A EFICÁCIA DA EQUOTERAPIA NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS PORTADORAS DO TEA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Bianca Tatiane Araujo1 Thairine Camargo dos Santos RESUMO Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista, Equoterapia e Família. Tema e justificativa: A equoterapia ferramenta de suma importância no tratamento de diversos transtornos e outras necessidades especiais. O objetivo deste artigo é através do relato de experiência junto ao levantamento bibliográfico, demonstrar a importância da equoterapia como auxilio no tratamento de crianças portadoras do transtorno do espectro autista. A equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais. O TEA é uma condição geral para um grupo de desordens complexas do desenvolvimento. Esses distúrbios se caracterizam pela dificuldade na comunicação social e comportamentos repetitivos. A utilização do cavalo na equoterapia tem uma grande função psíquica, pois reforça e modifica comportamentos desejados, além de ser cinesioterápica, pois é um conjunto de atividades físicas que tem finalidade terapêutica e estimulam boa parte dos músculos do corpo, o que para a criança portadora do TEA, é de extrema importância. No campo da psicomotricidade, pode-se observar o aprendizado de movimentos ritmados, uma melhora no equilíbrio, maior segurança motora e a percepção corporal (GAVARINI, 1997). Essa modalidade terapêutica também ajuda na postura do paciente, no emocional, na percepção externa e também no convívio social, sendo benéfico principalmente à pacientes com transtorno de espectro autista. Objetivos: Realização de atividades lúdicas no período pré e pós equoterapia, onde buscou-se observar as alterações nos comportamentos das crianças; estas atividades foram realizadas em um centro de equoterapia, na cidade de Curitiba-PR. Metodologia: Este estudo trata-se de um relato de experiência com abordagem qualitativa e levantamento bibliográfico acerca da equoterapia como auxilio no tratamento de crianças portadoras do transtorno do espectro autista. Foram realizadas 8 visitas no centro de equoterapia, onde o instrumento utilizado foram intervenções na sala de espera com os participantes, como forma de melhoria de qualidade de vida do praticante e seu responsável, com o auxílio da equipe multidisciplinar. Resultados e discussões: Pode-se notar uma grande diferença nos comportamentos das crianças antes e depois da equoterpia, que tinha duração 1 Acadêmicas do curso de psicologia do oitavo período da Faculdades Pequeno Príncipe (FPP), Curitiba - PR. de quarenta minutos. A família acompanhava a criança durante este processo, que acontece semanalmente. A família tem papel fundamental no tratamento do transtorno do espectro autista. Para PEREIRA (2011) A aceitação dos pais também é um aspecto delicado que surpreende após um diagnóstico de autismo. Portanto, buscar ajuda de profissionais, de métodos e apoio de instituições são passos primordiais para que os portadores do TEA possam sair do círculo vicioso de isolamento social, falta de comunicação e falta de compreensão. Pode-se notar que as famílias participantes das intervenções possuem uma boa compreensão sobre o diagnóstico do filho, sendo possível observar que esta compreensão auxiliou na busca da equoterapia, com o objetivo de adaptar à realidade de forma lúdica e didática aos interesses da criança ou adolescente. A Equoterapia em pacientes com transtorno de aspecto autista auxilia ainda na parte de reintegração social, pois há um contato do indivíduo com outros pacientes, com a equipe e com o animal, aproximando-o da sociedade na qual convive. Com isso, o cavalo torna-se muitas vezes atraente para o paciente autista estimulando seu contato visual, o tato e a expressão corporal, melhorando muitas vezes o seu convívio social, (FREIRE, 2009). Durante as intervenções foram utilizados de brinquedo para uma aproximação das acadêmicas com as crianças, na sala de espera. O uso de brinquedo durante o trajeto e espera é um grande auxiliar para que o paciente consiga ficar um pouco mais relaxado, assim como recompensas quando o seu comportamento é desejável para que ele o mantenha alcançando assim o comportamento almejado (BRENTANI, 2013).Considerações finais: O trabalho realizado a partir de intervenções com crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista, no processo de equoterapia foi muito satisfatório. Pode-se comprovar a eficiência deste trabalho psicoterápico por meio de observação, intervenções com brinquedo lúdicos na sala de espera, entrevista com a equipe interdisciplinar e relatos dos familiares. O que parece ser um simples passeio a cavalo, são crianças em tratamento. Elas cavalgam rumo a uma melhor qualidade de vida, sendo que o movimento em cima do cavalo reproduz o andar humano, o que faz com que a pessoa consiga um maior equilíbrio motor e, consequentemente, um maior equilíbrio emocional. REFERÊNCIAS BRENTANI, H. et al; Autism spectrum disorders: an overview on diagnosis and treatment; Revista Brasileira de Psiquiatria, 2013; acessado em > www.scielo.br/pdf/rbp/v35s1/15164446-rbp-1516-4446-2012-S0062.pdf FREIRE, H. B; O Autista Na Equoterapia, Mato Grosso do Sul,2009. GAVARINI, G. Aspectos Teóricos da Reabilitação Eqüestre, Pará, 1997J. HOCCHMAN, Histoire de l´autisme. Paris :Odilejacob, 2009. p. 27; JERUSALINSKY, A. (2007). Psicanálise e desenvolvimento infantil (4a ed.). Porto Alegre: Artes e Ofícios; KANNER, L. Autistic disturbances of affective contact. Nervous Child. 1943;2:21750; MEIRA, A. M. (1996). Quando o ideal falha. In Escritos da criança n. 4. (pp. 67-69). Porto Alegre: Centro Lydia Coriat. PEREIRA, Cyelle Carmem Vasconcelos (2011). Autismo e Família: participação dos pais no tratamento e desenvolvimento dos filhos autistas. (pp. 51-58). João Pessoa: Facene/Famene. PERLS, F. S.; HEFFERLINE, R.; GOODMAN, P. Gestalt-terapia. 2ª Ed. São Paulo: Summus, 1997. 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