Referências Bibliográficas

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Refletindo sobre Estratégias de ensino-aprendizagem
Miriam Struchiner
Taís Rabetti Giannella
Apesar da evolução das teorias educacionais e da pesquisa sobre estratégias
inovadoras no processo de ensino, percebe-se que, em geral, a rotina da sala de aula
continua marcada pelo processo passivo de transmissão-recepção de informação, onde o
professor seleciona o que deve ser aprendido e de que maneira, sem considerar as
particularidades de cada aluno, seus conhecimentos e experiências e que estes podem
buscar novos recursos fora do ambiente de aula.
Acreditamos que a integração entre os pesquisadores do campo da educação e os
professores das diversas áreas do conhecimento possa ser um processo muito importante,
contribuindo para o planejamento e avaliação de novos ambientes e estratégias de
aprendizagem. A integração destes profissionais tem, muitas vezes, possibilitado a
realização de muitas experiências inovadoras no processo educativo, as quais, em grande
parte vêm se apoiando em abordagens construtivistas, cujo pressuposto fundamental é a
idéia de que o indivíduo é agente ativo de seu próprio conhecimento e que, portanto,
constrói seus significados e define suas próprias representações da realidade de acordo com
suas experiências e vivências em diferentes contextos. Estas abordagens enfatizam também
o caráter social do processo de aprendizagem, ressaltando a importância das atividades de
cooperação e colaboração (Jonassen, 1998).
Um processo educativo com as características descritas acima conduz a estratégias de
aprendizagem que requerem atividades que desenvolvam as dimensões social e intencional
deste processo. Entre elas, pode-se incluir a aprendizagem baseada em casos, a construção
colaborativa de modelos e de casos, o desenvolvimento de projetos individuais e/ou de
grupos, a participação em seminários e debates, role playing, atividades que incluam a
interação com o campo de trabalho (serviços, escolas, comunidade) e o acesso a
informações (bancos de informações, de outros casos, estudos/pesquisas etc.) que
possibilitem o desenvolvimento e melhor desempenho do aluno nestas atividades. Estas
representam marcos na tentativa de construção de currículos centrados no aluno e nos
desafios da sua futura prática profissional, ao invés de centrados no professor; baseados em
resolução de problemas reais, ao invés de baseado em informação factual; integrados, teoria
e prática, ciências básicas e clínica, ao invés de disciplinas isoladas (Schank, 1995; Spiro,
1992; Struchiner, 1998).
Não existe uma estratégia melhor do que outra, pois sua seleção depende de uma série
de elementos e fatores do contexto próprio de cada ambiente de aprendizagem. Assim, a
seleção e/ou a integração das diferentes estratégias de ensino/aprendizagem representa um
momento crucial para a performance do processo educativo, onde muitos elementos serão
levados em consideração, de maneira a construir experiências que exijam reflexão e postura
ativa, como atividades de especulação, geração de hipóteses, manipulação de materiais,
observação e recolhimento das evidências e elaboração de conclusões (Struchiner, 1999).
O uso das novas tecnologias da informação e da comunicação oferece inúmeras
possibilidades de inovação do processo de ensino/aprendizagem. Ambientes virtuais de
aprendizagem, por exemplo, possibilitam não só um enorme fluxo de idéias e informações
(redes de bancos de informações em diferentes formatos) entre todos os envolvidos no
processo educativo, como estimulam a busca e construção do conhecimento pelos
indivíduos (linguagem hipertextual), de acordo com seus próprios contextos, além de
contribuírem para a organização de trabalhos colaborativos (oferecem diversas ferramentas
comunicacionais: e-mail, listas de discussão, fóruns, chats, teleconferência, dentre outros).
O estudo e a seleção das estratégias e tecnologias educativas adequadas aos
conteúdos definidos pelos docentes/especialistas e o acesso a estes recursos possibilitarão
ao alunado uma relação específica de experiência, investigação e descoberta no processo de
aprendizagem.
Referências Bibliográficas
JONASSEN,
David
H.
Designing
Constructivist
Learning
Environments.
In:
REIGELUTH, C. M. (Ed). Instructional theories and models. Mahwah, NJ:
Lawrence Erlbaum, 1998.
SCHANK, R.C. e CLEARY, C. Engines For Education. Hillsdale, NJ: Lawrence Erlbaum
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SPIRO, R.J.; FELTOVITCH, P.J.; JACOBSON, M.J.; COULSON, RICHARD L.
Cognitive Flexibility, Construtivism, and Hypertext: Random Access Instruction for
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STRUCHINER, M., REZENDE, F., RICCIARDI, R.M. & CARVALHO, M.A. Elementos
Fundamentais para o Desenvolvimento de ambientes Construtivistas de Aprendizagem
a Distância. Tecnologia Educacional, 26(142):.3-11, 1998.
STRUCHINER, M. Inovações no Ensino das Ciências Biomédicas e da Saúde:
Desenvolvimento de um Espaço Construtivista para a Implementação de
Alternativas de Ensino e Aprendizagem. Projeto Submetido ao Programa Especial
de Apoio a Projetos Destinados à Modernização e Qualificação Institucional do Ensino
Superior Público. 1999.
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