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DISCURSO PROFERIDO PELO DEPUTADO MAURO BENEVIDES
NA SESSÃO SESSÃO DE 29 DE MAIO DE 2009
SENHOR PRESIDENTE
SENHORAS E SENHORES DEPUTADOS:
No século que se passou, desde o primeiro número
do Correio Riograndense, a mídia sofreu mudança radical,
do telégrafo para a Internet, do preto-e-branco para o
colorido,
das
notícias
atrasadas
para
as
notícias
instantâneas. Mudou até a língua em que o jornal era
impresso, do italiano para o português. Só uma coisa não
se alterou: a credibilidade sempre merecida por nosso
homenageado, editado pelos frades franciscanos no interior
gaúcho e tendo por meta a defesa do Bem e da Verdade.
Em seu primeiro número, em 13 de fevereiro de 1909,
o fundador do jornal citava o Papa São Pio X: “A imprensa
é para as almas como o alimento para o corpo. Pode
resultar em vida ou em morte; depende de sua qualidade.“
Ora, a qualidade da informação de nosso homenageado foi
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o estofo que permitiu sua sobrevivência nestes cem anos,
durante os quais o Brasil assistiu à promulgação de 4
Constituições diferentes.
Antes, o semanário era um veículo da identidade dos
agricultores de origem italiana; hoje, é um veículo da
preferência dos descendentes de colonos de todos os
Estados do Sul, mesmo que, hoje, já tenham migrado para
outras regiões do País, ou mesmo para o exterior. O
Correio circula, principalmente, em quase 300 municípios
dos três Estados sulinos, do Mato Grosso do Sul e do Mato
Grosso; mas as ondas migratórias gaúchas levaram-no a
todas as Unidades Federada, nas quais os gaúchos se
estabeleceram para plantar, do Ceará e do Piauí a Goiás,
de Rondônia ao Amapá, e até ao Paraguai e à Bolívia.
Economia familiar, higiene, dicas de agricultura,
medicina prática: todos os conhecimentos necessários à
vida do campo vieram sendo transmitidos por nosso
homenageado, em português, italiano ou dialetos do
italiano e do alemão. Muitos colonos aprenderam a ler e a
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entender o mundo pelas páginas deste veículo de
comunicação social, o sexto mais antigo do Rio Grande do
Sul, e um dos mais conhecidos do Continente.
Antes restrito à comunidade de imigrantes italianos,
expandiu-se, também, para colônias alemães e polonesas,
e para os brasileiros em geral. Sendo um semanário
construído e mantido sob a responsabilidade dos padres
franciscanos, o crescimento do número de seus leitores
não levou o jornal para o campo do partidarismo político,
que tantas vezes desvirtua e passionaliza os órgãos da
imprensa.
Falamos
de
um
século
de
isenção
partidária,
Senhoras e Senhores, um recorde difícil de ser obtido por
qualquer outro jornal brasileiro. O nosso jornal nasceu com
o nome La Libertá, passou a se chamar Il Colono Italiano,
depois Stafetta Riograndense até que, em 1941, a Ditadura
exigiu que todos os jornais brasileiros tivessem nomes em
português, e nessa língua fossem editados. Em italiano ou
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em português, tratamos aqui de um marco do jornalismo do
Mercosul.
Srs e Sras. Convidados
Hoje, as restrições quanto à língua não são tão
estritas como na época da Ditadura de Vargas, e o Correio
publica textos em italiano, em vêneto e outros dialetos
europeus. O fato é que, independentemente da língua, o
jornal serviu como alfabetizador e formador cultural de
várias gerações, a par do caráter de evangelizador. Foi um
instrutor agrícola muito eficiente, muito antes da criação da
Embrapa e órgãos assemelhados.
O Correio Riograndense é, pois, um excelente
exemplo de que os bons jornais podem sobreviver aos
novos meios de comunicação, surgidos nas últimas
décadas. Nossos votos de que ele continue vigoroso no
próximo século de vida, e que continue a se expandir,
assegurando número mais expressivo do povo ledor das
áreas geográficas em que chegam os seus exemplares.
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É este, assim, o testemunho de admiração do PMDB,
por seu líder nesta Casa, e por mim que o substituo nesta
Sessão Magna.
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