alçamento de clíticos e o estatuto da preposição funcional no

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A SINTAXE DE CLÍTICOS EM ORAÇÕES NÃO-FINITAS DO PORTUGUÊS CLÁSSICO
Aroldo Leal de Andrade (UNICAMP/FAPESP)
Palavras-chave: clíticos, orações não-finitas, elementos intervenientes
Os clíticos em contextos não finitos do português clássico podiam ocorrer em diversas posições, em próclise ou
ênclise, tanto ao verbo finito matriz quanto ao verbo não-finito encaixado. O fenômeno chamado de alçamento
de clítico refere-se ao licenciamento do clítico na oração matriz, o que suscita debates devido a sua dependência
semântica ao predicado encaixado. Sua ocorrência se restringe a determinados verbos auxiliares em línguas de
sujeito nulo. O estudo realizado teve como objetivo descrever os padrões de cliticização encontrados em textos
do Português Clássico, especialmente no testemunho de Pero de Magalhães Gandavo - História da Província de
Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil, publicado em 1576 e presente no Corpus Tycho Brahe considerando, entre outras variáveis, a ocorrência de elementos intervenientes entre o verbo auxiliar e o verbo
principal, tais como preposições, adjuntos e complementos prepostos. A partir dos dados obtidos, discuto a
aplicação de diferentes propostas vinculadas ao quadro teórico da gramática gerativa, como as de Roberts (1997)
e Cardinaletti & Shlonsky (2004), a primeira baseando-se no movimento de núcleos sintáticos, e a segunda,
considerando duas posições para o clítico, sendo a posição oracional, mais alta, a que resulta no “alçamento”.
Os resultados da pesquisa confirmaram a preferência pelo alçamento nos contextos relevantes, e apontou fatores
que podem explicar a variação encontrada, como a relação com o fenômeno da interpolação do clítico.
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