Resenha da Internet – Quarta, 24/2/99 “O Real 2 está a caminho” O coordenador da Consulta Popular do MST demonstra que o ajuste fiscal é insustentável, e adverte: o governo prepara a dolarização da economia, a submissão à ALCA e a entrega das estatais que simbolizam a luta pela independência nacional Por que há tanto mistério em torno das negociações entre o Palácio do Planalto e o FMI? Que motivos levaram o governo Fernando Henrique a assumir o desgaste de indicar, para a presidência do Banco Central, um funcionário do megaespeculador George Soros? Que explica a paralisia do Brasil e da Argentina diante dos sinais crescentes de inviabilização do Mercosul, depois que o real despencou? Por que os jornalões deixaram de publicar as estatísticas que demonstravam a inconsistência do “ajuste fiscal” proposto ao Congresso pelo Executivo? privatização das estatais que simbolizam a luta pela independência nacional; abandono do Mercosul e aceitação passiva da hegemonia norte-americana sobre todo o continente. Benjamin trabalha com fatos. Ele aponta, em primeiro lugar, uma série de inconsistências nas previsões do governo e da imprensa sobre a capacidade de manter as contas externas equilibradas e a inflação sob controle. Em seguida, alinha uma série de decisões do governo que sugerem clara opção pelo pior caminho. Por fim, expõe a lógica de submissão que está por trás do “novo” esquema – na verdade, muito semelhante ao que a Inglaterra impunha a seu império colonial... O editor César Benjamin, ”Ó, pra vocês!” um dos estudiosos mais Segundo Benjamin, profundos das transformagoverno trama ções que marcaram a ecotrês mudanças nomia brasileira nos últimos Coordenador da “Consulta drásticas, capazes de anos, acaba de formular Popular” – a série de debauma hipótese perturbadora tes que o MST e outros modestruir a própria para estas questões. Govimentos populares promocapacidade do país verno brasileiro, FMI e vem para tentar chegar a um planejar seu futuro grandes fundos de investinovo projeto de desenvolvimentos privados estariam preparando, por mento para o Brasil – Benjamin concedeu a trás dos bastidores, o Real 2. O novo proentrevista que segue a um grupo de particigrama implicaria em três mudanças drástipantes deste esforço. A edição final é da “Recas, capazes de destruir a própria capacidade senha”. O texto original pode ser solicitado do país planejar seu futuro. Elas seriam: doao próprio Benjamin, pelo email larização aberta ou disfarçada da economia; [email protected]. Como você caracteriza a situação brasileira atual? O Plano Real desmoronou, como prevíamos. Durou mais que os outros porque pôde contar com uma quantia gigantesca de recursos externos, tomados sob a forma de empréstimos ou arrecadados pela venda do patrimônio público. Justamente por isso, sua falência terá conseqüências muito mais desastrosas. Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e o que resta do setor elétrico, além de franquear ainda mais o nosso território para as operações do grande capital globalizado. Essas medidas são tão violentas, em termos de perda de soberania e desnacionalização, que só podem ser adotadas se forem criadas condições políticas especiais, com grande fragilização da sociedade. É este, a meu ver, o sentido do processo que vivemos. Se ele for conduzido até o fim com êxito, o Brasil deixará de contar com as instituições e os instrumentos mínimos necessários para elaborar qualquer projeto próprio. Desde um ponto de vista nacional, não se pode mais dizer que exista uma política econômica, pois este conceito pressupõe um conjunto de medidas coerentes, sustentadas no tempo, tendo em vista uma determinada estratégia. Não temos mais “São medidas isso no Brasil. Estamos entrando em um doloroso e tão violentas, prolongado período de emem termos de perda pobrecimento da nossa sode soberania e ciedade, com renda e prodesnacionalização, dução em queda. Vamos por partes. O que significa o “conselho da moeda”? Este era o modelo institucional adotado no antigo que só podem Império Britânico. As colôIsso coloca no centro da ser adotadas se forem nias não tinham autonomia luta política, pelo menos, para emitir suas próprias criadas condições duas questões. A primeira: moedas, e por isso não políticas especiais, como esse empobrecicontavam com um Banco com grande mento será distribuído enCentral. Tinham apenas um tre a sociedade, ou seja, fragilização da sociedade. “conselho” que era autoriquem pagará mais, quem O Brasil zado a emitir uma quantidapagará menos e quem de de moeda proporcional à deixaria de contar ainda conseguirá ganhar? quantidade de libras que o com as instituições e A segunda: no médio e Banco Central da Inglaterra os instrumentos mínimos longo prazos, quais serão tornasse disponíveis para necessários os desdobramentos da crise elas. A criação de uma atual, ou seja, quais as conpara elaborar moeda própria, com uma seqüências estratégicas da qualquer projeto autoridade pública detendo nova situação? o monopólio de sua emissão próprio” e autonomia para emiti-la, é Quais os planos do goverparte fundamental do processo de criação das no? nações independentes. Acumulam-se indícios — de forma tão coerente, que não podem ser coincidência — de Estou, portanto, dizendo algo muito grave, que estamos entrando em uma nova fase de que vou tornar ainda mais claro: o próximo um projeto muito ambicioso, de grande alpasso do projeto hegemônico em curso é descance estratégico. Se estou na pista certa, essa truir a moeda nacional, oficializando a transfase deverá desembocar em três medidas funformação do Banco Central em uma filial do damentais: (a) transformar o Banco Central Banco Central dos Estados Unidos. do Brasil naquilo que os economistas chamam de “conselho da moeda”, que é uma traPor que você imagina isso? dução da expressão inglesa currency board, Por três motivos principais. O primeiro: o como já se fez na Argentina; (b) minar o modelo de câmbio livre e flutuante, Mercosul e pavimentar o caminho para a Área recém-adotado, não poderá ser mantido por de Livre Comércio das Américas (Alca); (c) muito tempo, por motivos vou expor em completar com êxito a privatização das granseguida. Já queimamos o modelo de flutuação des estatais restantes, com destaque para a dentro de bandas. Restará a adoção do câmbio fixo, com um grau maior ou menor de dolaridida para evitá-la. Ora, a desvalorização do zação, que é o passo decisivo para a criação real coloca na ordem do dia pressões inflaciodo “conselho da moeda”. O segundo: o nárias fortes, que estão sendo subestimadas acordo com o FMI, recém-assinado, já iniciou pela imprensa. Se o dólar ficar oscilando num essa transição — que, portanto, está em curso patamar acima de R$ 1,80, as chances de —, ao atrelar a política monetária do Brasil à crise inflacionária tornam-se grandes. variação das reservas. O terceiro: essa proposta começou a ser defendida abertamente Nesse contexto, a substituição da moeda napor porta-vozes qualificados da estratégia cional pelo dólar — novamente, em nome da americana. Em 30 de janeiro, recebemos a estabilidade de preços — poderá tornar-se visita de Paul Volcker, ex-presidente do politicamente viável. Não sei o grau de consBanco Central dos Estados Unidos, que veio ciência que as autoridades brasileiras têm nos dizer o seguinte: “A tendência é de países disso. Mas estou convencido de que agentes pequenos adotarem a moeda forte do bloco poderosos já começaram a gestar as condieconômico a que pertencem.” No dia ções para um Real 2, que a esta altura me paseguinte, Rudiger Dornbusch, influente rece inevitável. Na situação atual, esses economista americano que agentes estão com a faca e acompanha de perto a situao queijo na mão para enA adoção ção do Brasil, escreveu, na curralar cada vez mais o do “currency board” Folha de S. Paulo, que “o país, de modo a, adiante, criaria uma imensa primeiro e mais imediato apresentar o fim da moeda área dolarizada, passo é que o país precisa nacional, as novas privatiformando a ante-sala adotar o currency board.” E zações e a Alca como bóia completou: “O Brasil devede salvação. O Real 2 natural da ALCA ria colocar as privatizações aprofundará, de forma em nosso continente. que ainda restam por fazer dramática, a lógica do Nos próximos meses, sobre a mesa, imediatamenReal 1. o sistema dominante te.” tentará criar as condições Quais as conseqüências? As duas coisas estão intiCriado o “currency econômicas, mamente ligadas: a adoção board”, as variáveis-chapolíticas e psicológicas do “conselho da moeda” ves de nosso desempenho para extinguir permitiria retomar as privatieconômico – a quantidade zações, que terão que ser ina moeda brasileira. de moeda em circulação terrompidas enquanto durar no Brasil, o volume de Esse, para eles, passa a a imprevisibilidade cambial. crédito disponível, o nível ser o ponto-chave” Além disso, criaria uma das taxas de juros, etc – imensa área dolarizada, que passa a depender do tamanho de nossas englobaria as duas economias relevantes da reservas de dólares. É algo que não América do Sul (Brasil e Argentina), controlamos: só nos últimos meses, elas formando a ante-sala natural da Alca em despencaram de quase US$ 70 bilhões para nosso continente. Por isso, creio que entramos menos de US$ 30 bi, devido à fuga de capiem uma fase nova. Nos próximos meses, o tais voláteis. Logo, o sistema financeiro passistema dominante tentará criar as condições sará a comandar, sem mediações, o ritmo de econômicas, políticas e psicológicas para nossa economia, e os sucessivos “ajustes” extinguir a moeda brasileira. Esse, para eles, passarão a ser eminentemente recessivos. A passa a ser o ponto-chave. menos de uma ruptura traumática, nossa condição de país periférico se tornará praticaComo se poderiam criar essas condições? mente irremovível. Se, além da recessão e do desemprego, a sociedade for exposta ao abismo de uma nova Como você vê a movimentação atual nesse crise inflacionária, ela aceitará qualquer mesentido? Não devemos subestimar a amplitude da opesuja” só poderá ser implementada se houver ração que trouxe Armínio Fraga para a prefirme apoio externo. Ou seja, o governo brasidência do Banco Central. Só motivos muito sileiro está condenado a evoluir para a fortes fariam o governo aceitar o desgaste de política cambial que os Estados Unidos dedemitir um profissional conceituado, como terminarem. Paul Volcker e Rudiger DornFrancisco Lopes, uma semana depois de sua busch já disseram qual é. aprovação pelo Senado e, em seguida, indicar para um cargo tão sensível um homem com as Como o governo justificaria isso? características de Fraga, das quais cito duas: é Essa travessia é politicamente complicada e cidadão americano e, desde 1993, alto execucontém vulnerabilidades. Pressupõe um tivo do maior grupo especulativo internaenorme enfraquecimento da nossa vontade de cional, o Soros. A dolarização da economia resistir. Humilhada, empobrecida e sem persbrasileira é de grande interesse para este pectivas, ou a nação capitula ou reage. Eles grupo, que está investindo pesadamente em estão apostando na capitulação. No momento ativos reais na América do Sul. Soros tem certo, depois da falência do regime cambial comprado grandes extensões de terra na Aratual, tudo será defendido “tecnicamente”. gentina e demonstra interesse explícito na Vale do Rio Doce, onde, aliás, já colocou um Por que o regime cambial atual não poderá pé. Creio que Fraga vem para realizar um serser mantido? viço nessa direção. Em um seminário patrociPor muitos motivos. Já lembrei que ele invianado pelo FMI, em dezembro do ano passado, biliza as privatizações. Além disso, manter ele defendeu que “estamos câmbio flutuante com um “A travessia é em um mundo no qual há Banco Central fraco e detaxas de câmbio demais e politicamente complicada vendo bilhões em títulos da moedas demais”. dívida interna indexada ao e contém dólar é entregar carne fresca vulnerabilidades. a leões famintos. Por que a dolarização é Pressupõe importante para o grupo um enorme Soros? Você se referiu antes ao Porque as grandes operaenfraquecimento enfraquecimento do Merções internacionais exigem cosul... da nossa vontade um horizonte previsível Esse é outro motivo pelo de resistir. para o câmbio. Se ele osqual o regime atual terá que Humilhada, empobrecida ser abandonado. O Mercocila sem parar, ou se pode e sem perspectivas, oscilar bruscamente de sul não resistirá à convivênou a nação capitula, uma hora para outra, essas cia de dois regimes camoperações se inviabilizam, biais opostos, praticados ou reage. Eles estão pois os ganhos e perdas se pelas duas economias releapostando tornam imprevisíveis. vantes (câmbio fixo na Arna capitulação. Como o governo continua gentina, câmbio livre no Depois da falência a dizer que cumprirá a Brasil). A Argentina — que, do regime cambial atual, meta de arrecadar US$ 20 segundo o presidente Mebilhões este ano com as tudo será defendido nen, tem “relações carnais” novas privatizações, e com os Estados Unidos — tecnicamente” como ninguém espera uma exigirá uma compatibilizaestabilização do câmbio a curto prazo através ção das políticas e alegará que não pode altedo “mercado”, a livre flutuação terá que ser rar a sua, que é a base de seu modelo. Paraabandonada. Há duas possibilidades. Ou vadoxalmente, se ambos os países convergirem mos para um regime que os economistas para o sistema fixo, referenciado no dólar, chamam de “flutuação suja”, em que o Banco isso será um imenso impulso para a formação Central intervém no mercado sempre que da Alca e o fim do Mercosul. Também aqui, considerar necessário, ou vamos para o câmas coisas se encaixam. bio fixo. A primeira hipótese implica a disposição permanente de queimar reservas, que já estão muito baixas. Portanto, a “flutuação Por que a Alca não nos interessa? Porque elimina o espaço econômico brasileiro, integrando-o em um espaço mais amplo, cujo centro de gravitação será a poderosa economia americana. es. Nossa necessidade de financiamento externo permanece altíssima, desproporcional às reservas, e é equivalente a 40% de todos os recursos que estarão disponíveis no mundo para os chamados “mercados emergentes”. Vamos recapitular: o “conselho da moeda” elimina a moeda nacional, a Alca elimina o Você disse que a imprensa está subestimanespaço econômico nacional e as novas prido o impacto inflacionário da desvalorização vatizações eliminam o que resta das empresas do real. Por quê? estratégicas de base nacional. Garanto que A imprensa tem cometido três grandes erros tudo isso entrará em pauta brevemente, semde avaliação. O primeiro é este a que já me pre com alegações referi. A Fipe apresentou “técnicas”. Se eles “O ‘ajuste fiscal’ não é sério. um cálculo que só leva vencerem, o Brasil será em conta o impacto diSe tudo der certo, transformado em uma reto da desvalorização o governo espera arrecadar ficção, uma farsa. Nem sobre os preços dos bens R$ 28 bilhões seleção de futebol deimportados. É de uma cente teremos, pois ela já com as pesadas medidas ingenuidade comovente. foi vendida à Nike. que está tomando. Mas a Os preços dos produtos soma das dívidas dolarizadas fabricados aqui com O governo continua decomponentes importados desse mesmo governo — positando esperanças no aumentarão, os preços a dívida externa líquida e a ajuste fiscal... internos dos bens exdívida interna sujeita a — Isso não é sério. Está portáveis aumentarão, os jogando para a platéia. Se correção cambial — preços dos bens fabricatudo der certo, o governo experimentou dos aqui que enfrentam espera arrecadar R$ 28 concorrência de imporum aumento imediato bilhões com as pesadas tados aumentarão, e asde R$ 32 bilhões medidas que está tomanpor diante... Ou seja, com a desvalorização do real. sim do. Mas, a soma das dívio contágio se espalhará das dolarizadas desse Só aí o para um universo muito mesmo governo — a ajuste foi para o ralo” maior de bens, que podívida externa líquida e a demos estimar em, pelo dívida interna sujeita a correção cambial — menos, 40% do PIB. Atingirá, também, os sofreu aumento imediato de R$ 32 bilhões serviços recentemente privatizados, como com a desvalorização do real. Só aí o ajuste comunicações e energia elétrica, pois os opefoi para o ralo. Esse prejuízo vai aumentar, radores estrangeiros fizeram dívidas em pois, antes da desvalorização, o Banco Cendólares, aumentaram a presença de compotral vendeu cerca de US$ 15 bilhões no mernentes importados ou têm tarifas diretamente cado futuro e terá que entregá-los pela cotavinculadas ao dólar. Ninguém sabe ainda qual ção antiga. Por outro lado, se a taxa de será o impacto das desvalorizações sobre o crescimento da economia ficar negativa em sistema de preços. É certo, no entanto, que em 4% em 1999, como hoje quase todos admimarço e abril a inflação será visível para a tem, o governo deixará de arrecadar cerca de população. Sem reajustes salariais, já aí todos R$ 25 bilhões em impostos. Nesse quadro, perceberão claramente que estão ficando mais não há ajuste fiscal possível. pobres. E a situação das contas externas? Em 1999, vencem US$ 30 bilhões de títulos externos. Dependendo do desempenho das importações e exportações, e de itens como pagamento de juros, viagens ao exterior, fretes e seguros, a necessidade total de financiamento externo ficará entre US$ 52 bilhões e US$ 62 bilhões. No momento, temos reservas próprias de mais ou menos US$ 27 bilhõ- As previsões do governo, que fala em grande aumento das exportações, são confiáveis? Haverá uma melhora na balança comercial, mas principalmente pela contração de importações, e não pela explosão de exportações. Uma economia que se empobrece compra menos no exterior. O segundo erro da imprensa é superestimar o os aumentos de preços terão sido percebidos impacto positivo da desvalorização sobre o claramente, a recessão estará em pleno vapor, nosso desempenho exportador. Encontrareo desemprego poderá ter ultrapassado 25% mos, nesse caso, um mercado externo em (pela metodologia do Dieese e da Fundação contração, por dois motivos. O primeiro: a Seade), os juros continuarão muito altos, as demanda está caindo em todos os países do reservas estarão em queda, as conseqüências mundo, sem exceção; todos buscam enfrentar positivas da desvalorização sobre a balança essa situação protegendo seus mercados e comercial ainda não estarão claras e, por fim, adotando estratégias agressivas de exportaeles terão que anunciar o índice de reajuste ção. O segundo: nos últimos anos, a distribuipara o salário mínimo, que estará muito perto ção regional do comércio de zero, por causa do aperto externo brasileiro teve uma fiscal. Até a Velhinha de “Entre abril e maio, evolução muito desfavoráTaubaté perceberá que os o governo estará vel. Até 1990, quando, setrabalhadores serão os granno fundo do poço. gundo os neoliberais, éramos des perdedores nesse fim de Os aumentos de preços uma “economia fechada e festa. pouco competitiva”, terão sido vendíamos 16% das nossas percebidos claramente, Qual o papel da Consulta exportações para a América Popular? a recessão estará do Sul, 27% para a América Até aqui, a batalha contra o em pleno vapor, do Norte, 33% para a Euromodelo ficou centrada nos o desemprego poderá pa, 11% para a Ásia e 13% governadores de oposição, para o resto do mundo. Nos ter ultrapassado 25%, cuja importância não deve últimos anos, construindo o os juros continuarão ser subestimada. O que eles chamam de uma movimento sindical muito altos, “economia aberta e compemostrou sua debilidade, ao as conseqüências titiva”, nossas vendas extertratar a questão da Ford positivas nas caíram no mundo dentro da lógica de admida desvalorização sobre nistrar as perdas da categointeiro, de modo que a América do Sul absorve hoje a balança comercial ria e evitar estabelecer 43% das exportações brasiqualquer vínculo com a ainda não leiras. Todo esse continente questão geral do país. A estarão claras. terá crescimento negativo crise da Ford poderia ter Até a Velhinha de em 1999, em parte por causa marcado a entrada do povo Taubaté perceberá da nossa própria crise. O reem cena, para valer. Isso sultado é que não temos que os trabalhadores não aconteceu, e por isso o mais para quem vender. serão os grandes Sindicato dos Metalúrgicos do ABC foi tão elogiado perdedores Além disso, os preços interpela imprensa e pelas elites. desse fim de festa” nacionais de matérias-primas e manufaturas de baixo valor agregado — componentes fundamentais da pauta brasileira de exportações — estão muito baixos. Os Estados Unidos, por sua vez, acabam de aumentar as tarifas que incidem sobre todos os produtos brasileiros competitivos em seu mercado interno, mostrando que o jogo é duro. Eles não abrem mão de ter superávit conosco, pois têm um pesado déficit com a Europa e a Ásia. Quais as conseqüências políticas desse quadro, no curto prazo? Creio que o governo estará no fundo do poço entre abril e maio. Nessa época, como disse, Precisamos fazer um esforço descomunal para, de um lado, explicitar para o maior número de pessoas a gravidade deste momento e as opções que estão em jogo. De outro, para fazer com que o centro da crise se desloque da questão federativa para a questão social, pois ela é que abre espaços para que o povo ocupe o centro da oposição. Nós, da Consulta, estamos muito atrasados. Ou damos um salto de qualidade na nossa estruturação, organização, disciplina e capacidade de ação, ou assistiremos essa crise como espectadores impotentes. 1999 tem que ser o ano de afirmação da Consulta.