorno a eles. Esse ponto de retorno representa o nível estipulado para o saldo de caixa, seja no caso de conversão para títulos negociáveis ou vice-versa. Os saldos de caixa podem oscilar entre zero e o limite superior. Ponto de Retorno (Z) = 3 3.F. 2 4.K F = custo de conversão 2 = variação dos fluxos diários de caixa K = custo de oportunidade diário 4. Z SALDO MÉDIO DE CAIXA = --------3 LIMITE SUPERIOR (H) = 3 x PONTO DE RETORNO H = 3.Z SALDO DE CAIXA NO LIMITE SUPERIOR (em H) Quando o saldo de caixa atinge o limite superior, um montante equivalente ao limite superior menos o ponto de retorno é convertido em títulos negociáveis. Cx. convertido em Tit. Neg. = Limite Superior – Ponto de Retorno Cx. convertido em Tit. Neg. = H – Z Quando o saldo de caixa cai a zero, o montante de títulos negociáveis convertidos em caixa é exatamente o ponto de retorno. Tit. Neg. convertidos em caixa = Pto de Retorno – Sdo zero de Cx (ver gráfico) 173 OBSERVAÇÕES: - O modelo Miller-Orr mostra que o ponto ótimo de retorno (Z*), está diretamente relacionado aos custos de transação, F, e inversamente relacionados a K. - O Ponto Ótimo de Retorno e o Saldo Médio de Caixa estão diretamente associados à variabilidade dos fluxos de caixa. Ou seja, as empresas cujos fluxos de caixa estão sujeitos a maior incerteza deveriam manter saldos médios de caixa maiores. ADMINISTRAÇÃO DO CICLO DE CAIXA CICLO OPERACIONAL (CO) É definido como o período de tempo que vai do ponto em que a empresa adquire matérias-primas e se utiliza de mão-de-obra no seu processo produtivo (i.e., começa a compor estoques), até o ponto em que recebe dinheiro pela venda do produto resultante. É composto pela soma da idade média dos estoques (IME) e o período médio de cobrança das vendas (PMC). CO = IME + PMC CICLO DE CAIXA (CCx) Representa o período de tempo que vai do ponto em que se faz um desembolso para adquirir matérias primas, até o ponto em que é recebido o pagamento pela venda do produto acabado resultante. CCx = CO – PMP = IME + PMC – PMP (1) PMP = período médio de pagaqmento INFORMAÇÕES E POLÍTICAS DA EMPRESA EXEMPLO: Vende todos os seus produtos à crédito. Condições de crédito determinam que os clientes paguem em até 60 dias após a venda. Em média, a empresa demora 85 dias para produzir, estocar e finalizar uma venda, isto é, a IME = 85 dias. PMC = 70 dias. 174 - Pagamento de matéria-prima = 45 dias. Magamento aos funcionários – a cada 15 dias. O período médio ponderado de pagamento das matérias-primas e dos salários é de 35 dias, e representa o período médio de pagamento (PMP). Dessas informações podemos obter: CO = IME + PMC = 85 + 70 = 155 dias CCx = CO - PMP = 155 - 35 = 120 dias 175 ESTRATÉGIAS BÁSICAS NA ADM. DO CICLO DE CAIXA A) – AUMENTAR O GIRO DOS ESTOQUES, através de: aumento do giro de matérias-primas; redução no ciclo de produção; ou aumento no giro de produtos acabados. No exemplo, giro maior resulta em: Redução da idad3e média do estoque (IME) de 85 para 70 dias. Redução do ciclo de caixa (CCx). Supondo o investimento de 12 milhões/ano no ciclo operacional, os dispêndios diários seriam de R$ 33.333 (12 milhões/360 dias). Redução de empréstimos. Tendo o ciclo de caixa se reduzido em 15 dias, R$ 500.000 (33.333 x 15), de empréstimos poderão ser resgatados. Aumento no lucro. Se a taxa de juros dos financiamentos é de 10% ao ano, a Empresa terá aumento de R$ 50.000 (0,10 x 500.000), nos seus lucros, em função de maior eficiÊncia na administração dos estoques. B) – REDUZIR O PRAZO DE COBRANÇA DE DUPLICATAS PMC inicial = 70 dias Reduzido para: PMC = 50 dias Haverá redução no ciclo de caixa de 120 dias para 100 dias (120 – 20) Redução de custos e aumento no lucro. Admitindo gastos anuais de 12 milhões de reais (33.333, diários) para financiar o ciclo operacional, verifica-se que a redução no período médio de cobrança motivaria a redução de R$ 666.666 (33.333 x 20) no nível atual de empréstimos. A redução no custo de empréstimos seria de R$ 66.666 (0,10 x 666.666). 176 C)– AUMENTAR O PRAZO PARA PAGAMENTO DE DUPLICATAS A PAGAR, de 35 0ara 45 dias. Reduz o ciclo de caixa para 110 dias (85 + 70 – 45). Reduz necessidades de financiamento de terceiros na ordem de 333.333 (12 milhões/360 x 10). Reduz juros à pagar em R$ 33.333 (333.333 x 0,10). CUIDADOS NA IMPLEMENTAÇÃO DE ESTRATÉGIAS NA ADM. DE CAIXA Evitas um grande número de falta de estoque. Evitar a perda de vendas devido a técnicas de cobrança que pressionem demais os clientes. Não prejudicar o conceito de crédito da Empresa, retardando em demasia o pagamento de suas contas. TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA Objetivam minimizar as necessidades de financiamento negociado, aproveitando determinadas imperfeições nos sistemas de cobrança e pagamento. 1ª - FLOAT 2ª - ACELERAR RECEBIMENTOS 3ª - ADIAR DESEMPBOLSOS 1ª - FLOAT Fundos enviados por um devedor, mas que ainda não estão disponíveis ao credor. FLOAT DE COBRANÇA Resulta do tempo decorrido entre o pagamento em cheque de um cliente e o efetivo recebimento dos fundos pelo fornecedor. É sentido pelo credor, pois causa atraso na entrada de fundos. 177 FLOAT DE PAGAMENTO Resulta do tempo decorrido entre a emissão de um cheque para pagamento de contas, e o momento em que os fundos são efetivamente retirados da conta corrente. Beneficia o devedor, pois provoca ama demora na saída de caixa. COMPONENTES DO FLOAT 1 – Float de remessas postais Tempo decorrido entre a postagem de um cheque no correio e seu recebimento pelo credor. 2 – Float no processamento administrativo Tempo decorrido entre o recebimento de cheque pelo credor e seu depósito em conta corrente. 3 – Float na compensação de cheques Tempo decorrido entre o depósito de um cheque pelo credor e a efetiva liberação dos fundos. 2ª - ACELERAR RECEBIMENTOS, através de: Concentração bancária Caixa postal Envio direto Cheque pré-datado Débitos automáticos em conta 3ª - ADIAR DESEMBOLSOS, através de: Desembolso controlado Manipulação do Float Saque a descoberto Contas de saldo zero 178 FLUXO DE CAIXA Representa o volume em entradas e saídas de caixa durante um determinado período de tempo. CLASSIFICAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA DA EMPRESA 1 – FLUXOS OPERACIONAIS 2 – FLUXOS DE INVESTIMENTO 3 – FLUXOS DE FINANCIAMENTO 1 – FLUXOS OPERACIONAIS São aquelas entradas e saídas de caixa diretamente relacionadas à produção e venda dos produtos e serviços da empresa. Captam: DRE Transações das contas circulantes (excluindo títulos a pagar). 2 – FLUXOS DE INVESTIMENTO Aquelas entradas e saídas de caixa associadas com a compra e venda de ativos imobilizados, e participações societárias. 3 – FLUXOS DE FINANCIAMENTO Entradas ou saídas de caixa resultantes de operações de empréstimo e capital próprio. PASSOS PARA ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA 1 – Calcule as variações no balanço patrimonial em ativos, passivos e patrimônio líquido, durante o período em questão. (obs: apure a variação do ativo imobilizado bruto, em se tratando da conta ativo permanente, bem como qualquer variação na depreciação acumulada). 2 – Classifique cada variação calculada na etapa 1 como origem (O) ou aplicação (A). (obs: um aumento na depreciação acumulada pode ser classificado como uma origem, enquanto que uma diminuição na depreciação acumulada pode ser uma aplicação. Variações nas contas do patrimônio líquido são classificadas da mesma forma que variações no exigível – aumentos são origens e diminuições são aplicações). 3 – Separadamente, some todas as origens e todas as aplicações encontradas nas etapas 1 e 2. O total das origens deve ser igual ao total das aplicações. 4 – Busque (1) o lucro líquido depois do IR, (2) a depreciação e quaisquer outras despesas não-desembolsáveis e (3) os dividendos pagos. 179 5 – Estruture a Demonstração dos Fluxos de Caixa, a partir das informações obtidas nos passos anteriores, classificando os dados em três categorias: FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO ORIGENS DE CAIXA Diminuição em qualquer ativo. Aumento em qualquer passivo. Lucro líquido após imposto de renda. Depreciação e outros itens não desembolsáveis. Venda de ações. APLICAÇÕES DE CAIXA Aumento em qualquer ativo. Diminuição em qualquer passivo. Prejuízo líquido. Dividendos pagos. Recompra ou resgate de ações. Obs: Somente as variações brutas nos ativos imobilizados aparecem na demonstração de fluxos de caixa. 180 CATEGORIA E ORIGENS DOS DADOS NA DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA ORIGEM DOS DADOS CATEGORIA E ITENS O/A = Demonstração das origens e aplicações de caixa D/R = Demonstração de resultado FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS Lucro líquido (prejuízo) após o Imposto de Renda ............................................... Depreciação e outras despesas não-desembolsáveis .............................................. Variações em todos os ativos circulantes, excluindo caixa e títulos negociáveis... Variações em todos os passivos circulantes, excluindo títulos a pagar .................. D/R D/R O/A O/A FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO Variações em ativos imobilizados brutos .................................................................. O/A Variações em participações societárias ..................................................................... O/A FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO Variações em títulos a pagar ...................................................................................... O/A Variações no exigível a longo prazo .......................................................................... O/A Variações no patrimônio líquido, excluindo lucros retidos ........................................ O/A Dividendos pagos ....................................................................................................... D/R 181 DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS RETIDOS PARA O ANO ENCERRADO EM 31.12.94 SALDO DE LUCROS RETIDOS (EM 1º DE JANEIRO DE 1994).................. R$ 500, (+) LUCRO LÍQUIDO DEPOIS DOS IMPOSTOS (EM 1994) ....................... R$ 180, (-) DIVIDENDOS EM DINHEIRO (PAGOS URANTE 1994) AÇÕES PREFERENCIAIS .............................. (R$ 10,) AÇÕES ORDINÁRIAS .................................... (R$ 70,) TOTAL DE DIVIDENDOS PAGOS .......................................... (R$ 80,) SALDO DE LUCROS RETIDOS (EM 31 DE DEZEMBRO DE 1994) ................................ R$ 600, A DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS RETIDOS RECONCILIA O LUCRO LÍQUIDO AUFERIDO DURANTE UM DETERMINADO ANO E QUALQUER DIVIDENDO PAGO EM DINHEIRO, COM A VARIAÇÃO OCORRIDA NOS LUCROS RETIDOS ENTRE O INÍCIO E O FINAL DESTE ANO. 182 BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO 31.12.X1 31.12.X2 CIRCULANTE Disponível Dupl. a Receber Estoques Total do circulante PERMANENTE Imobilizado Móveis e utensílios (-) Depreciação acumulada Terrenos Investimentos Participações Total do Permanente TOTAL DO ATIVO 1.500 500 1.000 3.000 2.300 1.000 1.500 4.800 1.200 (200) 2.000 1.500 (320) 3.000 500 3.500 2.640 6.820 6.500 11.620 31.12.X1 31.12.X2 CIRCULANTE Fornecedores Emp. Bancários Provisão para IR Total do circulante 1.000 1.000 2.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Lucros acumulados Total do Patrimônio Líquido 4.500 4.500 TOTAL DO PASSIVO 6.500 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO RECEITA BRUTA ................................................................................. (-) CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS .................................. 10.000 (5.500) LUCRO BRUTO ..................................................................................... 4.500 (-) DESPESAS OPERACIONAIS VENDAS ............................................................. ADMINISTRAÇÃO ........................................... DEPRECIAÇÃO ................................................. OUTRAS DESPESAS ......................................... (500) (380) (120) (500) (1500) LUCRO OPERACIONAL ................................................................... 3.000 (-) PROVISÃO PARA IR .................................................................... (1.050) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO .................................................. 1.950 DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS Saldo em 01.01.X2 .......................................................... (+) Lucro do Exercício .................................................. (-) Distribuição de dividendos ....................................... Saldo em 31.12.X2 ........................................................ 00000 1.950 (850) 1.100 2.000 1.470 1.050 4.520 6.000 1.100 7.100 11.620 183 ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA 1º PASSO – Cálculo das variações no Balanço Patrimonial 2º PASSO – Classificação em Origem ou Aplicação Variação ATIVO Disponível Duplicatas a receber Estoques Mov. E utensílios Depreciação Terrenos Investimentos (participações) PASSIVO Fornecedores Empréstimos bancários Provisão para IR Aumento de capital Aumento de lucros acumulados + 800 + 500 + 500 + 300 + 120 +1.000 +2.140 +1.000 + 470 +1.050 +1.500 +1.100 Origem 800 500 500 300 120 1.000 2.140 1.000 470 1.050 1.500 1.100 3º PASSO – Soma das origens e aplicações ................. 5.240 4º PASSO – Do DRE, obtém-se: * Lucro líquido após IR ........ * Depreciação ........................ * Dividendos distribuídos ...... Aplicação 1.950 (O) 120 (O) 850 (A) 5.240 184 5º PASSO – Estruturação da demonstração dos fluxos de caixa FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS * Lucro do exercício ......................................................... 1.950 * Depreciação ................................................................... 120 * Aumento de duplicatas a receber ................................... (500) * Aumento de estoques .................................................... (500) * Aumento de fornecedores .............................................. 1.000 * Provisão para IR ............................................................ 1.050 Caixa gerado pelas atividades operacionais ........................................... 3.120 FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO * Aumento em terrenos ..................................................... (1.000) * Aumento em móveis e utensílios ................................... (300) * Aumento em participações societárias ........................... (2.140) Caixa aplicado em atividades de investimento ........................................ (3.440) FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO * Empréstimos bancários ................................................... 470 * Aumento de capitas ........................................................ 1.500 * Dividendos distribuídos .................................................. (850) Caixa gerado pelas atividades de financiamento ...................................... 1.120 AUMENTO LÍQUIDO EM CAIXA E TÍTULOS NEGOCIÁVEIS ... 800 185 MEDIDAS DE CONTROLE PARA UMA EFICIENTE ADMINISTRAÇÃO D CAIXA A – Medidas de responsabilidade e competência exclusiva do caixa. B – Medidas determinadas pelas políticas globais da empresa. MEDIDAS DE RESPONSABILIDADE EXCLUSIVA DO CAIXA maior dinamização nos recebimentos dos clientes; emissão e entrega mais rápida dos títulos representativos das vendas à prazo (faturas e duplicatas); melhor adequação e controle das datas de recebimentos e pagamentos; maior controle no registro de valores a receber, evitando-se entre outras consequências, extravios de títulos ou preenchimentos equivocados, os quais poderão retardar as usas liquidações; evitar pulverização de contas bancárias (melhores condições de reciprocidade). MEDIDAS DETRMINADAS PELAS POLÍTICAS GLOBAIS redução do prazo de produção; retração nos investimentos em estoques; revisão da política de concessão de crédito. 186 ADMINISTRAÇÃO DE DUPLICATAS A RECEBER Conceder crédito? Quanto de crédito conceder? Por quanto tempo? Qual custo? MODALIDADES DE CRÉDITO Crédito interempresarial (ou crédito mercantil) Crédito pessoal (ou crédito ao consumidor – CDC) CONCEDER OU NÃO CONCEDER CRÉDITO Um enfoque tradicional da análise de crédito é desenvolvido através do estudo dos cinco fatores ou os 5 C’s do crédito, ou seja: CARÁTER, CAPACIDADE, COLATERAL (garantias), CAPITAL e CONDIÇÕES. CARÁTER – identifica a disposição do cliente em pagar corretamente seu crédito (honestidade, integridade,...). Representado pelo histórico do solicitante quanto ao cumprimento de suas obrigações contratadas. CAPACIDADE – procura medir o potencial de geração de recursos para quitar o crédito solicitado. Avaliada através dos demonstrativos financeiros, de seus padrões gerenciais e das informações históricas do desempenho do cliente. Os índices de liquidez e de endividamento, são utilizados para avaliar o fator capacidade. CAPITAL – analisado de forma similar a anterior, dando atenção especial ao seu patrimônio líquido. O total de exigíveis (curto e longo prazo) são frequentemente usados para avaliar o capital do solicitante de crédito. COLATERAL (garantias) – representado pelos ativos que o cliente pode oferecer como formas de garantir seu crédito. O exame do balanço patrimonial e a avaliação de ativos em conjunto com o levantamento de pendências judiciais podem ser usados para estimar os colaterais. CONDIÇÕES – envolve as influências do comportamento da conjuntura econômica sobre a capacidade de pagamento do cliente. Obs: talvez caráter e capacidade, os mais relevantes. 187 PRINCIPAIS FONTES DE INFORMAÇÕES DE CRÉDITO Demonstrações financeiras do solicitante de crédito. Empresas prestadoras de serviços em assessoria às decisões de crédito. Associações comerciais e industriais. Publicações especializadas em indicadores-padrão (Quem é Quem), (Melhores e Maiores), etc... Rede bancária. ELEMENTOS DE UMA POLÍTICA GERAL DE CRÉDITO O estabelecimento de uma política de crédito envolve, basicamente, o estudo de quatro elementos: Análise dos padrões de crédito; Prazo de concessão; Descontos financeiros por pagamentos antecipados; Políticas de cobrança. 1- ANÁLISE DOS PADRÕES DE CRÉDITO Os padrões de crédito de uma empresa refletem os requisitos mínimos exigidos para a concessão de crédito a um cliente. Uma técnica para decisões de crédito é a classificação de crédito, procedimento que produz uma pontuação capaz de refletir o potencial financeiro global de um solicitante de crédito, que resulta de uma média ponderada dos pontos relativos a características financeiras e creditícias. O quadro abaixo representa um exemplo para a classificação de crédito. 188 DETERMINAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DE CRÉDITO DE UM CLIENTE Características financeiras e creditícias Pontuação (0 a 100) (1) 80 100 70 75 90 80 Referência de crédito Casa própria Faixa de renda Histórico de pagamento Anos de resid. no endereço Anos no emprego Total Peso predeterminado (2) Pontuação ponderada [(1) x (2)] 12,00 15,00 17,50 18,75 9,00 8,00 80,25 0,15 0,15 0,25 0,25 0,10 0,10 1,00 Os padrões para concessão de crédito poderiam ser os seguintes: Pontuação de crédito Maior que 75 De 65 a 75 Procedimento Conceder condições padrões de crédito Conceder crédito limitado; se a conta for mantida em ordem, conceder condições padrão de crédito após um ano. Rejeitar a solicitação. Menor que 65 1.1 ALTERAÇÕES NOS PADRÕES DE CRÉDITO Quando se pretende alterar padrões de crédito, variáveis como volume de vendas, investimento em duplicatas a receber e as perdas com os valores incobráveis devem ser cuidadosamente analisadas. Volume de vendas Deve aumentar com padrões de crédito mais frouxos. Aumentos nas vendas, em geras aumentam os lucros. Deve diminuir com padrões de crédito mais rígidos. Investimentos em Duplicatas a Receber Quanto maior o investimento, maior o custo de mantê-lo, e vice-versa. O afrouxamento nos padrões de crédito da empresa, aumenta o volume de duplicatas a receber, aumentando consequentemente o custo relativo a esse maior investimento em recebíveis. Perdas com devedores incobráveis Padrões de crédito mais flexíveis aumentam a probabilidade de uma conta tornar-se incobrável, o que afetará negativamento os lucros. Resumindo: Os prováveis efeitos de uma flexibilização dos padrões de crédito, sobre as variáveis são: Variável Direção da variação Volume de vendas Investimento em dupl. rec. Perdas c/ deved. Incobrav. + + + Efeito sobre os lucros + - 189 EXEMPLO: SITUAÇÃO ATUAL DA EMPRESA Vendas a crédito = 60.000 unidades Preço unitário de venda = R$ 10,00 Custo variável unitário = R$ 6,00 Custo fixo total = R$ 120.000,00 Flexibilizando os padrões de crédito espera-se: aumento de 5% nas vendas 60.000 x 0,05 = 3.000 unid. Vendas a crédito = 63.000 unidades aumento no período médio de cobrança de 30 dias para 45 dias aumento de devedores incobráveis de 1% para 2% sobre as vendas Retorno exigido = custo de oportunidade = 15 % ªª Efeitos da flexibilização do crédito Contribuição adicional aos lucros 63.000 unid. X 10,00 = 630.000,00 Margem de contribuição por unidade (MCU) = Preço de Venda(PV) menos Custo Variável Unitário(CVU). MCU = PV – CVU = 10,00 – 6,00 = 4,00 margem de contribuição Margem de Contribuição Total (MCT) = 30.000,00 x 4 = 12.000,00 Marginal Custo do Investimento Invest. Médio em Dupl. A Rec.= Custo Var. Total das Vendas Anuais Giro das Dupl. A Receber Giro de Dupl. A Rec. = 360 Período médio de cobrança Custo Variável Total das Vendas Atual ............. 6,00 x 60.000 unid. = R$ 360.000,00 190 Proposto ....... 6,00 x 63.000 unid. = R$ 378.000,00 Variação nos custos variáveis .... = R$ 18.000,00 Giro de Duplicatas a Receber Atual ................... 360/30 = 12 dias Proposto ............ 360/45 = 8 dias Investimento Médio em Duplicatas a receber: Atual .............. R$ 360.000/12 meses = R$ 30.000,00/mês Proposto ......... R$ 378.000/8 meses = R$ 47.250,00 Investimento marginal em duplic. a rec.= R$ 17.250,00 RETORNO EXIGIDO 15% de R$ 17.250,00 = R$ 2.587,50 Custo Marginal de Devedores Incobráveis Atual ........ 0,01 x R$ 10,00/unid. X 60.000 unid. = R$ 6.000,00 Proposto .. 0,02 x R$ 10,00/unid. X 63.000 unid. = R$ 12.600,00 Custo marginal com devedores incobráveis = R$ 6.600,00 TOMADA DE DECISÃO SOBRE PADRÕES DE CRÉDITO Para decidir afrouxar ou não os padrões de crédito, é preciso que a empresa compare a contribuição adicional aos lucros com a soma do custo do investimento marginal em duplicatas a receber, e o custo marginal dos devedores incobráveis. Quando a contribuição adicional exceder os custos marginais, os padrões de crédito podem ser afrouxados; caso contrário, os padrões de crédito devem permanecer inalterados. 191 No exemplo visto, temos: Contribuição adicional aos lucros [3.000 unidades x (R$ 10,00 – R$ 6,00) ........................... R$ 12.000,00 Custo do investimento marginal em D/R Investimento médio com o plano proposto: R$ 6,00 x 63.000 unid. = R$ 378.888,00 8 8 R$ 47.250,00 Investimento médio com o plano atual: R$ 6,00 x 60.000 = R$ 360.000,00 12 12 Investimento marginal em D/R ........................... R$ 30.000,00 R$ 17.250,00 Custo do investimento marginal em D/R (0,15 x R$ 17.250,) ...................(R$ 2.500,00) Custo marginal dos devedores incobráveis Incobráv com o plano proposto (0,02 x R$10,00 x 63.000) R$ 12.600,00 Incobráveis com o plano atual (0,01 x R$ 10,00 x 60.000) R$ 6.000,00 Custo marginal dos devedores incobráveis ...........................................(R$ 6.600,00) LUCRO LÍQUIDO PROVENIENTE DA IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO PROPOSTO ........................................ (R$ 2.812,00) 192 2 – PRAZO DE CONCESSÃO DE CRÉDITO Refere-se ao período de tempo que a empresa concede a seus clientes para pagamento das compras realizadas. 30,60,90 dias,etc..., normalmente contado a partir da data da emissão da fatura. Depende dentre outros fatores: da política adotada pela concorrência; da natureza do produto vendido; do desempenho da conjuntura econômica; do prazo de pagamento a fornecedores; das metas gerenciais internas da empresa. FATURA – é uma nota emitida por um vendedor de bens ou serviços e apresentada ao comprador. DUPLICATAS A RECEBER – são o resultado da concessão de crédito de uma empresa a seus clientes. 3 – DESCONTOS FINANCEIROS POR PAGAMENTOS ANTECIPADOS O Desconto Financeiro pode ser definido como um abatimento no preço de venda efetuado quando os pagamentos das compras realizadas forem feitas à vista ou a prazos bem curtos. Normalmente são concedidos para incrementar as vendas e reduzir necessidades de caixa através de uma diminuição do prazo médio de cobrança. EFEITOS DO DESCONTO FINANCEIRO Variável Direção da Efeitos sobre o lucro mudança Aumenta Positivo Volume de vendas Investimento em duplicatas a receber devido a clientes que não aproveitavam o desconto Diminui financeiro e que passam a pagar mais cedo Investimentos em duplicatas a receber devido Aumenta a novos clientes Perdas com incobráveis Diminui Lucro por unidade Diminui Positivo Negativo Positivo Negativo 193 EFEITOS QUANTITATIVOS DE MUDANÇAS NOS DESCONTOS FINANCEIROS Exemplo: Empresa pretende adotar um desconto de 2% para pagamentos até 10 dias após a compra. PMC (atual) = 30 dias. Vendas a crédito = 60.000 unidades Custo variável por unidade = R$ 6,00 A empresa espera que com o desconto financeiro: as vendas aumentam 5%, isto é, passem para 63.000 unidades 60% das vendas passarão a ser feitas com desconto o PMC caia para 15 dias e o giro aumente para 24, ou seja, 360/15 = 24 perca com incobráveis caia dos atuais 1% para 0,5% das vendas Lembrando: retorno exigido p/ empresa = 15% sobre os investimentos EFEITOS DE SE INTRODUZIR UM DESCONTO FINANCEIRO Margem de contribuição adicional aos lucros [3.000 unid. x (R$ 10,00 – R$ 6,00)] .................................................... R$ 12.000,00 Custo do investimento marginal em D/R Investimento médio com o plano proposto: (R$ 6,00 x 63.000) = R$ 378.000,00 ........... R$ 15.750,00 24 24 Investimento médio com o plano anual: (R$ 6,00 x 60.000) = R$ 360.000,00 ........... R$ 30.000,00 12 12 Investimento marginal de D/R ....................... (R$ 14.250,00) Custo do Invest. Marginal em D/R (0,15 x R$ 14.250,00) ................... R$ 2.138,00 Custo marginal dos devedores incobráveis Incobráveis com o plano proposto (0,005 x 10,00 x 63.000) ... R$ 3.150, Incobráveis com o plano atual (0,01 x 10,00 x 60.000) ........... R$ 6.000, Custo marginal dos devedores incobráveis ................................. R$ 2.850,00 Custo do desconto financeiro (0,02 x 0,60 x 10,00 x 63.000) .............. (R$ 7.560,00) Lucro líquido proveniente da implementação do plano proposto ........ R$ 9.428,00 194 195 4 – POLÍTICA DE COBRANÇA Abrange os procedimentos utilizados para cobrar as duplicatas a receber quando do vencimento. O nível de devedores incobráveis depende não só da política de cobrança mas também da política em que se baseou a concessão do crédito. Procedimentos de cobrança Cartas Telefonemas Visitas pessoais Uso de agências de cobrança Protesto judicial Obs: FACTORING – é a venda das contas a receber de uma empresa a uma Instituição Financeira conhecida como FACTOR. TERMOS DE VENDA – compreendem o prazo pelo qual o crédito é concedido, o desconto por pagamento a vista, e o tipo de instrumento de crédito. Exemplo: 2/10, 30 dias líquidos. Isto é, prazo de 30 dias e 2% de desconto se o pagamento for feito dentro de 10 dias. PRINCPAIS MEDIDAS FINANCEIRAS DE UMA POLÍTICA DE CRÉDITO (Medidas de controle interno) 1 – DESPESAS COM DEVEDORES DUVIDOSOS Refere-se a probabilidade definida pela empresa em não receber determinado volume de crédito. A definição de uma política geral de crédito leva muitas vezes, uma empresa a fixar um limite percentual a estas despesas, sendo definido, assim, como o risco máximo que a administração estaria disposta a correr dentro das condições gerais estabelecidas. Alterações na política de crédito determinam variações nestas despesas, elevando-as ou diminuindo-as, conforme seus elementos adote comportamentos mais rigorosos (restritivos) ou liberais (frouxos). 2 – DESPESAS GERAIS DE CRÉDITO Envolvem basicamente os gastos efetuados no processo de análise de solicitações e na manutenção de um Departamento de Crédito, como pessoal, meteriais, serviços de informações contratados, etc... 196 3 – DESPESAS DE COBRANÇA Aquelas inerentes aos diversos procedimentos de cobrança adotados pela empresa, inclusive aquelas provenientes de ações judiciais. 4 – CUSTO DO INVESTIMENTO MARGINAL EM VALORES A RECEBER É obtido mediante a aplicação de uma taxa de retorno mínima exigida pela empresa (para seus investimentos ativos) sobre o investimento marginal (adicional) efetuado em valores a receber. Exemplo: Admitindo-se, por exemplo, uma variação marginal positiva de R$ 600,00 nos resultados da empresa e um investimento também adicional de R$ 1.200,00 em valores a receber, é evidente que o custo do financiamento desses novos recursos não poderá ultrapassar 50%. Esse percentual constitui-se, na realidade, no custo máximo do investimento marginal, pois, ao deduzir os 50% de R$ 1.200,00, o valor resultante (50% x R$ 1.200,00 = R$ 600,00) iguala-se ao resultado de R$ 600,00, anulando, consequentemente, a contribuição adicional (marginal) oferecida pela política de crédito proposta. Dessa maneira, se o custo do investimento marginal (R$ 1.200,00) exceder a 50%, é desinteressante, em princípio, a implementação da nova política de crédito, sendo atraente somente para percentuais inferiores a 50%. 197 ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES Para a área financeira, o objetivo básico em relação aos estoques é minimizar as necessidades de investimento nesse tipo de ativo, pois esse investimento, além de reduzir a rotação geral dos recursos comprometendo a rentabilidade geral da empresa, também produz custos decorrentes de sua manutenção. CUSTO X BENEFÍCIO Definição de Estoque Estoques ou bens em mãos, são ativos circulantes que possibilitam o funcionamento dos processos de produção e vendas com um mínimo de distúrbio. Os estoques podem ser definidos como os materiais, mercadorias ou produtos mantidos fisicamente disponíveis pela empresa, na expectativa de ingressarem no ciclo de produção, de seguir o seu curso produtivo normal , ou de serem comercializados. TIPOS DE ESTOQUE # # # # De matérias –primas e embalagens. De produtos em elaboração. De mercadorias ou produtos acabados. De materiais de consumo e almoxarifado. ESTOQUE DE MATÉRIAS-PRIMAS E EMBALAGENS Consiste de todos os ítens adquiridos pela empresa e disponíveis para a sua incorporação e transformação no processo produtivo (matérias-primas) e acondicionamento (embalagens) do produto acabado visando a remessa ao cliente. 198 ESTOQUE DE PRODUTOS EM ELABORAÇAO Inclui todas as matérias-primas e demais custos (diretos e indiretos) relativos ao estágio de produção em que os produtos se encontram em determinada data. ESTOQUE DE MERCADORIAS E PRODUTOS ACABADOS Consiste de todos os ítens adquiridos de terceiros (mercadorias) ou fabricados pela própria empresa (produtos acabados) em condições de serem, respectivamente, revendidos ou vendidos. ESTOQUE DE MATERIAIS DE CONSUMO E ALMOXARIFADO Inclui, entre outros, todos os ítens destinados ao consumo industrial, materiais de consumo de escritórios, material de propaganda, etc... NÍVEL DE ESTOQUES Sob o ponto de vista do: ADMINISTRADOR FINANCEIRO Manter os estoques em níveis baixos, assegurando-se de que o dinheiro da empresa não esteja sendo investido inadequadamente em excessos de estoques. GERENTE DE MARKETING Grandes estoques de cada um dos produtos acabados, a fim de que todos os pedidos sejam atendidos rapidamente, eliminando a necessidade de devolver pedidos por falta de estoques. GERENTE DE PRODUÇÃO Manter altos estoques de matérias-primas para evitar atrasos no processo produtivo. GERENTE DE COMPRAS Procura adquirir grandes quantidades, às vezes superiores às necessidades reais de produção, a fim de obter descontos ou por ter previsto uma elevação nos preços ou escassez de materiais. 199 FATORES QUE INFLUENCIAM OS NÍVEIS DE ESTOQUE DE MERCADORIAS E PRODUTOS ACABADOS # # # # Demanda Natureza do produto Economia de escala Investimento necessário DE PRODUTOS EM ELABORAÇÃO # Extensão do ciclo de produção – maior ciclo, exige estoque mais elevados. DE MATÉRIAS-PRIMAS E EMBALAGENS # Prazo de entrega # Nível de reposição # Natureza física DE MATERIAIS DE CONSUMO E ALMOXARIFADO # Varia de uma empresa para outra, principalmente, em função de suas características básicas e peculiaridades operacionais e administrativas. ESTOQUES X DUPLICATAS A RECEBER INTERDEPENDÊNCIA 200 TÉCNICAS PARA ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES 1 – O SISTEMA ABC Retrata a representatividade dos elementos estocados, através de constatações históricas, as quais podem ser acrescentadas certas previsões futuras. Pelo sistema ABC a empresa classifica seus estoques em tres grupos: Grupo A - inclui aqueles ítens que requerem maior investimento. Contém mais ou menos 20% dos ítens e representa 80% do valor do investimento total. Grupo B - consiste de ítens que representam o maior investimento depois de A Grupo C - consiste, em geral, de um grande número de ítens cujo investimento é relativamente pequeno. 2 – LOTE ECONÔMICO DE COMPRA (LEC) O objetivo explicito do modelo LEC é encontrar a quantidade de compra que minimiza o custo total do estoque. O modelo apresenta três suposições básicas: - A primeira é que a empresa sabe exatamente qual é a demanda de um determinado ítem do estoque. - A Segunda é que a quantidade de estoque que a empresa consome é constante ao longo do tempo. - A terceira é que os pedidos colocados para preencher os estoques são recebidos exatamente na época em que os estoques atingem zero. 201 Excluindo o custo efetivo da mercadoria, os custos relacionados com o estoque podem ser divididos em três grupos: custos de pedir, custos de manter estoque e custos totais. CUSTOS DE PEDIR Incluem os custos fixos administrativos ao se efetuar e receber um pedido e é expresso como o produto do nº de pedidos pelo custo por pedido. S Custos de pedir = O x ----Q O = o custo de pedir, por pedido S = a demanda, em unidade por período Q = a quantidade do pedido CUSTOS DE MANTER ESTOQUE São os custos variáveis por unidade de manter um ítem em estoque durante um período determinado. Incluem custos de armazenagem, custos de seguro, o custo de deterioração e obsolescência e o custo de oportunidade ( custo dos retornos que deixaram de ser obtidos, por ter se efetuado o investimento em estoque). É definido como o estoque médio multiplicado pelo custo de manter uma unidade por período. Q Custo de manter estoque = C x ----2 C = o custo de manter estoque por unidade por período Q / 2 = estoque médio = quantidade do pedido / 2 CUSTOS TOTAIS 202 O custo total do estoque é definido como a soma dos custos de pedir e os custos de manter estoque. S Q Custo total = O x ----- + C x ----Q 2 O LEC pode ser obtido através de uma abordagem gráfica ou através de uma abordagem matemática. Para a melhor compreensão de cada uma das abordagens vamos utilizar o seguinte exemplo: Suponha que uma Empresa tem R$ 50,00 de custos de pedir, referentes a cada pedido que efetua e custos de manter estoque de R$ 1,00 por unidade ao ano, para um ítem. O custo de pedir, o custo de manter o estoque e o custo total por ano, se a Empresa consome 1.600 unidades desse ítem ao ano, pode ser calculados. Tabela - Cálculos de custo do estoque Quantidade do Pedido (unid.) (1) Número de pedidos (2) Custo / Pedido (3) Custo anual De pedir (2) x (3) (4) 1.600 800 400 200 100 1 2 4 8 16 R$ 50, R$ 50, R$ 50, R$ 50, R$ 50, R$ 50, R$ 100, R$ 200, R$ 400, R$ 800, Estoque Custo de manter estoque médio (1) / (2) Unidade / ano (5) (6) 800 400 200 100 50 R$ 1, R$ 1, R$ 1, R$ 1, R$ 1, / Custo anual de manter Custo total estoque (5) x (6) (7) (4) + (7) (8) R$ 800, R$ 400, R$ 200, R$ 100, R$ 50, R$ 850, R$ 500, R$ 400, R$ 500, R$ 850, Obs: 1 – O nº de pedidos foi obtido dividindo-se 1.600, o nº de unidades do ´tem consumido anualmente, pela quantidade do pedido. 2 – Estoque médio = quantidade do pedido / 2. Prof. Ms. Alexandre Silva de Oliveira Políg. desenvolvido por Prof. Ms. Antônio Adalberto Brum Siqueira ABORDAGEM GRÁFICA Graficamente, o LEC pode ser obtido da seguinte forma: a) b) c) d) – Traça-se um eixo de coordenadas; – no eixo X, marca-se a quantidade de unidades do pedido; – no eixo Y, marca-se os custos; – no eixo de coordenadas marcam-se: * pontos que identificam a interseção da quantidade do pedido (1) com o custo anual de pedir(4). Unindo-se estes pontos obtem-se a linha indicativa do custo de emissão de pedidos. * pontos que identificam a interseção da quantidade (1) com o custo de manter essa quantidade em estoque (7). Unindo-se estes pontos obtém-se a linha indicativa do custo de manutenção do estoque. * pontos que identificam a interseção da quantidade (1) com o custo total de manter esse estoque (8). Unindo-se estes pontos obtém-se a linha indicativa do custo total, com formato de U, o que significa que existe um valor mínimo para a função. ABORDAGEM MATEMÁTICA Na abordagem matemática, a determinação do LEC pode ser feita através da expressão: 2xSxO LEC = ---------------C S = a demanda em unidades por período O = o custo de pedir por pedido C = o custo de manter estoque por unidade por período Q = a quantidade do pedido (em unidades) Deficiências do modelo do LEC: Suposição de uma taxa constante de consumo Suposição de reabastecimento instantâneo de estoques Suposição de uma demanda anual conhecida Prof. Ms. Alexandre Silva de Oliveira Políg. desenvolvido por Prof. Ms. Antônio Adalberto Brum Siqueira 205 3 - O PONTO DE REENCOMENDA É o ponto no qual se deve emitir um pedido de reposição de estoques. Expresso através de: Ptº de reencomenda = tempo p/ a reposição, em dias x demanda diária Por exemplo: A empresa sabe que são necessários dez dias para emitir e receber um pedido e se usa cinco unidades diariamente, o ponto de reencomenda será 50 unidades (10 dias x 5 unidades por dia). Assim, quando o nível de estoque atingir 50 unidades, será emitido um pedido correspondente ao lote econômico de compra. Isto significa que se forem corretas as estimativas quanto ao tempo para reposição e demanda diária de insumos, os ítens serão recebidos, exatamente quando o nível do estoque chegar a zero. Daí a necessidade de manutenção de estoques de segurança. 4 – SISTEMA MRP (Material requirement planning) Sistema utilizado para determinar o que e quando encomendar, e quais as prioridades nas emissões de pedidos de materiais. Utiliza-se dos conceitos do LEC para determinar quais quantidades devem ser pedidas. O sistema MRP força a empresa a pensar de uma forma global acerca de suas necessidades de estoques para, assim, poder efetuar adequadamente seus planos de produção. 5 – SISTEMA JUST-IN-TIME (JIT) Sistema de administração que minimiza o investimento em estoques através do recebimento dos insumos de produção no exato momento em que são requeridos na produção. 206 ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES - exercícios 1 – 18.2 Gitman p 722 A Thompson Paint Company utiliza-se de 60.000 galões de pigmentos por ano. O custo de cada pedido é de R$ 200,00, e o custo anual de manter estoques de pigmentos é de R$ 1,00 por galão. A empresa utiliza essa matéria-prima a uma taxa constante ao longo do ano. A) – Calcule o LEC. B) – Calcule o custo total do plano sugerido pelo LEC. C) – Determine o número total de pedidos sugeridos pelo plano. D) - Admitindo que o recebimento de um pedido se dá vinte dias após sua emissão, determine o ponto reencomenda em termos de galões de pigmentos. (Nota: ano de 360 dias). 2 – 18.13 Gitman p 726 A Newton, Inc. tem dezesseis diferentes itens em estoque. A lista da quantidade média de cada um desses ítens estocados, bem como seus custos unitários é fornecida abaixo. A empresa deseja introduzir o sistema ABC de administração de estoques. Sugira uma subdivisão dos ítens em classificações de A, B e C. Justifique sua seleção e indique os ítens que seriam considerados limítrofes. Item 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Quantidade média de Unidades em estoque 1.800 1.000 100 250 8 400 80 1.600 600 3.000 900 65 2.200 1.800 60 200 Custo médio por unidade R$ 0,54 8,20 6,20 1,20 94,50 3,00 45,00 1,45 0,95 0,18 15,00 1,35 4,75 1,30 18,00 17,50 3 – 18.14 – Gitman p726 A Knoll Manufacturing usa 10.000 unidades de matéria-prima por ano, de forma contínua. A empresa estima que o custo de manter uma unidade em estoque é R$ 0,25 por ano. A emissão e o processamento de um pedido adicional para estoque custam R$ 200,00 por pedido. A) – Quais são os custos anuais de pedir, de manter e total de estoque, se a empresa fizer pedidos em quantidade de 1.000, 2.000, 3.000, 4.000, 5.000, 6.000 e 7.000 unidades? B) – Trace em gráfico os custos de pedir, de manter e total (eixo dos y) relativos à quantidade do pedido (eixo dos x). Assinale o LEC. C) – Com base em seu gráfico, de quantas unidades consistiria seu pedido? Isso é compatível com a equação do LEC? Justifique sua resposta. 207 ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO A análise do ponto de equílibrio (BREAK-EVEN POINT) permite compreender como o lucro pode ser afetado pelas variações nos elementos que integram as receitas de vendas e os custos e despesas totais. De forma geral, um PONTO DE EQUILÍBRIO pode ser definido como o NÍVEL DAS OPERAÇÕES NO QUAL A EMPRESA NÃO TERÁ LUCRO NEM PREJUÍZO. Para a obtenção do ponto de equilíbrio (PE), deve-se estabelecer as relações entre custos, receitas e produção. Para tal, podem ser utilizados tanto os dados estimados como os dados históricos. CUSTOS (E DESPESAS) FIXOS Custos fixos (e despesas fixas) são aqueles que, dentro de um mês (ou outra unidade de tempo), assumem determinado valor independentemente de nesse mesmo mês a empresa ter um nível maior ou menor de atividade. Ex.: Depreciação, aluguéis, iluminação, arrendamento mercantil,etc... CUSTOS (E DESPESAS) VARIÁVEIS São aqueles que, dentro de certo mês (ou outra unidade de tempo), têm o seu valor total determinado exatamente como decorrência direta do nível de atividade da empresa, isto é, aumentam ou diminuem direta e proporcionalmente com as flutuações ocorridas na produção e vendas. Ex.: Consumo de matérias-primas e de outros materiais de produção, energia industrial, embalagens, fretes, comissões sobre vendas, etc... CUSTOS (E DESPESAS) SEMIFIXOS OU SEMIVARIÁVEIS São aqueles que possuem parte fixa e parte variável. Para a determinação do PE é preciso que se faça a separação de qual é a parcela fixa e qual é a variável. Para isto, a experiência e o julgamento pessoal são fundamentais. Ex.: Vendedores - salário fixo + comissões Gasto com energia elétrica (indústria) - demanda e consumo. OBS: O fundamental na classificação dos custos, é a unidade de tempo e não a unidade de mercadoria, produto ou serviço. Por exemplo, a embalagem, por 208 unidade produzida, é de valor constante, mas não é chamada custo fixo e sim variávle, porque o básico é saber se o total de embalagens, por unidade de tempo, varia ou não conforme o nível de atividade. RELAÇÕES LINEARES Um enfoque prático adotado na análise do ponto de equilíbrio supõe que as receitas de vendas, os custos variáveis e os custos fixos comportem-se linearmente. Não havendo nenhuma atividade, as receitas e os custos variáveis seriam nulos e ocorreria certo montante de custos fixos. Ampliando o volume de operações, as receitas de vendas e os custos variações cresceriam linearmente. Isto significa que os preços de venda e os custos variáveis unitários seriam os mesmos para qualquer volume, com os custos fixos permanecendo inalterados. Tais simplificações facilitam a compreensão inicial das relações custo-volume-lucro. REPRESENTAÇÃO DOS ELEMENTOS Vamos considerar o caso da existência de um único produto: Q = quantidades produzidas e vendidas (não há estoque). P = preço unitário de venda (havendo descontos por quantidades, este valor unitário refletiria a média ponderada dos diferentes preços). V = custo variável unitário (valor médio unitário do conjunto de custos e despesas variáveis). Fo = custos operacionais fixos (valor total). Ff = Despesas financeiras (valor total líquido), consideradas fixas por não variarem proporcionalmente com a produção e as vendas). P x Q = receita total de vendas. V x Q = custo variável total. Ft = custo fixo total = Fo + Ff 209 A partir desses elementos, a demonstração do resultado teria a seguinte estrutura: Receita de vendas ....................................... PxQ (-) CMV (custo variável total) ....................... VxQ = Lucro Bruto (margem de contrib. total) .... Q(P - V) (-) Desp. Operac. (custos operac. fixos) ..... Fo = Lucro operac. (antes dos juros e impostos) LAJIR (-) Juros (despesas financeiras) .................. Ff = Lucro antes dos impostos ........................ LAIR (-) Provisão para Imposto de Renda ........... IR = Lucro líquido após IR ............................... LL (-) Dividendos de ações preferênciais = Lucros disponíveis p/ Acionistas comuns Lucros por Ação (LPA) 210 Admita-se, por exemplo, que uma empresa fabricante de automóveis tenha a seguinte característica em termos de gastos: Custos e Despesas Variáveis (V) = R$ 22.000,00/unidade Custos e Despesas Fixas (Fo) = R$ 80.000.000,00/mês Preço Unitário (P) = R$ 30.000,00/veículo Com isso, em cada unidade produzida e vendida há uma ¨sobra¨de R$ 8.000,00, visto que o preço é de R$ 30.000,00 e os custos e despesas variáveis são de R$ 22.000,00. Para obter ¨sobras totais¨suficientes para a cobertura dos custos e despesas fixos totais de R$ 80.000.000,00 basta dividir essa importância pela ¨sobra unitária¨de R$ 8.000,00. Isso leva à conclusão de que são necessários 10.000 veículos por mês para se chegar ao Ponto de Equilíbrio, ou seja, uma receita total de R$ 300 milhões. MARGENS DE CONTRIBUIÇÃO MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO UNITÁRIA (MCU) É igual a diferença entre a Receita de Venda (P) de uma unidade e a soma dos Custos e Despesas Variáveis dessa mesma unidade. MCU = P - V Obs: Não incluindo redutores de Receita Bruta como Despesa (ICMS, PIS-faturamento, etc...) a Margem de Contribuição Unitária será definida como a diferença entre a Receita Líquida e a soma dos Custos e Despesas Variáveis de certo produto. 211 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO TOTAL (MCT) Corresponde a parcela remanescente das Receitas de Vendas após seremdeduzidos os Custos e Despesas Variáveis Totais. MCT = P x Q - V x Q = Q x (P - V) ou simplesmente MCT = MCU x Q LUCRO ANTES DOS JUROS E IMPOSTOS (LAJI ou LAJIR) É igual a Margem de Contribuição Total menos os Custos Operacionais Fixos. LAJIR = MCT - Fo 212 TIPOS DE PONTO DE EQUILÍBRIO 1 - SOB O PONTO DE VISTA CONTÁBIL 1.1 - PONTO DE EQUILÍBRIO OPERACIONAL (PEO) Corresponde ao nível de atividade em que as Receitas de Vendas são iguais ao total dos Custos e Despesas Operacionais, variáveis e fixos, determinando um LAJIR = 0. Nesse nível, a Margem de Contribuição Total (MCT) é igual aos Custos Operacionais Fixos (Fo). Assim, PEO P x Q = V x Q + Fo P x Q - V x Q = Fo Q x (P - V) = Fo Então, LAJIR = 0 Fo Q = ---------P - V Ou seja, o PEO, em quantidades é obtido pela divisão dos Custos e Despesas Fixos Totais pela Margem de Contribuição Unitária. Exemplo: A Indústria ABC fabrica apenas um produto e projetou os seguintes dados para o próximo exercício: * Preço unitário de venda (P) = R$ 10,00 * Custo variável unitário (V) = R$ 4,00 * Custos fixos (F0) = R$ 27.000,00 * Custos fixos financeiros (Ff) = R$ 3.000,00 Com essas informações o PEO em Quantidades é: Fo PEO Q = ----------- = P - V 27.000,00 ------------------- = 4.500 unidades 10,00 - 4,00 213 Graficamente, temos: Para obter o PEO em reais, basta multiplicar essas unidades pelo preço unitário, isto é, 4.500 unidades x R$ 10,00 = R$ 45.000,00; Não sendo conhecidas as quantidades, basta multiplicar os dois membros da igualdade Q = Fo / P - V pelo preço unitário (P), ficando Fo P x Q = ----------------(P - V) / P No exemplo, 27.000,00 P x Q = ---------------------------- = 45.000,00 (10,00 - 4,00) / 10,00 214 1.2 - PONTO DE EQUILÍBRIO GLOBAL (PEG) É obtido quando as Receitas Totais (PxQ) igualam os Custos e Despesas Totais. Nesse ponto a Margem de Contribuição Total (MCT) é igual ao valor dos Custos Fixos Totais (Ft). O PEG, em quantidades, é obtido pela divisão dos Custos Fixos Totais pela Margem de Contribuição Unitária. Isto é, Fo + Ff Ft PEG Q = ----------- = ---------P-V P - V LAIR = 0 Ft Q = ----------P - V No exemplo dado, temos: Ft PEG Q = ----------P - V 27.000,00 + 3.000,00 = ----------------------------- = 5.000 Unidades 10,00 - 4,00 Em reais, o PEG será dado por : Ft 30.000,00 P x Q = ---------------- = ------------------------------ = R$ 50.000,00 (P - V) / P (10,00 - 4,00) / 10,00) Graficamente, temos: Ft Fo 215 A partir das igualdades básicas Q = --------P-V e Q = ---------P-V que definem os Pontos de Equilíbrio, em unidades, podemos determinar qualquer dos seus elementos e, até mesmo calcular o volume de vendas correspondente a certo lucro desejado. Para generalizar, representemos por F os Custos Fixos que poderão corresponder a “Fo” ou a “Ft”. Sendo a Receita Total de vendas (P x Q) igual ao Custo Variável Total (V x Q) mais os Custos Fixos (F) e Q correspondendo ao Ponto de Equilíbrio, temos a expressão PxQ = VxQ+F Da igualdade anterior podemos encontrar: O preço unitário de venda VxQ + F P = -----------------Q O custo variável unitário PxQ - F V = ------------------Q Os custos fixos que determinam LAIR = 0 F = Q x (P - V) A quantidade de vendas que determinam diferentes níveis de LAIR Ft + LAIR Q = ------------------P - V 216 A) - No exemplo da Indústira ABC, onde V = R$ 4,00, Fo = R$ 27.000,00 e Q = 4500 unidades, qual seria o preço unitário de venda que resultaria em um LAJI = 0? VxQ + F [(4,00 x 4.500) + 27.000,00] P = ---------------- = -------------------------------------- = 10,00 Q 4.500 B) - Dado V = 4,00 , P = 10,00 e Q = 5.000. Qual o total de custos fixos para LAIR = 0? Ft = Q x (P - V) = 5.000 x ( 10,00 - 4,00) = 30.000,00 C) - Dado P = 10,00, Ft = 30.000,00 e Q = 5.000. Qual deveria ser o custo variável unitário para se obter o LAIR = 0? PxQ - F [(10,00 x 5.000) - 30000,00] V = ----------------- = --------------------------------------- = 4,00 Q 5.000 D) - Dado P = 10,00, V = 4,00 e Ft = 30.000,00. Qual seria a quantidade de vendas que determinaria LAIR = 6.000,00? Ft + LAIR 30.000,00 + 6.000 Q = ------------------ = ---------------------------- = 6.000 unid. P - V 10,00 - 4,00 217 RESULTADOS PROJETADOS PARA A INDÚSTRIA ABC Unidades Vendidas ...................... Q ....... 4.500 ......... 5.000 ....... 6.000 Preço Unitário de Venda .............. P ........ 10,00 .........10,00 ....... 10,00 Custo Variável Unitário ................ V ........ 4,00 ......... 4,00 ....... 4,00 Margem de Contribuição Unitária . P - V ..... 6,00 ........ 6,00 ....... Receitas de Vendas .................... P x Q .... 45.000, ...... 50.000, ..... 60.000, Custos Variáveis .......................... V x Q ....(18.000,) ..... (20.000,) ... (24.000,) 6,00 Margens de Contribuição ............ Q x P - V)... 27.000, ...... 30.000, ... 36.000, Custos Operacionais Fixos ........... Lucro Operacional ...................... Despesas Financeiras ................ Resultado antes do IR ............... Fo ... (27.000,)...... (27.000,)... (27.000,) LAJIR .... Ff 0 ...... 3.000, ... 9.000, .... (3.000,) ...... (3.000,) ... (3.000,) LAIR ... (3.000,) ...... 0 ... 6.000, 218 2 - SOB O PONTO DE VISTA ECONÔMICO (PEE) Na prática, o que a empresa persegue é um lucro mínimo representado pelo custo de oportunidade do investimento feito pelos sócios, ou seja, um lucro mínimo que compense o investimento realizado. O ponto onde se obtém esse lucro mínimo é denominado Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE), e será obtido através da expressão Custos e Despesas Fixos Totais + Lucro Mínimo PEE = ------------------------------------------------------------------------Margem de Contribuição Unitária / Preço Unitário ou Ft + Lucro Mínimo PEE = ------------------------------(P - V) / P Com os dados do exemplo que está sendo usado e com um custo de oportunidade (lucro mínimo) de R$ 6.000,00, o PEE será 30.000,00 + 6.000,00 PEE = ------------------------------- = R$ 60.000,00 (10,00 - 4,00) / 10,00 3 - SOB O PONTO DE VISTA FINANCEIRO (PEF) Na realidade nem todos os custos e despesas fixos são desembolsáveis (por exemplo, depreciação). Assim é possível, que mesmo abaixo do Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC), a empresa possa arcar com seus encargos que exigem desembolso. Tem-se aí o Ponto de Equilíbrio Financeiro, que será obtido através da expressão Ft - Despesas não desembolsáveis PEF = ----------------------------------------------------(P - V) / P No exemplo usado e considerando uma depreciação no valor de R$ 3.000,00, o PEF será 30.000,00 - 3.000,00 PEF = -------------------------------- = R$ 45.000,00 (10,00 - 4,00) / 10,00